terça-feira, 30 de setembro de 2008

CHARLATÃO



Numa ruela de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis de ouro a um tostão
enriquece o charlatão

No beco mal afamado
as mulheres não têm marido
um está preso, outro é soldado
um está morto e outro f´rido
e outro em França anda perdido

É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra

Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces, paga amarga

No beco dos mal-fadados
os catraios passam fome
têm os dentes enterrados
no pão que ninguém mais come
os catraios passam fome

É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra

Na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-se em quatro zonas
instalados em poltronas

P´rá rua saem toupeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca de alguns patacos

É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra

Entre a rua e o país
vai o passo de um anão
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro dum canhão
e o trono é do charlatão

É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra.


Sérgio Godinho
O Charlatão


K.

Etiquetas: , , , , , ,

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

É ECONOMIA?



Esta decisão faz mais pela saúde do sistema financeiro do que qualquer regulação que se possa introduzir, por mais perfeita que seja.



J.M.

Etiquetas: , , , ,

JOSÉ LUIS PEIXOTO, MÊS DE SETEMBRO, CHEIO DE ACTIVIDADE ...


Depois de The New Wave of Portuguese Literature from Luanda to Lisbon, no Brooklyn Book Festival, José Eduardo Agualusa e José Luís Peixoto, na Brown University, em Providence.

Etiquetas:

domingo, 28 de setembro de 2008

EUROPA E O PROBLEMA AMERICANO

O presidente da Comissão Europeia, o nosso Durão Barroso, descobriu agora os malefícios do unilateralismo americano no mundo de hoje. Arrependido, ex officio, dos tempos do seu americanismo militante, quando se curvava em mesuras perante o George na cimeira das Lages, jurando a pés juntos que o seu amigo George era incapaz de mentir e que ia atacar o Iraque porque tinha provas das armas de destruição maciça de Saddam Hussein - que ele, Barroso, havia visto com os seus olhos - o comissário-chefe dessa coisa difusa a que insistimos em chamar Europa resolveu agora escrever um dazibao aos dois candidatos à próxima presidência dos Estados Unidos, dando-lhe conta dos sentimentos actuais de um europeu.
A Europa, diz Durão Barroso, quer que o próximo Presidente americano perceba que não pode passar sem ela; que se renda ao multilateralismo, deixando de se comportar como o único actor global; que aceite a reforma das instituições que a Administração Bush tratou de tornar obsoletas e inúteis, como a ONU, o FMI, o Banco Mundial; que aceite a presença de outros players emergentes na cena mundial, com direito a audição e participação nas decisões, que reconheça que há problemas sérios à escala planetária que não podem continuar dependentes da agenda doméstica de um Presidente dos Estados Unidos.
Tudo coisas óbvias e consensuais e que agora são fáceis de dizer.
Há uma década, a ex-secretária de Estado americana Madeleine Albright, classificava os Estados Unidos como a nação indispensável.
Oito anos de desastrada gestão de Bush encarregaram-se de nos ensinar amargamente que as coisas podiam mudar: os Estados Unidos tornaram-se hoje a nação dispensável - de bom grado dispensaríamos a contribuição que deram para o estado do mundo, nestes últimos tempos.
Em oito anos, a nação que a dupla Clinton-Gore havia deixado na prosperidade e no caminho de uma efectiva e inteligente liderança mundial transformou-se num dos problemas do mundo, ao lado da Al-Qaeda e do fundamentalismo islâmico ou do aquecimento global.
Os Estados Unidos que George W. Bush vai deixar em herança são o maior consumidor de energia e matérias-primas à escala global; o maior poluidor do planeta e o mais feroz adversário de todas as convenções e tentativas de inverter o caminho para o caos - tendo a Casa Branca chegado ao extremo de falsificar relatórios científicos para tentar provar que o aquecimento global não existia; são o principal factor de provocação do terrorismo islâmico e o maior destabilizador da paz no Médio Oriente, nos Balcãs, no Cáucaso; são o mais hipócrita defensor de um comércio global livre e justo, que defendem no papel e tratam de sabotar na prática, sempre que lhes dá jeito; e são, conforme se tornou agora exuberantemente exposto, o grande agente e exportador da crise económica mundial, graças à ganância dos amigos de Bush e à cumplicidade cooperante deste.
Eis a herança do amigo George.
Não admira que até Durão Barroso seja agora capaz de negar três vezes que o conhece. E, todavia, só se deixou enganar quem quis.
Os americanos, claro, e é por isso que a América é uma nação perigosa, porque tanto se podem entregar a um Roosevelt ou a um Clinton como a um Nixon ou a um Bush.
Mas não só os americanos: também essa geração de dirigentes europeus enfatuados, que parecem desprovidos de pensamento próprio, mesmo quando se trata de questões que tocam muito mais de perto à Europa do que à América, como são os Balcãs, o Médio Oriente ou as relações com a Rússia.
Toda a gente sabia que Bush era um completo ignorante em matéria de política externa, dotado daquela ignorância arrogante que se encontra no americano médio, que está convencido de que, fora dos Estados Unidos, nada mais conta e nada mais interessa, e que o mundo inteiro vive no desejo de poder imitar o estilo de vida e os valores americanos - os únicos justos e conformes à vontade de Deus.
Mas a ignorância é uma arma perigosa nas mãos de um homem poderoso, e dizem que o Presidente dos Estados Unidos é o homem mais poderoso do mundo.
Foi a ignorância de Bush que conduziu os Estados Unidos ao caos e fez do mundo um lugar infinitamente mais perigoso.
Tudo era por demais evidente que assim seria, mas a intelligentsia europeia que ditou moda nos últimos tempos havia decretado, qual fatwa, que duvidar da infalibilidade americana era crime de antiamericanismo primário - uma doença mental de diletantes ou órfãos do comunismo.
Corremos o risco de ter mais do mesmo.
A semana passada, durante uma entrevista à televisão espanhola, ficou a perceber-se que o candidato McCain - tido como um especialista em política externa - não sabia que Rodriguez Zapatero é primeiro-ministro de Espanha, o que equivale a dizer que não acha que a Espanha seja uma nação suficientemente importante para interessar um Presidente dos Estados Unidos. E a candidata a vice-presidente, a dona-de-casa do Alasca, Sarah Palin - que até ao ano passado nunca tinha pedido um passaporte para sair dos EUA - só terça-feira passada se encontrou pela primeira vez com um dirigente estrangeiro.
Puseram-na nas mãos do guru Kissinger para um brain-storming intensivo e trataram de introduzi-la à pressa ao resto do mundo, começando pelos amigos: os Presidentes da Geórgia, Ucrânia, Iraque e Afeganistão.
Graças a uma indiscrição da CNN, cujo repórter se conseguiu aproximar da senhora mais do que os seguranças consentem, ficou a saber-se que, na quarta-feira, Kissinger tratava de lhe explicar quem era Sarkozy.
A coisa promete...
O que está errado na carta de Durão Barroso aos candidates às eleições americanas é o tom de pedido: a Europa pede aos Estados Unidos que a levem em conta.
Dir-se-ia que a factura de Omaha Beach nunca mais está saldada...
Mas venha Obama ou McCain, não há mais tempo a perder nem mais desculpas para que a direcção política europeia continue eternamente a resguardar-se nos interesses da Aliança Atlântica para não assumir as suas responsabilidades.
A Europa tem de ter uma política externa e uma política de defesa autónomas, que não dependam da NATO nem da ignorância geopolítica dos presidentes americanos.
Tem de ter uma estratégia própria para as crises dentro das suas fronteiras e no seu perímetro.
Uma estratégia própria para os Balcãs, para o Médio Oriente, para o Magrebe, para o Irão. E, claro, para a Rússia, que é um dos seus principais fornecedores de gás e petróleo e um parceiro indispensável para a manutenção da paz e para a resolução de crises regionais onde os interesses estratégicos americanos só atrapalham.
A Europa não tem qualquer interesse em ver mísseis americanos a cercar a Rússia, nem em envolver-se, à sombra da NATO, em intervenções sem sentido e que, em última análise, apenas podem ressuscitar o espírito de guerra-fria sepultado em Berlim há quase vinte anos.
Desgraçadamente, toda a gente parece concordar num ponto: não é com esta geração de políticos europeus que a Europa se conseguirá afirmar e construir.
Precisamos de estadistas, de visionários, e só temos malabaristas da política e mestres da conjuntura e do vazio.
Uma geração muda-se de cima para baixo, começando por mudar as opiniões públicas.
É isso que se torna urgente fazer.


Miguel Sousa Tavares

Etiquetas: , ,

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A LADROAGEM QUE SE GOVERNA COM O NOSSO DINHEIRO...

Cada municípe pagou, em média, 235,12 euros no ano passado em impostos municipais, o que representa um aumento de 25,9 por cento em relação à cobrança de 186,81 euros conseguida no ano anterior.


Dados da Direcção-Geral das Autarquias Locais, a que a Lusa teve acesso, indicam que este aumento significativo resulta da subida do IMI e do IMT recolhidos, cuja receita cresceu 32 por cento e 33 por cento, respectivamente, entre 2006 e 2007. Além disso, no ano passado, a derrama também melhorou bastante, já que depende da cobrança de IRC, cuja receita cresceu 31,2 por cento.

A câmara municipal de Ponte de Sôr recolhe junto da população cinco impostos: o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), o Imposto Municipal sobre Transmissões (IMT), o Imposto Único de Circulação, a derrama, recebendo ainda 5 por cento da receita de IRS.

Etiquetas: , , ,

POR UM PREÇO MAIS JUSTO: TRANSPARÊNCIA E MAIOR CONCORRÊNCIA






A DECO incita todos os consumidores a realizarem uma Jornada Nacional de Protesto, no próximo dia 27, Sábado, pedindo-lhes que não abasteçam os seus veículos durante todo o dia.

“ O petróleo Brent, de referência em Portugal, abriu hoje em queda acentuada no mercado de futuros de Londres “, Fonte: Lusa, 16 de Setembro de 2008.

“ Os preços do petróleo têm estado a cair nos mercados internacionais “, Fonte: Lusa, 19 de Setembro de 2008.

Estranhamente, estas afirmações não têm sido sentidas pelos consumidores portugueses.

Sempre que ocorre um aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais, as petrolíferas respondem com um imediato aumento do preço dos combustíveis. Mas num cenário de descida, aquelas mantêm discricionariamente os preços.

O mercado nacional dos combustíveis é dominado por três empresas, numa verdadeira situação de oligopólio, praticando preços praticamente idênticos, entre si, demonstrativos da falta de concorrência neste mercado.

Os consumidores não encontram explicações sérias e rigorosas sobre a formação dos preços.

Neste contexto, a DECO, dando voz à crescente indignação demonstrada pelas largas centenas de reclamações/denúncias que tem recebido, incita todos os consumidores a realizarem uma Jornada Nacional de Protesto, no próximo dia 27, Sábado, pedindo-lhes que não abasteçam os seus veículos durante todo o dia.

Através deste Protesto, a DECO, em representação dos consumidores, reivindica que:

* As empresas petrolíferas façam repercutir no preço de venda ao público dos combustíveis as reais variações dos preços das matérias-primas, adoptando assim uma política de transparência de preços face aos consumidores.
* A Autoridade da Concorrência exerça com eficácia as suas competências de fiscalização e supervisão deste mercado, vigiando em permanência a evolução dos preços e reprimindo eventuais práticas restritivas da concorrência, por parte das empresas petrolíferas.
* O Governo crie uma estrutura específica de regulação deste sector, com capacidades efectivas de intervenção e introduza medidas adequadas ao combate ao oligopólio fomentando o aparecimento de novos operadores no mercado.

PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS: ASSIM NÃO!

SÁBADO 27 DE SETEMBRO DE 2008:

NÃO SE ESQUEÇA, NÃO ABASTEÇA


Etiquetas:

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O COPO DE ÁGUA

Apesar de defender a limitação de mandatos, não acredito que a lei que impede a reeleição sucessiva dos autarcas por mais de três mandatos venha alguma vez a ser aplicada. Só quem não conheça o país em que vivemos pode acreditar nisso. Sendo certo que já começamos a assistir a movimentações nos diferentes partidos para que a mesma seja alterada, antes mesmo de ser experimentada.

Seria, de facto, exigir muito de uma classe política mais identificada com a exemplar democracia de sucesso angolana do que com as velhas democracias do norte da Europa… Por alguma coisa, Salazar e Cunhal continuam ainda a ser as duas grandes âncoras da esmagadora maioria dos portugueses. Aliás, depois de 48 anos de salazarismo, alguém se consegue imaginar a viver num país sem caciques, sem corrupção e sem cunhas? Isto está tão enraizado no nosso ADN colectivo que somos completamente incapazes de sobreviver sem um pastor que nos guie. Por alguma razão, nos identificamos mais com os africanos e os sul-americanos do que com os europeus e os americanos.

Quero com isto dizer que o poder corrompe até um homem íntegro? Ninguém tenha dúvidas disso. Como dizia Lord Acton, todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente.


O poder é como um copo de água. Qualquer pessoa consegue levantá-lo e mantê-lo suspenso no ar durante algum tempo. Mas não há ninguém, por muito forte que seja, que não ceda ao peso do copo, se estiver com ele na mão durante muito tempo. Só há uma forma de uma pessoa íntegra não se deixar corromper: não permanecer muito tempo no cargo (no máximo, dois mandatos). A partir daqui, até um braço íntegro começa a ceder ao peso do copo de água.


Em qualquer país decente, a limitação de mandatos é vista como um garante indispensável para que o poder possa ser exercido em prol da comunidade e não do próprio. Com efeito, como já está hoje cientificamente demonstrado, a longa permanência no poder altera a personalidade: torna as pessoas autoritárias e arrogantes, convence-as de que estão acima da lei e, muitas vezes, que são a própria lei.

Leva-as a confundirem-se com o cargo, servindo-se dos bens da instituição e usando o dinheiro desta com se estivessem na sua inteira disponibilidade. Por outro lado, transformam-se em autênticos eucaliptos, apenas aceitando estar rodeados de espelhos que, a toda a hora, lhe recordem que não há no mundo presidente mais bonito do que eles.


Além disso, não há nada mais destrutivo das qualidades de uma pessoa do que a rotina. A rotina é uma fábrica de criar vícios. Por alguma razão, nenhuma multinacional americana mantém por muito tempo o mesmo director à frente das suas empresas, por muito excepcional que ele seja.


Sem esquecer que é muito difícil avaliar a boa ou má gestão dos dinheiros públicos e o nível de corrupção e compadrio existente num município com o presidente no exercício de funções, tendo em conta a teia de cumplicidades que o exercício do cargo sempre cria e o fundado temor que o mesmo inspira nos funcionários e nos munícipes.

REXISTIR

Etiquetas: , , , , , , ,

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

OS TROPEÇOS DO CAPITALISMO

Anda por aí grande alvoroço sobre a crise do capitalismo. A falência estrondosa do que se considerava instituições financeiras inabaláveis encontrou cândidas justificações em comentários cuja leviandade destrói o sentido das coisas sérias.
Enquanto George Soros acusa os arautos do neoliberalismo financeiros de mentirosos e manipuladores e assegura, no seu livro The New Paradigm of Financial Market que o sistema actual está a chegar ao fim [José Vidal-Beneyto, in El Pais], um comentador português garantiu que o acontecimento funcionava como revulsivo. Assim, o capitalismo saía mais forte porque limpo das escórias.

Creio que Soros sabe do que fala.
Pelo menos tem a obrigação disso.
Poderoso financeiro de ascendência húngara, especulador fadado para ganhar, sempre foi prudente nas afirmações. E esta, no-lo prova.
Realmente, ele não prevê a data do fim.
Está a chegar, diz. Não, agora; talvez daqui a muitas décadas.
O capitalismo entreajuda-se: a sua sobrevivência nasce dessa capacidade impressionante de renascer das tormentas históricas. E nunca esteve interessado em promover um novo laço social.
Como afirmou Saramago: A vantagem do capitalismo é que nada promete, enquanto o socialismo promete quase tudo.
Quer dizer: não embala esperanças.
O individualismo cria cumplicidades estranhas e inesperadas convivências. E a crise espoletada nos Estados Unidos revela que esse elo societário é, sobretudo, uma junção de interesses que nada tem a ver com princípios.
As coisas estão mal?, recorre-se ao Estado. Não é o capitalismo que falhou: tropeçou, uma vez ainda. Aquela é a sua natureza, reveladora da crença em si mesma, associada ao lugar da família. O capitalismo sempre se regenerará. Até à etapa final.
Como ensinou Marx, previu Lenine e assevera George Soros.

O inevitável acentuar dos problemas económicos e sociais aumentará todas as incertezas.
As generalizadas mudanças de temperatura e de clima, as secas, as chuvas torrenciais, cada vez mais generalizadas, os impressionantes fluxos migratórios, as interrelações culturais, também actuarão em favor de alterações substanciais no sistema.
As exigências do capitalismo podem permitir a evolução das formas e das fontes de financiamento, mas a omnipresença do mercado não é uma fatalidade.

A questão reside, actualmente, na aparente impossibilidade de alternativa. Dos onze governos socialistas ou sociais-democratas que havia, na Europa, em 2000, apenas subsistem três.
Por força das propostas da Direita?
Não.
Em razão de todos eles, de um modo ou de outro, terem deteriorado a sua específica identidade ideológica.
Não reconhecendo os antagonismos dos intervenientes socioeconómicos e culturais, para que serve esta Esquerda?
A crise fornece-nos a resposta: para nada.


B.B.

Etiquetas: , , ,

1600 MILHÕES DE EUROS EM TÃO POUCOS DIAS?

16 de Junho de 2008:

30 de Julho de 2008:

3 de Setembro de 2008:

24 de Setembro de 2008:

Caramba que vamos em 1600 milhões num espaço de cerca de 100 dias.

Eu cá acho que com investimentos assim na Educação e Tecnologia o Governo vai mesmo conseguir desenvolver este país e colocar-nos no pelotão logo atrás dos que surgem atrás dos que vão à frente.

Há quem diga que estes 400 milhões são sempre os mesmos.

Eu não acredito.

Se fosse verdade as notas já se tinham estragado com tanto uso…

P.G.

Etiquetas: , ,

UTOFACILIPIA



Antero

Etiquetas:

terça-feira, 23 de setembro de 2008

MAGALHÃES DA INTEL

Foi anunciado como o primeiro computador português, mas não é bem assim. O Magalhães é originalmente o Classmate PC, produto concebido pela Intel no sector dos NetBooks, que surge em reacção ao OLPC XO-1, que foi idealizado por Nicholas Negroponte.
Será, no fundo, um computador montado em Portugal, mais propriamente pela empresa JP Sá Couto, em Matosinhos. Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.
Na Indonésia o «Magalhães» é conhecido pelo nome de «Anoa», na Índia é o Mileap-X series, na Itália é o Jumpc e o no Brasil é conhecido por Mobo Kids. O Governo do Vietname percebeu o sucesso da oferta e já o colocou nas escolas a preço reduzido. Uma ideia agora adoptada por José Sócrates.

No:
Portugal Diário



Hoje é dia de romaria governativa para vender o Magalhães um pouco por escolas de todo o país.
Vendo a lista desta gente, o número que vai ser vendido em Portugal, não posso deixar de pensar no engenheiro como o melhor vendedor no país, (terá certamente uma medalha de mérito da Associação Portuguesa de Vendedores de computadores), e no estrangeiro por convencer o Chavez a comprá-los também e o Mário Lino, sempre presente nestas alturas de distribuição como funcionário do serviço de entregas.
A Ministra anda lá para nos convencer que tudo vai muito bem e o Silva, quando aparece, é sempre na sua função de emplastro.
Sei que os computadores são uma ferramenta indispensável no futuro dos nossos jovens, que a sua introdução na aprendizagem feita cedo para ao mais jovens é uma medida positiva, mas será que isso resolve os maiores problemas?
Penso que não e custa-me ver a Escola e o Ministério não se preocuparem o mínimo com a presença de placas com amianto, como acontece na escola do meu filho, um produto altamente cancerígena e penso, proibido na construção, afirmando que o mesmo só é perigoso quando deteriorado ou for mexido o que libertaria fibras, essas sim cancerígenas.
Mas, também que espectáculo mediático e que propaganda daria num telejornal a substituição de alguns tecto de pequenos ginásio escolares.
Fernando Magalhães deu a volta ao mundo, mas este engenheiro não me parece que dê a volta a nada nem que este menino d’oiro vá descobrir nenhum novo El dourado para salvar este país.
Não é com bazófia que se resolvem as dificuldades, mas com uma prática voltada para os cidadão.


K.

Etiquetas: , , ,

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

MUDANÇAS II



Antero

Etiquetas: ,

MUDANÇAS



Antero

Etiquetas: ,

A FALTA DE MEMÓRIA OU DE ....?

Milhares de militantes socialistas romperam em aplausos quando, no sábado, em Guimarães, Sócrates garantiu que não permitirá que o valor das pensões dos portugueses seja jogado na bolsa e entregue aos caprichos dos mercados financeiros, como quer o PSD.

Até eu, que não sou militante socialista, aplaudi.
Mas, porque sou um tipo céptico, lembrei-me de ir verificar onde é que, afinal, o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) aplica o dinheiro da minha reforma.

E o que descobri no sítio da Segurança Social (http://www1. seg-social.pt/inst.asp? 05.11.05) assustou-me.


Saberá Sócrates que 20,67% das reservas do FEFSS (mais de 1 562 milhões de euros) se encontram aplicados em acções e entregues aos caprichos dos mercados financeiros e ao jogo da bolsa?
E lembrar-se-á que o seu secretário de Estado da Segurança Social anunciou no ano passado que iria confiar outros 600 milhões à gestão privada?

Só espero que os não tenha confiado ao BCP e ao seu prudentíssimo fundo Millennium Prudente, porque, se assim foi, parte deles acabou prudentemente na Lehman Brothers e já era


M.A.P.

Etiquetas: , , , ,

domingo, 21 de setembro de 2008

HONRA: ALGUÉM SE LEMBRA?

1.- Há apenas uns meses, o senador McCain, que em Janeiro se poderá tornar o próximo Presidente dos Estados Unidos, afirmava ainda que o governo federal se deveria manter fora dos assuntos que tinham que ver com o funcionamento do sector financeiro e do livre mercado capitalista. Embora já então fosse mais do que evidente que a chamada crise do subprime no sistema financeiro americano estava ainda longe de mostrar o fundo e que o fundo era um lamaçal onde alguns dos mais incensados colarinhos brancos dos Estados Unidos estavam atolados em práticas impensáveis de batota e especulação irresponsável, o velho senador mantinha-se ainda atado de pés e mãos à crença de que o capitalismo é conforme à vontade de Deus e que qualquer veleidade de vigilância sobre ele é um erro económico e um atentado aos valores da sociedade liberal. Mas esta semana, confrontado com a decisão do Tesouro de injectar 85.000 mil milhões de dólares na AIG para evitar a falência da maior seguradora mundial e o colapso de milhões de pensões de reforma de americanos que trabalharam toda a vida confiando no sistema, McCain teve de rever o seu discurso, embora talvez não as suas convicções. Agora, já veio falar na necessidade de regulação de um sector que revelou excesso de ganância e de irresponsabilidade. Com dezenas de milhões de votos de pensionistas a serem disputados em Novembro, com o dinheiro dos contribuintes americanos largamente empenhado para salvar a AIG, os dois maiores gigantes do crédito hipotecário e vários bancos entre os quais o sagrado JP Morgan, mesmo o mais doutrinário dos nefastos neocoms americanos não pode ignorar esta verdade vexatória: o capitalismo americano, o farol da terra, está a tentar ser salvo pelo Governo dos Estados Unidos com recurso a medidas que fazem lembrar o PREC português, dos anos 70. Só que, se então eram os comunistas que tratavam de nacionalizar a economia por questões ideológicas, agora são os próprios capitalistas a aplicar medidas comunistas para se salvarem a si próprios. Quem paga? Pagam os contribuintes, os que trabalharam em troca de um salário, enquanto os administradores do falido Lehman Brothers recebem milhões a título de prémio de boa gestão ou indemnização para se irem embora, depois de terem afundado o navio.

Anos e anos a fio, os liberais têm-nos explicado que as empresas têm de crescer, crescer sem limite, para ganharem dimensão estratégica numa economia global. E os governos tudo têm feito por isso: consentem e estimulam as fusões e aquisições, mesmo sabendo que tal diminui e falseia a concorrência - que é um dos pilares do mercado livre - e que, quando um gigante assim insuflado, como a AIG, tropeça na sua própria dimensão, são milhões de postos de trabalho de gente inocente que vão ser postos em causa e um efeito de cascata que se desencadeia, abalando toda a economia. Bem dizia Marx, que, entregue a si próprio, o capitalismo se devoraria.

O que falhou? Falhou a noção de honra dos capitalistas e a noção de dever dos governantes. Falhou a consciência da responsabilidade social do dinheiro, substituída pela simples ganância de mais e mais lucros, sem olhar sequer a regras de prudência elementares.
Vimos como, entre nós, um banco que era apontado como um case study de modernidade e inovação, onde mandavam os gestores profissionais e não os accionistas parasitários, se transformou num case study de tropelias de toda a ordem, em que o objectivo principal da gestão parecia ser, não o de servir os accionistas, os clientes, os trabalhadores do banco ou a economia nacional, mas sim a luxúria e o desejo de acreditação social dos seus gestores. No antigo faroeste americano, os que eram apanhados a fazer batota ao jogo eram despidos de tudo, pintados com alcatrão, cobertos de penas e expulsos da cidade. Hoje recebem milhões de indemnização para se irem embora e reformas vitalícias que são um escândalo público. Porque, quando a honra deixa de ser um valor na vida em sociedade, a vergonha não pesa nada.

2.- Consta que vamos mandar três polícias para a Geórgia. Não vão para dirigir o trânsito nem caçar multas por excesso de velocidade: vão, por mais ridículo que isto seja, para mostrar o nosso compromisso para com o objectivo da NATO de conter o expansionismo russo no Cáucaso. Ora, recapitulemos:


- a Geórgia é um dos países que se separaram da órbita da ex-URSS e que, em decorrência da perigosa estratégia de cerco à Rússia, logo recebeu a ajuda do imbecil do Bush para se tornar um satélite dos Estados Unidos, sob uma das três modalidades habitualmente propostas: receber mísseis americanos, aderir à NATO ou ser declarada protegida desta;


- entretanto, o novo país instalou-se sobre um poder formado por seitas mafiosas, totalmente corruptas e criminosas, autêntico paradigma do que é suposto não serem os valores morais do Ocidente;


- do novo país fazem parte as regiões autónomas da Abkhazia e Ossétia do Sul, de maioria russa, e que ficaram como enclaves da Geórgia, da mesma forma que o Kosovo, de maioria albanesa, ficou como enclave da Sérvia;

- quando, há meses, os Estados Unidos, a NATO e a UE promoveram a irresponsável declaração de independência unilateral do Kosovo, contra a ONU e com o único fundamento de que a maioria da sua população não era sérvia, Moscovo avisou que estavam a abrir uma caixa de Pandora e todos perceberam que sim e, todavia, foram em frente;

- escorada na protecção dos Estados Unidos e da NATO, a Geórgia resolveu romper o statu quo e forçar a anexação pela força das suas zonas russófonas: invadiu a Ossétia, matou indiscriminadamente, bombardeou, destruiu, provocou centenas de milhares ou milhões de refugiados: uma forma muito estranha de tratar o seu povo. Mas os EUA, a NATO, a UE, mantiveram-se calados. E só reagiram quando Moscovo enviou o Exército em defesa das populações russas e, obviamente, a seguir passou a promover a declaração de independência de ambas as regiões - tal qual como o Kosovo fez. Então, sim, as boas e idiotas almas que nos governam desataram a gritar: Socorro, que o urso está de volta!.

Andam a brincar com o fogo. E nós lá vamos, acompanhando galhardamente o esforço de conter o expansionismo russo, enviando três polícias para essa coisa que nos é tão íntima, que é o Cáucaso. Mais valia mandarmos três bombeiros.

3.- Uma lei especial e antiga estabeleceu que o general Eanes não poderia acumular a sua pensão de reserva como militar com a pensão de ex-Presidente da República. Uma lei estranha, num país em que as grandes figuras do regime acumulam tudo: pensões privadas com pensões públicas, pensões públicas com ordenados privados e pensões públicas com pensões públicas. Sentindo-se discriminado, o general recorreu à justiça, que, muitos anos depois lhe deu razão e mandou que passasse a receber ambas as pensões, mais os retroactivos, cerca de 1.300.000 euros. Eanes, porém, recusou receber os retroactivos. Num país em que tantos exigem e recebem do Estado o que podem e o que não deviam, ele recusou uma pequena fortuna. Não sei as razões, mas conheço suficientemente o homem para perceber a sua motivação. É uma questão de honra. E, nas questões de honra, não basta apregoá-la, é preciso tê-la.

Miguel Sousa Tavares

Etiquetas: , , , , ,

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A DECOMPOSIÇÃO DA ESQUERDA

No ano 2000 havia, na Europa, onze governos socialistas ou sociais-democratas. Actualmente, subsistem três. Tomo as definições socialistas e sociais-democratas com a prudência suspeitosa que elas exigem. Historicamente, têm perdido a matriz original e os seus dirigentes, na esmagadora maioria dos casos, envolvem-se em escândalos, forjam alianças com as forças políticas mais tenebrosas, tripudiam sobre a ideologia, mandaram as convicções às malvas.


Nunca é de mais repetir estas verdades.

A geração socialista que tomou o poder a partir da década de 80 é uma desgraça. Mesmo Zapatero, apontado como exemplo quase único, tem dias. Em Portugal, a prática do PS é o que se sabe. E este Governo só não é escorraçado, porque o adversário directo, pouco diz do que pretende fazer, e esse pouco é assustador. À Esquerda, o PCP sobe, como indicam as sondagens, advertiram os politólogos e impõe o eleitorado. A intensificação da violência económica resulta da perplexidade social e da abdicação política em favor do mercado.

Na Europa, os meios populares, base de apoio dos partidos de Esquerda, manifestam uma inquietada desconfiança. De um modo quase generalizado, os partidos comunistas são uma reminiscência, com escasso poder e reduzida influência. A ascensão da Direita dimana dessa absoluta incapacidade de os socialistas em encontrar soluções. É uma deriva que se arrasta há quase três décadas. E a queda dos governos europeus, assinalados como de Esquerda, colocou, por exemplo, no poder da União Europeia as forças mais conservadoras e, até, reaccionárias. A Europa não possui resposta, como um todo, para as crises que se desenvolvem e multiplicam, porque não previu as modificações, se regozijou com os prestígios do mercado e orientou-se para a acção única do pensamento único.

Jean-Gabriel Fredet, no último Nouvel Observateur, esclarecia que a crise da União Europeia podia ser entendida como o fim de um modelo social de que a Esquerda quisera dotar a Europa, esquecendo-se, ou ignorando que não há associação possível entre as abruptas leis do mercado e as imperiosas necessidades redistributivas.

A verdade é que os socialistas não estão nada interessados em reflectir sobre a mudança do mundo. São, apenas, os servis gestores do capitalismo mais selvático. Naturalmente, esta situação não pode continuar. E dá-me imensa vontade de rir os comentários de preopinantes portugueses, sobre as virtudes (inclusive morais) do neoliberalismo, apontando a infausta experiência de Tony Blair como exemplo de pragmatismo. O pragmatismo é a expressão que tem encoberto as traições mais vis, e permitido a abundante criação de um grupo de estipendiados. A vergonha e a indignidade chegaram, já há anos, aos jornais, às rádios e às televisões.

Há dias, conversando com um dos meus amigos mais estimados, o grande jornalista João Paulo Guerra, concluímos que o vazio ético, a capitulação profissional que lavra, como endemia, no nosso país, são reflexos da decadência da Esquerda e desse sentido individualista de tratar da vidinha que se tornou numa carta-de-alforria para a sobrevivência. Anotámos os nomes daqueles que passam de directores de jornais para directores de jornais e daqui para a direcção de agências noticiosas, para assessorias, para secretariados. A maioria não sabe escrever uma notícia, jamais assinou uma reportagem, confunde crónica com artigo e editorial com comentário, veste-se de igual modo, move-se com ar grave e semblante marcado. Afinal, são, apenas, sapatos Gucci, fatos Massimo Dutti, e cabelo cheio de gel. Alguns, cuja mediocridade é pavorosa, treparam à direcção de importantes diários. O resultado foi catastrófico.

A assunção desta mediocridade, que faz jornalismo através de telefonemas e de nomes em agendas, devolve a imagem da actualidade portuguesa. A classe política que nos dirige é doentiamente insignificante: nem sequer sofrível. Olhe o Dilecto para aquelas caras, tenha a paciência de os escutar, de os ler, de assistir a esse circo de comentadores de televisão, sempre os mesmos ou tocadores do mesmo solfejo. Aqueles que se insurgem são apodados de ter mau feitio, o modo de se assinalar, negativamente, a grandeza de carácter. As perseguições a jornalistas livres, que se não conformavam com a situação, criada a partir da década de 80, foi terrível. Grandes profissionais de Imprensa foram para o desemprego ou abandonaram a profissão, sem saídas para desempenhar o seu trabalho, as suas funções, a sua vocação.

A educação cívica, que compreende a aceitação das vozes discordantes, foi dizimada por uma casta de oportunistas. E, quase insistentemente, estimulada pelos partidos que se dizem democráticos.
O processo de decomposição da Esquerda, mas, também, da Direita, esta Direita é risível, pela soberba e espantosa iliteracia, invalidam qualquer possibilidade de restauração.
Mas renovar, como e com quem?
Descobrir gente honrada e competente no interior dos partidos?
O busílis está aí.
Porque os partidos converteram-se em agências de empregos, desprovidos de ideais morais, com clientelas domesticadas porque as sinecuras e o nepotismo são compensadores.

B.B.

Etiquetas: , , , , , , ,

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ROBIN DOS BOSQUES

os assaltantes da Repartição de Finanças de Sacavém que resolveram recuperar a tradição dos assaltos aos cobradores de impostos.

Após este assalto muita coisa mudará:

a) os roubos deixarão de ser pequena criminalidade e passarão à categoria de atentado contra a segurança do Estado, crime de traição ou manobra de urdidura conta a política de solidariedade promovida pelo Governo.

b) passaremos a ter listas com a identidade dos ladrões, pelo menos daqueles que assaltam repartições de finanças pois se já temos a lista dos devedores ao fisco - que apesar de tudo só devem ao fisco nunca foram buscar cofre algum a uma repartição de finanças- o mínimo que se pode esperar é que publique a lista dos assaltantes dos cofres das repartições de finanças

c) será um bocadinho mais difícil que os governantes pronunciem expressões como taxa Robin dos Bosques sem que a assistência desate a rir.

O Robin dos Bosques e o João Pequeno passaram hoje por Sacavém.

H.M.

Etiquetas: , , , ,

OBJECTIVOS



Antero

Etiquetas:

AO ESTA QUE ESTA PAÍS CHEGOU...

Tivemos a cabala mais a urdidura.

Chegou a vez da chapelada.

Que país é este de que o PS fala?


H.M.

Etiquetas: ,

terça-feira, 16 de setembro de 2008

NO FIM DE TANTOS ANOS...

DE PRODUÇÃO

E DE

COMPUTADORES QUEIMADOS


A página da internet (site oficial) do município de Ponte de Sôr, lá foi parida(o)...


Mas infelizmente está cheia(o) de erros...

Etiquetas: , ,

QUE LINDO QUE É...


... ver as impressoras que trabalham às ordens da máfia dos bancos a vomitarem notas...


Adivinhem quem é que vai

pagar a factura...

L.

Etiquetas: , , , ,

TRANSCENDENTE



Antero

Etiquetas:

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

EH, TEACHER, LEAVE THE KIDS ALONE!

Naquele tempo em que os alunos sabiam muito mais do que hoje, havia uma disciplina que todos os alunos gostavam e que era fundamental porque fazia o contraponto com todas as outras. Refiro-me à Educação Física.

Enquanto as outras disciplinas exigiam do aluno um elevado grau de concentração e empenhamento intelectual, na Educação Física, o aluno libertava as tensões, descomprimia-se, divertia-se.

Hoje os burocratas da Educação conseguiram transformar esta disciplina fantástica, numa disciplina mais chata do que as outras, onde também é preciso estudar, fazer testes e trabalhos escritos e onde o aluno até pode reprovar.

Ao contrário de antigamente, hoje a Educação Física em vez de libertar, sobrecarrega, em vez de descomprimir, comprime, em vez de divertir, chateia.

É assim o nosso Ensino: onde se devia estudar, brinca-se; onde se devia brincar, estuda-se.

Os burocratas da Educação conseguiram finalmente transformar a escola na mais irracional e absurda das realizações humanas.

Nunca, como hoje, a célebre letra da canção dos Pink Floyd teve tanta actualidade: Eh, teacher, leave the kids alone!

REXISTIR

Etiquetas:

É REALMENTE LAMENTÁVEL, Sr. engenheiro

Eu quero recordar. No ano 2005/2005, a taxa de retenção no básico era de 12,2 por cento. No ano seguinte, já da nossa responsabilidade, baixou para 11,4 por cento. No ano posterior caiu para 10,8 por cento. Este ano, desceu para 8,3 por cento.
O secretário-geral socialista considera que a vontade de denegrir os resultados ofende quem contribuiu para melhorar o sistema de ensino público nos últimos três anos. Esse espectáculo lamentável de quem só aparece na televisão para dizer mal e para negar qualquer sucesso do país é uma ofensa aos professores, uma ofensa aos alunos e uma ofensa àquelas famílias que se empenharam na educação dos seus filhos, sublinhou.


O engenheiro aproveitou o Fórum Novas Fronteiras, local que supostamente deveria ser de debate e de novas ideias, mas está transformado em comício de propaganda para apoio ao governo e elogiar a sua monstruosa criação, a sinistra ministra.
Disse muitos números, mas não a forma como os conseguiu.
Falou de sucesso mas esqueceu-se de dizer à custa do quê.
Sou pai e afirmo-o aqui, um dos meus filhos nunca passaria de ano não fosse quase impossível um professor chumbar um aluno.
Não falou de facilitismo nem das críticas que são feitas aos exames nacionais de matemática.
Preferiu dizer que era uma ofensa aos professores e aos pais negar o sucesso destas politicas educativas.
Não posso falar pelos professores porque não sou um, (embora ver 100 mil a desfilar por Lisboa não deixe muitas duvidas), mas como pai posso dizer que me sinto mais ofendido pelas palavras do engenheiro e da sua sinistra que por todas as criticas feitas, na televisão ou em qualquer outro sitio, à sua politica.
É ofensivo ver tamanha cabala de falsidades e enganos serem ditos com o ar mais natural do mundo.
O Engenheiro está a transformar a Escola Pública em fábricas de jovens incultos para abastecer o patronato dos baixos salários.
Realmente a esses não faz falta nenhuma que saibam história, que tenham lido Luís de Camões ou saibam o que pensava um outro Sócrates, que também não era engenheiro, mas discutia filosofia com o Platão, desde que saibam carregar em teclas de computador ou de máquinas registadoras. Isso sim é lamentável.


K.

Etiquetas:

sábado, 13 de setembro de 2008

HOMEM COM "H" GRANDE


Etiquetas: , , ,

ESCOLA DOS 500

A iniciativa Dia do Diploma foi criada pelo Ministério da Educação, decorre esta sexta-feira nas escolas portuguesas e pretende distinguir os melhores alunos.
O primeiro-ministro entregou um prémio de mérito de 500 euros ao aluno com melhor média de conclusão do ensino secundário da Escola Secundária José Gomes Ferreira.


Já tínhamos as lojas dos 300 e agora temos as Escolas dos 500.
Ficaríamos muito melhor se em vez de andar demagogicamente a distribuir notas de 500 Euros pelo melhor aluno de cada escola, desse aos nossos jovens a possibilidade de terem um futuro com alguma esperança.
Que não os condenasse ao desemprego, ao trabalho precário e aos baixos salários.
Que não lhes desse como perspectiva de vida o trabalho num Call Center ou numa caixa de supermercado.
Que não condenasse este país a ser o esgoto da Europa, o bordel, o campo de golfe, o Inatel, o Allgarve de alguns.
Integrados nesta Europa que nos obriga a cumprir as suas regras e a sua ideologia pouco parece podemos mudar no destino que nos designaram. Cabe muito à escola, aos professores dar a estas crianças uma nova visão do mundo, ensinar-lhes que o destino não existe, que tudo pode ser diferente, que o nosso futuro temos de ser nós a faze-lo.

Que mesmo acabando a trabalhar numa caixa de supermercado, mesmo sentindo-se impotente para combater o monstro, a sua força junta à de outras pode vencê-lo.
São os professores que, todos os dias, têm nas suas mãos o futuro dos nossos jovens. Têm uma responsabilidade enorme, uma tarefa monstruosa que esta Sinistra Ministra ainda lhes dificulta mais e, é por isso que nós pais, nós gente deste país lhes devemos agradecer e pedir que nunca desistam.

K.

Etiquetas: , , ,

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SÔR, CONTINUA A ROUBAR OS MUNÍCIPES DO CONCELHO DE PONTE DE SÔR

Foi hoje à reunião da câmara municipal de Ponte de Sôr a aprovação da taxa de IMI ( Imposto Municipal Sobre Imóveis ) a aplicar em 2009.

Sob proposta do presidente da câmara municipal, o socialista Taveira Pinto e com os votos favoráveis dos restantes vereadores do Partido Socialista, foi aprovado por maioria a aplicação da taxa de 0.8% para os prédios urbanos e de 0.5% para os prédios urbanos avaliados, uma vez que a taxa legal para os prédios rústicos é fixa em 0,8% .

Os vereadores do PCP e e vereador do PSD votaram contra.

Preparem-se os

senhores proprietários

para mais uma batelada



roubado ao vosso

orçamento pessoal.

Etiquetas: , , ,

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR, COM PROCESSO POR OFENSAS À AUTORIDADE


O presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, o socialista Taveira Pinto foi-lhe levantado um Processo Crime por Ofensas à Autoridade, desta vez, por injuria e difamação a agente da GNR, a quem ofendeu, no posto da GNR da cidade de Ponte de Sôr, por este ter multado o seu sobrinho.


O sobrinho do presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sôr conduzia sem cinto e sem documentos, mas pelo entendimento do presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sôr, o socialista Taveira Pinto não podia ser multado.

Etiquetas: , , ,

domingo, 7 de setembro de 2008

UM POLVO QUE CONTROLA, PERSEGUE E DESPEDE...

Os que sabem que isto não vai bem, não podem falar muito alto porque há uma impressionante máquina socialista que controla, que persegue, que corta apoios, que gere favores ou simplesmente que demite...
[...]
Na administração pública, na vida económica, no associativismo, nos mais variados sectores podemos recolher testemunhos e exemplos de um clima antidemocrático, pouco saudável...
[...]
É urgente libertar o país do sectarismo partidário.
[...]

Manuela Ferreira Leite
No encerramento da Universidade de Verão
em Castelo de Vide

Etiquetas: , , , , ,

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

DO CORREIO...

senhor administrador do blog não sabia onde colocar esta preciosa informação sobre a governação da vossa cidade, estou e muito bem informado do seguinte:
1º - O tão apregoado aeródromo com os meios nacionais da protecção civil vão sair de Ponte de Sor, perguntem ao senhor Presidente por favor e logo saberão a resposta e certamente ouvirão mais uma.
2º - O dinheiro para o financiamento não veio do governo e o projecto parou ou avança mas com dinheiros do municipio, mas os meios vão para Portalegre é que o senhor Mata Caceres é mais célere e inteligente.
3º- Esteve projectada uma praia fluvial para Montargil, mas como vem ai as eleições, os senhores politicos vão avançar com o piso sintético no campo de futebol no laranjal e só.
Não os masso mais, esperem mais quatro anos de amargura pois o senhor Pinto não se vai embora ainda, porquê sabem, eu talvez saiba, mas gostaria de ver este assunto discutido, mas sem se ofenderem uns ao outros como é hábito, mal, na minha forma de pensar, mais informo que no meu curso superior não frequentei a disciplina de falta de educação e que não há muitos dias vi o responsável por essa edilidade ter perante um cidadão.
Muito mal vai a vossa cidade com gente assim ao leme.

Etiquetas: , , , ,

SIMILIS CUM SIMILIBUS

Segundo o Sol, Paulo Pedroso, vai voltar ao lugar de deputado, já na próxima semana, com estes fundamentos:

Com o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa de finais de 2005 e a sentença do Tribunal Cível de Lisboa, de que fui notificado no início deste semana, o PS, o seu Grupo Parlamentar e eu próprio entendemos que estavam ultrapassados os motivos para o impedimento. Foi isso que comuniquei na carta que escrevi ao presidente da Assembleia da República [Jaime Gama], justificou o ex-ministro do segundo Governo de António Guterres.

De facto, o acórdão do TRL, ( com um valente voto de vencido, é bom que se sublinhe), evitou o julgamento crime.

A sentença do tribunal cível de Lisboa, da juíza Amélia, agora, permite a retoma.

E no entanto, segundo declaração do próprio , Em 2005, comuniquei que me sentia impedido de exercer o mandato parlamentar, na sequência de um compromisso publicamente assumido com o secretário-geral do partido, José Sócrates, e por mim próprio. Não exerci nenhuma função política até que o processo [Casa Pia] estivesse concluído.

Portanto, o processo Casa Pia, para este efeito, já está concluído.

Apesar de um recurso já anunciado; de uma sentença não transitada e portanto sujeita a revogação, o assunto fica já arrumado em termos políticos. Com o apoio expresso de um partido político no poder; de um grupo parlamentar conforme e com uma carta enviada ao presidente de parlamento, com problemas graves de imagem, pelos mesmos motivos,. Estão ultrapassados os motivos para o impedimento. E pronto.

Não é apenas a vontade de um ex-deputado em regressar.

É a vontade, em bloco, de um partido político e de um grupo parlamentar empenhado.

Estão muito bem, uns para os outros.

Só se estranha é que não tenham aproveitado mais cedo.

Afinal de contas, a sentença cível ainda pode vir a ser revogada. E depois?

Continuarão, mesmo assim, ultrapassados os motivos para o impedimento?



José

Etiquetas: , , ,

ELES SÃO CÁ UNS...

Etiquetas: , , ,

FÁBRICAS DE OCIOSOS INÚTEIS

Dificilmente acreditamos no discurso político.
Esvaziados de ideologia (com excepção do PCP), desprovidos de convicções, reeditando o rotativismo suicida do século XIX, o PSD e o PS não são carne, nem peixe, nem arenque vermelho: apenas uma teia reticular de interesses e de cumplicidades.
Conduziram-nos até ao nojo da política.
Secaram as mais módicas assunções de civismo.


Serviram de péssimo exemplo aos mais novos.
Aqueles sinistros agrupamentos de jotas mais não são do que máquinas de produzir inutilidades.
Repare-se nos trajectos de antigos dirigentes juvenis de ambos os partidos.
A canseira que acumulámos é proporcional ao exercício do ócio praticado por aquela gente.

É natural que desconfiemos de tudo e de todos, no que se refere a política. Os exemplos são propícios a duvidar da virtude.
O recente caso de Paulo Portas, que ocultou, durante um ano, o pedido de demissão do seu vice, Luís Nobre Guedes, e o silêncio deste sobre o assunto, é significativo.
Aliás, parece que o silêncio se tornou a regra da arte.
Sócrates emudece quando se trata de esclarecer as origens da onda de violência que varre o País.
Manuela Ferreira Leite reserva, para o próximo domingo, dia do encerramento, em Castelo de Vide, da Universidade de Verão do PSD a revelação da excelsa grandeza das suas ideias.
A pátria, expectante e a arquejar, está de joelhos.
Até lá, até se chegar a esse domingo luminoso, em que a verdade fundamental será dita como um sacramento, os cem jovens inscritos nos cursos, terão de se contentar com aqueles graves senhores que lhes falam das venturas do porvir, consubstanciadas na admirável social-democracia do estimável partido.
Na falta do gracioso intermezzo que lhes seria certamente proporcionado pelo alto sentido de humor do prof. Marcelo, escutarão, com embevecido assombro, o verbo eloquente do imenso socialista António Vitorino, que não está ali por engano.

O panorama permite-nos admitir que estamos perante uma cegada.
A própria estratégia do silêncio, da dr.ª Manuela Ferreira Leite, configura uma situação mais próxima do folclore que se censura do que da reflexão que se reclama.
Naturalmente, há casos de escrúpulo e de pudor.
Não os encontro na política.
Mas conheço alguns em literatura, embora raríssimos, seja dito.
A verdade, no caso vertente, é que a mudez da chefe do PSD devia ser correspondida pelo seu staff.
Sucede, rigorosamente, o contrário: os que têm falado só têm dito disparates e tolejos.
A ideia de que o pensamento recatado é uma demonstração de seriedade, não conduz a parte alguma.
A política, enquanto tal, é o exercício da relação com o outro, e, em princípio, a prática de um diálogo só interrompido pela arrogância – ou pela fragilidade, aliás, o esconderijo da arrogância.

A chamada reentrada nada traz de novo.
Exactamente porque os partidos de poder deixaram de se comprometer com os problemas do nosso tempo.
Os outros, retomam a interpretação partidária, por vezes engraçada e maliciosa, outras, repetitivas sobre o problema da relação entre fins e meios na política.
Não há debate, não há polémica, não há empenhamento no uso de uma doutrina, de um projecto, de uma dinâmica.
O mundo mudou e as chamadas sociedades modernas ainda não encontraram resposta.
O neoliberalismo não encontra resistência, nem crítica, nem sistema de ideias que, pelo menos, o conteste com seriedade e lucidez.
As reacções são meramente emocionais, quando não provocam o mais sonoro dos bocejos.

O aparecimento de uns vagos preopinantes de Direita pareceu, inicialmente, possibilitar uma interessante agitação.
Tudo se resume a uma espécie de comentário jocoso, pouco original, inspirado no estilo de Vasco Pulido Valente, com pequenas e grotescas citações de autores anglosaxónicos.
A diferença é que Pulido leu e lê, está atento à lazeira da pátria, e as suas grandes referências intelectuais encontram-se no chão cultural do século XIX português.
O homem é um chato, um enfadado, há quarenta e tal anos que assim é. Porém, é um prosador de recorte, sobretudo quando é injusto na apreciação, o que, curiosamente, o torna mais atractivo, por mordaz.
Todavia, até ele, neste momento, me parece um pouco fatigante, pela não oculta tendência em defender o indefensável: a dr.ª Manuela Ferreira Leite.

Nada nos encaminha para o júbilo.
Tudo nos empurra para o desencanto. E, no entanto, é preciso acreditar que as coisas não podem permanecer, eternamente, nesta estrebaria moral. Depois do 25 de Abril, um grande poeta, Pedro Tamen, escreveu um poema lindíssimo, que continha este verso: Agora, estar.
A festa não durou muito.
Não tivemos força para impedir o regresso do reino cadaveroso.
O que por aí se vê não é o resultado de uma vitória sobre a anarquia.
É um monte de escombros, sob o qual ficou soterrado o mais exíguo sonho de felicidade.

APOSTILA – Lemos as listas dos best sellers (o Alexandre O’Neill chamava-lhes as bestas céleres), e já não nos surpreendemos com o rol de futilidades, de estropícios literários, de imbecilidades programadas que suscita o interessa (e a compra) do português.
Não há uma, escassamente uma, minimamente uma só obra daquelas que marcam pela qualidade.
Contudo, há-as.
São devoradas pela onda de criminalidade literária.
Desejo, somente, referir: Portugal na Espanha Árabe, de António Borges Coelho, Editorial Caminho. É a terceira edição de um monumental trabalho de investigação e de amor, composto de quatro volumes e, agora, reunido num só tomo. Borges Coelho é um dos maiores historiadores portugueses de sempre. Como o seu escrúpulo e o seu rigor nada têm a ver com a feira de vaidades em que se transformou o nosso meio cultural; e a ignorância e o descaso adquiriram carta de alforria nos media – o nome de António Borges Coelho raramente é referido. Porém, é um intelectual de alto coturno, um português raro, um professor que a Universidade aclamou.
Este Portugal na Espanha Árabe ensina-nos muito daquilo que somos, e da importância da cultura muçulmana no desenvolvimento da nossa própria compleição cultural. Depois, é escrito num idioma de lei.
Tudo a concorrer para que os meus Dilectos adquiram este extraordinário texto. E se os jovens da Universidade de Verão do PSD frequentassem as páginas deste volume aprenderiam, certamente, muitíssimo mais do que com aquilo que ouviram e vão ouvir.


B.B.

Etiquetas: , , , , , , ,