terça-feira, 12 de julho de 2005

ESTES ESTÃO EM TODAS...



MAIS UMA
DE MUITAS DO
BANCO
ECOLOGICAMENTE
SANTO


O BANCO Central, a Polícia Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) analisam as actividades do Banco Espírito Santo (BES) no Brasil. As investigações foram desencadeadas pela denúncia de um suposto envolvimento da instituição portuguesa com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como o operador do Partido dos Trabalhadores (PT) para a compra de votos no Congresso e tráfico de influências junto de empresários no Governo Lula.

Na madrugada de 1 de Julho, durante o depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso, o deputado Roberto Jefferson, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), acusou Marcos Valério de ter oferecido um negócio de 25,72 milhões de euros destinados ao PT e ao PTB.

De acordo com Jefferson - causador da maior crise do Governo Lula devido às suas acusações de corrupção envolvendo a cúpula do PT -, bastaria convencer a direcção do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) a transferir cerca de 503 milhões de euros depositados em seis bancos europeus para uma conta do BES em Portugal. Com essa transferência, o banco português pagaria a comissão, a ser dividida entre o PT e o PTB. Jefferson disse que a operação não chegou sequer a ser discutida com o IRB porque o parlamentar se recusou a falar sobre o assunto com a direcção do órgão estatal brasileiro.

In:Expresso

1 Comments:

At 12 de julho de 2005 às 15:25, Anonymous Anónimo said...

O Grupo Espírito Santo (GES) diz estar a ser alvo de uma campanha de perseguição por parte de alguns órgãos de comunicação social do grupo Impresa. Uma notícia publicada na última edição do «Expresso», intitulada «BES envolvido no mensalão» foi a gota de água num relacionamento que já estava sob tensão. O GES diz agora que vai cortar relações comerciais com o grupo de Balsemão.
e ainda...


A animosidade entre o grupo Espírito Santos (GES) e o grupo Impresa já vem de trás mas o verniz parece ter estalado de vez com a publicação, na última edição do semanário «Expresso», de uma notícia intitulada «BES envolvido no mensalão», na qual se relacionava o grupo de Ricardo Salgado com o escândalo de suborno que está a afectar o Partido dos Trabalhadores (PT), no Brasil.

Em comunicado, com o título «GES acusa Balsemão de perseguição», o GES defende que as informações do semanário são «absolutamente fantasiosas e falsas» e acusa o grupo Impresa de estar a orquestrar uma campanha contra a instituição bancária e os seus dirigentes.

«A campanha que de forma sistemática o Expresso e outros órgãos de comunicação social do Grupo Impresa têm vindo a desenvolver contra o GES e os seus dirigentes, segue-se ao insucesso das repetidas investidas da Impresa, primeiro através de mensageiros, depois através dos seus mais altos dirigentes, de forçar o GES a aumentar os investimentos publicitários nos seus órgãos de comunicação», acusa o grupo de Ricardo Salgado.

«Enquanto os órgãos de comunicação social da Imprsa persistirem na violação da Lei de Impresa e dos princípios e valores éticos do jornalismo, o GES corta todas as operações e relações comerciais com aquele grupo editorial à medida que se cumprirem os prazo contratuais acordados para as operações», acrescenta o grupo bancário.

Ainda de acordo com o mesmo comunicado, o GES vai processar por calúnia os responsáveis editoriais pela notícia em causa.


Seria tudo risível se não fosse tudo grave, demasiado grave. É verdade que desde há muito que Portugal, ou pelo menos um certo Portugal, e seus interesses, se confunde com o banco da dívina família e vice-versa, também é verdade que o poder e a influência dos espíritos, nos negócios, e sobretudo na política, vai muito além do que seria normal para um mero grupo financeiro de dimensão média numa democracia normal, o que de quando em vez se traduz em tratamento pura e simplesmente de excepção, não fosse o BES a PT e a PT seria tratada com a complacência e quasi intocabilidade que ainda hoje é tratada?, apesar de dia sim, dia sim, abusar da posição predominante que tem no mercado com prejuízo para todos os consumidores e demais concorrência?

Mas o BES é também, a solo, e por via da PT, não só um dos maiores investidores no mercado publicitário indígena, escassso como se sabe, como o oligopólio de serviço na comunicação social, facto aliás que a ex-futura pseuda venda da Lusomundo à Olivesdesportos pura e simplesmente não altera, por força das divinas arquitecturas, e garantias, financeiras.

Dito isto, a posição do BES, que não é nova, não pode ser interpretada como uma mera birra ou uma mera infantilidade, é antes, e na minha óptica, um acto - à margem da Lei e de todas as regras do sistema democrático num Estado de Direito- claro e inequívoco de chantagem sobre toda a comunicação social lusa, ordens de magnitude superior, na amplitude e na gravidade, às habilidades do Dr. Lopes que afastaram o Prof. Marcelo da TVI.

E é-o, porque o que está em causa não é o bom nome do grupo BES, mas sim a liberdade editorial da comunicação social portuguesa, à qual o BES se outorga (!) o direito de dizer o que pode ou não publicar. Bem pode o BES - pateticamente - falar em campanhas "absolutamente fantasiosas e falsas" que uma simples busca na net demonstra que sendo os factos relatados em sede de inquérito no Brasil verdadeiros ou não o facto é que a notícia do Expresso de fantasiosa nada tem, sendo, quanto muito, é até bastante púdica atendendo ao teor dos factos em questão.

E sendo a notícia relevante, até pelo papel do BES no ecosistema politico-financeiro nacional, a questão que agora se coloca é muito simples - até onde vão os princípios e o rigor jornalístico da restante comunicação social ? Irão chutar para canto, agora que até haverá mais uns trocos para investir em publicidade com a Impresa/SIC/Expresso fora do bolo, ou vão simplesmente mostrar que em Portugal ainda há que realmente vá até ao fim do mundo por uma notícia? ...

A questão está no ar, não que me restem muitas ilusões, afinal não é o relativismo que está a dar ?

 

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