sexta-feira, 29 de abril de 2005

O FUTEBOL E A POLÍTICA

O Governo de Santana Lopes validou, uma semana antes da tomada de posse do novo Governo, um parecer que prevê o adiamento, até 2010, de qualquer exigência aos clubes de futebol pelo incumprimento do conhecido acordo «Totonegócio». (...) Este parecer homologado surge precisamente, quatro dias depois da entrega de outro parecer do Centro de Estudos Fiscais, que dizia que, em caso de incumprimento pela Liga e FPF ou pelos clubes, não se deveria atestar a situação fiscal dos clubes. Aliás, o novo parecer da Justiça Tributária parece ter-se preocupado com esse facto, já que assinala a contradição e acrescenta: «As restantes conclusões não nos merecem qualquer comentário». (...)

Portugal Diário

A pesada herança do Dr. Lopes não é só o défice, também é (d)isto.

Muito convenientemente o Governo do Eng. Sócrates lava as mãos, mas não revoga, pudera.

É tudo tão conveniente



Manuel

ELEIÇÕES NA ESCOLA SECUNDÁRIA [parte III]



RESPOSTA A UMA PUTATIVA MÃE DE UMA ALUNA

Não tenho por hábito responder a cartas anónimas. Bastava, aliás, as pessoas assinarem os textos que escrevem para que, imediatamente, emergisse à superfície o verdadeiro sentido do texto que, em regra, nada tem a ver com o sentido que lhe quiseram dar com o anonimato. As cartas anónimas, onde estas mensagens se incluem obviamente, revelam, em regra, problemas e questões pessoais mal resolvidos. É, por isso, que a identidade do emissor é fundamental para se perceber a própria mensagem emitida. Aliás, refugiar-se no anonimato para agredir e ofender os outros revela muito da personalidade do agressor. E este é um caso paradigmático, uma vez que o autor do texto sobre as eleições na secundária, se bem que se faça passar por «um encarregado de educação sem dinheiro para explicações», é, em boa verdade, um professor da escola que, por falta de coragem para dar a cara (como é seu costume), tem por hábito refugiar-se no anonimato para, dessa forma cobarde, apedrejar a seu bel-prazer os seus colegas de profissão.
No entanto, vou abrir uma excepção para responder às perguntas da putativa mãe de uma aluna. Putativa porque, em boa verdade, não acredito minimamente que seja mãe de quem quer que seja (parece-me mais o putativo pai travestido de mãe). Mas se for, era fundamental para a própria educação da sua filha que a mãe desse o exemplo, assumindo as suas opiniões e as suas críticas. Esta é, na verdade, a única maneira de ensinarmos aos nossos filhos a importância da frontalidade e da verticalidade nas nossas relações com os outros.

*-Que fazem os membros deste órgão (conselho executivo)?

- Como o próprio nome indica, este órgão tem funções executivas. Ou seja, é o responsável pela gestão da Escola. Existem, na Escola mais dois órgãos, a Assembleia de Escola e o Conselho Pedagógico, sendo, o primeiro, um órgão meramente consultivo e, o segundo, responsável por parte pedagógica, ou seja, com tudo aquilo que tem a ver com o ensino e a aprendizagem.

*-Quem representa e quem é representado pela assembleia de escola?

- A Assembleia de Escola é um órgão meramente consultivo. A sua importância é, por isso, muito relativa. Aqui têm assento professores, alunos, pais, interesses económicos, culturais e sociais, etc. Ou seja, no fundo (e aí reside espírito para que foi criada), a Assembleia pretende reproduzir a própria comunidade onde a escola está inserida, o que, verdade seja dita, é uma pretensão demasiado pretensiosa, passe o pleonasmo.

*-Com que méritos?

- Para se pertencer à Assembleia de Escola não são necessários especiais predicados, tal como sucede em todas as assembleias eleitas deste país, sejam as Assembleias Municipais, as de Freguesia, as Câmaras Municipais, as direcções dos clubes ou dos bombeiros, etc. Os professores que pretendam pertencer à Assembleia de Escola ou ao Conselho Executivo fazem uma lista e candidatam-se. Ganha a lista que tiver mais votos, obviamente. É assim nas democracias.

*-Estarão à procura de promoção social?

Só uma pessoa que não conheça minimamente o funcionamento da Assembleia de Escola poderia, na verdade, fazer uma pergunta como esta. Com efeito, a Assembleia de Escola é mesmo dos órgãos que eu conheço onde os seus elementos têm menos visibilidade, até pelo facto de ser um órgão meramente consultivo. Quem quiser procurar promoção social deve procurar fazê-lo de outra forma, porque esta, na verdade, não é a mais adequada para esse efeito.

*-Terão dedicação exclusiva à escola? Serão profissionais de explicações? Estarão a resolver alguma situação particular ou pessoal?

- Isso de dedicação exclusiva é muito relativa, porque, em boa verdade, ninguém tem dedicação exclusiva ao que quer que seja. Mesmo aqueles que, alegadamente, só têm uma profissão, quantas vezes não a sacrificam, dando prioridade a questões da sua vida familiar, pessoal ou outras.
Aquilo que se deve exigir a um profissional é que cumpra as suas obrigações. A partir daí, cada um é senhor da sua vida e deve poder fazer dela o que quiser. E falo, até por mim, que acumulando o ensino com outra profissão, o ano passado dei apenas 1 falta em todo o ano lectivo. Além disso, aceitei fazer parte da Assembleia de Escola, único cargo na escola que não concede qualquer redução no horário de um professor.
Esta é, aliás, uma das razões pelas quais muitos professores não querem fazer parte da Assembleia de Escola. Com efeito, da mesma forma que os trabalhadores, em regra, não aceitam fazer horas extraordinárias, sem que as mesmas lhes sejam pagas, é, pois, normal que haja professores que pensem da mesma forma.
Quanto ao facto de a maioria dos professores darem explicações ou terem outra actividade (profissão liberal, comércio, agricultura ou indústria), isso apenas acontece porque aquilo que lhes pagam na Escola não é suficiente para manterem um nível vida de razoável. É perfeitamente legítimo que um professor não queira viver uma vida inteira num quarto e a comer meias doses. Um professor também tem direito a querer que os seus filhos vão estudar para a universidade, querer passar um mês de férias na praia, a querer comprar um automóvel ou uma casa... Ora, não é apenas com o vencimento da escola que o consegue.
Este não é apenas um problema português. O mesmo se passa em toda a Europa. Daí a razão por que quase todos os professores (excepto aqueles que, por herança ou casamento, encaram o ensino mais com um hobby do que como uma profissão), quer em Portugal, quer no estrangeiro, quer no ensino básico e secundário, quer na Universidade, têm necessidade de encontrar outras fontes de rendimento.

*Por que razão a qualidade do professor não é, hoje, determinante no sucesso dos alunos nos exames nacionais?

- Há 30 anos, para além de o acesso ao ensino secundário ser extremamente selectivo (contam-se, pelos dedos das mãos os alunos de Ponte de Sor que frequentaram o ensino complementar, antes de 1974), um aluno de Letras do Ensino Complementar (hoje, Secundário) tinha apenas 19 horas de aulas por semana.
Nestes 30 anos, passámos de um ensino selectivo para a massificação do ensino e passámos de um horário de 19 horas de aulas por semana para horários de 40 horas. Esta mudança radical não foi, no entanto, acompanhada de uma mudança de comportamento e de atitudes por parte dos intervenientes no processo educativo, designadamente pais e professores.
Com efeito, apesar de as condições terem sido radicalmente alteradas, pais, professores e comentadores (basta ver aquilo que escrevem e o que exigem) continuam a ter por referência o tempo em que foram alunos, esquecendo-se que estamos a viver num tempo e em condições completamente diferentes.
Horários de 19 horas de aulas semanais pressupõem, necessariamente, uma grande intensidade de trabalho, com muitos trabalhos de casa, muitas leituras obrigatórias e muito estudo. Por sua vez, horários de 40 horas de aulas semanais pressupõem necessariamente que todo o trabalho se esgote dentro da sala de aula. Ou uma coisa ou outra. Agora defender horários de 40 horas de aulas semanais e querer que os alunos continuem a fazer trabalhos de casa como antigamente é criar um sistema perverso onde os mais desfavorecidos não têm a mínima hipótese de competir, uma vez que não se lhes dá tempo para fazerem por si aquilo que os outros só conseguem fazer à custa dos pais ou dos explicadores.
Além disso, há os dogmas próprios do nosso tempo que nos impedem de resolver a questão atacando o cerne do problema. Enquanto nós não aceitarmos que as pessoas são diferentes, têm capacidades diferentes e tempos diferentes de aprendizagem, nunca resolveremos o problema.
Misturar na mesma turma indivíduos com capacidades e objectivos muito diferentes é prejudicar toda a gente e não beneficiar ninguém. Os melhores sentem-se completamente desmotivados e acabam por trabalhar com rendimento reduzido, o que prejudica a prazo as suas próprias capacidades, impedindo-as de se desenvolverem. Por outro, os que têm mais dificuldades de aprendizagem acabam também por se desmotivar e se desinteressar porque não conseguem acompanhar o ritmo. Ora, para que alguém aprenda e evolua é necessário que a aprendizagem esteja adequada ao seu nível. Para uma pessoa melhorar o salto em altura, nem se pode pôr a fasquia tão baixa, ao ponto de não exigir qualquer esforço para a ultrapassar, nem tão alta, ao ponto de se ter a certeza, antes do salto, que é impossível consegui-lo.
No nosso ensino público (daí a razão do sucesso dos colégios particulares), não é possível fazer turmas de nível, ou seja, turmas em que todos estejam nas mesmas circunstâncias, o que geraria uma concorrência saudável e permitiria ao professor encontrar as estratégias adequadas.
Agora, quando as turmas são uma mescla de alunos com capacidades e objectivos tão diferentes, torna-se praticamente impossível conseguir o esperado sucesso.
Além disso, não me parece justo que se queira comparar as notas dos exames nacionais com as notas de escola, quando o Ministério da Educação exige aos professores que, na sua avaliação, avaliem competências e atitudes que, depois, não são avaliadas no exames finais, designadamente, a expressão oral, a participação, a assiduidade, os valores da cidadania, da solidariedade, etc..
É óbvio que os problemas do ensino não se esgotam nisto que acabo de dizer. Teríamos ainda de falar da educação e do acompanhamento dos filhos pelos pais (que também sofreu um mudança de 180º), na questão disciplinar, na formação dos professores, etc. etc. etc.
Espero, no entanto, que esta breve e sintética explicação sempre ajude a compreender que as coisas, no Ensino, não são tão fáceis como, à primeira vista, parecem.
Estou, no entanto, na disposição de debater com quem quiser e onde quiser estes ou outros assuntos. Mas cara a cara. Como pessoas.
Porque, na verdade, ninguém pode sentir grande consideração por aqueles que se escondem atrás do anonimato para atirar pedras aos outros.


Santana-Maia Leonardo

quinta-feira, 28 de abril de 2005

ELEIÇÕES NA ESCOLA SECUNDÁRIA [parte II]




Comentário «Eleições Escola Secundária»

O órgão directivo da escola tem funções mais administrativas do que pedagógicas.
Ora, os exames preparam-se com bons professores e não com presidentes dos conselhos directivos.
Por isso, devia dar graças a Deus por aqueles que, na sua opinião, são os melhores professores da escola não se candidatarem a cargos burocráticos. É um bom sinal. Significa que, para além de serem bons professores, gostam daquilo que fazem.
No entanto, o sucesso nos exames não depende apenas da qualidade dos professores. E até é fácil de perceber porquê. Se quiser estou à sua disposição ou de qualquer outra pessoa para lhe dar essa explicação. Vai ver que é muito fácil de perceber.

Santana-Maia Leonardo

quarta-feira, 27 de abril de 2005

ELEIÇÕES NA ESCOLA SECUNDÁRIA, OU O QUE FAZ CORRER MOLERO?



Como encarregado de educação tenho-me perguntado qual a razão de um grupo de professores bem formados, quer humana quer cientificamente não surgirem nos lugares de gestão desta escola,nem serem avistados como directores de turma.
Todos em Ponte de Sor sabemos que a escola apresenta problemas, a nível pedagógico, muito graves.
Que fazem os membros deste orgão?
Quem representa e quem é representado pela assembleia de escola?
Com que méritos?
Estarão à procura de promoção social?
Terão dedicação exclusiva à escola?
Serão profissionais de explicações?
Estarão a resolver alguma situação particular ou pessoal?
Sou pai.
Estou preocupado.
Não é esta Escola que Ponte de Sor merece e os exames estão aí.


Um encarregado de educação que não tem dinheiro para pagar explicações.

O ROTTWEILER DE DEUS

É preciso abolir a Inquisição, representada por Ratzinger». A frase pertence ao teólogo suíço Hans Küng, e faz parte de uma entrevista ao diário francês «Libération», publicada em 14 de Abril.
É um documento perturbador. Küng entrou em conflito com João Paulo II e com Joseph Ratzinger, acusando-os de não cumprimento do espírito do Vaticano II, de que tinham sido partidários empenhados. O suíço, hoje com 77 anos, fora expressamente nomeado, por João XXIII, teólogo oficial do Concílio. Qualquer deles, imbuídos do novo espírito conciliar, criticara a infalibilidade papal, defendera o ecumenismo, a colegialidade, a liberdade de expressão e de opinião no interior da Igreja, combatera o sexismo e o patriarcalismo, pleiteara a causa das mulheres.
A festa durou pouco. Logo-assim foi indicado prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger reabilitou e pôs em prática as teses mais retrógradas, ilustrando as alegações que aproximavam os imensos poderes do seu cargo como herdeiros longínquos da Congregação da Inquisição. Com o apoio explícito ou pouco dissimulado de Woytila, perseguiu, extinguiu, homiziou, proibiu com implacável severidade. Decisões tomadas em tom melífluo e num registo evasivo.
Ainda Hans Küng: «Ele é responsável pelo sofrimento de numerosas pessoas na Igreja». Não será impunemente que Ratzinger, agora Bento XVI, é conhecido pelo Rottweiler de Deus: colérico para quem o contradiga, enraivecido para os que interpelam o dogma e questionam a falta de democracia na Igreja. E acusado de simpatizante do nazismo.
Bento XVI não é, propriamente, um papa pastoral. Com o pontífice anterior ele foi, na realidade, o «dono» da Igreja, impondo a «doutrina», através das manipulações do «sistema romano», e de uma disciplina sem concessões. Advoga o «pensamento escalonado», segundo o qual a graça de Deus surge como uma superestrutura da natureza humana. Desse modo, contraria e acossa toda e qualquer interpretação «racional» da história da Igreja, da filosofia que lhe está subjacente, e da «interpretação» da leitura dos apóstolos. Intelectualmente, o novo papa é um homem superior; e extremamente astuto e ambicioso. «Perigosíssimo», segundo Küng. A sua involução ideológica obedeceu aos mecanismos mentais que tomam conta dos abjurantes de antigas convicções: tornam-se desapiedados guardiães das novas bandeiras.
O grande teólogo Edward Shillebeeckx defendeu: «Devemos ter a coragem de criticar, porque a Igreja tem sempre necessidade de purificação e de reformas». Cometeu a «heresia» de afirmar que o Jesus dos Evangelhos nada tinha a ver com o proclamado pela Igreja católica. O novo papa não só contraria, como combate, veemente, este princípio, sustentando que nos textos sagrados não há dúvidas, só existem certezas.
A Igreja continua a regredir. Hans Küng na citada entrevista: «O futuro da Igreja parece-me particularmente ambivalente. Não creio que vá morrer, como o pensam certas pessoas, e como o anunciam certos sociólogos. Os últimos acontecimentos [funerais de João Paulo II] demonstram, claramente, que a religião não está morta. Por outro lado não nos devemos enganar. Uma manifestação do poder romano na Praça de São Pedro não significa que a Igreja esteja sã».
Nada indica que o novo papa vá tomar decisões inovadoras, necessárias à inversão da tendência de crise que o mundo católico atravessa. Bento XVI não augura nada de bom, nos enunciados fundamentais da liberdade, da discussão, do confronto de ideias, da reforma antiga e da moderna, da essência do cristianismo, do diálogo com os não-crentes.
A apreensão invadiu muita gente e instituições cristãs. A dr.ª Ana Vicente, do movimento Nós Somos Igreja, e o padre Carreira das Neves não ocultaram as preocupações que a nomeação do novo papa lhes suscita. Eles sabem que, para Bento XVI, a teologia não é «a ciência que trata de Deus, partindo das verdades reveladas», mas sim a forma engenhosa de construir a mítica, mediante uma dogmática eclesiástica de procedência duvidosa.
Ratzinger não muda por ter mudado de nome. As estruturas de poder que ajudou a criar servem aquilo que defende, e promovem a separação entre filosofia e teologia. Quer dizer: entre a verdade natural da razão e a sobrenatural da fé; entre natureza e graça.
Os tempos não são favoráveis àqueles dos cristãos que amam a liberdade de reflectir sobre a «indiscutível» substância doutrinal do Vaticano.


Baptista Bastos

terça-feira, 26 de abril de 2005

NOVA VIAGEM... [ SANTOS/SÃO PAULO=BRASIL ] 20 a 24 DE ABRIL { parte IX }




QUE BONITOS QUE ELES ESTÃO NA FOTO

ELEIÇÕES



Coimbra, 25 de Abril de 1975 - Eleições sérias, finalmente. E foi nestes cinquenta anos de exílio na pátria a maior consolacão cívica que tive. Era comovedor ver a convicção, a compostura, o aprumo, a dignidade assumida pela multidão de eleitores a caminhar para as urnas, cada qual compenetrado de ser portador de uma riqueza preciosa e vulnerável: o seu voto, a sua opinião, a sua determinação. Parecia um povo transfigurado, ao mesmo tempo consciente da transcendência do acto que ia praticar e ciente da ambiguidade circunstancial que o permitia. O que faz o aceno da liberdade, e como é angustioso o risco de a perder! Assim os nossos corifeus saibam tirar do facto as devidas conclusões. Mas duvido. Nunca aqui os dirigentes respeitaram a vontade popular, mesmo quando aparentam promovê-la. No fundo, não querem governar uma sociedade de homens livres, mas uma sociedade de cúmplices que não desminta a degradação deles.


Miguel Torga
In 'Diário XII'. Edição do Autor

TANTO MAR

Tanto mar I

Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo pra mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também que é preciso, pá
Navegar, navegar

Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim


1ª versão, 1975, censurada.


Tanto Mar II

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim


2ª versão, 1978


CHICO BUARQUE DE HOLLANDA

segunda-feira, 25 de abril de 2005

REVOLUÇÃO

Como esta casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta

Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício

Como a voz do mar
Interior de um povo

Como página em branco
Onde o poema emerge

Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação


Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, 22 de abril de 2005

25 DE ABRIL QUASE COMO UM CONTO DE FADAS

Saímos da sombra e expusemo-nos ao sol, eu, meu pai, minha mãe, meu avô e meus irmãos. Ao sol no prado, junto ao muro, na erva nova, no silêncio que parece um pasmo.
Pasmo de como crescem aqui estas flores de oiro, como abrem ali aquelas tão vermelhas e como os nossos corpos fazem desenhos no muro. Uma dança de roda sobre o muro.
- Avô! És tão grande no muro, se o sol te estica um pouco mais na sombra, bates com a cabeça no céu.
Brincámos toda a tarde, entrar e sair da sombra e expor o corpo ao sol no prado. Quando as nossas sombras se juntam no muro, ao fim da tarde, lembram-me um cravo vermelho.
Quando a lua se vestiu com cristais de sol a noite ficou numa imensa manta de brilhantes retalhos, eu perguntei ao meu avô:
- Porque é que há tantas estrelas no céu? Umas pequenas, outras grandes, agora que a noite avança são tantas, tantas, tantas...é uma para cada um de nós avô?
- Deixa-me deitar a cabeça no teu colo e conta-me um conto dos teus.
- Sorrindo e acariciando os meus cabelos, o meu avô pôs-se a recordar:


-Era assim, numa noite em nada igual à de hoje.
O teu avô aguardava estirado no meio da seara, num monte como aquele além, a chegada do mensageiro que transportava um tesouro dentro de uma caixinha de madeira.
Grandes homens aqueles, durante anos a fio esconderam-se e aproveitavam a noite para nos ensinar a pensar a nossa vida. Um naco de pão, meia dúzia de azeitonas e as oliveiras carregadinhas. Era assim naquele tempo. Ainda me lembro! No dia anterior, a tua avó dera à luz o Joaquim!
Meia hora antes do menino nascer, ainda estava no arroz atascada até à cintura.
- "Vou ali e já venho!"
- Ainda a ouço, aqui nos meus ouvidos. Foi só o tempo de chegar a casa e o Joaquim, o teu pai, aí estava.
- E o teu amigo, a que horas chegou?
- Nessa noite não veio. Soubemos que o António tinha sido preso pela PIDE, mas os mensageiros continuaram a chegar com a malinha cheia de jornais, traziam dizeres, notícias que se a gente não as lera nunca houvera de saber o que se passava por esta terra ao abandona.


O meu avô adormeceu e a história ficou a meio.
- Pai, não gosto do Inverno, entristece o coração dos dias e o sol desaparece logo.
- Onde está agora o sol? Dentro do mar das montanhas? Em que país? Há lá meninos felizes como eu, como a Primavera, o dia, a praia, a liberdade?
- Pai conta-me a história dos homens que pareciam cavalos que voavam no escuro, naquela madrugada em que eu nasci.
Enrolei-me no corpo do meu pai como a noite se enrola, na terra, num xaile de erva sobre o prado, e o meu pai, comigo nos braços começou:
- Ao romper do lindo sol, era uma vez um soldadinho.
- Conta, pai, era uma vez, um, dois, três...
- Há dez anos, era uma vez um menino soldado, muitos meninos soldados que quiseram acabar com a guerra e com o medo.
- Pai, eu tenho dez anos como a história do soldadinho!
- Os soldadinhos não queriam que os meninos como tu fossem à guerra daqui a dez anos.


Na aldeia, toda a mocidade abalara para a guerra.
Em navios partiam de Lisboa. O teu pai também por lá andou durante três anos. Desde o primeiro dia a tua mãe e a tua avó bordaram a colcha de renda com o pensamento em África, cada laçada uma lágrima e a colcha ficou cheia de soluços.
- Então é por isso que a colcha está cheia de altinhos! Esperaste muitas noites avô?
- Todos os meses no escuro, para me entreter falava com as formigas, as flores, as pedras. Quando havia lua cheia lia livros deitado sobre a terra de barriga para baixo, e brincava com um cágado que andava por ali à roda do sobreiro. O teu avô, punha-lhe uma bolota em cima e contava pontos até que o cágado a deixasse cair. O máximo que ele aguentou foi trinta e sete.
- Assim, o tempo passava mais depressa e os sustos ficavam mais levezinhos.
- Grandes homens! Eles bem diziam que um dia não haveríamos de precisar da noite para nos escondermos.
- Esperámos muito tempo, mas não perdemos a esperança, fizemos empenho em que tudo um dia mudasse.


- Tu gostas de mim como o soldadinho gosta de nós no conto?
- Como no conto, querido, como no conto.
O sol voltou ao céu, foi-se embora a noite. No muro, a sombra desenha um soldadinho com uma espingarda carregada de cravos e um menino como eu pela sua mão.
Por um instante, o sol fez desaparecer o desenho, tenho frio, mas sei que o sol vai voltar. Por um instante, o sol desenha novamente os nossos corpos no muro, o meu, o de meu pai, da minha mãe, do meu avô e dos meus irmãos, uma dança de roda com cantigas de liberdade.


- Eu já não vou à guerra, pai?
- Não, meu filho, agora em África constróem fábricas e campos de trigo. E as pessoas cantam e dançam com as pombas brancas da Paz.
- E onde estão agora os soldadinhos?
- Os soldadinhos ficaram no coração da nossa memória. Foi com a força daqueles que pudemos tomar as terras e organizar a nossa cooperativa, transformámos o mato em lindas searas, abrimos a estrada que nos leva à vila, fizemos festas, contruímos a creche onde tu andaste e arranjámos a escola primária. Havia trabalho e comer para todos.
- Vamos, pai. Vamos ter com o soldadinho! Vamos no cavalo da manhã, entre o trigo e o mar!
- Tudo o que aconteceu durante estes dez anos é como um conto, pai?
- Quase tudo, quase como um conto de fadas de princípio, mas nem tudo depois foi como um conto.
- O soldadinho gostava de nós como tu gostas de mim?
O pai sorri.

Texto: CONCEIÇÃO LOPES

Ilustrações: CARLOS BARRADAS

DIA MUNDIAL DO LIVRO NO ALENTEJO

Ponte de Sor
Hoje às 21,30 horas na Biblioteca Municipal de Ponte de Sor, encontro com a jornalista Paula Moura Pinheiro.
Portalegre
Sábado às 17 horas, na sala polivalente 1, da Biblioteca Municipal, «CHÁ DAS CINCO», ciclo de Conversas e Debate o tema é «Liberdades» com a Escritora Luísa Costa Gomes e o Arquitecto Nuno Teotónio Pereira
Centro de Évora transformado em livraria ao ar livre no sábado

A Praça do Giraldo, em Évora, vai ficar transformada, no sábado, Dia Mundial do Livro, numa autêntica livraria ao ar livre, com inúmeras obras à venda a preços reduzidos.

A iniciativa "Praça do Livro" integra as comemorações do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor que, naquela cidade, vão ser promovidas pela Biblioteca Pública de Évora, câmara municipal e livrarias do concelho.

Entre as 10h00 e as 19h00, a Praça do Giraldo, no centro histórico da cidade, acolherá as bancas das diversas livrarias, que vão vender livros novos e usados a preços especiais, além de oferecerem uma flor aos clientes.

Para assinalar a efeméride, no ano em que comemora 200 anos de existência, a Biblioteca Pública de Évora promove também uma maratona de leitura sem interrupções das 10h30 às 18h00.

A sessão de contos é outra das propostas, a partir das 18h30, na biblioteca. As celebrações do Dia Mundial do Livro, naquela cidade, terminam com a representação, também na biblioteca, a partir das 21h30, da peça de teatro "Farsa Chamada Auto da Fama", pelo Centro Dramático de Évora.

A Biblioteca Pública de Évora, uma das mais antigas e ricas bibliotecas do país, conta no seu espólio com exemplares "raros e únicos no Mundo", além de 664 incunábulos e 6445 livros impressos do século XVI.

Comemorações em Beja

Em Beja, a Biblioteca Municipal José Saramago é o "palco" escolhido para a maior parte das comemorações do Dia Mundial do Livro, embora, durante a manhã, 50 lugares públicos da cidade sejam tomados de "assalto" por uma "Arruaça de palavras".

"O objectivo é que, à mesma hora, meia centena de jovens leiam 50 textos de vários autores em 50 lugares públicos da cidade, como hipermercados, largos, jardins, esplanadas ou cafés", explicou hoje o director daquela biblioteca, Figueira Mestre.

Quanto à programação na biblioteca, os destaques vão para várias sessões de contos, uma conversa sobre "Letras Hispânicas", com os escritores Rosa Montero e António Sarabia, e um debate sobre a escrita de humor em Portugal, com Ricardo Araújo Pereira, da equipa do "Gato Fedorento".

"Eu blogo, tu blogas, ele bloga..." é o encontro que, já de madrugada, vai reunir vários criadores de blogues nacionais para uma conversa em torno desse novo instrumento de comunicação.

quinta-feira, 21 de abril de 2005

HABEMUS PAPAM !




terça-feira, 19 de abril de 2005

JÁ HÁ PEDRADAS EM TODAS AS DIRECÇÕES

Taveira Pinto
responsabiliza
Miranda Calha
pelo atraso do distrito


A responsabilidade do atraso de Portalegre é das pessoas de Portalegre”, sublinha a dado passo da conversa o autarca Taveira Pinto, que acrescenta mesmo quegrande parte dessa responsabilidade é de Miranda Calha”, seu colega de partido.
É que Miranda Calha “é há 30 anos o rosto político” do distrito e “deveria ter levado outros para Lisboa, criando um lóbi a favor do distrito, como Évora fez”, mas “em Portalegre há um deserto à volta de Miranda Calha, e depois é o que é”, acusa o socialista presidente da Câmara de Ponte de Sor e presidente da Associação de Municípios do Norte Alentejano.

In:http://www.jornalfontenova.com/1253/regional7.htm

TAVEIRA PINTO, O DINOSSÁURIO

O dinossáurio Taveira Pinto e os seus apaniguados



Manuel P.

segunda-feira, 18 de abril de 2005

ABAIXO ASSINADO

"Tentei, durante estes anos, acudir aos que mais sofrem e menos têm"
"A vida é feita de tudo isto mas é também aquilo que nós
quisermos
que seja"
Taveira Pinto
, in Ecos do Sor


Não pretendendo criar lobby no Conclave Cardinalício que se encontra, a partir de hoje, a decorrer na Capela Sistina, no Vaticano, com vista à eleição do Sumo Pontífice;
Mas, atendendo a que por se constar ter sido convidado para Governador Civil, Secretário de Estado, Deputado pelo distrito de Portalegre, Presidente da CCDR e a todos ter declinado convite;
Atendendo ainda ao perfil da personalidade ser apologista da notoriedade e da fotogenia, do exercício político totalitário e omnipotente, ser autor de uma vasta obra literária expressa um pouco por todas as intervenções políticas e declarações de voto que profere
;


Vem o grupo de cidadãos abaixo assinados, propor a eleição de Taveira Pinto, para Papa.



Carol Marks
in:http://filhosdaponte.blogspot.com

2º. Subscritor
Zé da Ponte

in:http://pontedosor.blogspot.com

MÁ SOLUÇÃO



Lei inútil, demagógica, contraproducente e despótica! Esta é a lei de uma classe política que desconfia de si própria. Que não resiste à tentação. Que conhece a existência da corrupção, mas não é capaz de a combater. É a lei de consolidação da partidocracia.

O problema está mal identificado. As soluções são más. O resultado será fraco ou nenhum. Diz o Governo que, para combater "a excessiva personalização dos cargos executivos", evitar futuros "abusos" e lutar contra a corrupção, é necessário limitar os mandatos dos eleitos.
Fala-se disto há anos sem fim.
Finalmente, alguém deu o primeiro passo.
O Governo aprovou a proposta de lei que vai enviar à Assembleia da República.
Prevê um número máximo de três mandatos.
Os eleitos condicionados são os presidentes de câmaras e de juntas de freguesia, os presidentes dos governos regionais e o primeiro-ministro. Quase toda a gente está de acordo com o princípio da limitação de mandatos. Uns querem mais políticos abrangidos, outros menos. Uns querem menos mandatos, outros mais. Mas o consenso é quase universal. É sempre assim, quando se encontra um bode expiatório. E se este for político, o entusiasmo desdobra-se. Se for um político local, então é o paroxismo.

JÁ SE DISCUTE SE A LEI É INCONSTITUCIONAL ou não. Os argumentos são, como sempre, pesados dos dois lados. Todos admitem a retroactividade, mas, para uns, os valores superiores da isenção sobrepõem-se, enquanto, para outros, tal facto fere a Constituição. Logo se verá. Mas o problema não está aí.

AS DIRECÇÕES NACIONAIS DOS PARTIDOS querem dominar o poder autárquico. Esse é o objectivo central. Os partidos têm ficado cada vez mais dependentes dos autarcas, seja para obter votos, seja para conseguir financiamentos. Os autarcas conseguiram, nestas duas décadas, transformar-se na principal agência de socialização partidária e as secções locais dos partidos já não vivem sem eles. Os dirigentes nacionais estão fartos de contarem, entre os incómodos, os seus próprios autarcas. Ao afirmarem que pretendem combater a "excessiva personalização dos cargos políticos", os seus defensores estão a dizer, com palavras doces, exactamente o que pensam: não querem que se estabeleçam as bases da responsabilidade pessoal na política e desejam que a burocracia colectiva e a hierarquia partidária se imponham. A classe dirigente nacional não suporta os poderes periféricos, muito menos pessoais e que não dependem de si. Quer simplesmente destruí-los. Condicioná-los. Obrigá-los a obedecer ao partido. Depois de se terem alimentado com os favores e os expedientes que os autarcas inventaram, querem agora ver-se livres deles.

SE O OBJECTIVO É O DO COMBATE À CORRUPÇÃO, a medida é totalmente inútil. E corre o risco de sair cara e de promover mais corrupção. Com efeito, vai ser necessário garantir, cada doze anos, um novo processo de acumulação primitiva. Novos autarcas "caloiros" saem mais caro do que os autarcas já instalados. Por outro lado, esta medida cria uma espécie de consciência tranquila e desatenta. Na verdade, a luta contra a corrupção tem três instrumentos essenciais: as inspecções, os tribunais e a repressão penal e policial. A limitação dos mandatos é um substituto das acções mais eficazes. Finalmente, se a corrupção é o inimigo, oito anos já é de mais. Um só breve e curto mandato é quanto basta.

ESTA PROPOSTA DE LEI É FILOSÓFICA E politicamente errada. E cínica. Considera que apenas os eleitos são propensos à corrupção e aos abusos de poder. Não limita as comissões de serviço ou o exercício de funções dos nomeados, designadamente os ministros, os altos-funcionários da administração central, os directores de serviços e de departamentos, os juízes, os funcionários das câmaras, etc. Em poucas palavras, esta lei transforma em suspeitos os eleitos, ao mesmo tempo que exonera os nomeados. Ora, é sabido que grande parte da corrupção administrativa, nacional ou local, exige a participação activa dos funcionários. Muitas vezes, são mesmo esses os principais responsáveis pelas vias "informais" dos licenciamentos, autorizações, alvarás, privilégios e excepções.

REALMENTE PREOCUPANTE É O FACTO de esta medida atingir os direitos de escolha do eleitorado. Cinicamente, tanto os defensores deste regime como a própria Constituição asseguram que a inelegibilidade de alguns "aumenta a liberdade de escolha dos cidadãos e a isenção dos eleitos"! Eis uma orientação típica das inteligências esclarecidas e correctas dos dirigentes políticos. Para bem dos cidadãos, impede-se que eles votem em certas pessoas. O próximo passo seria de retirar o direito de voto àqueles que pretendessem eleger certas pessoas! Parece caricatura, mas, no essencial, não é.

ENTRE OS ELEITOS QUE NÃO TERÃO OS seus mandatos limitados, contam-se os deputados, os vereadores municipais e os membros das juntas de freguesia. Estas excepções são moralmente inaceitáveis. E tornam a lei ineficaz e inútil. No caso dos deputados, que não têm poder executivo, a intenção é a de privilegiar os cargos "nacionais", na convicção de que essa função é colegial, depende das direcções partidárias, afasta a responsabilidade pessoal e está sob a alçada da disciplina partidária. Uma vez mais, não se trata de combater a corrupção ou o abuso de poder, mas simplesmente de proteger a autoridade do partido. Já no caso dos vereadores, a excepção é patética e absurda! Os abusos de poder e a corrupção têm, nos vereadores, alguns dos seus mais fiéis executantes e mais sólidos esteios. Protegê-los é proteger a corrupção.

OS MINISTROS CONSTITUEM OUTRO GRUPO isento de limites. A justificação seria a de não serem eleitos. Mais uma vez se confirma: o importante é a dependência do chefe do partido. Estes cargos são, por definição, os mais personalizados e os mais visíveis. Os mais executivos. Aqueles de quem dependem mais pessoas, mais recrutamentos, mais decisões, mais aprovações de projectos e mais milhões. Cumprem todos os requisitos para serem suspeitos. Mas não são. A razão é simples: não é deles a génese do poder, dependem do partido ou do chefe.

COMO TODOS OS REGULAMENTOS PORTUGUESES, feitos com o especial talento de jurista burocrata que é o nosso, também este deixa inúmeras portas abertas, cria injustiças, quase inventa os seus próprios alçapões e sugere as maneiras de contornar a lei. O catálogo é vasto. O que um "dinossauro" pode fazer ao cabo de três mandatos é ilimitado. Quem quiser, patrocina a candidatura do cônjuge ou do familiar, do amigo ou do homem de mão. Um presidente de câmara ou de junta muda de município ou de freguesia e candidata-se de novo. Um presidente de junta de freguesia candidata-se à câmara. Um presidente de câmara candidata-se a vereador ou a presidente de junta. E por aí fora. Ou, à última hora, vão também proibir esses expedientes. O que é horrível, pois equivale a destituir cidadãos de direitos políticos.

LEI INÚTIL, DEMAGÓGICA, CONTRAPRODUCENTE e despótica! Esta é a lei de uma classe política que desconfia de si própria. Que não resiste à tentação. Que conhece a existência da corrupção, mas não é capaz de a combater. É a lei de consolidação da partidocracia.


António Barreto

NOVA VIAGEM... [ SANTOS/SÃO PAULO=BRASIL ] 20 a 24 DE ABRIL { parte VIII }

CUSTOS DA VIAGEM AO BRASIL

Santos / SP - 20 a 24 de abril de 2005
walk in the bridge

Viagens 14 pessoas x € 1.743,79 =€ 24.413,06
Alojamento 14 pessoas x € 1.250,00 = € 17.500,00
TOTAL = € 41.913,06


sexta-feira, 15 de abril de 2005

LEONARDO DA VINCI [ 15.Abril.1452 - 1519 ]


1503 - 1506,Monna Lisa,77 x 53 cm, óleo sobre madeira

PREVENÇÃO RODOVIÁRIA







POEMA EM LINHA RECTA



Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondìvelmente parasita,
Indesculpàvelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapêtes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do sôco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do sôco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos êles príncipes – na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semi-deuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza
.


Álvaro de Campos

quinta-feira, 14 de abril de 2005

NOVA VIAGEM... [ SANTOS/SÃO PAULO=BRASIL ] 20 a 24 DE ABRIL { parte VII }

Santos / SP - 20 a 24 de abril de 2005


walk in the bridge


O vereador Joaquim Carita depois do

treino para as


aulas
de Fitness em Santos/SP-Brasil

AO QUE A PUBLICIDADE CHEGOU

Vejam isto...



É a publicidade a uma revista, num jornal diário nacional.
Reparem na particularidade da equipa que está a vencer o Real Madrid!
É verdade, e segundo consta o Benavilense também surge no jogo!!!

Poolman

In:
http://poolman.blogspot.com

AS TORTURAS DE ABU GHRAIB SEGUNDO FERNANDO BOTERO



















Em Roma, a partir de 16 de Junho de 2005, no Palazzo Venecia.

quarta-feira, 13 de abril de 2005

NOVA VIAGEM... [ SANTOS/SÃO PAULO=BRASIL ] 20 a 24 DE ABRIL { parte VI }

Santos / SP - 20 a 24 de abril de 2005



Os vereadores Joaquim Carita

e António Gomes,

vão a Santos participar

nas aulas destas meninas...

EMPRESA APOIADA PELO IEFP


In:http://www.tudoben.com

terça-feira, 12 de abril de 2005

CARITA



O creme perfeito

A francesa Carita, a famosa marca de cosméticos, acaba de desembarcar no Brasil e traz na bagagem uma novidade: o Crème Parfaite.

O produto contém extratos de gérmen de soja, semente de maçã, flor de arnica e outras proteínas.

Uma de suas principais funções é eliminar as toxinas e evitar as famigeradas rugas.

Informações pelo telefone :(11) 2167-2300

Preços: R$ 1,05 mil

Mais informações em:

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/388/cobica/

walk in the bridge

NOVA VIAGEM... [ SANTOS/SÃO PAULO=BRASIL ] 20 a 24 DE ABRIL { parte V }

Santos / SP - 20 a 24 de abril de 2005

O mercado de fitness acaba de ganhar uma novidade: Go! 30 Minute Workout.

E voce, profissional de educação física, empresário ou empreendedor interessado em bons negócios acaba de ganhar uma possibilidade única para mudar de vida e ser dono de uma academia totalmente inovadora.

Eis o que os vereadores Joaquim Carita e António Gomes, vão fazer ao Brasil.

EM PORTALEGRE CIDADE...

A 5ª edição da Feira de Doçaria Conventual de Portalegre decorre entre 15 e 17 de Abril, na capital de distrito, e irá contar com a presença de mais de 50 doceiros, nacionais e internacionais.

O certame abre portas nos próximos dias 15, 16 e 17 de Abril, nos claustros da fachada do Mosteiro de S. Bernardo, o qual vai reunir mais de meia centena de doceiros, "com doces conventuais de todo o país e da Europa, como Alemanha, Espanha e França", salienta o município portalegrense.


Assim sendo, neste certame dedicado à doçaria conventual, os visitantes podem encontrar, entre muitos outros, lampreia de ovos, papos de anjo, manjar branco, ovos moles, sopa dourada, trouxas de ovos, palha de Abrantes, toucinho do céu, castanhas de ovo, pão de rala, yemas, pastas e pasteles, almendrados, friture lait, macarons pâtes d’amandes, pâte de fruits, croquets aux amandes ou madeleines.


Além disso, a "arte destes doceiros será posta à prova num concurso de Doces, com as categorias «O melhor Toucinho do Céu» e «O melhor Doce Conventual», sob a égide da Confraria Gastronómica do Norte Alentejano", sublinha a autarquia de Portalegre.


A mostra “O Licor e a arte do vidro”, vai estar patente ao público na Sala do Capítulo, e inclui uma ampla colecção de licoreiros, garrafas, copos e licores alemães, espanhóis, franceses e portugueses, na qual os visitantes poderão observar objectos de diversas épocas.


Em termos de animação deste certame, para a Igreja do Mosteiro estão agendados concertos, de Música Barroca com os Vox Angelis, e com o grupo A Naifa, na alpendrada do Mosteiro.


A V Feira da Gastronomia vai estar aberta ao público no dia 15 entre as 18 e as 23 horas, dia 16 entre as 14 e as 23 horas e dia 17 entre as 14 e as 21 horas, sendo que as entradas têm o preço de um euro.

A organização deixa um apelo para que venham "deliciar-se no Mosteiro de S. Bernardo, Portalegre".


Programa:
Dia 15 de Abril
18h – Inauguração da Feira e da Exposição “O licor e a arte do vidro”
19h – Lançamento do desdobrável turístico “Portalegre, cidade dos 7 conventos”
21h30 – Concerto de música clássica com o Quarteto Barroco Vox Angelis (Igreja do Mosteiro)
23h – Encerramento da Feira


Dia 16 de Abril
14h – Abertura da Feira
15h – Concurso de doçaria (Confraria Gastronómica do Norte Alentejano)
16h – Animação alusiva à época barroca pela Tempos e Ventos
17h – O fazer dos doces
21h30 – Concerto pelo Grupo A Naifa (alpendrada do Mosteiro)
23h – Encerramento da Feira


Dia 17 de Abril
14h – Abertura da Feira
17h – O fazer dos doces
18h – Entrega de prémios referentes ao Concurso de doçaria
21h – Encerramento da Feira