No século XIX, um benemérito que fizera fortuna no Brasil decidiu mandar construir 120 escolas primárias neste país. Conde de Ferreira, assim se chamava, considerava que a instrução pública era fulcral e, na ausência e inépcia do Estado, deveria ser a sociedade civil a suprir essa lacuna.
Um século depois, assiste-se ao retrocesso à idade anterior ao Iluminismo. As Associações de Pais consideram que as escolas devem estar abertas 12 horas por dia. A agora inexistente ministra Maria de Lurdes Rodrigues já se declarou a favor da medida.
Compreende-se: como o Ministério dito da Educação tem como única política conhecida a avaliação dos professores, qualquer ideia, mesmo a mais lunática, merece o seu aplauso. A proposta, claro, é genial. No fundo ela é herdeira da visão educacional leninista e estalinista: o Estado deve educar as crianças e libertar os pais, cheios de vícios burgueses, de os aturarem.
Conde de Ferreira, se voltasse a Portugal, coraria de vergonha com a sociedade civil existente. Se os alunos estiverem 12 horas na escola, e se pensarmos que cada criança dorme oito horas por dia, os pais só terão de as aturar durante quatro horas. Se lhes dermos duas ou três horas de Magalhães e de televisão temos assim formatada a educação da idade de Sócrates. Os jovens deste país estão prestes a tornar-se os "pioneiros" do século XXI.
Com esta proposta, o Estado tornar-se-á o pai e a mãe dos jovens portugueses. O seu Grande Educador. E os professores serão transformados em Pandas Kung Fu.
Aos portugueses eu aconselho que acordem, despertem para os seus direitos de pais e que não se deixem manipular por "sins" que os levam a afastar dos filhos. Os pais têm direito a ter horas para estar com os filhos e a família deve ser a base da sociedade e da transmissão de valores. Esta medida, se vier a concretizar é porque aos pais vai ser pedido que trabalhem que nem escravos, que tenham horário flexível, que ponham em prática as muito apregoadas bolsas de horas. Não se deixem ludibriar por propostas de associações pares do governo, como é o cao da confap, exijam sim, tempo de qualidade para poderem apoiar os descendentes e também os ascendentes. A pouco e pouco, os direitos adquiridos são perdidos em troca de um rebuçado envenenado.
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No século XIX, um benemérito que fizera fortuna no Brasil decidiu mandar construir 120 escolas primárias neste país. Conde de Ferreira, assim se chamava, considerava que a instrução pública era fulcral e, na ausência e inépcia do Estado, deveria ser a sociedade civil a suprir essa lacuna.
Um século depois, assiste-se ao retrocesso à idade anterior ao Iluminismo. As Associações de Pais consideram que as escolas devem estar abertas 12 horas por dia. A agora inexistente ministra Maria de Lurdes Rodrigues já se declarou a favor da medida.
Compreende-se: como o Ministério dito da Educação tem como única política conhecida a avaliação dos professores, qualquer ideia, mesmo a mais lunática, merece o seu aplauso. A proposta, claro, é genial. No fundo ela é herdeira da visão educacional leninista e estalinista: o Estado deve educar as crianças e libertar os pais, cheios de vícios burgueses, de os aturarem.
Conde de Ferreira, se voltasse a Portugal, coraria de vergonha com a sociedade civil existente. Se os alunos estiverem 12 horas na escola, e se pensarmos que cada criança dorme oito horas por dia, os pais só terão de as aturar durante quatro horas. Se lhes dermos duas ou três horas de Magalhães e de televisão temos assim formatada a educação da idade de Sócrates. Os jovens deste país estão prestes a tornar-se os "pioneiros" do século XXI.
Com esta proposta, o Estado tornar-se-á o pai e a mãe dos jovens portugueses. O seu Grande Educador. E os professores serão transformados em Pandas Kung Fu.
Aos portugueses eu aconselho que acordem, despertem para os seus direitos de pais e que não se deixem manipular por "sins" que os levam a afastar dos filhos. Os pais têm direito a ter horas para estar com os filhos e a família deve ser a base da sociedade e da transmissão de valores.
Esta medida, se vier a concretizar é porque aos pais vai ser pedido que trabalhem que nem escravos, que tenham horário flexível, que ponham em prática as muito apregoadas bolsas de horas.
Não se deixem ludibriar por propostas de associações pares do governo, como é o cao da confap, exijam sim, tempo de qualidade para poderem apoiar os descendentes e também os ascendentes. A pouco e pouco, os direitos adquiridos são perdidos em troca de um rebuçado envenenado.
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