domingo, 30 de novembro de 2008

AVENTURAS DO JOSÉ LUIS PEIXOTO NO MÉXICO [IV]

Para todo bien

MUSEO-CASA LEON TROTSKY


Ontem, de manhã. Comovente.



TIANGUIS DEL CHOPO

Ontem, à tarde. Tiangui del Chopo ou, simplesmente, El Chopo, é um grande mercado de culturas alternativas que acontece todos os Sábados na Cidade do México. Muita música pesada e dark, muita mesmo. A minha bagagem duplicou. De todos os lugares do género que conheço, e creio que conheço muitos, El Chopo é apenas comparável com a Galeria do Rock em São Paulo. Uma espécie de Camden Town, em Londres, se, além das roupas, existissem também milhares de CDs e de DVDs e tudo o que diz respeito a culturas ligadas ao rock mais marginal, inclusivamente livros. Se eu vivesse aqui, não sei bem o que seria da minha economia. Suspeito que, entre livros e discos, seria expulso de casa pelos livros e pelos discos. Se agora já tenho pouco espaço, e o receio de algum dia acordar (ou não acordar) debaixo de um terramoto de livros, se vivesse aqui, com a ajuda de El Chopo, seria muito pior. Basta dizer que, mal cheguei, encontrei logo o CD de Daemonarch. Agora, está aqui à minha frente. Mas não existe apenas música, existe tudo. Concertos ao vivo e milhares de coisas que nem se imagina que existam. Estou com pouco tempo e, por isso, deixo estas imagens para quem tiver curiosidade:



E este sobre algumas das personagens que se podem encontrar em El Chopo:



ALGUMAS COISAS QUE APRENDI ONTEM SOBRE O MÉXICO

- Dois dizeres populares mexicanos de grande sabedoria:
1 - Para todo mal, mezcal; para todo bien, también.
2 - Viernes, social; sabado, sexual; domingo, familiar.

- Os mexicanos não cantam a canção dos parabéns nos aniversários. O “cumpleaños feliz” espanhol não se canta no México. Em vez disso, nos aniversários, canta-se uma canção bastante diferente, com outra melodia, chamada “las mañanitas”.

José Luís Peixoto

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AVENTURAS DO JOSÉ LUIS PEIXOTO NO MÉXICO [III]

Pedido de desculpas à minha avó Delfina



É muito normal que existam imprecisões, maiores ou menores, nas entrevistas. É muito raro quando não existe. Não vejo nenhum drama nisso. É uma mostra dos mal-entendidos que sempre existem e expõe uma parte daqueles que deverão ser os mal-entendidos que existem normalmente, nas conversas de todos os dias.

Ontem, saiu um artigo sobre a mim no jornal Milenio, baseado numa entrevista. Esse artigo tem algumas imprecisões que nasceram, justamente, desses pequenos mal-entendidos. Como disse, não vejo nenhum drama nisso e não me incomoda. Aquilo que me frustra e me deixa o coração apertado. Foi que, pela primeira vez numa entrevista, perguntaram-me o nome dos meus avós e eu enganei-me no nome da minha avó materna. Acaba por ser triste porque creio que a sua memória merecia muito essa referência.

Nunca a conheci. A minha avó Delfina morreu alguns anos antes de eu nascer. Sei sobre ela que deu à luz o meu pai em 1938 e que, nessa altura, tinha 46 anos. O meu pai e os meus tios eram 6 irmãos, mas, ao longo da vida, a minha avó Delfina teve 12 filhos, 6 dos quais morreram na infância. Sei também que tinha epilepsia e, segundo descrição da minha mãe, tinha a língua toda retalhada por mordê-la durante os ataques.

Aqui está o artigo do jornal Milenio. Onde se lê “Claudina” deve ler-se “Delfina”.


LA REALIDAD, ÚNICA SUMISIÓN DE LA LITERATURA: PEIXOTO

Y muchas veces, cuando tengo dudas o cuando pienso por qué lo hago, lo hago por ellos, lo hago para decir y hablar con su voz”, dice José Luís Peixoto al referirse a sus abuelos paternos: José y Claudina y, maternos: Luis y Joaquina.
Este joven escritor portugués ha sido considerado junto a Kiran Desai, de India, y Yuri Andrujovich, de Ucrania, las presencias más importantes de literatos en la XVII Feria Internacional del Libro de Guadalajara (FIL).
“Un interés por la gente sencilla, la sabiduría de la geste iletrada” se trata de un interés constante en su búsqueda artística; su obra circula alrededor de las relaciones familiares, las que tal vez él mismo cultivó en el envejecido pueblo de Galveias, donde vivió hasta los 18 años.
Quizá, también por ello, este joven de 34 años con varios pearcing en su rostro y algún tatuaje en su cuerpo, con frecuencia cosecha expresiones como éstas de Saramago: “una de las revelaciones más sorprendentes de la literatura portuguesa actual”.
Su obra (novela, poesía, dramaturgia, artículos) permite asomarse a aquel pueblo árido, sus viejos, los jóvenes que hoy huyen demasiado pronto, pero que en sus tiempos corrían cada mes a la plaza del pueblo con la ansiedad de elegir la mayor cantidad de libros posible en la biblioteca itinerante.
En su obra también puede verse su casa, aquella que figura en al menos uno de sus libros (Una Casa en la oscuridad), “muchas veces que me parece que nunca salí de ahí. Todavía esa es mi casa, siempre será mi casa”, dice.
Este artista, al que se le reconoce una gran fuerza expresiva, con una prosa muy lírica publicó su primera novela, Nadie nos mira, a los 26 años de edad, con ella obtuvo el Premio José Saramago y rápidamente empezó a cosechar lectores por miles.
De México sólo conocía sus escritores. A Juan Rulfo llegó tarde, dice, pero le fascina. “Hoy la literatura va por muchos caminos. En mi propia concepción literaria el punto central es el ser humano. Me parece que es una manera de intentar conocernos unos a otros, son puentes entre personas”.
Su obra y su ideario coincide así con Gao Xingjian, el Premio Novel de la Literatura en 2000: “Lo único a que debe sumisión la literatura es la realidad (...) Las experiencias y enseñanzas ajenas que no pasan por el filtro de la propia vivencia acaban convertidas en simple conocimiento libresco”.
El escritor portugués habla de sus expectativas literarias, éstas tienen que ver con contestar a las cuestiones que toda la gente tiene y que siguen presentes en la literatura desde siempre: quién soy, para dónde quiero ir, qué pienso sobre la vida, la muerte, la felicidad, Dios.
“Son cuestiones para las que a lo mejor nunca tendremos una respuesta definitiva, pero me parece que es importante que uno vaya intentando alcanzar una respuesta, sea cual sea”, finaliza.



José Luís Peixoto

Apostilha:

Maria Vicência Delfino

Enganei-me duas vezes. A mãe do meu pai chamava-se Maria Vicência.

Não quero arranjar desculpas para o meu engano, até porque não foi há muito tempo que tive uma conversa com a minha mãe sobre a minha avó paterna, mas aproveito para dizer que o lapso de lhe chamar Claudina tem a ver com o facto de o meu avô materno se chamar Luís Claudino; depois, o lapso de lhe chamar Delfina tem a ver, percebi agora, com o seu próprio sobrenome. Enfim.

Agradeço à minha irmã Anabela e ao meu primo José pelas chamadas de atenção.

J.L.P.

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sábado, 29 de novembro de 2008

AVENTURAS DO JOSÉ LUIS PEIXOTO NO MÉXICO [II]

Hoy en la Arena México: Los Perros del Mal vs. São Judas Tadeu

A CHARLA DE ONTEM


Ao meio-dia, ontem, estava a começar a conversa na Facultad de Estudios Superiores de Alcatlán (http://www.acatlan.unam.mx/).No início, uma fadista mexicana a interpretar dois temas acompanhada de dois guitarristas também mexicanos. Se algum dia precisarem de fadistas estrangeiros, perguntem-me a mim. Ao longo do tempo, tenho vindo a acumular algum conhecimento e experiência sobre pessoas que, em diversas partes do mundo, se apaixonam pelo fado, muitas aprendem a língua portuguesa por causa disso. Seria interessante um encontro, em Portugal, de fadistas estrangeiros. Ontem, em Alcatlán, a canção portuguesa esteve presente numa excelente voz e no entusiasmo de dois guitarristas, entre os quais um rapaz de 15 anos, a jurar que o fado é um sentimento a que não é capaz de escapar.

Depois, a leitura, a conversa, as perguntas, conversa, leituras, conversa, até às 3 horas da tarde. Apesar de já ter visto muito, continuo a surpreender-me. É impressionante a resistência e o interesse que se nota nas pessoas que têm participado nestas apresentações. O fim chega porque há um momento em que se olha para o relógio e nos apercebemos que já passaram horas. As pessoas ficam até ao fim e inclinam-se para a frente nas cadeiras. Há pessoas a filmar com telemóveis, com máquinas fotográficas e com máquinas de filmar. Há gravadores pousados à minha frente na mesa e há pessoas nas primeiras filas com gravadores apontados para mim. A maneira como vejo este público mexicano é a do cínico que, não acreditando no amor, se apaixona e percebe o quanto se enganou.

Além disso, estou muito contente com aquilo que disse, tanto ontem, como nos dias anteriores. Houve várias pessoas que estiveram em mais do que uma charla e, por isso, fiz um esforço para não me repetir demasiado. Creio que consegui.

No final, foram rifados alguns livros meus e fui eu que os sorteei, folheando as páginas de um deles e dizendo os números que calhavam. As “rifas” eram distribuídas à entrada e consistiam nuns marcadores de livros com uma foto e alguns poemas meus. Ou seja, no final, havia dezenas de marcadores para autografar. Não repeti um único autógrafo. Além disso, de novo, livros, cadernos - houve um rapaz que me pôs um caderno à frente e me pediu para escrever uma definição de amor. E fotografias, muitas.




ALGUMAS COISAS QUE APRENDI ONTEM SOBRE O MÉXICO


- No México, o dia 28 de cada mês é o dia de São Judas Tadeu. Na rua e no metro, há pessoas de todos os géneros, dezenas, centenas, que passam a carregar imagens de São Judas Tadeu. Vão ser abençoadas numa igreja do centro da cidade. As imagens podem ser grandes (mais ou menos um metro) ou pequenas (alguns centímetros). Podem ir ao colo, abraçadas, ou na mão. Quase sempre envoltas por uma grande quantidade de rosários. Às vezes, há alguns homens que passam vestidos de São Judas Tadeu. Em todas essas pessoas, a fé é muito evidente.

- A língua náhuatl atravessa o espanhol que se fala no México e está presente nos mais diversos contextos. Exemplo muito frequente (tirado do dicionário de náhuatl que a Berenice me ofereceu): Chingar. tr. y prnl. Verbalización de chinco o chingo, “en el culo” (véase tzinco en esta sección). De tzintli, culo, ano, -co, part. locativa. Para el análisis de esta voz y de sus numerosas acepciones en México vease el Apéndice v.
Não resisto a deixar um verso de um livro de poesia náhuatl (tirado de um volumne bilingue que me foi oferecido en Alcatlán): Yan cuecuepontimani icniuhxochinquahuitl; que significica em espanhol: Ya echa brotes el árbol de la amistad. (Não tive de procurar muito, as palavras náhuatl são gigantes.



LAS LUCHAS



A Arena México é o maior recinto do país onde se pratica esta espécie de “luta” a que nas Estados Unidos chamam “wrestling” e aqui chamam “lucha”. Ontem, cheguei uns 15 minutos atrasados à Arena México. As imediações são, por si só, um espectáculo. Por um lado, as centenas de vendedores de tudo o que se relacione com as luchas, por outro lado, as próprias pessoas que vão às lutas, devidamente mascaradas, com os níveis de adrenalina altos e em ascensão. Esse pequeno atraso não tinha qualquer espécie de significado, uma vez que eu e as minhas companhias estávamos perante um programa de cinco lutas, cada uma com três caídas. Haveria muito para dizer sobre as luchas, talvez um dia o faça. Por agora, gostava apenas de dizer que é muito diferente assistir a uma dessas lutas pela televisão ou na quarta fila da Arena México com os lutadores quase a caírem-nos em cima, a ouvir-mos tudo o que dizem e com os pontapés na cara (e não só) a serem bem sonoros. Depois, este tipo de “luta” no México é bastante diferente da sua equivalente nos Estados Unidos. Guardando a ressalva de ter assistido a uma ao vivo (Mex) e a outra apenas pela tv (USA), fico com a sensação de que a primeira é muitíssimo mais genuína e, por outro lado, os lutadores são muito mais suicidas. As luchas são uma forma de entretenimento absolutamente popular que, em muitos aspectos, reflectem diversos aspectos deste sociedade. A imensa saturação de cores e de elementos decorativos que se encontra a cada esquina da Cidade do México, em lojas, carros, pessoas, casas, está bem presente nas luchas. O kitch está bem presente. O humor mexicano que, na tv, é representado por personagens grotescas (homens vestidos de mulheres horrendas, pessoas vestidas de insectos, etc) está presente nas luchas. As multidões sem fim estão presentes nas luchas. Além disso, há os vendedores que vendem de tudo em todos os momentos, há as meninas que vêm anunciar as diversas fases dos “combates” e que desfilam nos intervalos, há os lutadores que se dividem em “rudos” (de grande porte, brutos e desleais) e em “tecnicos”(altamente atléticos, que respeitam as “regras”), há as lutadoras que se dividem em “cabeleras” e “mascaras”, há um caleidoscópio de coisas. As luchas, no México, são um encontro entre o bailado, o circo e a ginástica. Por exemplo:




José Luís Peixoto

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SEMPRE A PENSAR NO QUE É MELHOR PARA O PAÍS!

A terminar um extenso perfil de Maria de Lurdes Rodrigues, o Público perguntou à ministra da Educação que partilhasse um dos bons momentos que teve no ministério da Educação.

A questão é pertinente.

Ao fim de três anos e meio no ministério é normal que a ministra da Educação se tenha cruzado com uma criança que a escola retirou da marginalidade, do trabalho precoce ou, quem sabe, um adulto que, graças às novas oportunidades, conseguiu completar a escolaridade a que nunca teve acesso quando era jovem.

A resposta da ministra? Foi: uma carta que recebi de um menino que recebeu um computador para ter em casa, não sei já em que circunstância, e escreveu-me a dizer: Quando for grande, vou inscrever-me no PS.’ É tocante.



Realmente, o que importa o combate ao abandono e insucesso escolar perante a miragem de mais um jovem rebento a inscrever-se na JS?

O que nos vale é que há pessoas que passam a sua vida a pensar no que é verdadeiramente importante para o país.



P.S.

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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

AVENTURAS DO JOSÉ LUIS PEIXOTO NO MÉXICO

Máquina calculadora



O passado dia 25 de Novembro foi o trigésimo quarto que vivi e, ao mesmo tempo, foi o mais longo. Tenho quase a certeza de que não houve outro 25 de Novembro na minha vida em que tenha ganho 6 horas (24+6=32). O tempo não é algo que se dê ou que se receba. O tempo é algo que se negoceia com a natureza. Talvez por isso, essas 6 horas foram trocadas por 12 horas de imobilidade num voo longo (32-12=20). Quanto às 6 horas, terei de deixá-las na alfândega quando regressar a Lisboa (6-6=0). A natureza é muito ciosa do seu tempo. É muito difícil negociar com a natureza.

É muito mais fácil negociar com os mexicanos. Por um lado, 1 euro equivale a 17 pesos, mais coisa, menos coisa (coisa-coisa=coisa); por outro lado, os sorrisos são gratuitos e produzem-se em grandes quantidades. Há fábricas de sorrisos a laborar dia e noite. Depois, há a língua. O espanhol, no México, é a única coisa comestível que não é picante. É doce, é dulcito.

No dia 26, hoje, fui o indivíduo mais despenteado que tomou o pequeno-almoço no hotel El Diplomático. Eram 5 horas da tarde em Portugal, 11 horas no México. Às 7 e meia, quando comecei a falar no Centro de Lectura Condesa, eram 1 e meia da noite em Portugal. Boa hora.

Na primeira apresentação que alguma vez fiz no México, olhei para as pessoas demoradamente, li excertos dos romances e dois ou três poemas, a la hora de poner la mesa, deixei frases a meio, falei das Galveias, contei histórias e, algumas vezes, ri-me sozinho, mas com gosto. Dei uma entrevista antes e outra depois da apresentação. Conheci pessoalmente leitores que apenas conhecia por email e internets várias, autografei livros, sorri para fotografias de telemóvel e ofereci todos os livros que levei.

Agora, são 3 horas. Em Portugal são 9 da manhã. Vou dormir quando as pessoas estão a acordar. Ou seja, o habitual.


José Luís Peixoto

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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

PELA SUA SAÚDE NÃO CONSUMA ÁGUA DA REDE PÚBLICA



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OS ÚLTIMOS 20 ANOS DE INCOMPETÊNCIA E MUITO MAIS... [ II parte ]

Para entender em toda a extensão diacrónica o que foi o Cavaquismo, interessa indagar como começou.

Estas duas imagens que seguem, retiradas da revista Grande Reportagem ( de J.M. Barata Feyo e José Júdice e onde escreviam António Barreto e Vasco Pulido Valente, além de Adelino Gomes, Sousa Tavares e Rui Araújo), de 21.2.1985 e 11.4.1985 ( clicar para ampliar e ler na integra), dão a imagem adequada ao início.
Nessa altura, Cavaco Silva era um militante do partido, funcionário público, professor universitário, depois de ter sido ajudante de Sá Carneiro no governo da AD.
O artigo da revista, titulava: A noite dos facas longas, em que Mota Pinto, aparecia como o cordeiro sacrificial, depois de ter celebrado acordos de coligação quase contra-natura, com a esquerda do PS, de Mário Soares que metera há muito o socialismo na gaveta, e levaria no cachaço por isso mesmo, no futuro próximo.
Para além dos retratados, há mais no quadro que a vista não alcança: Eurico de Melo, Santana Lopes, António Capucho, José Manuel Júdice, Calvão da Silva e outros ainda.

Nessa altura, já Portugal tinha entrado em negociações com a Europa, para uma entrada em forma. O acordo de adesão, ao longo de dez anos, tinha sido negociado, nos últimos anos com os dois figurões da imagem à direita: Ernâni Lopes e...António Marta, o vice-governador do Banco de Portugal agora na berlinda, por causa da sua honra e palavra e do desmentido a Dias Loureiro. O presidente Cavaco Silva, num comunicado, chamou-lhe implicitamente...mentiroso.



Em Maio de 1985, Cavaco Silva, a pretexto de fazer a rodagem a um carro Citroën, de gama média, foi ao XII Congresso do PSD, na Figueira da Foz e venceu aqueles figurões todos juntos, com um discurso de profecias num destino sinfónico.

As imagens que seguem, tiradas da Grande Reportagem de 24 de Maio de 1985, dão conta da entourage de Cavaco, nessa altura: Fernando Nogueira, Eurico de Melo, Amândio de Azevedo, Correia Afonso. O renovado PSD. De Dias Loureiro, Marques Mendes e Duarte Lima, nem sombra visível, nessa altura.
No entanto, são estes, que aparecem já em destaque, oito anos depois, em Março de 1993, na imagem e texto da revista Visão de 25 de Março de 1993.

O artigo de Lurdes Feio que se pode ler, começa assim: Quando a filha casou, Cavaco Silva convidou apenas dois ministros: Fernando Nogueira e Dias Loureiro. O mesmo aconteceu por ocasião da festa do 50º aniversário de Maria Cavaco Silva.

Nessa época discutia-se já o nome do candidato às presidenciais do ano seguinte. Freitas do Amaral era persona quase non grata e por aí ficou.



Em Junho de 1985, com o governo de coligação de Mário Soares e Mota Pinto em queda livre, foi assinada, com pompa e circunstância, a adesão de Portugal à CEE.
Repare-se na imagem que ficou para a posteridade, tirada da Grande Reportagem de 15.6.1985: uma imagem desgraçada, desfocada e irreal. Governantes que já não governavam; figuras pardas como Andreotti, atrás deles, indivíduos que nunca deveriam ter estado na política e fizeram a vida nela. Os imprescindíveis.




A partir daí, Cavaco conseguiu uma e depois outra maioria absoluta. Soares ganhou a presidência a Freitas do Amaral, por um triz de algumas, poucas centenas de milhar de votos, com os comunistas a ajudar e Portugal entrou na era da prosperidade das ajudas comunitárias.
Algumas delas, foram logo aplicadas a preceito, em reflexo das PEC´s PAC`s e outros PEDIP´s e QCA´s.
Nos anos noventa, apareceram os hipermercados, o consumo à larga, o crédito mais fácil ( em meados da década). O QCA aguentou estoicamente isso tudo.
Em 1992, apareceu uma revista, dirigida por Álvaro Mendonça, com colaboração de Leonardo Ferraz de Carvalho ( já falecido e grande coleccionador de revistas...).
O número um, mostrava Belmiro de Azevedo, junto à palavra erros. O cavaquismo, explicado, nas páginas do meio com uma declaração cândida de um anónimo dirigente de um grupo económico nortenho ( não havia muitos nessa altura...), em que dizia ( clicar para ler na integra), preto no branco:

Muitas das nossas empresas vão servir para sacar fundos da CEE. A seguir ou se vendem ou se liquidam. Tal e qual.

Cavaco Silva tinha obrigação estrita de saber disto, destes fenómenos. O que fez, para os evitar? Confiou na PGR de Cunha Rodrigues, com as leis que tínhamos? Foi? Parece que sim.





Anos depois disso, os desmandos maiores, vieram a revelar-se,num amplo panorama de desperdício, cujo melhor exemplo pode ser este, dado por uma das figuras paradigmáticas da nossa desgraça e que em 24.10.1997, no primeiro número da revista Factos, dirigida por Dinis de Abreu, dizia assim, profetizando os anos que viriam e mostrando o verdadeiro retrato de Portugal: Quem fala de corrupção em África não conhece Portugal. A tecnologia da corrupção é nossa.

Quem assim alvitrava, dirigira como Comissário ( um dos muitos que havia), a Expo 98. Um exemplo acabado e paradigmático, do modelo de desenvolvimento do ideário cavaquista de tendência bloco central.
Foi assim que chegamos onde estamos e é bom não esquecer. E o epitáfio, pode muito bem ser este: Vive-se em Portugal, uma prosperidade fictícia. Cardoso e Cunha, um indefectível do cavaquismo, sabia bem do que falava


Clique nas imagens para ler na integra

José

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20 NOVIDADES DO NOVO CÓDIGO DO TRABALHO COM MAIS IMPACTO

A edição de hoje do Diário Económico, avança com as 20 medidas mais significativas da nova Lei:
Conheça as mudanças na lei do trabalho que vão ter mais consequências na vida das empresas e dos seus funcionários.
A nova lei laboral que entrará em vigor no início do próximo ano promete alterações na vida dos trabalhadores e das empresas.
O Diário Económico consultou alguns especialistas em Direito do Trabalho para perceber quais as medidas que terão maior impacto prático.
1. Aumentar o período experimental
O Governo pretende aumentar de 90 para 180 dias, para a generalidade dos trabalhadores, o prazo inicial “durante o qual o contrato pode livremente cessar, sem necessidade de invocação de justa causa nem direito a indemnização”, explica Luís Miguel Monteiro, sócio da MGLTS. Também Tiago Cortes, sócio da PLMJ, diz que a medida “permitirá uma escolha mais ponderada dos efectivos, reduzindo assim o risco de contratações falhadas que, nomeadamente nas PME, tem um grande impacto negativo”. E acrescenta: “O único senão prende-se com a possibilidade do período experimental poder passar a ser usado de forma abusiva como uma modalidade de contratação a termo”. César Sá Esteves, sócio da Simmons, lembra que “muito provavelmente, contratos a termo por períodos de seis meses ou menos deixam assim de ser necessários”.
2. Impugnação do despedimento
O Código prevê “o encurtamento de 12 para dois meses do prazo que o trabalhador dispõe para contestar judicialmente o despedimento, excepto no despedimento colectivo, em que o mesmo período é de seis meses”, explica Luís Miguel Monteiro. A redução daquele prazo “vai por termo à situação de incerteza por que as empresas têm de passar e obrigar os trabalhadores a uma decisão mais célere”, continua Tiago Cortes. Para César Sá Esteves, os “trabalhadores que acabavam por se desinteressar da impugnação de despedimento, em virtude de no ano subsequente encontrarem novo emprego, irão agora, por cautela, deduzir oposição judicial ao despedimento”.
3. Alteração do cálculo das férias
Com a nova lei, “quando o contrato termine no ano civil seguinte ao da admissão, as férias são calculadas proporcionalmente à sua duração, evitando multiplicação de férias em caso de contratos de curta duração”, explica Luís Miguel Monteiro. Para César Sá Esteves, terminam assim os casos “absurdos de aquisição injustificada de férias nos contratos com duração reduzida”. Também Tiago Cortes entende que esta medida “vai ter uma grande importância prática nas PME e um forte impacto moral nas restantes empresas”.
4. Presunção da existência de contrato de trabalho
Com o novo código, explica Luís Miguel Monteiro, é o empregador que tem de provar que não existe contrato de trabalho caso o trabalhador entenda que não é prestador de serviços. Tiago Cortes lembra que se retoma a “lista de indícios” cuja verificação presume a existência de contrato de trabalho e que o falso trabalho autónomo passa a ser considerado contra-ordenação muito grave. E acrescenta: “A alteração tem um impacto potencial elevado, já que permitirá presumir como contrato de trabalho muitas situações vulgarmente conhecidas como recibos verdes”, restando saber se este impacto será positivo (para evitar o recurso fraudulento aos recibos verdes) ou negativo (aumentando o contencioso laboral nos casos em que os recibos verdes sejam lícitos).
5. Um novo contrato de muito curta duração
Luís Miguel Monteiro explica que para actividades sazonais agrícolas ou eventos turísticos com duração inferior a uma semana, “pode ser verbalmente celebrado contrato a termo”. César Sá Esteves concorda que esta medida terá impacto nas empresas. Já Tiago Cortes duvida do impacto prático porque se limita a duração total destes contratos com o mesmo empregador a 60 dias por ano.
6. Caducidade das convenções
Mesmo que a convenção colectiva caduque, mantém-se uma série de efeitos produzidos pela mesma nos contratos de trabalho. Luís Miguel Monteiro dá o exemplo das retribuições. César Sá Esteves recorda que as convenções com cláusula de renovação sucessiva caducam passados cinco anos (excluindo prazo de sobrevigência) nas situações previstas por lei e que foi estabelecido um regime transitório específico: “Embora os prazos possam ser excessivamente elevados, assinale-se o mérito de permitirem a efectiva cessação de vigência das convenções, o que poderá ser um dinamizador da contratação colectiva”.
7. Comissão de serviço alargada
“Alarga-se a aplicação desta modalidade a cargos de chefia não directivos, desde que directamente dependentes da administração, director-geral ou equivalente”, prossegue César Sá Esteves. O advogado assinala ainda que esta modalidade permite “a denúncia a todo o tempo pelo empregador com um determinado aviso prévio e indemnização previstos na lei ou acordo entre as partes”. Tiago Cortes diz que esta medida terá um impacto elevado “nomeadamente nas empresas de maior dimensão”, com todas as vantagens em termos de “flexibilidade e gestão de carreiras” que isso implica.
8. Partilha da parentalidade
Para Luís Miguel Monteiro “a adopção de medidas que estimulam o acompanhamento, pelo pai trabalhador, da gestação e nascimento do filho” terão grande impacto na vida dos trabalhadores e das empresas.
9. Proibição de sucessão contratual
“Os trabalhadores a termo ou com contratos de trabalho temporário, bem como os prestadores de serviços, não podem suceder-se sem interrupções no mesmo posto de trabalho”, explica Luís Miguel Monteiro.
10. Limitações do contrato a termo
Tiago Cortes avança com as fortes restrições da contratação a termo que diz já serem muito limitadas no actual Código, prevendo-se que a nova lei complique “mais ainda” a vida das empresas e dos trabalhadores. E acrescenta: “A perspectiva de que o contrato a termo é sempre negativo para os trabalhadores é paternalista e acaba por ser contraproducente para os próprios trabalhadores”.
11. Restrições aos contratos a termo para grandes empresas
A eliminação de justificação para contratar a termo no início de actividade do estabelecimento para empresas com mais de 750 trabalhadores vai ter um impacto “bastante forte” nas grandes distribuidoras e venda a retalho. Como diz Tiago Cortes, “ao diminuir a flexibilidade e margem de manobra na contratação para os novos estabelecimentos, as empresas vão retrair-se quanto a novas contratações” ou “subcontratar, com consequências para a sua própria produtividade”.
12. Formação profissional obrigatória
Como explica Luís Miguel Monteiro, “se o empregador não proporcionar formação no prazo de dois anos, o direito do trabalhador a 35 horas anuais de formação transforma-se em crédito de horas”, com um prazo de gozo de três anos.
13. Simplificação do procedimento disciplinar
O empregador pode dispensar a realização de diligências probatórias a pedido do trabalhador na resposta à nota de culpa, excepto casos específicos, como grávidas ou trabalhadores em licença parental, explica Luís Miguel Monteiro.
14. Alteração na hierarquia das fontes reguladoras
“Na nova lei passa a haver um núcleo duro de matérias que só alteráveis por instrumento de regulamentação colectiva” se em sentido mais favorável aos trabalhadores, afirma Tiago Cortes. “Neste ponto, há uma diminuição da margem de manobra na contratação colectiva”.
15. Registo de tempos de trabalho
O registo dos tempos de trabalho tem de estar disponível para consulta imediata e passa a incluir as interrupções e intervalos não previstos e o tempo de trabalho prestado em regime de adaptabilidade. Isto obrigará “as empresas a um aumento significativo e injustificado de custos económicos (sistemas de controlo informatizados) e burocráticos”, critica Tiago Cortes.
16. Contrato a termo incerto
Passam a estar limitados a seis anos, o que poderá ter um “impacto significativo” nas empresas de construção civil e noutras complementares. Num país alavancado em grandes obras públicas que muitas vezes se arrastam por mais tempo, Tiago Cortes diz que “há quem defenda que será mais económico pagar as indemnizações de um despedimento colectivo do que as compensações pela cessação de contratos a termo” que ultrapassem aquele prazo. César Sá Esteves analisa a questão de outra perspectiva e atribui um impacto reduzido ao contrato a termo incerto já que, salienta, “a solução será a conversão em contratos sem termo e subsequente despedimento colectivo”, sublinhando que esta medida constitui uma “subversão jurídica (por um prazo a um termo incerto)”.
17. Trabalho intermitente
Caso uma empresa exerça actividade descontínua ou com picos de actividade, as partes podem acordar na prestação de trabalho intercalar, cuja duração não pode ser inferior a seis meses a tempo completo, dos quais 120 dias devem ser consecutivos. Esta medida é escolhida apenas por César Sá Esteves, já que os restantes advogados não lhe dão grande relevância.
18. Horários e adaptabilidade
Apenas César Sá Esteves entende que os horários concentrados e a adaptabilidade de horários serão relevantes na vida das empresas.
19. Trabalho a tempo parcial
Para o advogado da Simmons, a clarificação de que a redução de horário “pode ser feita por via da prestação de trabalho apenas em alguns dias por semana, mês ou ano” vai ampliar “o potencial de aplicação deste contrato”. Neste campo. Tiago Cortes diz que a possibilidade de tempo parcial se estender além dos actuais 75% do período máximo semanal é irrelevante.
20. Adesão individual a instrumento de regulamentação colectiva (IRCT)
Esta é uma medida com impacto relavante para César Sá Esteves. “Caso sejam aplicáveis, numa empresa, uma ou mais convenções colectivas ou decisões arbitrais, o trabalhador que não seja filiado em qualquer associação sindical passa a poder escolher, por escrito, qual daqueles instrumentos lhe seja aplicável”. Luís Miguel Monteiro entende que a adesão individual não terá impacto, uma vez que o patrão hoje já aplica a convenção a não filiados.
Cristina Oliveira e Silva
Tatiana Canas
Diário Económico

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

PONTE DE SOR - O PRESIDENTE DA CÂMARA, PREPARA CAMINHO PARA MAIS VIGARICES CULTURAIS [ II PARTE ] ESCLARECIMENTO

ESCLARECIMENTO


Caros Sr. zé da ponte e comentadores deste blog, no sentido de informar e corrigir muitas das incorrecções aqui explanadas, deixo aqui o meu comentário.
O projecto em questão tem vindo a ser pensado à dois anos e foi apresentado ao executivo da autarquia em Julho de 2008.
A Câmara municipal manifestou, depois de o analisar, interesse em ser parceira neste projecto.
Este projecto chamado "Teatro da Terra" - centro de criação e formação artística de Ponte de Sor (o nome foi alterado devido à adequação às candidaturas da direcção geral das artes), foi apresentado em papel com 24 páginas, onde se inclui orçamento detalhado, plano de actividades, objectivos artísticos e profissionais, para 2009.
São duas as vertentes principais deste projecto: A Criação e a Formação.
Na vertente da criação foi proposto: "A Casa de Bernarda Alba", de Federico G.Lorca, para todos os públicos.
"Cal", adaptação do livro com o mesmo nome de J.L.Peixoto,peça com uma abordagem experimentalista e contemporânea, para públicos jovens.
"Os Contos",adaptação de contos populares portugueses de tradição oral, para a infância e juventude.
Na vertente da formação foi proposto:
- Workshops de Interpretação,Técnicos de Palco e Produção.
O objectivo destas acções de formação é o de constituir uma equipa artística e técnica local.
- Um Serviço Educativo com actividades direccionadas para as famílias,crianças e população sénior.
Foi ainda previsto o acolhimento em Ponte de Sor de três produções de teatro de companhias do Porto, Lisboa e Tondela.
São evidentes as mais valias para o concelho já que,a oferta em termos de espectáculos aumenta significativamente,vão ser criados postos de trabalho, através da formação,os habitantes da região têm a possibilidade de adquirir competências nestas áreas de forma a facilitar a sua integração no mercado de trabalho.
Este é um projecto de Serviço Público para a população de Ponte de Sor e para a região.
O projecto tem um custo total de cerca de menos de um quarto dos valores de projectos semelhantes (Montemor-o-novo ou Viseu), e o que se pretende é um centro financiado pelo Ministério da Cultura e por municípios da região,para investir na cultura, em Ponte de Sor e na região.
As pessoas que estão por detrás desta ideia são a Maria João Luís (actriz com 23 anos de carreira reconhecida por todos,como uma das actrizes mais importantes deste país, com actividade continuada em Teatro (21 peças com Artistas Unidos, Teatro da Cornucópia, T.N.D.Maria II, Teatro A Comuna, Teatro A Barraca, C.C.Belém, etc...), Cinema(11 longa metragens e 3 curtas) e televisão (7 peças de teatro para televisão,3 séries e 9 novelas).
Pedro Domingos, "o marido", com 20 anos de trabalho continuado em Teatro (enquanto desenhador de Luz criou 132 produções de teatro, dança e música ; enquanto Director Técnico colaborou na montagem de mais de 87 produções de teatro, dança, música e ópera, tendo feito inúmeras digressões pelo país inteiro, incluindo as ilhas, e por França, Alemanha, Espanha, Reino Unido, Brasil, Bélgica e Noruega. Foi professor em Escolas de Ensino Superior e é neste momento Professor/Coordenador da Licenciatura em Artes Performativas da Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa. Foi gerente de uma sociedade de serviços culturais e recreativos, de 1998 a 2008,período onde não existem quaisquer dívidas a empregados, fornecedores, fisco ou Segurança Social, sociedade esta que já empregou mais de 70 pessoas.
Este projecto é totalmente apolítico.
Não tem qualquer relação com a FAP ou politico-partidária.
São apenas duas pessoas que se mudaram com os seus filhos para Ponte de Sor, onde possuem casa desde 2002, e onde querem trabalhar honestamente, naquilo em que sempre trabalharam, sem a intenção de "sacar" ou "Vigarizar", até porque sempre viveram do seu próprio trabalho e em termos financeiros estão a abdicar de muito mais dinheiro do que aquele que, eventualmente, venham a ganhar com este projecto.
O Centro que se pretende levantar a partir do zero, precisa dos pontessorenses para vingar, e está receptivo a ideias e projectos que lhe sejam apresentados com uma atitude positiva de construção de algo de bom para a cidade e seus habitantes.

Este veículo de comunicação e de "liberdade", perde toda a credibilidade quando é apenas utilizado para ataques ofensivos a pessoas e projectos,baseados na total ignorância dos factos.
Se me permite o conselho, Sr.Zé da Ponte, este seu blog, deveria servir para discutir e promover a cultura,e seus agentes,nesta região do interior, que como tantas outras pelo nosso país,estão desertas de oferta cultural, e não um local onde, defendidos pela cobarde cortina do anonimato, se descarregam as frustrações em faltas de educação e ofensas vulgares.
Com os melhores cumprimentos.

Anónimo
Terça-feira, Novembro 25, 2008 2:24:00 PM
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Nota da redacção do blog:
Apesar de não assinado e como presamos acima tudo a Liberdade, temos muito gosto em divulgar o presente esclarecimento.
Como também publicamos o comentário Anónimo Terça-feira, Novembro 25, 2008 6:51:00 PM
, posterior ao esclarecimento:

Acho, que vou falar por muitos naturais e residentes deste concelho.
Este ultimo comentário já devia de ter vindo a publico há mais tempo, assim não teria havido comentários um pouco grosseiros e ofensivos.
Aos Pontessorenses naturais e residentes gostaria de pedir um voto de confiança a este projecto.
Por um concelho e uma região mais prospero em cultura.


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CONTABILIDADE PARA ADMINISTRADORES ...


assinei as contas. Não percebo nada de contabilidade.

Dias Loureiro entra no grupo BPN por sua iniciativa quando em 2001 se dirige a Oliveira Costa, seu ex-colega de Governo, propondo-lhe a compra de 50% da Plêiade, empresa do grupo Roquette, que Dias Loureiro administrara e onde tinha uma posição de 15%.
Oliveira Costa
comprou tudo e em troca Dias Loureiro ficou com acções do grupo que vendeu em 2002 e lhe renderam cerca de €7 milhões.


Vejam lá se percebesse.

K.

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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

OS ÚLTIMOS 20 ANOS DE INCOMPETÊNCIA E MUITO MAIS...


Expresso 9.06.2007


24 Horas 5.02.2007



Em Junho de 1986, Dias Loureiro, era um aparatchick do PSD.
No caso, era Secretário-geral do partido. E nessa altura, nem havia oposição interna.
Em Julho de 1987, o PSD ganhou as eleições, com uma vitória pela segurança, por maioria absoluta.
O PS de Vítor Constâncio, teve pouco mais de 22%.
Em Outubro, depois de Cavaco, mencionar que na Bolsa se andava a vender gato por lebre, esta afundou.
Quem ganhou dinheiro, na bolsa, perdeu-o nessa altura.
No ano seguinte, começaram as privatizações, incluindo a dos bancos, sob a batuta do PSD de Cavaco.
Vítor Constâncio saiu da direcção do PS, com o pretexto de intromissão de Mário Soares.
Freitas do Amaral quis accionar o PSD por causa das dívidas da campanha eleitoral.
Vital Moreira e Zita Seabra sairam do PCP.
As rádios locais, ganharam carta de alforria, com destaque para a TSF, da Cooperativa que dura até hoje.
Em 1989 e 1990 e 1991, com o Independente, começaram os casos sérios com o PSD e os seus governantes e também os do PS ligados ao presidente Soares ( Beleza, Saúde e Melancia).

Os casos do Fundo Social Europeu, viriam a seguir, em meados dos noventa, embora já em 1986, o jornal Semanário não tinha qualquer dúvida sobre as fraudes que já tinham começado.




Semanário de 7.06.1986
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Logo em 1990, Oliveira Costa, Secretário de Estado dos assuntos fiscais de Cavaco e que introduziu as várias reformas fiscais em Portugal ( com destaque para o IRS e IVA), esteve sob a mira de um Inquérito parlamentar, sobre os célebres perdões fiscais ( o caso curioso da Cerâmica Campos de Aveiro e Alvarães, é um deles), mas os perdões foram de rebimba o malho, no erário público.
Aparentemente, ninguém ligou muito, e há testemunhos que garantem ter sido Cavaco Silva, nessa altura, demasiado leniente para com esses desmandos e principalmente com os critérios de atribuição dos fundos e política de investimentos.

Há quem garanta ainda que o modelo de desenvolvimento então gizado e adoptado, está na raiz dos nossos problemas endémicos, que nos colocam sistematicamente na cauda da Europa, embora por breves anos tivéssemos a ideia propagandeada que afinal éramos um exemplo para o mundo moderno. Um oásis e um elemento do pelotão da frente.

Em 1994, o desgaste do autoritarismo ( a ditadura da maioria, denunciada por Soares), levou a um buzinão monumental, na ponte sobre o Tejo.
Dias Loureiro era o ministro das polícias, depois de ter passado por outras pastas de governo. Daniel Sanches, era o director do SIS.
Em 1995, Duarte Lima foi ouvido na PJ, sobre casos que envolviam o seu património, incluindo uma quinta perto de Soares e que este achou bizarra. Abílio Curto, foi detido por corrupção ( anos depois foi condenado em prisão efectiva, numa raridade quase única neste tipo de casos. Quando entrou na cadeia, declarou solenemente: o dinheiro foi todo para o PS.
Vital Moreira garantiu logo que não.
Em 1996, Sampaio, ganhou as eleições.
Nesses anos todos, um escândalo de proporções semelhantes ao do actual BPN, ocorria nos Açores, o da Caixa Económica Faialense.
Emanuel de Sousa, primo de Natália Correia, era o centro das atenções e o processo acabou em nada, depois da falência escandalosa e de o Banco de Portugal ter enterrado dezenas de milhões de contos.

Depois deste panorama escandaloso, com a entrada de mais dinheiro da CEE e depois UE, com os quadros comunitários de apoio, para estradas pontes, estádios e obras faraónicas ( a primeira foi logo o CCB), apareceu a banca privada e os negócios.

O BPN apareceu em 1993, integrando a Soserfin e a Norcrédito.
Américo Amorim foi dos primeiros fundadores.
Um escândalo fiscal, criminal, envolvendo o empresário ainda anda por aí.
Em 1998, a Sociedade Lusa de Negócios apareceu, sob a batuta de Oliveira e Costa.
O BPN ficou-lhe associado desde então.
Em 2002, o BPN adquiriu o banco Efisa e Dias Loureiro era figura destacada. Tal como Augusto Mateus e Oliveira Martins, do PS.
Nessa mesma altura, O BPN adquiriu também o Banco Insular de Cabo verde.

O resto, do que viria a seguir, são problemas a que Dias Loureiro, não pode fugir. E na Assembleia da República, alguém lhos há-de lembrar, para bem de todos, se assim for. E o pormenor da conversa de 19 de Abril de 2001, ás 4 horas da tarde, é mesmo isso: um mero pormenor.
Dias Loureiro, provavelmente, não virá a ser responsabilizado criminalmente. Dificilmente alguém, aí chegaria, porque a lei penal que temos não comporta o aproveitamento de lugares privados, de quem sai de lugares públicos, por mero efeito de... oportunidade política.

Expresso 27.11.2004


Sábado 14.05.2004

O cavaquismo, o soarismo, o guterrismo, o blococentralismo está tão cheio destes fenómenos espantosos que seria altamente improvável, agora, um sobressalto ético para lhes pôr cobro.
O melhor exemplo recente, é o de Jorge Coelho, um irmão, para Dias Loureiro.
As componentes deste bloco, centralizado em interesses privadíssimos, organizou entretanto uma Cooperativa que funciona quase como a antiga União Nacional, em coesão e eficácia, em vários níveis, com um destaque elevado no jornalístico e de direcção de informação.
Em finais dos anos 80, ainda se falava numa mítica Direita que afinal nunca existiu: os seus elementos, de resto, integraram-se nos lugares devidos e em devido tempo.


Expresso
29.04.1989


Dias Loureiro é o símbolo disso tudo. E vai pagar um preço por estas razões elencadas que aqui ficam e assim se ilustram, com um ênfase especial no artigo sobre a lei de Gresham. Chegou a altura de uma análise retrospectiva dos anos de ouro do cavaquismo e do mal que nos trouxe, disseminado e daninho.

A pior desgraça que nos foi acontecendo, nestes últimos vinte anos, tem um nome: incompetência. Ou incapacidade que vai dar ao mesmo.

José

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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PONTE DE SOR - FUNDAÇÃO ANTÓNIO PRATES - PARA QUANDO TODA A VERDADE?











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HUMOR


Saiu hoje, um livro que recolhe alguns textos escritos e de antologia do Humor Português, de 1969 a 2009 e que merece toda a atenção e recomendação, pela qualidade.

Organizado por Nuno Artur Silva e Inês Fonseca Santos, a recolha parte de 1969, altura em que foi editada outra antologia, dedicada ao Humor português, da autoria de Fernando Ribeiro de Mello, da Afrodite e esgotado há muito.

Nuno Artur Silva, é um dos elementos mais representativos da chamada União Cooperativa Nacional.
O pai das Produções Fictícias, mexe os cordelinhos de quem faz rir o público, em diversas plataformas, com destaque para a televisiva.
Para quem não saiba, a União Cooperativa Nacional é o sucedâneo moderno da União Nacional de antanho, mas no reverso.
Porém, retoma o mesmo pendor de agremiação de sensibilidades, neste caso encostadas à Esquerda genérica e predominante em Portugal, desde o 25 de Abril de 74; as mesmas parametrizações culturais e espirituais, embora de feição laica e progressista, ao lado do jacobinismo; as mesmas tendências para a exclusão do divergente, se for ameaça ao status quo; os mesmíssimos tiques de censura, ao olhar que fique do lado oposto ao politicamente correcto.

O livro antológico, tem um pequeno texto de Mário-Henrique Leiria, nos Contos do Gin-tonic, de 1973 e que merece referência, por algo que nem sei bem porquê:

"Após ter surripiado por três vezes a compota da despensa, seu pai admoestou-o.
Depois de ter roubado a caixa do senhor Esteves da mercearia da esquina, seu pai pô-lo na rua.
Voltou passados vinte e dois anos, com chófer fardado.
Era Director-Geral das Polícias. Seu pai teve o enfarte."

Há quem não precisasse de vinte anos, para chegar ainda mais longe...


José

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PONTE DE SOR - O PRESIDENTE DA CÂMARA, PREPARA CAMINHO PARA MAIS VIGARICES CULTURAIS


----PROJECTO DO CENTRO DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA TRANSDISCIPLINAR DE PONTE DE SOR.------------------------------------

-----Está presente o Projecto do Centro de Criação Artística Transdisciplinar de Ponte de Sor, o qual
devido à sua extensão e difícil transcrição para esta acta, ficará arquivado em caixa própria.- -------------------------------------------------
-----A Câmara Municipal tomou conhecimento, e deliberou por unanimidade, apoiar a apresentação da candidatura e aceitar ser parceiro no Projecto a protocolar no futuro entre as partes.-----

ACTA N.º 46/08
CMPS
11/11/2008
Mais uma

vigarice que

chega!


Desta vez o CENTRO DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA TRANSDISCIPLINAR DE PONTE DE SOR, da responsabilidade da artista do Ribeiro das Vinhas Maria João Luís.


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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

PONTE DE SOR - FUNDAÇÃO ANTÓNIO PRATES - PRESIDENTE DO MUNICÍPIO ABRE GUERRA PARA O CONTROLE DA INSTITUIÇÃO [ Parte II ]


Seminário Artes & Leilões

António Prates

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PONTE DE SOR - FUNDAÇÃO ANTÓNIO PRATES - PRESIDENTE DO MUNICÍPIO ABRE GUERRA PARA O CONTROLE DA INSTITUIÇÃO


IZNOGOUD


António Prates prestes a explodir depois de ter doado à fundação com o seu nome a maior parte do património artístico acumulado ao longo da sua carreira de galerista.
O actual presidente da Câmara de Ponte de Sor, João Taveira Pinto - local de nascimento do coleccionador onde está instalada a Fundação António Prates - resolveu abrir uma inesperada guerra pelo controlo da instituição inaugurada o ano passado por Isabel Pires de Lima.


Consta que, pelo Natal, o António irá oferecer ao edil os livros do célebre personagem de BD, Iznogoud, que queria ser califa em vez do califa...



















Arte&Leilões

Nº. 12 - Novembro 2008 - Pág. 96

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CONTRA O CRIME DE AMANHÃ

Estou em crer que a dr.ª Maria de Lurdes Rodrigues deu um pontapé na maioria absoluta que os disparates políticos da dr.ª Manuela Ferreira Leite presumivelmente garantiam ao eng.º José Sócrates.
Como a ministra da Educação não decide, na solidão alcatifada do gabinete, sem escutar, inevitável e antecipadamente, o primeiro-ministro, infere-se que este é o principal responsável da situação.
Não há parábola que remova esta sucessão de evidências.
Sócrates está longe de ser um bom governante.
Porém, a presidente do PSD ainda seria pior.
As perspectivas não são de molde a alegrar-nos.
Estes mandantes desabusados (para usar uma expressão cara a Aquilino) tornaram insuportável a vida portuguesa.
A nossa inalterável ingenuidade cimentou-os no poder.
A verdade é que, depois do PREC, com ligeiras variantes, o descontentamento, a raiva, o desespero causados pelas mentiras sistemáticas e despudoradas converteram o nosso regime numa duvidosa democracia.
Direi: numa democracia distanciada, sem alma nem paixão, ausente do outro, como certos preopinantes quiseram moldar a modernidade do jornalismo a essa obscenidade ética e deontológica da distanciação.
Em todo este comportamento político reside algo de tirânico, resultado de uma educação que se manifesta larvarmente, e cujas origens podem ser encontradas numa Igreja que se não desproveu da rigidez e de uma classe dirigente organizada na mediocridade, no autoritarismo, e destituída de grandeza.
Para essa gente, as declarações de Manuel Alegre, ao Diário de Notícias de domingo, suscitam um leve desdém, um trejeito de enfado ou, então, um trovejar de frases inócuas.
Ele diz sempre o mesmo, formulou um dirigente socialista, muito adicto à felicidade de ser a voz do dono, qualquer que esse dono seja.
Não é assim.
Alegre tem sido um respingão incómodo, ante a inqualificável inércia e o desacrediante desvio ideológico do PS. E há um núcleo central das suas opiniões que se mantém, exactamente porque ele não se deixa pacificar, possui convicções, e, goste-se ou não, tem combatido a lassa indiferença de muitos dos seus camaradas.
O documento recolhido por João Marcelino e Paulo Baldaia é particularmente importante, porque cria uma declarada ruptura com este PS, ao mesmo tempo que o deponente recusa o exílio interior.
Penso que a questão dos professores, adicionada a todas as querelas conhecidas, determinou este desabafo, que nada tem de secundário nem de sentimental. Manuel Alegre sente-se embaraçado num partido que se fechou à sociedade e que traiu os testamentos legados, em nome de uma esquerda moderna cedo naufragada em soluções parciais e em repugnantes concessões - que permitirão, acaso, o crime de amanhã.
Ele é contra.

B.B.

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terça-feira, 18 de novembro de 2008

É SÓ COMPETÊNCIA



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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

PORREIRO, PÁ! ATÉ AS CRIANÇAS ENGANAS ...

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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

TEMOS DE ACABAR COM A BANDALHEIRA

Como é que isto é compatível com isto?
Quem é que anda a desviar o dinheiro dos impostos dos cidadãos?
Não se pode permitir que a corja continue impunemente a praticar erros de gestão!!!
E não é necessário esperar por eleições para acabar com a bandalheira!!!
A rua tem muita força!!!


L.

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terça-feira, 11 de novembro de 2008

PONTE DE SOR - MAGALHÃES COM OBRAS!


Amanhã quarta - feira estarão em Ponte de Sor, elementos da corja xuxalista para entregar computadores Magalhães aos miúdos da escola da Avenida Garibaldino de Andrade.

Há anos que as crianças passam frio nessa escola e que os quadros eléctricos disparam.

Tem sido um corre , corre para fazer os preparativos.

Até um alpendre que ameaçava cair em cima das crianças está a ser reparado porque os ditos cujos parecem estar para aparecer.

A pressa era tanta que foi enviado um elemento da Equipa de Apoio às Escolas do Alentejo Norte, (ex. CAE do Alto Alentejo) para inserir os dados dos alunos nos computadores, enquanto nas restantes escolas do concelho de Ponte de Sor, tem que ser cada professor a fazê-lo.


E.E.



Antero

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

PONTE DE SOR - PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL CADA VEZ MAIS SÓ!


Há dois meses, o engenheiro Manuel João Pimenta, Director Técnico do quadro da Câmara Municipal de Ponte de Sor, bazou para as Águas de Portugal.

A semana passada, o dr. Normando Sérgio, Director do departamento Jurídico da Câmara Municipal de Ponte de Sor, põe-se ao fresco através de uma licença sem vencimento de longa duração...

O primeiro, em relação à má qualidade das águas do concelho e à gestão das empreitadas feitas a correr para as eleições.

O segundo, por tudo o resto - desde as defesas em tribunal, às falcatruas nas actas das reuniões da câmara, até , agora, à semi-defunta e afundada fundação António Prates.
O pedido de licença já havia sido tentado o ano passado, mas indeferido pelo presidente da câmara.

Este é um sintoma de que técnicos bem posicionados não estão para aturar as baboseiras do Taveira Pinto.

São duas baixas demasiado caras em tão pouco espaço de tempo.

Vamos esperar para ver quem mais sai... ainda assim, não fosse o diabo tece-las, foram oferecidos há pouco tempo novos lugares de chefe de divisão, só para os segurar, claro está!

Taveira Pinto está cada vez mais sozinho!

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OS PALHAÇOS

Há uma grande diferença entre respeito e respeitinho.
O respeito funda-se na autoridade moral, o respeitinho no autoritarismo.


O que se passou na Assembleia Regional da Madeira, com um deputado a chamar fascista ao presidente do governo regional, ao mesmo tempo que desfraldava a bandeira do partido nazi, seria impensável suceder no Congresso ou no Senado dos Estados Unidos da América, apesar de este ser o país do mundo onde existe maior liberdade de expressão.

Nem o comportamento do deputado do PND que desfraldou a bandeira nazi, nem o comportamento dos sociais-democratas madeirenses que o suspenderam de funções, o impediram de entrar na Assembleia e apresentaram queixa no tribunal.


E para ser franco, choca-me mais a reacção social-democrata do que a actuação do deputado do PND. Na verdade, ao reagirem da forma como o fizeram, os sociais-democratas da Madeira acabaram por justificar e legitimar a atitude do deputado do PND. Com efeito, só uma sociedade totalmente avessa aos mais elementares princípios da democracia e da liberdade pode reagir da forma violenta como os sociais-democratas madeirenses reagiram a uma palhaçada daquelas.

Até parece que lhes enfiou a carapuça. Sem esquecer que, como diz o povo, na terra onde fores viver, faz como vires fazer.

E estando nós tão habituados a tiradas semelhantes dos presidentes do governo e assembleia regionais, ninguém compreende por que razão os sociais-democratas da Madeira se sentem agora tão ofendidos e melindrados com uma simples brincadeira de mau gosto.


No Senado e no Congresso dos EUA, isto seria, no entanto, impensável de ocorrer porque os americanos têm o cuidado de eleger congressistas e senadores, em vez de palhaços. Em Portugal, pelo contrário, as assembleias da República, regionais e municipais só muito raramente se conseguem distinguir dum circo, a não ser pelo número de palhaços que, nos circos, é, em regra, bastante mais reduzido.

Nos EUA, basta uma simples notícia fundamentada que ponha em causa a honorabilidade do congressista ou do senador para este colocar, de imediato, o lugar à disposição. Em Portugal, a falta de vergonha é tanta que, quanto mais atascado estiver na lama, mais se agarra ao lugar, protegido pelas leis que ele próprio ajudou a aprovar e pelos apaniguados cujos tachos e favores comprou com o dinheiro dos contribuintes. E como o nosso povo se revê nesta gente, têm sempre o seu voto garantido. Isto é que me revolta e escandaliza.

Não se pense, no entanto, que o circo está confinado à Madeira. Aquilo é circo pobre. A quem eu nunca achei qualquer graça é ao palhaço rico, não é ao palhaço pobre.

O palhaço rico é aquele que se escandaliza com as palhaçadas do palhaço pobre, mas, depois, é capaz de aprovar leis inconstitucionais ou rejeitar leis, contra a sua consciência, para não perder votos em eleições regionais ou nacionais.

E sobretudo não acho qualquer graça a quem faz de nós palhaços, como é o caso do nosso primeiro-ministro e do ministro das Finanças que, num dia, chamam de irresponsáveis a quem apresenta determinada proposta e, no outro, aprovam precisamente as propostas que, no dia anterior, classificaram de totalmente irresponsáveis. Mas, como o povo português adora o circo, esta gente tem sempre a eleição garantida.


REXISTIR

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