sexta-feira, 30 de setembro de 2005

NA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR


Segundo o pentagrama de Maquiavel,
em política não há moral,
não há gratidão,
não há amizade,
não há escrúpulos,
não há carácter.

EMPREGOS...

Era uma vez um partido com uma grande barriguinha
Comia comia e mais fome tinha
Comia comia e mais fome tinha

AUTÁRQUICAS 2005

Manifesto dos candidatos da CDU à Junta de Freguesia de Ponte de Sor:



Caros amigos Pontessorenses

Fui convidado pela CDU – Coligação Democrática Unitária, para encabeçar, como independente a lista de candidatos à JUNTA DE FREGUESIA DE PONTE DE SOR e decidi aceitar por entender que também na Junta de Freguesia de Ponte de Sor, é necessário e indispensável acabar com a estagnação dos últimos anos e iniciar um processo de mudança.

Penso que tenho a formação pessoal adequada a poder dirigir um processo de transformação de gestão e de investimentos da Junta de Freguesia de Ponte de Sor que use as verbas que se recebem para além da mera distribuição de subsídios.

Como sabem, nasci e cresci em Ponte de Sor e aqui desenvolvi parte importante da minha actividade profissional como bancário, de que estou hoje reformado.

Tenho por isso tempo disponível para me poder dedicar à actividade autárquica.

A lista para a Junta que a CDU apresenta tem pessoas que asseguram, pela experiência profissional e pessoal, a gestão de qualidade que pretendo implementar.

Conto para este projecto de mudança, entre outros, com o LUCIANO FERRO, funcionário exemplar da Câmara, colocado pelo Presidente da Câmara no degredo por defender uma gestão exemplar dos armazéns do Município, com o NELSON FREITAS, dedicadíssimo dirigente sindical dos trabalhadores da Delphy, ambos eleitos há vários mandatos na Assembleia de Freguesia e vozes permanentes contra o imobilismo que temos tido com a gestão PS e com a MARIA EUGÉNIA, conhecida pela sua dedicação à causa humanitária, nos Bombeiros Voluntários da nossa cidade.

Mas que projectos temos para dar uso aos milhares de contos que a Junta de Freguesia de Ponte de Sor recebe e tem depositados na banca?

NÃO É POSSÍVEL que PONTE DE SOR seja a única Freguesia do concelho que não tenha a sua sede própria.

NÃO É POSSÍVEL que PONTE DE SOR seja uma Freguesia urbana sem uma CASA MORTUÁRIA digna das famílias de Ponte de Sor.

NÃO É POSSIVEL que PONTE DE SOR tenha um único polidesportivo completamente desprezado junto à Casa do Povo e a poucos metros da actual sede da Junta de Freguesia.

NÃO É POSSÍVEL que a PONTE DE SOR rural apresente os arruamentos e estradas de Vale de Bispo, do Arneiro, da Torre, da Fazenda, da Ervideira, da Bica, do Domingão, muitas delas cheios de silvados e sem a limpeza regular a que os moradores têm direito.

NÃO É POSSIVEL que PONTE DE SOR cidade não disponha de uns simples e modernos sanitários públicos no centro da cidade que sirvam quem passa e quem por ali convive.

São pequenos exemplos do que uma Junta de Freguesia activa e ligada aos problemas das populações pode e deve fazer. Do que uma Junta de Freguesia CDU poderá fazer.

Por isso queremos alterar. E PENSAMOS QUE É TEMPO DE MUDAR PARA MELHOR.

Em 9 de Outubro podemos todos tomar os nossos destinos nas mãos e contribuir para as mudanças necessárias.

CONTAMOS CONVOSCO. COMO TODOS PODEM CONTAR CONNOSCO.


Manuel Pina


quinta-feira, 29 de setembro de 2005

DEBATE AUTÁRQUICAS NA RÁDIO PORTALEGRE



Taveira Pinto falta ao debate com os outros candidatos.

AUTARQUIAS E DESENVOLVIMENTO

Corrupção: um diálogo entre

o Big foot e o Big hand:

Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor e Pato-Bravo.


Um retrato do Portugal contemporâneo


Todos nós já ouvimos histórias sobre corrupção.
Umas sérias, outras nem por isso, outras assim assim.
Mas quase todas ficam impunes, como não se provam os ilícitos tudo fica como dantes no quartel general em Abrantes.
Mas de há uma década para cá a soit disant corrupção evoluiu, sofisticou-se, generalizou-se, democratizou. E atinge largas camadas da população.

São pequenos favores na Administração Pública, facilitação de procedimentos, fuga aos impostos, comissões em obras, luvas (brancas, pretas, amarelas, azúis), pagamentos por fora a troco de contrapartidas várias. Tudo isto se traduz num esbulho ao erário público, um roubo a cada um de nós. Como dizia alguém, o Estado passa a vida a roubar as pessoas, e as pessoas tentam fazer o mesmo, apesar de terem menos sucesso.

Tudo isto não seria grave se a corrupção e a fraude fiscal não representassem o principal bloqueio ao crescimento e desenvolvimento económico e social de uma Nação. Com a nossa mui pequenina economia passa-se isso mesmo. Ou seja, um conjunto de pessoas, bem posicionadas, muitas vezes com responsabilidades no aparelho de decisão (central ou local), subtraem verbas ao Estado pertencentes à comunidade, que dela carece para a realização do bem comum, como dizia o nosso velho amigo Aristóteles.
Há tempos que não falamos.
Tenho de lhe ligar... Mas a última vez que o vi - ao Aristóteles - foi na rua grande, apoiando Isidro Carvalho da Rosa para a eleição da Câmara Municipal de Ponte de Sor.
Ah grande Aristóteles...

Mas convém dizer aqui uma coisa:
- muitos de nós, para não dizer todos, à esquerda e à direita, olhamos para a fuga aos impostos como uma espécie de libertação, uma caminhada para a felicidade, um passaporte para o paraíso.
Qualquer coisa que sirva para punir o Estado, por acção ou por omissão, é uma benesse de Deus.
Talvez porque o Estado se tenha formado para administrar a força contra as pessoas e porque se constituiu para cobrar impostos indesejáveis pelas populações. Daí o "amor" entre as pessoas e o Estado, e vice-versa.
Tipo cão e gato.

Portanto, estamos aqui perante um facto indesmentível.
Tudo quanto se trate de gestão de dinheiros públicos ou de decisões de conteúdo económico ou financeiro, deve arrumar-se numa gaveta que diz o seguinte: a virtude é um bem escasso; e a ânsia de recolher vantagens privadas é enorme.
Das autarquias aos clubes de futebol (vulgo futebolítica), dos bombeiros aos bancos e às empresas - tudo quer tocar no pote de mel e resgatar para si o seu quinhão.
De preferência, roubando o Estado o mais possível. E com a máxima descrição.

Mas o que assusta hoje, ao contrário das décadas passadas, e que foi um fenómeno potenciado pela integração de Portugal na União Europeia que permitiu a entrada de milhões contos per day, é que já não é o presunto que se dá ao gerente do banco, o cabrito que se oferece ao Sr. Juíz, nem o caixote de garrafas de "Visky de Sacavém" ao oficial da GNR.
Não, agora os escândalos financeiros são de grande amplitude, os interesses cruzados são imensos, os métodos da corrupção são como os passos do padre na igreja, mal se sentem.
Tudo mudou.
Até a natureza das práticas da corrupção.
O tempo mudou, mas o homem é o mesmo: continua ambicioso, invejoso, soberbo e o mais que há de pecados capitais.

Quer dizer, hoje as boas festas não se fazem só com o cabrito, o presunto e o contentor de whisky.
Hoje a malta tem tudo isso aos pontapés nas grandes superfícies e a preços acessíveis para a classe média.
Hoje também já não há sinaleiros que recebem as oferendas dos transeuntes ali no Liceu Camões.
Hoje a escandaleira é de dimensão global, e os escândalos fiscais são apenas um índice dessa realidade mais ou menos oculta neste Portugal onde a economia e a sociedade ainda é muito informal: não é por acaso que se fala em malas pretas com dinheiro lá dentro por causa de escolas de condução, transferências de somas avultadas para zonas francas onde familiares aprendem a arte da condução na via pública, participação em negócio, subtracção de receitas fiscais, desvios de subsídios da então CEE (de que a UGT ao tempo de Torres Couto foi pródiga) etc, etc, etc.
Tudo isto somado dá cabo do Produto Interno Simpático...

Muitas empresas têm de alinhar com os autarcas, pagando-lhes comissões para aprovarem licenças de construção.
Inúmeros subsídios públicos de regiões e municípios à futebolítica só servem para aumentar o escandaloso ordenado dos treinadores e jogadores. Que, ao menos, podiam aplicar num curso de português intensivo. Tanto os clubes de futebol como as associações de bombeiros são dos organismos menos fiscalizados.

Vejamos agora um pequeno diálogo entre o autarca, o empresário e o modo como cada um organiza o seu universo mental de interesses e monta, por sua vez, o esquema operacional para melhor conseguir os seus intentos. Que é esbulhar o Estado da forma mais invisível possível. O diálogo que se segue é pura ficção, mas qualquer correspondência com a realidade não passa de pura coincidência. Vejamos o que eles dizem uns aos outros.


- DIÁLOGO DE CAVALHEIROS. TUDO BONS RAPAZES - UM RETRATO DO PAÍS, O NOSSO QUERIDO PORTUGAL. DE AGORA, DE SEMPRE


- O Empresário (Big hand) - que por convenção designamos aqui de Big Hand (mão grande). O que é que este "pato bravo" pensa, senão saber quem está em melhor posição nas sondagens para ganhar as eleições. Mas como não tem a certeza financia os dois partidos que estão mais próximo desse limiar de vitória.

- o Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor (Big foot) - pode ser designado por Big foot.
Este gosta de dar grandes passadas de cada vez.
Não lhe chega um T 4 no Algarve, ele quer logo (também) o duplex do último andar - que com o terraço - vai para os 350 m2.
Assim pode fazer biclicleta, skate e tudo o mais que der para partir as pernas. Só que os autarcas em Portugal, como sabemos.
Logo, o duplex com vista acaba por ter outras finalidades que aqui são manifestamente inconfessáveis.
Remetem para outros prazeres: obras de arte, uvas, morangos, champagne francês, e muitas pernas de galinha em regime de fricassé. Tudo habita o duplex que o Big Hand teve de passar ao Big foot como contrapartida por uma licenciamento de terreno manhoso.
É agora que os dois se encontram, o empresário e o autarca, o big hand e o big foot - e vão desenvolver o diálogo que reflecte um retrato tosco da realidade actual: as autarquias e o mundo da construção civil.
- Diz o Big foot - olhe lá ó Big hand você sabe que eu tenho poderes para lhe demorar os pedidos de licenciamento da obra que você me pediu ali para o monte da pinheira de cima?!
Ou você alinha cá com o Big foot - ou então terá um pesadelo e a sua obra ficará parada uns 3 aninhos a mais do que a conta, e você terá de pagar à banca e aos fornecedores as derrapagens, não é verdade?!"
- Pois claro diz o Big hand.
Já tenho experiência disso.
No anterior mandato deste, bem lixado fui.
Fui parvo, quer dizer não alinhei e fiquei a aguardar mais 8 meses pelos licenciamentos.
Resultado: além de só poder vender os meus apartamentos mais tarde, tive de os vender a mais alto custo tornando a venda mais difícil. Então, mas nós podemos olear a máquina administrativa camarária de alguma forma que sirva ambos os interesses. O seu e o meu, não acha?
- Acho!! - diz o Big foot. Assim é que eu gosto de conversar com homens inteligentes, sábios, talentosos e, acima de tudo, sensíveis à perspectiva dos outros. Isto merece uma ida à boite seguida de uns Whiskis valentes.
Pode ser Dimple 3 murros... On the rocks, please..

- Vejo que o senhor presidente é rápido a pensar, diz o Big hand. Então e quanto é que me vai custar a brincadeira?
Não fazemos isso com duas garagens e uma arrecadação de 100 m2..?

- Ó homem, agora você ofendeu-me - diz o Big foot. Umas garagens e uma arreca....da-kê?
Olhe, só por causa dessa tirada saloia já nem me apetece beber o Whisky consigo. Você deve ser de Tomar, já se vê... E levanta-se para se retirar com ar crispado, numa simulação perfeita..

- Senhor presidente, senhor presidente - não leve isto a peito - diz Big hand.
Foi apenas uma proposta.
Sente-se pfv, e retomemos a nossa conversa.
Pode ser...
Eu ainda não tinha acabado: dizia duas garagens, uma arrecadação e o duplex maior da vivenda que estou a construir.
O tal que você visitou inicialmente e de que gostou muito, lembra-se?

- Sim, claro! - diz Big foot - Lembro-me perfeitamente.
É o que tem 320 m2 não se esqueça. E deixe em stand by o do lado esquerdo que tem, salvo erro, 280m2. Esse fica "por conta", uma vez que o senhor anda também a construir em mais três sítios no Concelho de Ponte de Sor: Montargil, Foros do Mocho e Farinha Branca. Certo? E para tratar da papelada dessa troika de vivendas você tem de saber tomar as boas decisões empresariais. Compreende?

- Pois, compreendo! - diz Big hand. Que está já com vontade de enforcar o Big foot na sua própria corda (diz para os seus botões).
No fundo, o senhor presidente é o meu maior comissionista.
Leva-me parte do lucro que espero vir a obter com a venda dos meus apartamentos. Assim, terei de os vender muito mais caros... E quem se lixa, como deve imaginar, é o cidadão, ou seja, o cliente, o zé povinho que precisa de um tecto para morar.

- Também é verdade - diz o Big foot - envolto em fumo e já com as lentes dos óculos todas embaciadas.
Mas proponho-lhe uma coisa: você conhece aqueles terrenos alí da barragem de Montargil e que os ecofundamentalistas dizem que é reserva natural e mais não sei o quê...
Olhe estou a pensar a seguir ao Natal alterar o PDM e alterar a natureza do solo a fim de se poder lá construir.
Por isso, em Janeiro do ano que vem você pode, em 1ª mão, comprar o maior lote de terreno (que depois lhe indicarei) que a Câmara vai vender a um baixo custo.
Que me diz?!

- Oh senhor presidente, diz Big hand - que boa notícia.
Sempre sonhei povoar a barragem de Montargil com cogumelos brancos e transformar aquilo numa espécie de Lego, só que em ponto grande. Mas aqueles dois duplex de uma vez só é uma valente rabocada no meu orçamento...

- Pois é - diz Big foot - mas o valor daqueles terrenos justificam bem essa transação. E depois de fazer umas continhas constatará que falo verdade. Tão verdade como eu querer os seus apartamentos e você querer os meus licenciamentos. É uma troca justa, não é!?
Você nem imagina o que custa ganhar eleições...
Um homem tem de se humilhar, andar a cumprimentar gajos que nem sequer conhece, a beijar velhas com mau hálito, crianças ranhosas, e uma variedade de tugas nos bancos dos jardins com as mãos todas suadas, sabe-se lá por onde andaram...
Mas o que mais custa é não podermos despachar à siciliana meia dúzia de bloguistas que andam para aí a dizer falsidades sobre a minha honorobilidade que, como você vê, é inteiramente impoluta..

- Impolutíssima sr. Presidente!! - diz Big hand. Vendo bem as coisas por esse prisma, ser eleito presidente sempre custa mais do que sacar um empréstimo bancário junto do Ricardo E..., ao menos o ambiente é mais selecto, e não tenho de andar a cumprimentar esses ranhosos de rua, alguns até devem ter hepatite B e sei lá mais o quê.

- Está a ver - diz Big foot - Você está quase lá...
Acho que já me compreendeu e podemos colaborar francamente.
Olhe, a semana passada apanhei uma urticária que desconfio ter sido alí na zona ribeirinha.
Ainda me ando a esfregar com águas das malvas e com um pó-de-talco especial que comprei numa das muitas viagens que fiz à vossa custa ao estrangeiro, mas com magros efeitos.
Até perdi o apetite.
Então, temos negócio, não é verdade?

- Ok, sr. presidente - diz Big hand.
Mas eu sou o primeiro a comprar o maior Lote de terreno na barragem de Montargil, ok. E quero tudo aprovado para poder terraplanar o terreno e começar a abrir os caboucos no mês seguinte, ok?

- Claro meu bom amigo - diz Big foot - Isso está tudo pensado ao pormenor, apesar de não fazer parte do Plano Director Municipal.
Mas está tudo na minha mente.

- Vejo que o sr. presidente - diz Big hand - tem uma mente brilhante. E com homens assim até dá gozo vender apartamentos.
Mesmo que tenhamos os dois de enterrar vivos os nossos futuros clientes:
o Zé Povinho.


Esta estória dialogada é pura fantasia de uma mente perversa e perturbada, certamente!! E qualquer ligação à realidade é pura coincidência. Mas serve para mostrar as dificuldades que existem em um autarca ser eleito e de um pato-bravo se transformar num homem de sucesso. Até parece que o nosso presidente de Câmara é, agora, o homem de negócios; e o Pato bravo - também. Nada os diferencia, a não ser o ponto de onde negoceiam, ou seja, de onde traficam influências e conduzem os processos ao destino certo. E o destino certo é o enriquecimento pessoal e o alargamento do seu património. Segundo reza a história nunca nenhum daqueles dois actores se enganou. Nem a atribuição das licenças foi parar as mãos alheias, nem os Duplex foram povoados por outras pessoas. Tudo bateu sempre bem. Como os ponteiros de um bom relógio de caixa francesa ou suíça.

Mas isto não foi sempre assim?
Foi, mas em menor escala.
Agora o que choca é a dimensão do fenómeno.
Um pouco como a escravatura em África. Quando os europeus lá chegaram ela já existia entre as tribos locais, mas foi com a nossa chegada e com a revolução dos transportes que o fenómeno se transformou num monstro. O monstro da escravatura que abolimos em fins do séc. XIX.

Mas também há quem diga que tudo isto é uma farsa e o elevado número de autarcas que subitamente enriqueceu deve-se, essencialmente, à sua forte poupança. E foram esses hábitos de intenso aforro, que adquiriram na origem humilde das famílias onde nasceram e foram educados, que fez deles homens de sucesso empresarial e que gozam hoje de considerável património.

Contudo, há autarcas de 1ª e autarcas de 2ª.
Uns são ricos e poderosos, outros não passam de uns mangas de alpaca que servem a sua autarquia usando sempre as mesmas meias e camisas coçadas, com o colarinho já todo afanado, mais parece um Fiat 600 a descolorar por causa das dezenas de anos que passou ao sol.
A queimar, por fim a estorricar..

O que importa mesmo num autarca é concentrar em si um certo número de condições que passarei a descrever para depois concluir - uma vez que esta conversa já vai longa e não me rende nenhum Duplex.., nem garagem..

Então, um autarca que se preze é aquele que é capaz de telefonar à Ministra da Educação e dizer: "olhe ou a senhora me transforma aquela Escola Secundária numa Universidade digna ou temos o caldo entornado, ouviu bem!!! E depois faz o mesmo com os ministros dos hospitais, das estradas, das casas de saúde, das rotundas dos patos bravos e toda uma miríade de equipamentos sociais e obras públicas que requerem um jogo terrível de paciência, persuasão, força e muita, muita traficância de influência e alguma corrupção-"Zita", é claro.

É nisto, em síntese, que revela o peso político de um autarca modelo do séc. XXI.
É duro de aceitar, mas é a verdade.

Até já ouvi dizer que se determinado actor político ganhar as eleições autárquicas em Ponte de Sor o Convento de Cristo é deslocado para Ponte de Sor. E os lotes sobrantes (porque há muito pato bravo que não embarca no esquema do Big hand) da barragem de Montargil servirão para albergar o Mosteiro dos Jerónimos que já fica mal em Belém.
Além de que com Cavaco como locatário do Palácio Rosa - há que fazer sobressair o Centro Cultural de Belém, a sua grande obra - mas que ainda é ofuscada pelo referido Mosteiro. E Cavaco não gosta, confessa, de ver ali os Jerónimos - que até já confunde com o candidato do PCP...
Julgamos até que Maria, sua esposa, coloca mesmo como condição sine qua non (é non ou none??? agora fiquei na dúvida) do marido ir para Belém, essa deslocação para a barragem de Montargil.
Por isso, o Mosteiro dos Jerónimos, juntamente com toda aquela ossaria dos Orientes e uns pedaços na nossa secular história, passará a habitar a dita .

E assim se fará a história do Concelho de Ponte de Sor nos próximos 4 anos. Mosteiro dos Jerónimos, Convento de Cristo - tudo barragem de Montargil - que, entretanto, passará a Concelho e Ponte de Sor desce à sua condição de freguesia.

E a opinião comum do Zé Povinho - , de todos nós que queremos mais e mais, pressionando a própria vaga da corrupção - que agora se globalizou - como as chuvas ácidas e os vendavais - aponta para o seguinte diagnóstico: amanhã o regabofe continua, quer dizer as condições políticas para travar estes ímpetos da própria condição humana, não lhes conseguem pôr termo.


Pedro Manuel

AUTÁRQUICAS 2005



Hoje às 21,00 h na Rádio Portalegre, em 100.5 ou 104.5 FM, debate com todos os candidatos a Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor.

Um debate a não perder!

AUTÁRQUICAS 2005

AGENDA DA CAMPANHA DO PSD




29 de Setembro de 2005 - Quinta-Feira - Campanha em Ponte de Sôr e Vale de Açor;

30 de Setembro de 2005 - Sexta-Feira - Campanha em Ervideira e Galveias. Comício em Galveias;

1 de Outubro de 2005 - Sábado - Campanha em Vale de Vilão, Foros do Mocho, Foros do Arrão e Montargil. Comício em Montargil;

2 de Outubro de 2005 - Domingo - Campanha em Vale de Açor;

3 de Outubro de 2005 - Segunda-Feira - Campanha em Barreiras, Rosmaninhal, Tom/Escusa, Vale do Arco e Longomel;

4 de Outubro de 2005 - Terça-Feira - Campanha na Feira de Outubro e no centro de Ponte de Sôr;

5 de Outubro de 2005 - Quarta-Feira - Campanha na Feira de Outubro, Zona Ribeirinha e zona sul de Ponte de Sôr;

6 de Outubro de 2005 - Quinta-Feira - Campanha em Galveias e Montargil;

7 de Outubro de 2005 - Sexta-Feira - Campanha em Ponte de Sor e Tramaga. Comício de Encerramento da Campanha em Ponte de Sôr.


Trabalharemos para que


Ponte de Sôr,


seja um concelho de Futuro

AUTÁRQUICAS 2005





Gostaria de vos dizer que foi com muita honra que aceitei o convite do PSD de Ponte de Sôr para ser o candidato à nossa terra. De facto, quando no final do ano passado esta questão me foi colocada, interroguei-me durante algum tempo, se valeria a pena esta tarefa, especialmente quando se constata, todos os dias no nosso pais e infelizmente na nossa terra, a pouca elevação do debate politico e em particular, aquilo que se tem passado entre a CDU e o Dr João Taveira Pinto.

Quando se constata a demagogia populista do discurso politico do Partido Socialista local, que diz que não gasta dinheiro em campanha, e depois substitui os seus cartazes por cartazes de marcas comerciais que dizem que a “nossa terra está cada vez melhor”

Entendi, que existindo várias formas de participação e contribuição para a sociedade em que vivemos, ainda que seja difícil a vitória, desde que fosse possível a apresentação de uma lista equilibrada com conterrâneos de todas as freguesias, de gentes de valor, credíveis e trabalhadores, deveria aceitar o desafio de ouvir os Pontessorenses, fossem eles de que partidos fossem.

Entendo as eleições autárquicas como sendo substancialmente diferentes das restantes eleições, quase como uma comissão de moradores, em que o mais importante, são estes valores, de seriedade, de credibilidade e de capacidade de trabalho.

Felizmente que, pensando nas pessoas que temos nas nossas freguesias, nos Foros de Arrão, Tramaga, Montargil, Galveias, Longomel, Vale de Açor e aqui em Ponte de Sôr, julgo que é possível moldarmos o futuro da nossa terra, de forma sustentada e socialmente desenvolvida de forma homogénea, em todas as freguesias.

Não concebo como tenha sido possível, que este executivo nada tenha feito em tantas freguesias, em Montargil, na Farinha Branca, nos Foros do Arrão, em Galveias, etc.

Não me conformo, que apenas ao fim de 12 anos e exactamente no último ano é que se andem a fazer à pressa, tantos Centros de Dia, no Vale de Açor, no Vale do Arco ou outras obras, que certamente, pela pressa da obra, terão consequências futuras. Especialmente, quando se esquece um interlocutor importante nesta área que são as misericórdias. Há que ter uma estratégia na área social, que não seja apenas, o pagamento de um almoço e excursões para os idosos, apenas em ano de eleições.

Não me conformo, que tendo um médico à frente da Câmara Municipal, não esteja atento às enormes carências do Centro de Saúde, embora não sendo sua competência directa, o presidente de câmara não deve estar atento a esta situação?

Entendo que este modelo de exercício da actividade politica, está esgotado, chega de rotundas, chega de obras desligadas de um plano integrado.

Não consideramos concebível que se executem agora, à pressa, as obras da rede de esgotos, água ou gás, com os incómodos que estas têm trazido à população e comércio local (este já de si tão mal tratado por este executivo municipal). Obras estas, sem qualquer aviso dos cortes de água, sem identificação do responsável e prazos da obra, sem sinalização, sem segurança adequada…obras em ano de eleições.

Faz algum sentido a rotunda da Isabelinha, ainda por cima, feita por duas vezes, das duas vezes, mal?

Faz algum sentido plantar palmeiras em Ponte de Sor?

Faz algum sentido ter duas piscinas e deixar ao abandono as antigas piscinas?
É caso para dizer que Ponte de Sôr é caso único, tendo 3 tipos de piscina: tem de água quente, tem de água fria, e tem, piscinas sem água.

Faz algum sentido o comunicado do Sr Presidente da Câmara no Ecos do Sôr dizendo que não gasta dinheiro dos contribuintes em propaganda politica, e gasta 1 milhão de euros, 200 mil contos (!!!) em passagens aéreas nas inúmeras viagens ao estrangeiro?

A nossa aposta é na qualificação dos nossos jovens, na criação de estrutura e valor para o concelho - valorização do potencial turístico e industrial.

Apostando no futuro, apoiando financeiramente e promovendo a continuação dos estudos, pelo menos até ao 12º ano. Que ninguém deixe de estudar por falta de recursos ou de incentivo.

Apostar no futuro, fazendo protocolos com entidades publicas e/ou privadas, para o ensino de línguas estrangeiras, para o ensino de informática.

Queremos ajudar à criação de novas empresas, criando um pólo na zona industrial, onde existam, serviços partilhados de telefone, fax, internet de banda larga, atendimento, secretariado.

Queremos apostar no Turismo em Montargil, para isso criando um Gabinete de Turismo, que será responsável pela promoção desta freguesia e do seu potencial.

Queremos que as contas do município sejam transparentes, criando o Departamento de Controlo de Gestão e Auditoria Interna, que deverá ter autonomia em relação ao presidente e responder perante a assembleia municipal pelos números apresentados. Também os Serviços da Câmara Municipal devem ser reorganizados no sentido de prestar um melhor serviço ao cidadão.

Queremos ter a oportunidade de construir a marca de PONTE DE SÔR,

O município tem de ter uma estratégia para os próximos 30 anos e não a para as próximas eleições.


Um abraço,

Joaquim Lizardo


Trabalharemos para que



Ponte de Sôr,


seja um concelho de Futuro

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

AUTÁRQUICAS 2005

Um ditador disfarçado de democrata:
Taveira Pinto, pois claro!!!


Taveira Pinto é um resíduo da democracia.
É um erro da vida política local e distrital.
É um desvio à norma, é uma patologia política, é um quisto da democracia. Isto é um lugar comum.
Todos o sabemos, e todos gostamos de o ver e ouvir só para nos divertirmos.
Esta farsa tem um pico que coincide com o carnaval - em que o visado assume a sua verdadeira identidade.

Agora vem dizer à turba que ou as autarquias que não são da côr alinham com ele ou não mamam dinheiro algum da Câmara Municipal de Ponte de Sor.
Em democracia - isto é execrável.
Não é uma nódoa, é uma mancha na política à portuguesa.
Mas ele é o veterano lá do burgo.
É o rei dos reis locais, o cacique-mor;
Um red neck populista, como um dia alguém lhe chamou, enchouriçado em meia dúzia de balelas que a turba local gosta de ouvir.
Ficam todos com a ilusão de que têm poder, são importantes e lutam contra a capital do distrito, o inimigo a abater.
Taveira Pinto é, pois, o vociferador do discurso radical que debita bites e bytes para agradar ao homem do talho, ao taxista e aos patos-bravos indígenas que se revéem naquele pobre espírito fantasioso, circense, brilhando psicadélicamente como se estivesse permanentemente num cabaret.
Será isto a Política?!
Julgo que não.

Os inimigos de Taveira Pinto são sempre os mesmos: os comunas.


Confesso que ouvir Taveira Pinto a falar já é pior do que ver o Castelo Branco a debitar adjectivos em directo na TV.
O homem ofende toda a gente, vocidera contra tudo e contra todos.
Taveira Pinto dá rosas cheias de espinhos.

Taveira Pinto é, de facto, uma aberração da democracia. Ainda assim garante um séquito de apoiantes indefectíveis na classe média, a quem garante os empregos e estão dispostos a andar à pancadaria só para proteger o boss. É óbvio que estes fretes trazem compensações, e são bem pagos.
À custa do erário público que o sr. Taveira Pinto gere a seu belo prazer
.

É a toque de caixa por um lado, e a prémios e a distribuição de favores e benesses por outro, que este ditador disfarçado de democrata fixa os votos locais na sua manápula assambarcadora. Eis o que o preocupa: caçar votos. Este é o lema do cacique dos caciques - que o Partido Socialista tem pago com juros ao Taveira Pinto de Ponte de Sor do sr. Taveira Pinto.
Mas so far so good.
O estranho é que tenha sido Cavaco Silva que lhe tenha cortado a ração, e Guterres quem lhe abriu as torneiras, reforçando as dotações para o burgo de Taveira Pinto.

Pergunto-me quantos milhares de pessoas, só por aturarem as calinadas do sr.Taveira Pinto, vão votar no próximo dia 9 de Outubro de 2005, para o meter na ordem?
Devem ser aos magotes, certamente. Julgo, aliás, que as bacuradas do sr. Taveira Pinto têm, afinal, uma razão de ser que passarei a explicar.

Deve ter havido uma negociação prévia entre o sr. Taveira Pinto e o Secretariado Técnico para o Processo Eleitoral (STAPE) para que aquele outorgante diga, de quando em vez, umas enormidades para agitar as consciências e animar a malta, com o fito de reduzir a abstenção nas próximas eleições autárquicas.
É como se a Teresa Ricou, a "Té-té" - a mulher palhaço - fizesse mais um número de circo para atrair clientes e receitas à sua escola.
Muito meritória por sinal. E tem palhaços verdadeiros e mui profissionais, que distinguem o momento da representação do momento da ficção de tudo o resto, que é muito pouco. Há, porém, quem não consiga estabelecer essas fronteiras e só diga vitupérios da boca para fora que faz com que cada português, visto do exterior, se sinta ofendido por ter a nacionalidade daquele senhor que já devia ter largado o poder do concelho de Ponte de Sor há anos.
Haja, pois, quem a liberte.

E o que poderá dizer José Sócrates das babuseiras de Taveira Pinto?
A contas com uma data de guerras intestinas abertas e em curso pelo País fora?
A Fátima Felgueiras desafia-o a "sair das tamancas" em que está montado, só faltou prometer-lhe porrada em pleno directo, e dar-lhe umas facadas sul-americanas à chegada a Felgueiras.

Bom, eu só espero é que os eleitores não sejam parvos desta vez e abram bem os olhos, e pensem uma coisa comesinha: é que o Orçamento Geral de Estado não se traduz num concurso de mau gosto do sr. Taveira Pinto, e também não é elástico.

Ora isto é tão grave e desprestigiante para a nossa dignidade democrática, adensada com a impotência de Sampaio e de José Sócrates em fazer algo decisivo para pôr o “cadilhe” na ordem - que espelha a vergonha de todos nós.

O Sr.Taveira Pinto sempre governou com uma fonte principal de poder, que ele administra e doseia consoante as simpatias, os apoios e os interesses pessoais e políticos do momento. Sempre os seus, depois os seus. Esse poder traduz-se em dinheirinho vivo, "maçaroca", "pilim" - que é o quinhão resultante do assalto ao OGE e dos impostos de todos nós que servem para ele fazer um figurão na aplicação desses investimentos públicos financeiros que, segundo ele, só são para distribuir aos filhos legítimos, excluindo todos os outros.
...Cada um tem o nome que tem.



Pedro Manuel

terça-feira, 27 de setembro de 2005

AUTÁRQUICAS 2005

Ponte de Sor nas margens da Filosofia Política


«Este sujeito, apesar de responder pelo nome de Platão mais me parece o Sócrates, o filósofo... »

O concelho de Ponte de Sor é Alentejo.
Por isso deve ser bem conservado.
Quer em termos ambientais, quer em termos políticos, sociais, culturais.
É da conjugação harmoniosa destes valores democráticos que uma cidade e um concelho se afirma perante as demais.


Momentos há, contudo, em que as pessoas ficam fortemente emocionadas, alguns ficam mesmo empolgados quando se trata de decidir do destino do seu concelho.
Ponte de Sor é bem um exemplo desse empolgamento.
Diria até: desse radicalismo caótico, algo fratricida em que o concelho caiu.
As razões são conhecidas e não valerá a pena evocá-las.
Neste caso, as emoções tomaram conta das racionalizações. E pelas piores razões que compete unicamente aos tribunais (e ao bom senso) apurar e julgar. E depois acusar ou arquivar ou absolver. Porque se as pessoas forem inocentes têm o direito ao seu bom nome.


Mas a questão em Ponte de Sor é política, não é tecno-jurídica, apesar de também remeter para esse domínio - cujo tempo de reacção é bastante mais lento, lamentavelmente.

Mas o que terá levado milhares e milhares de pessoas a escolher uma determinada cidade para viver?
Será encontrar um simples refúgio?
Estar perto da família?
Gozar da centralidade de serviços, transportes, espaços de cultura e de lazer?
Serão, certamente, todas essas oportunidades que contarão na fixação das populações.
O concelho de Ponte de Sor nos últimos 31 anos criou essas estruturas de oportunidade, criando a possibilidade das pessoas realizarem os seus projectos de vida, atingirem os seus sonhos no tempo que passa.

Daqui aos cidadãos pensarem que podem assegurar os seus empregos perto da cidade onde residem, vai um passo.
Um passo que medeia o perimetro do concelho de Ponte de Sor.
Ora são esses mesmos cidadãos, que querem garantir todos aqueles valores de qualidade e de bem-estar, que olham para a Política, para os titulares de cargos políticos, eleitos pelas populações, como são os autarcas, e que esperam ver aí uma estrutura de pessoas confiável, capaz de assegurar os valores democráticos e, sobretudo, a capacidade de controlar esses mesmos actores políticos no confuso jogo de espelhos em que a Política em Portugal se tornou. Ponte de Sor, mais uma vez, é um paradigma invertido dessa situação.


Não se está aqui a dizer que o candidato da CDU, Isidro Carvalho da Rosa, é o único candidato confiável e capaz e todos os outros, ou alguns, ou só um de entre todos, é que não oferece garantias de legalidade nesta fase da vida política.

Aqui o nó górdio é simples e coloca-se da seguinte forma: na esfera política de um país, a democracia estabeleceu um princípio de que os que têm as rédeas do poder têm (ou tiveram) que dar contas ao público.
Na prática, o povo é o patrão, o governo local o seu representante a esse nível. E é neste nó górdio, que por exemplo um certo candidato - ainda não interiorizaram.
Não estamos aqui a dizer que o homem cometeu ilegalidades. Não é por aí que vamos nesta análise que tem, aliás, sido abusiva em relação ao visado.


Mas esse é o preço político e pessoal que ele - Dr. Taveira Pinto - terá de pagar por querer ser novamente Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor contra todas as circunstâncias.


O que sabemos é que o poder político numa democracia jamais deve ser usada em benefício dos que governam; é um depósito de confiança cujo fim é proteger os interesses do povo. E qualquer cidadão residente no concelho de Ponte de Sor sabe que - neste particular - o candidato que melhor poder garantir aqueles valores e prerrogativas da democracia é Isidro Carvalho da Rosa, quer se goste ou não dele.
Julgo que neste ponto até o Dr. Taveira Pinto concordará comigo. Bem sei que, como contraponto, me dirá, porventura, que se julga três vezes mais empreendedor e quatro vezes mais visonário do que qualquer outro candidato na construção de Ponte de Sor do séc. XXI.


Mas voltamos à confiabilidade e aos valores da democracia, fundamento e garante da Liberdade.
Temos de convir que no domínio económico predomina uma situação constitucional que é contrária ao conceito básico de democracia: aí os administradores e a generalidade dos "patos-bravos" procuram, a cada momento, limitar, influenciar e controlar o aparelho de decisão de uma autarquia nas suas múltiplas esferas e competências.
Designadamente, em matéria de licenciamento de terrenos e obras e afins que é onde se situa o grosso dos investimentos financeiros que também acabam por gerar receitas para a própria autarquia. E é dessa simbiose, que nas grandes autarquias assume dimensões de grande relevo, que se joga o futuro de inúmeros concelhos em Portugal.

Mas um autarquia não é o Conselho de Administração da Telecom(e), que é para onde vão estagiar os filhos das vedetas políticas em Portugal.
Deve ser porque têm o cérebro maior do que os outros..., como antes dizia o Conde Gobineaux embora noutro contexto que aqui não importa.

Dizia - que uma autarquia não tem administradores das obras públicas como se de uma sociedade se tratasse, tipo Construtora do Lena, por exemplo, ou qualquer outra empresa cujo o fito imediato é o lucro.
Uma autarquia, portanto, não é, de todo, uma empresa cujos Administradores têm uma influência a longo prazo sobre os accionistas e os empregados, e tomam constantemente decisões que afectam o interesse público, ou seja, o tal bem comum do Aristóteles que diz respeito a toda uma comunidade, e que jamais poderá ser interferida por qualquer interesse privado e/ou particular mesmo que se trata de uma ou de um oligopólio de empresas ligadas ao sector da construção ou outro que tenham um ascendente sobre uma Câmara Municipal.
Ora, em Ponte de Sor esta situação encontra alguns paralelismos preocupantes, e a transparência aqui, como devemos convir, é essencial. Mas tem estado ausente na gestão política anterior .

Daqui não se infere que todos os candidatos à Câmara Municipal de Ponte de Sor são sérios com excepção de um.
Todos nós, o homem em geral, persegue a riqueza e prosperidade, a força individual, a glória, o reconhecimento. E todos nós, na nossa mente, hospedamos forças malignas em estado de potência, e que se não forem travadas ou refreadas a tempo resvalam para as baías da ilegalidade. É a questão da fronteira da legalidade, a que alguns chamam lapso. Só que por vezes as fronteiras e os procedimentos são invisíveis, e as simulações de negócio público/privado são inúmeras e ocultas ao maior número.

E tudo isso ele - o Político - quer que seja reconhecido com a segurança do seu povo.
É essa segurança que o elege e o mantém forte enquanto ele respeita algumas regras básicas em democracia que, em nosso entender, e no domínio estritamente político, certos candidatos não observaram País fora.
É esta inobservância que os diminui perante a opinião pública e o país. E aquilo que o Dr. Taveira Pinto julga ser força, coragem e determinação pode ser o reflexo de alguma vulnerabilidade, alguma precipitação, qui ça, decorrente da própria lentidão da Justiça em Portugal.
Pois ser arguído cada um de nós o pode ser.
Basta que a vizinha do r/c apresente queixa do vizinho do 1ºandar por causa do chinfrim que o cão deste faz às 3 da madrugada, mais parece um porco antevendo a sua própria matança numa tarde Verão perante a turba esfomeada à espera da bifana.

Portanto, não vale a pena estar aqui a dizer que nós somos os anjos, e os outros os demónios. E o inferno são os outros, como dizia o chato e decadente do J. P. Sartre, que falhou todos os seus vaticínios no pós-II Guerra Mundial, e o socialismo e o comunismo não vingaram.

Mas como é que vamos sair de toda esta trapalhada de ideias, de pessoas, de pseudo-factos, de uma Justiça que já devia ter sido condenada, etc, etc, etc. Como é que saímos daqui?


Como eu não sou assessor político do Dr. Taveira Pinto nem do Isidro Carvalho da Rosa, muito menos do Engº. Joaquim Lizardo que é um brilhante gestor e, por isso, não precisa de conselhos, tenho para mim um único critério válido para aferir da escolha política que os Pontessorenses se colocam no próximo dia 9 de Outubro de 2005.

E esse critério é tão simples quanto isto: os eleitores levantam o rabinho da cama no Domingo. E depois de lavarem a cara e os dentes vão para a rua. E dirigem-se para os respectivos locais de voto. E é aí que a porca torce o rabo, a não ser que as pessoas pensem na Liberdade.

É, pois, no conceito de LIBERDADE que reside toda a opção de escolha do eleitorado.
Qual de entre todos se pode considerar o mais LIVRE?
Qual de entre todos, pesando o curricula naturalmente, se considera menos atado por constrangimentos directos ou indirectos, manifestos ou ocultos que poderão, a prazo, limitar a capacidade de intervenção política na gestão corrente de uma autarquia?

Parece-nos que o candidato que está, neste momento, em melhores condições políticas para preencher esse perfil é Isidro Carvalho da Rosa.
Não apenas por ser a candidata apoiada formalmente pela CDU e pelas populações do Concelho de Ponte de Sor, naturalmente.
Mas, e sobretudo, por ser a candidata que melhor interpreta o conceito de LIBERDADE em termos políticos: submete-se a uma norma moral dando o exemplo e não carrega nos ombros nenhuma imposição externa por parte de alguma autoridade ou instituição política, judicial ou de censura grave da opinião pública (que também é um indicador de confiança) do eleitorado.


I.é, obedece a uma lei imposta a ela mesma - imposta pela própria Liberdade.
Em síntese, é Livre não aquele que aparentemente tem mais força, mas aquele que só faz aquilo julga dever fazer em função de valores absolutos como a Justiça, a Liberdade, o Bem comum, a Razão.
É que para haver Democracia temos, a montante, que a equacionar em termos de Filosofia Política, determinando nessa sede a configuração das comunidades/cidades e a evolução do Poder Local em Portugal em contexto de globalização competitiva.

É uma Liberdade que confina com outros valores e finalidades sociais, sejam a igualdade, a justiça, o bem-estar social, todos competem com a finalidade última da vida: a Liberdade.

Afinal, o valor público de um homem, aquele que lhe é atribuído pelo Estado, é o que os homens vulgarmente chamam dignidade.
Por isso, defendemos que o critério que deve orientar o sentido de voto em Ponte de Sor, nesta conjuntura algo extremada e atípica, pauta-se por esse conceito complexo.
A LIBERDADE decorre, afinal, da ausência de impedimentos externos, impedimentos que muitas vezes tiram parte do poder que cada um tem de fazer o que quer, mas não podem obstar a que use o poder que lhe resta, conforme o juízo que dele fizer a razão.

Parece uma questão meramente estéril, uma caixa de Pandora com formigas lá dentro a jogar o Soduku, mas trata-se, em rigor, de um study-case que colocará Ponte de Sor não já no domínio de estudo das questões do desenvolvimento e da qualidade de vida, mas na esfera da Filosofia Política (pura e dura) que, préviamente, terá de equacionar os valores supremos que estão em equação no próximo dia 9 de Outubro. Sem equacionar isto em termos de Filosofia Política (buscando e fixando ideais) de pouco servem as obras, as rotundas, as piscinas, as estradas, os centros de saúde e o conjunto de equipamentos sociais necessários ao desenvolvimento de uma dada comunidade.

Será uma luta da Liberdade contra a não-liberdade; do direito contra a força, da razão contra a desrazão.
Do bom senso contra a intolerância e a impulsividade.
Saberão os Pontessorenses ter dimensão intelectual, de cidadania e de empenhamento político para discernir o que verdadeiramente está em causa?

That's the question...


Pedro Manuel

AUTÁRQUICAS 2005

JERÓNIMO DE SOUSA
EM CAMPANHA NO CONCELHO
DE PONTE DE SOR


No arranque da campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 9 de Outubro de 2005, Jerónimo de Sousa visita hoje o concelho de Ponte de Sor no âmbito da campanha da CDU para a autarquia de Ponte de Sor.

11.00 h - Montargil

11.45 h - Ponte de Sor, campanha de rua

13.00 h - Almoço com eleitos, activistas da CDU e comunicação social

14.30 h - Galveias



segunda-feira, 26 de setembro de 2005

VOCÊ SABE?



1- Que Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, Taveira Pinto, tem vencimento mensal 45% do vencimento do Presidente da República, ou seja 3.172,36 € mais 30% deste valor em despesas de representação, ou seja 951,71 € x12 meses.
2- Que os Vereadores a tempo inteiro, em regime de exclusividade recebem mensalmente de 80% do vencimento do respectivo Presidente de Câmara, ou seja 2.537,89 € mais 20% deste valor em despesas de representação, 507,58 €x12 meses.
3- Que dos Processos Judiciais que o Sr. Presidente de Câmara é alvo, alguns deles tem cariz particular, é a Câmara Municipal de Ponte de Sor a custear os mesmos, isto é com o dinheiro dos contribuintes.
4- Acredita que por uma diferença de 10.000$00, para mais na factura mensal do telefone da Câmara Municipal de Ponte de Sor, o Sr. Presidente Taveira Pinto pediria uma factura detalhada à Portugal Telecom?
Talvez você na sua casa sim!
Agora na Câmara Municipal de Ponte de Sor!
Ou será que a factura não foi para cima de 10.000 Euros?
5- Você sabe que os panfletos que vem para a rua do Partido Socialista, são feitos na Câmara Municipal de Ponte de Sor, a distribuição é paga por todos nós e dobrados por pessoas ao serviço da Câmara Municipal de Ponte de Sor.

sábado, 24 de setembro de 2005

AUTÁRQUICAS 2005

Agenda da CDU





Sábado, 24 de Setembro de 2005 - Contactos com a população da freguesia de Montargil;
18.00 h - Sessão de esclarecimento em Vale de Vilão (Cooperativa de Consumo);
20,30 h - Sessão de esclarecimento em Foros do Mocho (Escola Primária).
Domingo, 25 de Setembro de 2005 - Contactos com a população da freguesia de Vale de Açor
.
2ª feira, 26 de Setembro de 2005 - Inauguração da sede de campanha da CDU, na Rua Vaz Monteiro em Ponte de Sor, às 18 horas;
3ª feira, 27 de Setembro de 2005 - Visita de Jerónimo de Sousa ao concelho de Ponte de Sor:
11.00 h - Montargil
11.45 h - Ponte de Sor, campanha de rua
13.00 h - almoço com eleitos e activistas da CDU e comunicação social
14.30 h - Galveias


MUDAR PARA MELHOR!


Um Concelho de Gente Livre


PARA ESTIMULAR E RADICAR OS JOVENS,
ESTIMULAR E PROTEGER OS IDOSOS,
APOIAR E DAR CONDIÇÕES AOS ACTIVOS E EMPREENDEDORES


Trabalho / Honestidade / Competência

sexta-feira, 23 de setembro de 2005

O DESCALABRO


A sociedade portuguesa, em todas as componentes, perdeu o respeito, o pudor, a consideração e os mais elementares propósitos éticos. Deixou de haver equabilidade - cimento com o qual se constrói o edifício do Estado.

A tempestade contestatária que varre o País não vai deixar ninguém ileso e não desresponsabiliza nenhum de nós. Mas a verdade é que os exemplos de pusilanimidade, de pouca-vergonha, de impudência, de desonestidade, de inépcia, de nepotismo, de mentira, de corrupção têm sido as inoxidáveis características de sucessivos governos.

À Direita e à Esquerda (a Direita que há, a Esquerda que se arranja) os valores republicanos foram desprezados através de práticas que, necessariamente, abalariam os alicerces da democracia. Os casos recentes de Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Isaltino de Morais, Avelino Ferreira Torres são exemplos típicos de irrespirável ambiente político. Os frente-a-frente havidos, um pouco, por todo o País resultam num confronto asinino entre criaturas que reduzem o discurso ao nível da estrebaria.

O caso Carmona-Carrilho foi um entre os demais. E assumiu aspectos de polémica nacional porque o episódio do não-aperto de mão, já fora do debate (que deveria suscitar curiosa discussão sobre deontologia jornalística), acirrou os ânimos. Carrilho é o que é, e todos os sabem. Porém, Carmona estilhaçou o verniz. Houve momentos em que o brilho do seu olhar sustentava aparências extremamente bravias e uma perigosidade insuspeitada. Através da TSF e das televisões ouvi e vi, dos vários oponentes, em vários «debates» para várias Câmaras, as frases mais soezes proferidas por pessoas cuja verdadeira natureza e pouco polida educação o gel no cabelo e as fatanas Armani e não dissimularam.

Devo adiantar que foi Maria José Nogueira Pinto a candidata que, sem fugir ao adjectivo, melhor defendeu e mais bem expôs as ideias e os princípios que representa - mas que, segundo penso, não são, rigorosamente, os do CDS. Maria José caracteriza um caso à parte na Direita portuguesa. Ruben de Carvalho, habitualmente entregue ao prazer da velocidade de raciocínio, e de um raro, por consistente, brilhantismo ideológico, é outro dos vencedores da parada. Na minha opinião somente perdeu no diálogo com Maria José. E também recusou a chicana, a injúria, o insulto. Outra excepção: João Soares. O resto - foi a infâmia que vimos.

Refugiando-se numa singular disposição de aparente impunidade, talvez explicada pela maioria parlamentar de que dispõe, este Executivo tratou, com a subtileza de um rinoceronte, a gravíssima questão das Forças Armadas e das corporações para-militares. Tomou decisões, acaso precipitadas, depois do que endossou a crise para a hierarquia fardada, atribuindo às chefias o resultado dessas decisões. Logo a seguir, entrou num braço-de-ferro inimaginável num Governo entendido como tal. O estratagema de os dirigentes associativos colocarem as mulheres na frente da contestação, iludindo as regras e defraudando a lei, é um dos sinais de fraqueza do regime e um furioso abalo no sistema. Aconteça o que irá acontecer (e algo sucederá, sem dúvida), o Governo é o responsável iniludível por esta falta de tacto. Todavia, o PSD possui pesada parte de culpa neste descalabro - nunca visto na Europa e no mundo, a não ser na América Latina como prenúncios de golpe de Estado.

Não são «reformas», aquilo a que o Executivo Sócrates procede. Assistimos, isso sim, a padrões de força, estabelecidos pela ordem inversa dos valores de que os socialistas devem ser tributários. Sei que este não é um Governo socialista; será mais socialeiro. Daí que não origine consensos alargados; daí que a agitação social se torna cada vez mais intensa, dolorosa e dura; daí que o descrédito do acto político atinja proporções de nojo. A violência das resoluções governamentais só pode cobrar a violência como resposta. Não é unicamente a coesão das Forças Armadas que está fracturada - como afirmou, dramático e severo, o ministro. É o País que está dividido e cada dia mais crispado.

APOSTILA - As «reportagens» feitas pelas televisões ao regresso de Fátima Felgueiras são uma imensa nódoa no historial da Imprensa audiovisual. O mais dilatado tempo de antena que vez alguma obteve qualquer dos candidatos em disputa. Durante quase vinte e quatro horas, a senhora esteve em antena. Absolutamente desacreditante.


Baptista Bastos

MANUEL ALEGRE


Movimento cívico de

apoio à candidatura


de Manuel Alegre

Recordo-me de Antero. O intróito deste texto já estava gizado, mas elidi-o quando o pensamento, ao fluir, se encontrou com “as causas da decadência”… Embarguei-o. Não podia introduzir aspas no intangível, mas a sensação de rapina infiltrou-se. E recordei Antero, autor do percuciente ensaio “As causas da decadência dos povos peninsulares”. Amputo as duas últimas palavra, abdico do plural precedente, e assoma “As causas da decadência de Portugal”.

Seria petulância exacerbada acreditar que seria capaz de perscrutar as razões que subjazem ao declínio de Portugal. Não é, destarte, meu propósito proceder a uma prolixa exposição que incida sobre os nutridores da decrepitude portuguesa, pelo que me cinjo à detecção da mais excruciante pústula que criva o corpo de Portugal: a lassidão cívica. Se a política apresenta máculas, não é intelectualmente probo ilibar o povo. O “partidarismo” monopolizou a vida cívica, tendo-se esvaído toda o enlevo que a política, logo após o 25 de Abril, infundia nas massas. Hoje, o povo mantém-se distante e entorpecido. A desilusão levou a que, progressivamente, as massas alienassem as suas responsabilidades cívicas, delegando a missão de edificar Portugal na classe político/partidária. Quando se manifesta o “povo”? Vocifera quando uma câmara explora as suas lamúrias plangentes, ou quando sente que um dedo esguio e astuto provoca pruridos perto das virilhas. “Mexem-nos nos bolsos”, bradam. Depois hibernam. E a “res publica” volta a ser de uns, reduzindo-se grande parte dos diálogos sobre “a política” aos argumentos carcomidos, segundo os quais “os políticos são todos iguais”. Nem diálogo é. São verrinas rudes, com meneios de cabeças. Aquiescentes ou não, dependendo do contexto. Mas existem razões, porque faltam ideais impolutos, credibilidade. Faltam, essencialmente, estímulos que incutam nas massas a crença de que é possível depurar a democracia.

Alegre, acabrunhado, abdicou da sua candidatura por razões de fidelidade partidária. Apesar de compreender o intento de não provocar cesuras na esquerda, digladiando-se contra o candidato oficial do “partido”, Alegre golpeia o ideal cívico ao sucumbir às lógicas partidárias. Se “a República não tem donos”, a Democracia também não. Sendo assim, exaspera-me assistir à prostração de um cidadão devido à palavra de um partido. A Democracia faz-se com os cidadãos, incluindo os apartidários, como eu. Se Alegra está no seu “quadrado”, manietado pelo partido e refém deste, ergam o gládio cívico os cidadãos que repudiam a redução da política ao partidarismo. Ergamo-nos, pois, nós. Erga-se, pois, Alegre. Ergamo-nos todos, alegres.

A política não se faz sem o sonho, e os portugueses deixaram de sonhar. São eles, na verdade, os seus próprios castradores. A mera hipótese de Alegre se insurgir, com um vasto sustento cívico destituído de elos partidários, contra a modelação do regime em função das volições egocêntricas dos partidos, originaria, acredito, a adesão daqueles que, estremunhados, regressam do exílio cívico. Alegre faria sonhar, como outrora, quando evidenciava a sua índole refractária contra a opressão ditatorial. Também há opressão em Democracia. Se Manuel Alegre contribuiu para erigir a Democracia, pode auxiliar na missão de aprimorá-la.

Em nome da cidadania, em nome da Democracia, decalco Antero e, dirigindo-me “A um Poeta”, exorto: Surge e ambula!

A um Poeta

Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno.

Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno
Afugentou as larvas tumulares…
Para surgir do seio desses mares
Um mundo novo espera só um aceno…

Escuta! É a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções…
Mas de guerra… e são vozes de rebate!

Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!

In:http://www.thepetitionsite.com/takeaction/299873327?ltl=1127477226

POBRE TERRA A NOSSA... ENTREGUE A TAL GENTE


EVITA


FELGUEIRAS

Fátima Felgueiras fez um acordo com a Polícia Judiciária e
avisou as autoridades da data e hora da sua chegada para
poderem detê-la no Porto. O Governo foi informado. A prisão
acabou por desencadear uma guerra de ciúmes entre as
brigadas da PJ. E Felgueiras acabou por ser detida em Lisboa.
O Ministério Público vai pedir prisão preventiva

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

MARKTINGMODA, MUNICÍPIOS E TERRITÓRIOS

A premissa não pode ser mais elucidativa: «analisar o potencial de desenvolvimento dos territórios, com base numa metodologia de planeamento e com recurso ao marketing territorial, como instrumento adaptado a situações concretas».

Surpreendentemente, o autor do texto, publicado na revista bibliográfica de Geografia y Ciências Sociales de Barcelona, é um português, geógrafo de formação, que adiante define o marketing territorial «como a análise, planificação, execução e controlo de processos concebidos pelos actores de um território? e visa responder às necessidades e expectativas das pessoas e entidades, melhorar a qualidade e a competitividade global de uma cidade e território adjacente – o novo conceito inverte o raciocínio do planeamento, centrando-o nos processos de comunicação e nas necessidades, expectativas e comportamentos das pessoas e organizações».

Ainda segundo o autor e a própria Associação Portuguesa de Geógrafos, «está em marcha a criação de um espaço de debate e aprendizagem, não apenas em Portugal, centrado na resolução de problemas práticos de marketing territorial».

Eis um conjunto de indicadores muito sugestivos para sinalizar um conjunto de interrogações:

> O que é que os geógrafos têm a ver com marketing?

> O que estará subjacente ao marketing territorial – interligação ou apropriação de conceitos e funções?

> Que papel para os municípios face a este novo desafio?

Comecemos pelas profissões, sua evolução, e em particular pelos domínios da comunicação onde o marketing se insere: recorde-se que o conceito teórico das Relações Públicas, com essa designação, não vingou e evoluiu sem assinalável brilho para Comunicação nas Organizações, muitos jornalistas só lhe vestem a pele quando em funções num meio de comunicação social, a propaganda dilui-se em marketing, os publicitários e respectivas agências também e, como se tem visto nesta campanha eleitoral, qualquer candidato a autarca com olho para a coisa e arte para as cumplicidades, desenvolve o seu negócio de marketing político com a sagacidade que está à vista; qual termómetro social, os jovens que antes aspiravam a uma carreira no jornalismo ou na publicidade, hoje, identificam-se cada vez mais com o mítico marketing, como opção desejada e de futuro para as suas vidas.

No entretanto informáticos houve que, encarando «uma janela de oportunidade», se projectaram para além dos hardware e software, apresentando-se como gestores de informação, chegam agora os geógrafos, tentando romper os limites da aplicação das suas técnicas como antes o fizeram os especialistas em gestão, sempre empenhados em ultrapassar uma espécie de secundarização social face a economistas e financeiros.

O mundo da comunicação tornou-se irresistível, a presumida eficácia do marketing a chave do sucesso da sociedade actual, onde tudo se compra e vende. Perante a complacência da estrutura política, em cujo âmago «qualquer um sabe e pode produzir trabalho de marketing», daí resultando um Estado desarmado para exigir e verificar competências profissionais, caminha-se para um centrão comunicacional, o marketing pronto a utilizar, sem conteúdo nem fronteiras palpáveis, um território balcanizado onde todos cabem, gente profissional de facto mas sem reconhecimento de direito e onde, como habitualmente, sobreviverão os mais argutos.

Não se considerando intangível nem intocável, ou só aberto a uma casta clarividente, resistirá o marketing a esta voragem colectiva e disfuncional?

É que o desenvolvimento e declínio das profissões, se resulta fundamentalmente das capacidades e méritos dos seus intérpretes, sendo uma realidade que se tem de perceber como dinâmica, também se distorce com perdas, onde não há ou não se cumprem, regras elementares.

É pois intenso na actualidade o brilho do marketing, a sua luz de indiscutível e garantida eficácia, a qual sempre «brilha ao fim do túnel», mas também, é indispensável dizê-lo, nem tudo se resume à oportunidade e ligeireza do momento.

Reportemos agora ao incontornável Kotler para quem, «os lugares estão constantemente a ser ordenados e avaliados em todas as dimensões possíveis e imaginárias».

Por isso, defendem as modernas teorias, que « (este novo) marketing actua no coração das cidades, na projecção das que se querem afirmar como globais, assentando para isso num sistema de informação baseado na monitorização de indicadores territoriais».

Complementarmente, afirma-se que «as cidades são mais do que espaços, são conjuntos de imagens», para num assomo de lucidez se deixar escapar que a «criação de imagens das cidades, ao contrário das dos produtos, dependem de várias lógicas».

Reorganizando os elementos em equação: a globalização estabeleceu campos de concorrência mais vastos, duros e em permanência, a afirmação dos territórios passa pela compreensão e apropriação dessa lógica que o marketing redesenhado permite operacionalizar, o que lhe confere uma atractividade e convergência de especialidades profissionais, assinalável.

De simples conjunto e articulação de processos e técnicas, o marketing pode acrescentar uma nova dimensão à gestão urbana e territorial e ameaça introduzir-se no território da política clássica. Recentemente, em artigo publicado em revista da especialidade, um especialista da área com oportuna ironia, propunha a criação de um curso de Engenharia de Marketing, «como a ciência para quem o prazo, a economia do detalhe e o custo por contacto se sobrepõem à inovação do produto, à criatividade da campanha ou mesmo à ideia simples que por ser tão simples, parece demasiado óbvia».

Esta evolução associa a si duas questões muito interessantes: a primeira consiste em tentar perceber quem é que interpreta e quem é que beneficia desta competição pelo desenvolvimento up-to-date das cidades e territórios, a outra é, em que medida podem/devem os municípios ser os pólos dinamizadores, de referência, deste novo posicionamento estratégico.

Sempre que tem lugar, o empenho e entusiasmo numa drástica mudança de política, produz efeito semelhante ao de uma brusca aceleração mecânica – os corpos projectam-se em sentido contrário, donde, se é desejável acompanhar os desafios para o futuro, não é menos problemático tentar perceber quem é que vai ficar para trás, se estes sectores menos dinâmicos e capazes são recuperáveis, integráveis ou pura e simplesmente descolam e divergem da nova realidade. Será possível um outro futuro, compaginável, sem esta corrida asfixiante pelas novas técnicas, tecnologias e betão?

Até hoje a relação entre os municípios, os seus territórios e a respectiva projecção competitiva tem obedecido à seguinte lógica: Um primeiro nível de actuação que corresponde às atribuições e competências objectivas, pré-definidas, constitui a base primária de intervenção, com a prestação de serviços básicos, depois, no patamar seguinte, vem a lógica de ocupação espacial – se a avaliação entre realidade e perspectivas for interessante, rasga-se caminho para investimentos e constrói-se o retrato político do desenvolvimento municipal, apesar do modelo de poder local, tal como está montado e é interpretado, conduzir a enormes desperdícios de dinheiro e de tempo.

Assim, os líderes locais mais capazes têm sido aqueles que têm conseguido compatibilizar essas fragilidades, anestesiando-as com dureza e afecto, com a imagem, autoridade e a evidência física da obra, mas agora o desafio parece ser outro: como estabilizar pessoas, projectos e organizações no terreno isto é, criar, fixar e distribuir riqueza local ou regional, face à volatilidade da vida actual?

A estratégia até pode ser política, mas o modus operandi, para contrapor e afirmar individualidade e diferenciação de um território numa lógica global, implica uma noção clara de escalas, tempos, «mercados» e a unificação de um «produto», suficientemente atractivo e renovável, somatório de vários outros com componentes, propriedade e gestores muito diversos, que é indispensável implicar numa lógica comum.

Nesta perspectiva parece fazer sentido o recurso a «conceitos de Marketing», uma interpretação diferente das teorias dois em um (o que não quer dizer que qualquer profissional não se possa enriquecer ou dominar outros campos do conhecimento), mas também do imediatismo que parece já cativar alguns municípios, que nos antípodas daquela perspectiva, projectam estruturas de micro-marketing para disseminar as suas políticas de cultura ou de desporto, na convicção de que estas não «rendem» o suficiente ou podem obter melhores resultados junto da opinião pública local?

A plasticidade do que aí vem, vai-se confrontar com a necessidade de lideranças diferentes, partilha e assunção de responsabilidades dos vários actores sociais, uma nova organização local e o contributo técnico aberto e muito diversificado de várias especialidades e domínios.

Conceber, como alguns já teorizam, o marketing urbano como a gestão estratégica das imagens dos territórios, tendo como orientação que a concorrência desta forma estabelecida, é sobretudo simbólica assentando na fabricação de imagens, é retroceder a esta voragem onde todos sabem e podem fazer tudo, à mesma lógica que conduz à pobreza do «marketing eleitoral» em curso.

Luís Sousa

ELA NÃO TEM DIREITO A SAIR DA CADEIA

Entrevista

Ela não tem direito a sair da cadeia


Saldanha Sanches, especialista em Direito Fiscal, critica libertação

Correio da Manhã – O regresso de Fátima Felgueiras a Portugal é um desafio à Justiça portuguesa?

Saldanha Sanches – Não. É um sintoma do estado do nosso poder autárquico.

– O que é que quer dizer com isso?

É um sinal de que ela sente algum apoio. E esse apoio que ela sente na sua terra é a ilustração de como funciona o poder autárquico em Portugal. A Justiça pouco tem a ver com isso. Se ela [Fátima Felgueiras] volta, é porque acha que tem apoio. Isso tem a ver com uma questão política, que é o modo como funciona o poder autárquico.

– A lei permite que, sendo Fátima Felgueiras candidata, poderá pedir imunidade?

Não permite nada. Essa é uma interpretação completamente abusiva. Se essa interpretação está correcta, então, nessa altura, qualquer preso preventivo pode vir cá para fora apanhar ar durante o período autárquico. Qualquer pessoa que queira candidatar-se para sair da cadeia, eu assino a candidatura dela e até arranjo assinaturas para a apoiar.

– Se Fátima Felgueiras for libertada, abre-se um precedente grave?

Se a lei for aplicada dessa forma absurda, qualquer detido candidata-se à junta de freguesia da terra dele e pode sair. E depois foge. As leis têm de ser interpretadas, senão veja lá qual é a consequência...

– Fátima Felgueiras devia ficar em prisão preventiva?

O juiz pode achar que ela já não representa perigo de fuga. Agora, o que me parece indiscutível é que ela não tem nenhum direito a sair da cadeia por causa dessa norma para as autarquias.

António Sérgio Azenha
In: Correio da Manhã

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

A COLHEITA DO PRESIDENTE DA CÂMARA



O Partido Socialista anda agora a tentar convencer-nos de que as eleições autárquicas não devem ter uma leitura nacional, uma vez que são eleições diferentes das legislativas.

(O Partido Socialista, para quem já esteja esquecido, é o partido daquele primeiro-ministro que, há quatro anos, deu à sola quando o PS perdeu as últimas eleições autárquicas.)
É óbvio que as próximas eleições autárquicas vão continuar a ter, como sempre tiveram, uma leitura nacional, como, aliás, tem acontecido em todas as eleições (legislativas, autárquicas e europeias) e até nos referendos. Sem esquecer que estas eleições vão ser as únicas eleições nos próximos 4 anos (não vai haver outras, à excepção das presidenciais) em que os portugueses se poderão manifestar sobre a falta de legitimidade de um Governo que venceu as eleições com base numa mentira: «se ganhar as eleições comprometo-me a não aumentar os impostos, porque isso seria um erro». (Lembram-se de quem repetia, nas últimas legislativas, esta frase todos os dias e a toda a hora?)

Ora, a mentira tem um preço que deve ser pago já nestas eleições, sob pena de os mentirosos se julgarem impunes.
Além disso, é bom que os presidentes de Câmara não permaneçam muito tempo nos seus cargos.


Os presidentes de Câmara são como os frutos: se ficarem muito tempo na árvore acabam por apodrecer.
Por isso, é higiénico substituí-los, antes que apodreçam. Ou seja, antes que se julguem os donos do concelho, que comecem a confundir-se com a própria Câmara e que usem o dinheiro dos contribuintes como se fosse seu.

Como dizia Lord Acton, «todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente». Por isso, se gostamos muito do nosso presidente da Câmara devemos evitar que seja reeleito mais do que duas vezes para que não se estrague. As reeleições sucessivas dos presidentes da Câmara têm levado a que indivíduos adoráveis, humildes e trabalhadores se transformem, com o passar dos anos, em autênticos déspotas que usam o seu poder de uma forma absolutamente sanguinária e arbitrária, perseguindo todos aqueles que têm a ousadia de discordar ou de criticá-los.


E fiquem descansados que, se o presidente da Câmara perder as eleições, o mundo não vai acabar. Obras? Todos fazem. Empregos? Todos dão. Desde que haja dinheiro, bem entendido. Sem dinheiro é que é difícil fazer obras e dar emprego. E com a chegada dos fundos comunitários, dinheiro foi coisa que nunca faltou. Pena que nem sempre seja bem gasto. Mas isso também já era pedir muito.
No entanto, nem só de obra feita vive o homem. Mais importante do que as obras é cada um de nós sentir, em cada momento, que é um homem livre. Livre para pensar, livre para criticar e livre para fazer.

E a única forma de se viver em Liberdade na nossa terra é nunca permitirmos que alguém se sinta senhor do nosso voto ou dono do nosso concelho. E, para isso, só há um antídoto seguro: nunca deixar que um presidente apodreça na árvore.


Santana-Maia Leonardo
In: Jornal "Primeira Linha"
Em Abrantes felizmente ainda posso escrever sem ser censurado.

O PAÍS DOS GENÉRICOS

Portugal é o país dos genéricos: quando tenta tratar de tudo acaba por não resolver nada. Todas as decisões começam por ser excelentes para o consumidor e, depois deste ser aliciado pelo melhor dos mundos, descobre que foi convocado para o pior dos infernos. Aparentemente é assim nos remédios.
Com os genéricos o cidadão iria descobrir a agulha no palheiro dos enganos. Agora também paga a palha. Para o Estado, como sempre, com mais ou menos mercado, em caso de dúvidas paga o consumidor. É mais rápido que a própria sombra das suas promessas.
Em Portugal o Estado é Lucky Luke e os cidadãos consumidores são convidados a fazer o papel de Rantanplan.
É triste.


O novo paradigma de como o Estado funciona são os recibos verdes. Criaram-se condições, de facto, para que ele fosse um dos pilares do emprego. Agora os contabilistas de serviço à máquina estatal vislumbraram ali um paraíso fiscal. Há quem deva pagar. Há quem não deva. Mas há casos de quem, entre os novos valores do pagamento para a segurança social e os descontos obrigatórios para o IRS, vá trabalhar para pagar a sopa e a sandes do almoço.

O Governo socialista chama a isto suavizar a dor. Isto é: nem trata da doença nem a esquece. Dá-lhe genéricos mais caros até que a cólica volte.

Fernando Sobral

terça-feira, 20 de setembro de 2005

AUTÁRQUICAS 2005


Nas próximas duas/três semanas o ritmo das acções de rua e nos media a fim de conquistar a vontade das multidões, irá intensificar-se.
É assim que irão emergir das ruínas muitas propostas, algumas estranhas, outras veiculadas por candidatos que não se sabe se vão para a autarquia a que se candidatam ou se vão direitinhos para a cadeia.
Perdendo imediatamente o mandato depois de terem conquistado o poder nas urnas.
Isto revela bem a qualidade da Justiça que temos, e a dos magistrados também - sentados à manjedoura do orçamento de Estado pedindo sempre mais férias.
Mas há excepções a esta improdutividade, naturalmente.

Viveremos, pois, nos próximos dias essa agitação das almas em busca do controle das vontades.
É a luta pela conquista das multidões, que hoje são preponderantes na definição das maiorias sociológicas necessárias para capturar o poder.
Isto é tanto mais verdade quanto mais fraca é a influência das leis e das instituições, designadamente as judiciais, que parecem peças de decoração para enfeitar móveis antigos, em casas devolutas.
Tudo isto perde perante a natureza impulsiva das multidões, pelo fenómeno do homem-massa, alienado, massificado, que deixa de conseguir discernir e de separar o trigo do jóio.

Há como que uma lei mental que encaminha as massas num sentido ou noutro, mas que em qualquer caso faz desaparecer a personalidade individual de cada pessoa, que agora está ali, na praça pública, na rua, no sofá diante do televisor, tentando reencontrar-se consigo próprio.

Tudo para evidenciar um ponto que estará em destaque nos media nos próximos dias, e de que aqui nos ocuparemos amiúde, ou sempre que se justifique no terreno analítico.
É essa incursão pelo domínio da política, ou seja, pelo interior do comportamento humano que tentaremos acompanhar, perscrutando a influência de certas emoções, muita demagogia e populismo, lógicas discursivas corruptoras, enfim, é tudo isso que faz e desfaz a chamada psicologia das multidões a que nos referiremos.

Bem sabemos como meia dúzia de homens podem constituir uma dessas multidões psicológicas que votam num certo sentido, ao passo que um milhar de pessoas noutro canto - pode não se entender sobre nada. E o inverso também é verdade, consoante as ideias, as lideranças, os discursos mais inflamados que iluminados, e a acção de um conjunto de factores objectivos e subjectivos que, de um momento para o outro, pode ficar descontrolado.
É daqui de decorre a extrema incerteza dos resultados eleitorais, como os jogos de azar. Dado que as multidões que votam não são homogéneas, são antes compostas por desejos, vontades, objectivos diferentes, senão mesmo antagónicos, que faz com que o conflito na arena política seja tão natural como a fome e a sede.

Será, em suma, essa fome e essa sede que iremos espelhar aqui nestes próximos dias.
Revelando as várias dimensões do campo de análise e revelando também aqui as nossas opções e tendências, sem as querer impôr a ninguém, obviamente.

Mas na análise, na ciência, na literatura, na arte, na cultura lato sensu, onde quer que seja em que a visão do homem interfira para captar ou mudar a realidade, os valores, as normas e as análises nunca são completamente neutrais ou a-valorativas.
É técnica e humanamente impossível garantir essa proclamada neutralidade, como explicou o grande sociólogo da modernidade, Max Weber.


Portanto, aqui preparamos os nossos leitores para o se segue. E o que virá remete para a compreensão da tal lei psicológica da unidade mental das multidões, que votam e geram maiorias de poder no contexto das eleições autárquicas que estão na calha. Afinal, antecâmara dos resultados nas próximas legislativas.


Por exemplo, em Ponte de Sor essa contenda será difícil pelas razões consabidas.

Mas se esse jogo pode ser problemático no domínio dos resultados, é claro que no domínio dos valores e dos princípios (transparência, seriedade, confiança, coerência, competência) a opção é cristalina.

Isidro Rosa - CDU, ou Joaquim Lizardo - PPD/PSD, representam aquela escala de valores que urge recuperar, reforçar e pôr em prática no dia 9 de Outubro.

Será essa alma colectiva que tentaremos aqui registar, tendo como ponto de partida as dinâmicas sociopolíticas das eleições autárquicas de 2005