quarta-feira, 17 de novembro de 2004

FAVORES...

Os PDM são um instrumento extraordinário. As cidades surgem desenhadas em mapas pintados de verde e variações de castanhos condizentes com áreas de edificação de maior ou menor densidade, zonas históricas, tracejados para indicar novas vias, enfim, um planeamento verdadeiramente soviético. Sim, pois que tal «Plano» organiza, atribuiu ou retira caracteristicas a terrenos e propriedades sejam estas públicas ou privadas. Sem que os respectivos critérios sejam óbvios, claros, uniformes ou, no mínimo, razoáveis.
No caso da nossa cidade, certamente por raízes históricas, basta andar um pouco pela cidade para se notar que a mesma nunca foi, felizmente, objecto de qualquer planificação estruturante.
Apenas alguns apontamentos mais modernistas, umas vias mais rasgadas, mas que obviamente não se cozem com a cidade e são estranhos enxertos. Todo e qualquer visitante afirma que o que a aldeia, a vila, a cidade de … terá de caracteristico (para além do caracter das pessoas), é essa amálgama construtiva, o emanharado das ruas, as subidas e descidas íngremes, o casario, as ruelas, os edíficos nobres, isolados, junto a velharias caducas.
Cada intervenção camarária nos últimos decénios se pauta geralmente ou por mais um bairro social, qual cancro humano a prazo, em tudo desconforme à tradicional e salutar miscelância social, ou um viaduto, uma rotunda, uma via mais larga. Nas últimas dezenas de anos, alguns PDM tem tido uma vida mais ou menos longa. Sem grandes efeitos, até porque o PDM seguinte contraria geralmente a filosofia anterior.
A actual saga para a concretização de um novo PDM da cidade não termina. Tem mais de 4 anos. Na hora H surge sempre um imprevisto. Mas as audiências são fracas e já ninguém parece muito interessado em saber quem casa com quem.

1 Comments:

At 17 de novembro de 2004 às 14:54, Anonymous Anónimo said...

Será que com o novo PDM do concelho de Ponte de Sor, acontece isto?

 

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