terça-feira, 26 de abril de 2005

ELEIÇÕES



Coimbra, 25 de Abril de 1975 - Eleições sérias, finalmente. E foi nestes cinquenta anos de exílio na pátria a maior consolacão cívica que tive. Era comovedor ver a convicção, a compostura, o aprumo, a dignidade assumida pela multidão de eleitores a caminhar para as urnas, cada qual compenetrado de ser portador de uma riqueza preciosa e vulnerável: o seu voto, a sua opinião, a sua determinação. Parecia um povo transfigurado, ao mesmo tempo consciente da transcendência do acto que ia praticar e ciente da ambiguidade circunstancial que o permitia. O que faz o aceno da liberdade, e como é angustioso o risco de a perder! Assim os nossos corifeus saibam tirar do facto as devidas conclusões. Mas duvido. Nunca aqui os dirigentes respeitaram a vontade popular, mesmo quando aparentam promovê-la. No fundo, não querem governar uma sociedade de homens livres, mas uma sociedade de cúmplices que não desminta a degradação deles.


Miguel Torga
In 'Diário XII'. Edição do Autor

1 Comments:

At 26 de abril de 2005 às 20:46, Anonymous Anónimo said...

ELEIÇÕES NA ESCOLA SECUNDÁRIA, OU O QUE FAZ CORRER MOLERO?

Como encarregado de educação tenho-me perguntado qual a razão de um grupo de professores bem formados, quer humana quer cientificamente não surgirem nos lugares de gestão desta escola,nem serem avistados como directores de turma.
Todos em Ponte de Sor sabemos que a escola apresenta problemas, a nível pedagógico, muito graves.
Que fazem os membros deste orgão?
Quem representa e quem é representado pela assembleia de escola?
Com que méritos?
Estarão à procura de promoção social?
Terão dedicação exclusiva à escola?
Serão profissionais de explicações?
Estarão a resolver alguma situação particular ou pessoal?

Sou pai. Estou preocupado. Não é esta Escola que Ponte de Sor merece e os exames estão aí.
Um encarregado de educação que não tem dinheiro para pagar explicações.

 

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