CADA DIA QUE PASSA HÁ MAIS...
As reportagens mais ou menos dramáticas que começam a encher páginas de jornais e revistas com o retrato de um país de miséria e fome – este país, o País da Fome, chama-lhe esta semana a revista Visão – não retratam ainda resultados da presente crise nem da próxima austeridade.
Reflectem, isso sim, efeitos de uma política seguida nas últimas décadas. Mas, muito particularmente, reproduzem consequências da política do Governo actual: o poder de compra dos salários e das pensões degradou-se, o desemprego acelerou, o número de pessoas com trabalho em risco de pobreza explodiu, a percentagem de crianças pobres no conjunto da população escolar disparou, a desigualdade impôs-se como regra ao longo dos mandatos do governo de um partido que se chama socialista.
Já não há termos de comparação com outras situações em democracia mas lá chegaremos - a tempos mais dolorosos que os da fome em Setúbal nos anos 80 - não tanto por efeito da crise mas por consequência da cura decidida pelo Governo PS apoiado à bengala do PSD. Como chegaremos, muito provavelmente, aos tempos da penúria salazarista. Esta semana, o primeiro nevão do Outono trouxe notícias de milhares de crianças privadas de ir às aulas, porque não tinham transporte para escolas longínquas das suas residências, uma vez que as escolas mais próximas fecharam. A diferença é apenas que nos tempos negros da ditadura as crianças percorriam aqueles caminhos a pé e descalças. Mas também não sabemos se com a austeridade sobrará dinheiro para a gasolina da camioneta da Câmara e mesmo para os sapatos.
Começa a ser urgente que o Governo promova um lauto almoço de trabalho com os parceiros do costume para discutir, na hora dos fumos e dos néctares raros, o problema da fome em Portugal.
J.P.G.
Reflectem, isso sim, efeitos de uma política seguida nas últimas décadas. Mas, muito particularmente, reproduzem consequências da política do Governo actual: o poder de compra dos salários e das pensões degradou-se, o desemprego acelerou, o número de pessoas com trabalho em risco de pobreza explodiu, a percentagem de crianças pobres no conjunto da população escolar disparou, a desigualdade impôs-se como regra ao longo dos mandatos do governo de um partido que se chama socialista.
Já não há termos de comparação com outras situações em democracia mas lá chegaremos - a tempos mais dolorosos que os da fome em Setúbal nos anos 80 - não tanto por efeito da crise mas por consequência da cura decidida pelo Governo PS apoiado à bengala do PSD. Como chegaremos, muito provavelmente, aos tempos da penúria salazarista. Esta semana, o primeiro nevão do Outono trouxe notícias de milhares de crianças privadas de ir às aulas, porque não tinham transporte para escolas longínquas das suas residências, uma vez que as escolas mais próximas fecharam. A diferença é apenas que nos tempos negros da ditadura as crianças percorriam aqueles caminhos a pé e descalças. Mas também não sabemos se com a austeridade sobrará dinheiro para a gasolina da camioneta da Câmara e mesmo para os sapatos.
Começa a ser urgente que o Governo promova um lauto almoço de trabalho com os parceiros do costume para discutir, na hora dos fumos e dos néctares raros, o problema da fome em Portugal.
J.P.G.
Etiquetas: Emprego que não há, Fome, Portugal 2010
20 Comments:
Vá lá! Desta vez não é sobre o Pinto...
Também já começava a chatear....
O f... da p... é um "santinho" que vos vai f..., mas vocês gostam!
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe Lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Nas campanhas com que sempre nos enganaram!
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas.
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano.
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
O governo recusou na intenção de actualizar o salário mínimo para 500 euros. Parece que as empresas não estão capazes de sustentar tamanha loucura. Iriam, dizem muitos, à falência. Uma má notícia: quem não consegue pagar 500 euros por mês a um trabalhador já faliu. Apenas ninguém o avisou. Porque se a nossa única salvação para conseguir crescer e exportar é dar competitividade às nossas empresas não há como o fazer com trabalhadores semi-escravos. Para isso já existe a China, que consegue pagar ainda menos. Empresas que fecham se pagarem 500 euros (que pura e simplesmente não dá para viver) a um trabalhador não têm futuro. Ponto final.
Com os bons ofícios dos mesmos do costume, o PS e o PSD, acrescidos do apêndice do costume, o CDS, grandes grupos económicos escaparão também, como os "boys" das empresas públicas, aos "sacrifícios para todos". O truque, no caso, é antecipar da distribuição de milhões em dividendos que só deveriam ser pagos em 2011. Assim, empresas como a PT, a Portucel ou a Jerónimo Martins furtar-se-ão (imoralmente, a crer nos arroubos de moralidade fiscal de Sócrates e Teixeira dos Santos) aos aumentos de impostos que trabalhadores e empresas serão obrigados a suportar em nome da redução do défice; défice resultante, é bom que se lembre, da irresponsabilidade financeira de governos do PS, PSD e CDS e de que foram principais usufrutuários os grandes grupos económicos.
Para tal ser possível, o líder parlamentar do PS não hesitou em chantagear com a ameaça de demissão os colegas de bancada que pretendiam votar a tributação da distribuição antecipada de dividendos. No final, visivelmente confortado, Assis falou em "princípios", em "responsabilidade" e em "segurança jurídica".
Infelizmente para os portugueses não accionistas de coisa nenhuma, Assis não tinha ainda esses princípios há seis meses, quando, a meio do ano fiscal, PS e PSD (apressadamente, de modo a apanhar as deduções dos subsídios de férias) aprovaram, com efeito retroactivo e à revelia de qualquer "segurança jurídica", o aumento do IRS.
Bom dia. Desculpem mas alguém me sabe dizer se o Eléctrico joga cá este fim-de-semana? Obrigado.
podem explicar porque razão desde que a água da rede mudou para as águas do norte alentejano, paga-se mais e estamos mais mal servidos, a pressão da mesma nas torneiras baixou e nós numa altura destas devido a este problema gastamos o dobro em gás e ao mesmo tempo em água.
os senhores da câmara tenham em consideração os cidadãos verifiquem o que se passa exigimos ser bem servidos não é só pagar.
Ó sr. Pinto O QUE SE PASSA COM O ABASTECIMENTO DE ÁGUA PORRA A PRESSÃO É TÃO POUCA QUE NEM DÁ PARA O BANHO OU SÓ INTERESSA OS NOVOS IMPOSTOS QUE GANDA ME...!
O Eléctrico foi jogar a Tondela e perdeu 3:2. O Tondela é o primeiro classificado.
Golos do EFC: Wilson e Rui Costa.
De 24 países da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico (OCDE) analisados pela UNICEF, Portugal é o que apresenta maior taxa de pobreza das crianças, mesmo após a atribuição de subsídios. Significa isto que os apoios sociais são demasiado pequenos ou o esforço do Estado não será transversal à família dos menores.
Gastam-se milhões em Cimeiras da NATO, em submarinos, aviões de guerra e em carros de combate. Gastam-se ainda mais milhões para alimentar a gula dos especuladores e dos grandes grupos económicos sem falar nas mordomias de outros. Para isso não param de nos pedir sacrifícios, mesmo sabendo que não nos está a resolver os problemas porque não se atacam as razões capitalistas globais que os criaram, é algo que muitos já parecem ter bovinamente aceite.
Se tudo isto pode custar a entender e mais ainda a aceitar, que dizer quando isso implica a pobreza dos que menos culpas têm e mais indefesos estão; as crianças. Num país decente podia não haver dinheiro para carros novos ou grandes banquetes em Belém, mas certamente devia haver para acabar com a pobreza entre as crianças. O PIB português é de muitos milhares de milhões de euros e é inaceitável que não se encontre aí a forma de terminar com ela. Essa devia ser a primeira de todas a prioridades e o encher a pança aos grandes senhores do capital a última.
Tenho vergonha desta gente que nos governa.
O electrico a perder é que está bem. Continue assim
Em vez de virem para aqui reclamar sobre a questão da água, vão más é pessoalmente á Câmara e exigam o que têm direito, pois aqui ninguem vos ouve!
zé da galinha (o verdadeiro)
Tem razão.
Zé da galinha ( o falso)
Realmente os zés da galinha têm razão. Levamos porrada da Câmara e ficamos todos contentes. Temos que ir às reuniões da Câmara e lutar pelos nossos direitos, não é só pagar. Mas para isso é preciso coragem. As reuniões são às quartas feiras a partir das 10,30H. O Cravo do PSD está lá sempre. Falem com ele e vão todos lá.
vai e até parece vereador!
Cravo a vereador, para mim deve ser o proximo candidato do PSD à CM de Ponte de Sor
e da Junta das Galveia
Não fazia pior de que o que lá está.
Este país não é para corruptos
Em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer
… Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos Névoa. O tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal, quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto- é só parvo. A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.
O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno. O que se passou foi, no fundo, uma ilegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. "Tenha paciência", dizem os juízes. "Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente."
Por:
Ricardo Araújo Pereira em
Boca do Inferno
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