quarta-feira, 30 de março de 2005

VINCENT VAN GOGH (1853 - 1890)

NOITE ESTRELADA - 1889
THE MUSEUM OF MODERN ART (NOVA YORK)
Trata-se de uma das obras mais conhecidas do artista.
A crítica tem especulado bastante a respeito de seu significado religioso.
O minúsculo povoado contrasta com a imensidão
de um céu turbulento e a silhueta do cipreste seria um sinal da morte.


Van Gogh é considerado um dos principais representantes da pintura mundial. Nasceu na Holanda, no dia 30 de Março de 1853.
Vamos conhecer um pouco das obras e da vida desse grande pintor holandês que viveu uma vida tão breve quanto trágica.
Rebelde, inclinado à solidão, até mesmo insociável, Van Gogh é um desajustado no seu lar, na sua terra e na sociedade.
Desde jovem, tem dificuldade em se adequar aos padrões e passa por diversos trabalhos, até que descobre sua verdadeira aptidão, a pintura. É ajudado por seu irmão mais novo Theodore, a quem chama carinhosamente de Theo. Foi o seu amparo afectivo, emocional e económico.

Em 1876, vive as suas primeiras crises nervosas e tem na religião um refúgio. Resolve ser pastor. Mas nem assim ele se aquieta. Pregava pouco e preocupava-se demais com os doentes e crianças.

Quando resolve pintar, Theo ajuda-o, pois neste período é um dos dirigentes da Galeria Goupil. Theo está em Paris, o centro artístico. Com o dinheiro que ele envia, Van Gogh estuda anatomia e perspectiva. Resolve pintar a sua terra e os homens simples. Não deseja fazer uma pintura clássica, pintar "gente que não trabalha". E diz:

"Eu não quero pintar quadros, quero pintar a vida".

Vida para ele são paisagens e gente, isto é, camponeses e mineiros, campo e trigais.

Em 1885/86, Van Gogh está em Antuérpia, onde ele se apaixona definitivamente pela cor:

"O pintor do futuro será um colorista como nunca foi possível antes".

Era um excepcional artista que foi buscar lá fora, na própria natureza, o colorido, as formas revoltas, as árvores farfalhentas, as casas solitárias, os rostos sofridos, os corpos alquebrados, os céus estrelados, o amarelo dos girassóis e dos trigais, tudo com um brilho muito exagerado para ter mais expressão. Ele dizia:

"Procuro com o vermelho e o verde exprimir as mais terríveis paixões humanas. Quero pintar o retrato das pessoas como eu as sinto e não como eu as vejo".

Em 1888 (Arles) pinta ao ar livre. Quando chega o verão e o sol, Van Gogh liberta as cores:

"Eu quero a luz que vem de dentro, quero que as cores representem as emoções".


A seu convite, Gauguin chega em Outubro, para trabalharem juntos. Seguem-se dois meses de trabalho duro é fértil para ambos. Mas a diferença de temperamento e de atitude diante da vida acaba explodindo numa inevitável desavença.

Van Gogh tem crises de humor, discute, agride o amigo, sofre de mania de perseguição e numa das crises tenta ferir Gauguin com uma navalha. Perde a luta, é levado para a cama em lágrimas e com descontrole muscular. Arrependido, corta, de propósito, um pedaço da orelha e manda num envelope à mulher que motivou a briga.
Os eus últimos quadros já mostram deformações mais fortes, pois van Gogh prefere pintar a sua própria realidade. Os trigais são turbulentos e inquietos, os ciprestes tão trémulos, angustiantes, cheios de tensão, as oliveiras tornam-se exaltadas e torcidas.
No dia 27 de Julho de 1890 sai para o campo de trigo com um revólver na mão. É domingo, o grão está dourado, o céu incrivelmente azul. Corvos muitos pretos gritam e fogem em revoada. Dias antes ele pintou esse quadro. No meio do campo dá um tiro no peito.


Vincent Van Gogh com sua pintura contribuiu para a pintura moderna com a vitória da cor sobre o desenho, libertando a cor.
Foi o precursor do Expressionismo.
Bibliografia: Os Grandes Artistas; van Gogh; Nova Cultural
Galateia de Pompeia