ESPERAMOS QUE ISTO NÃO VENHA ACONTECER CÁ NA CIDADE...
Hoje quando comprei o Jornal "Público", deparei com um artigo do Professor Eduardo Prado Coelho, muito interessante, o qual transcrevo para os leitores do pontedosor.blogspot.com:
Vinho Estragado
"Quando se inaugurou o Museu do Vinho da Bairrada, ainda em 2003, havia diversas autoridades, e um presidente da Câmara da Anadia, ufano por tão luzida frequência. Estava o ministro Pedro Roseta, que fez um dos seus habituais discursos de boas intenções sobre a cultura. Estava, creio eu, o secretário de Estado da Agricultura. Estavam inúmeros artistas, encantados com a qualidade das instalações. Estavam jornalistas e gente da cultura. Estavam os protagonistas do dia, de Fernanda Fragateiro a Duarte Belo. Escrevi uma crónica sobre a importância artística e turística da iniciativa.
Os discursos são coisa formal e aborrecida. Mas às vezes podem ter aspectos sintomáticos. Lembro-me que ao ouvir o presidente da câmara, senhor Litério, pensei (será que o escrevi?) que havia entre o jeito canhestro daquela prosa (que, no entanto, devia ter sido escrita pela vereadora, e era isso que a salvava) e a qualidade do empreendimento uma desproporção evidente. O responsável pela coordenação da programação, o fotógrafo Maçãs de Carvalho, rimava mal com aquele presidente da câmara, que se preocupava com algum brilho e pouca arte.
Entretanto, as coisas evoluíram no pior sentido. Um mês depois da inauguração, Maçãs de Carvalho foi saneado. O contrato que tinha com a câmara não foi renovado e ninguém teve a gentileza de lho comunicar. A própria vereadora, certamente por cultura em excesso aos olhos do senhor Litério, veio para a rua. O museu neste momento vive sem programador, entrega à foleirice local, sob a responsabilidade de um funcionário da câmara, que se ocupa das parcas actividades com duas empregadas da limpeza e duas funcionárias administrativas. Toda a programação apresentada por Maçãs de Carvalho foi posta de parte. Não era aquilo que lhes interessava. O presidentente da câmara tinha um projecto etílico feito com as forças vivas da região. Neste momento expõe uma colecção de fotografia que o próprio Maçãs de Carvalho comissariou há três anos e um conjunto indigente de caricaturas. O que implica algum desplante dada a forma grosseira como Maçãs de Carvalho foi tratado pelo presidente.
Sabemos que há neste momento um efectivo trabalho de descentralização cultural e vereadores que revelam qualidades assinaláveis. Esse é um ponto positivo. Mas isso desencadeia uma espécie de concorrência que não olha a meios para dar uma imagem de cultura viva, quer no plano público, quer no privado. E o resultado é muitas vezes desastroso. Faz-se cultura para se dizer que se faz cultura. E diversos responsáveis não têm qualquer preparação para o que estão a fazer.
O caso da Câmara Municipal da Anadia mostra que as pessoas são instrumentalizados, que os artistas são desprezados, que a concepção da cultura se situa no plano da pura politiquice. Só é pena que um edifício com a beleza e a sedução desse museu seja entregue aos malefícios de um vinho deteriorado. "
Espero que o que se passa em Anadia, não se venha a passar na cidade de Ponte de Sor, com a já "famosa" Fundação António Prates...
Enviada por: Rui
Etiquetas: Fundação António Prates
6 Comments:
Caro Rui
Não tenhas tantas certezas!
Com o "DITADOR TAVEIRA" tudo isto é possível e muito mais...
Vai uma imperial logo no principe.
Jorge
QUANTO CUSTA A OBRA DA "FUNDAÇÃO ANTÓNIO PRATES"?
ALGUEM SABE?
Jorge
Cá pr'a mim:
Nem o taveiradas sabe!
João Luis
Ele quando era rapaz novo nem "roubar" galinhas ao pai sabia bem, quanto mais gerir o concelho de Ponte de Sor...
Manuel
Afinal aquela merda, abre ou não abre?
Serve para quê?
Qual é o estado da obra?
Quanto dinheiro já se gastou?
Quanto falta gastar?
Dr. Taveira faça o favor de nos informar...
João Carlos
A Fundação e o Estádio são os elefantes brancos deste Executivo.
Tenham consciência da vossa imcapacidade, demitam-se em bloco.
J
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