quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005

ESTAMOS NA QUARESMA



Depois de todo este Carnaval iniciado no Verão do ano passado, entramos finalmente na Quaresma que este ano se adivinha período de pouco recato e abstinência.
O PM demitido recusou-se no último dia do Entrudo a sair à rua, não se fosse confundir com outros foliões, e preferiu convocar os mensageiros da palavra para a residência oficial onde executou mais um número de circo a ficar para a história como demonstração de que o poder se pode corromper com o uso abusivo dos recursos postos à sua disposição.
As imagens de pantomina têm paralelo com outras de há trinta anos referentes a determinado PM num comício na margem sul.
Ou ainda com outras de passeios pelos jardins de São Bento, embora com o luxo que António Salazar não exibia e melhores cadeiras, não fosse o diabo tecê-las, para demonstração das novas poses de estado que, contra ventos e marés, as televisões fizeram o favor de passar até à exaustão.
Nesta quarta-feira de cinzas tudo volta ao normal.
O Sr. Lopes (como um dia dirá o Rei Momo do Funchal) regressará à estrada, entre inaugurações como PM (auto)-gestionário, presidente do PPD/PSD por obra e graça dos militantes e candidato a deputado, putativo futuro PM ou retornado à edilidade para acabar a magnífica obra que deixou Lisboa no caos.
Faltam onze dias para acabar a fantochada.
Ao contrário do espírito da Quaresma, esta quarta-feira de cinzas não será ainda o início do jejum que PSL deveria praticar até à Páscoa para, aí sim, se banquetear com o cabrito guarnecido com batatinhas douradas na residência de Monsanto.
O orçamento muda.
Os pagantes não.
L.N.T.