sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PORTUGUESES...

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12 Comments:

At 21 de outubro de 2011 às 13:05, Anonymous J. Duarte said...

Os portugueses ainda estão a digerir o estremeção causado pela declaração de guerra de Passos Coelho e Vítor Gaspar.
Mas quando ouvirem a marcha fúnebre a tocar, já sabem: é a classe média que vai a enterrar. O seu coveiro é este governo de coligação PSD /CDS.
Precisamente os mesmos partidos e dirigentes políticos que quando em campanha eleitoral – e já depois do acordo assinado por Sócrates com a troika – garantiram que os subsídios de férias e de Natal eram intocáveis (Passos Coelho dixit).
Todavia, chegados ao governo e já depois de terem petiscado metade do subsídio de Natal a todos os trabalhadores em 2011, a pretexto de desvios orçamentais que, obviamente, a recessão económica sempre provoca nas receita públicas, vão agora suprimir aos servidores do Estado e pensionistas os dois subsídios de férias e de Natal duma vez só – durante pelo menos os próximos dois anos, ou pelo tempo que for necessário até ao ajustamento das contas públicas, de acordo com as palavras do ministro das Finanças na entrevista concedida à RTP. Uma receita destas só pode produzir recessão.
A morte ao deficite… e à economia, é grito de guerra deste governo plasmado na proposta de Orçamento de Estado para 2012.
Não há memória de um programa político tão brutal e de efeito tão repentino no agravamento das condições de vida da população como este se anuncia.
É a condenação ao empobrecimento súbito e generalizado dos portugueses, e um recuo tão violento no desenvolvimento do país que dificilmente poderemos voltar a levantar cabeça na próxima década.
Nem o cortejo anunciado de desgraças que nos espreitam no horizonte próximo – subida abrupta do desemprego e aumento exponencial de falências – comove estes nossos governantes, mais troikistas que a toika, crentes de que se formos bons alunos o “professor” condescenderá então em aliviar prazos e juros no pagamento da dívida.
Uma ingenuidade que nos pode sair tremendamente cara, quando até o euro pode ser uma moeda a prazo.
O governo, centrado no combate ao deficite público, quer abater 10 mil milhões de euros num só ano, prevendo como efeito colateral uma recessão de 2,8% no PIB, a maior quebra desde o período revolucionário do 25 de Abril, e uma subida no desemprego para números assustadores.
Aos que recomendavam, mesmo no directório europeu, uma “austeridade inteligente” para não se prejudicar o crescimento económico, achou por bem o governo responder com esta declaração de guerra em forma de Orçamento de Estado.
Não surpreenderá assim que a greve geral venha a dar um estremeção no governo como este estremeceu agora o país do trabalho.

 
At 21 de outubro de 2011 às 13:52, Anonymous P. said...

FARTAI VILANAGEM

$AFADO$
GLUTÕE$
nada capaz de $aciar
a vo$$a infinita $ede
de cifrõe$

 
At 21 de outubro de 2011 às 20:30, Anonymous JUM said...

Em democracia quando os governos pretendem adoptar medidas duras de austeridade porque são inevitáveis ou por opção de política económica dialogam com as forças sociais e os partidos da oposição, tentam concertar posições, convencer da justeza das suas propostas, encontrar acordos.
Em ditadura dispensa-se o diálogo, conta-se com a repressão para eliminar qualquer oposição.
No Portugal de 2010 Passos Coelho muito antes de divulgar a sua política de austeridade ameaçou eventuais promotores de tumultos, reforçou o orçamento das polícias, optou por não negociar com nenhum partido da oposição e, nem sequer com o que tinha assinado o acordo com a troika.
Em democracia as políticas económicas têm sempre alternativas que correspondem a diferentes posições económicas, ideológicas ou partidárias, a redução do défice pode ser conseguida por diversas vias, a explicação das opções é política e económica.
Em ditadura as opções de política económica são sempre apoiadas numa inevitabilidade divina, na total ausência de alternativas.
No Portugal de 2011 a política económica é apresentada por um ministro que não acredita em qualquer alternativa à sua política.
Em democracia valores como a equidade e a justiça prevalecem, distribuem-se os sacrifícios em função da capacidade dos cidadãos. Em ditadura escolhem-se os inimigos políticos a sacrificar, elegem-se culpados pelas crises, julgam-se sumariamente os culpados.
No Portugal de 2011 elegeram-se culpados, inventaram-se privilegiados, defendem-se julgamentos de responsáveis.
continua...

 
At 21 de outubro de 2011 às 20:32, Anonymous JUM said...

continuação...

Com este Orçamento de Estado o governo diz pretender afastar-nos da Grécia.
Pela forma como o OE foi apresentado, pela natureza das medidas adoptadas, pela forma como discrimina os cidadãos, pelo desprezo que revela por princípios como a justiça e a equidade, pelo reunir de forças polícias, pelo desprezo revelado em relação ao diálogo, ainda não sabemos que conseguiremos afastar-nos da Grécia e já estamos quase no Chile de Augusto Pinochet.
Duvido que que gente como Vítor Gaspar perceba isso, mas antes sermos a Grécia falida e berço da democracia, do que o Chile do ditador Augusto Pinochet.

 
At 21 de outubro de 2011 às 20:34, Anonymous Anónimo said...

Sei que ainda estamos em Outubro mas todos já compreendemos que para a grande maioria dos portugueses, os tais 99%, o Natal vai ser uma merda, sem dinheiro e sem prendas, mas para o Sr. Ministro vai ser um Natal de abastança com aquilo que nos está a roubar.
Pois então feliz Natal Gaspar e espero que te engasgues com alguma espinha do bacalhau ou um osso do peru que pelo andar do trenó é um perigo que nós não vamos correr (nem comer).

 
At 22 de outubro de 2011 às 11:41, Anonymous Anónimo said...

Penalizem os políticos irresponsáveis e quem os defende com unhas e dentes.

 
At 22 de outubro de 2011 às 18:16, Anonymous Anónimo said...

Quando à falta de colónias e subsídios europeus o parasitismo empresarial português tinha encontrado mais um balão de oxigénio no empobrecimento de funcionários públicos e pensionistas, eis que veio Cavaco e estragou a festa. Estava tudo a correr bem, Cavaco tinha levantado os limites à austeridade, O ministro que mora em Lisboa mas tem subsídio de residência estava a garantir que o pessoal do cassetete ficava bem disposto, as centrais sindicais já tinham convocado a greve geral da praxe e até o líder da oposição dava por aprovado um orçamento que desconhecia. Os muitos milhões tirados à função pública até animaram Mira Amaral que já pedia mais dinheiros para fazer o sacrifício de levar o BPP limpinho, com capitais e à borla.
É então que Cavaco se lembrou de ler o OE, olhou para o espelho e ficou com a sensação de que lhe estava a nascer um bigode à Augusto Pinochet, chamou o seu pequeno chefe da Casa Civil para lhe dar conta do susto e ficou ainda pior, que vez do seu obediente chefe julgou ver entrar no seu gabinete o antigo chefe da Dina. Ele que passou a vida a dizer que é social-democrata que foi para Presidente para ajudar o país com os seus conhecimentos de economia, sentia-se como mais um polícia de intervenção, um caceteiro encarregado de explicar aos cidadãos de forma elucidativa os princípios da política económica do Gaspar.
Não podia ser, tiravam-lhe subsídios, nem a pensão miserável da esposa escaparia à perda de um subsídio e só contavam com ele para tropa de choque, tinha de tratar da sua imagem, até porque era uma oportunidade de voltar a assumir o estatuto de presidente de todos os portugueses. Pensou e fez, juntou-se ao bispo das forças armadas e desancou no orçamento. Estragou o caldinho aos vizinhos da Quinta da Coelha.
Nem o obediente Catroga resistiu à tentação de desancar no vizinho, até porque o que o vizinho da Quinta da Coelho disse não era uma mera pentelhice, era uma verdadeira vulva política, algo parecido a apelar ao pessoal para se juntar aos enrascados.
E foi o que se viu, na Quinta da Coelha passou a haver mais pedrada do que em Chelas, com as Ildas esbaforidas a meter os putos em casa. O caso é tão grave que nem o Marques Mendes resistiu à tentativa concretizada de parricídio político.

 
At 22 de outubro de 2011 às 19:14, Anonymous Anónimo said...

Este país por culpa dos cromos dos socialistas, sociais-democratas e centristas foi à bancarrota. Cada um deles ao longo dos anos roubou os portugueses o mais que pode. Grandes filhos da puta!

 
At 22 de outubro de 2011 às 20:34, Anonymous Anónimo said...

Cavaco tirou o Sábado para brincar no facebook. Desta vez, lembrou-se de se recrear com o “sentido de responsabilidade”, esse termo actualmente tão em moda como as redes sociais e que tanto pode significar a condenação à miséria de milhões de pessoas através de uma austeridade selectiva como incluir o enriquecimento de um insuspeito “simplesmente professor” que, pela calada da noite ou do dia, toma parte no banquete BPN cuja factura está a ser paga por quase todos os portugueses: exigiu-o aos líderes europeus.
Bem sei que o presidencialês é difícil até para os estudiosos e tenho consciência de que Cavaco foi apanhado no meio de uma participação bastante activa na refundação do conceito do tal malfadado “sentido de responsabilidade”. E, como não me parece que seja lógico exigi-lo a quem o tem pelo menos em dose suficiente para afastar a presidencial exigência, sou forçado a concluir que, com sentido de responsabilidade” a rodos, Cavaco Silva foi hoje ao facebook chamar irresponsáveis aos senhores do directório. Que bem! Também sou dessa opinião.
E salta-me a pergunta: incomparavelmente pior do que ser irresponsável é alguém que se dispõe a despojar um povo de presente e de futuro seguindo as ordens desses irresponsáveis como um cão geneticamente programado para obedecer e desprovido de sentido crítico segue o seu dono criminoso, não é, senhor presidente? Lembro-me do sentido de responsabilidade silencioso que não dirigiu uma palavra sequer a Alberto João Jardim quando o seu sentido de irresponsabilidade se escancarou para o mundo. A pergunta pode não aplicar-se ao colega de silêncio. Impacienta-me. Mas por que raio, em vez de “sentido de responsabilidade”, não dizem apenas “o coiso”?
Têm todos imensa falta de coiso, seria mais do que suficiente e muitíssimo menos controverso.
À falta de melhor, que o há, o sentido de responsabilidade bem poderiam reservá-lo para as vacas quando avançam, umas atrás das outras, para uma ordenha o suficientemente longe da da Quinta da Coelha.

 
At 23 de outubro de 2011 às 01:33, Anonymous Anónimo said...

Cavaco é tão responsável quanto o Sócrates.
Infelizmente a politica sobrepõe-se aos valores e ao mérito profissional e cívico.

 
At 23 de outubro de 2011 às 09:59, Anonymous Anónimo said...

Se resultar deem o Nobel ao Gaspar

Até 2013, a generalidade dos trabalhadores portugueses por conta de outrem vai perder entre 40% a 50% do seu rendimento e todos os seus activos (casas, poupanças, etc.) vão sofrer uma desvalorização da mesma ordem de grandeza. Pergunto: alguém pensa que isto se fará de forma pacífica? Alguém pensa que o bom povo português aceitará mansamente este roubo? Alguém pensa que assistiremos bovinamente a este assalto? Repito: entre 2011 e 2013, o Governo toma medidas que lhe permitirão confiscar metade do que ganhamos hoje. É deste brutal esbulho que falamos e que está ao nível de decisões idênticas tomadas por governos da América Latina nos anos 80. É isto que está por trás da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2012 e das decisões que o Governo já tomou em 2011. É sobre os escombros resultantes desta violentíssima e muito rápida pauperização da generalidade dos trabalhadores e quadros médios e superiores, públicos e privados, bem como dos reformados e pensionistas, que o ministro das Finanças espera que Portugal triunfe “como economia aberta e competitiva na Europa e no mundo” no final do programa de ajustamento. Faz sentido?

...

 
At 23 de outubro de 2011 às 10:00, Anonymous Anónimo said...

...
Como é óbvio, só quem ensaia soluções asséticas e perfeitas em laboratório é que pode imaginar que esta história terá um final feliz. O mantra do ministro das Finanças (para conhecer o pensamento de Vítor Gaspar ler o excelente artigo que Pedro Lains publicou no “Jornal de Negócios” de 19 de outubro) é tornar-nos a pequena China da Europa, assente em salários baixíssimos, sem subsídio de férias nem de Natal, relações laborais precarizadas, horários de trabalho flexíveis e menos férias e feriados.

Mas Gaspar quer ir mais longe. E assim a draconiana consolidação orçamental só será eficaz se, como diz, for acompanhada por uma agenda de transformação estrutural da economia portuguesa, nomeadamente um amplo programa de privatizações. O que quer isto dizer? Quer dizer vender ao preço da chuva e ao estrangeiro tudo o que seja empresa pública lucrativa ou participações do Estado em empresas, mesmo que elas constituam monopólios naturais; e não deixar na posse do Estado nem um único centro de decisão. Outros dois componentes fundamentais desta agenda de transformação estrutural são a “flexibilização do mercado de trabalho” (que nos permitirá trabalhar com regras cada vez mais próximas dos chineses) e a reforma do sistema judicial (de que, até agora, ainda não tivemos nenhuma notícia).

O tatcherismo serôdio do ministro das Finanças afirma-se pelo preconceito contra tudo o que é público e pela fezada de que colocando-nos todos a pão e água conseguiremos atingir os grandes equilíbrios macroeconómicos em 2014, partindo daí para uma fase de grande prosperidade. Mas será que o senhor não percebe que os melhores quadros do sector privado vão emigrar logo que puderem? Será que não percebe que os bons (e cada vez mais raros) quadros da Função Pública se passarão para o privado à primeira oportunidade? Não percebe que ninguém investirá um cêntimo a criar novas unidades produtivas em Portugal nos próximos anos (comprar empresas já existentes não acrescenta nada em matéria de emprego e de criação de riqueza, como é óbvio)? Não percebe que os jovens licenciados, muitíssimo bem formados, só pensam em ir trabalhar para o estrangeiro? Não percebe que há muito se passou o limite dos sacrifícios aceitáveis e que, a partir de agora, haverá uma resistência passiva destinada a iludir o fisco? Não percebe que a economia paralela se vai tornar mais pujante do que nunca e que essa é a única via para os portugueses sobreviverem a este esbulho de que estão a ser alvo?

Dir-se-á: mas havia alternativa? Havia desde que se quisesse e lutasse por ela. O programa de ajustamento da Irlanda vai até 2015. Não se percebe porque o nosso não pode ser também estendido no tempo. O défice para 2011 já foi corrigido em alta pela troika.

Porque é que não se luta para que também o de 2012 seja aumentado? Porque é que se quer impor esta insuportável dor social aos portugueses? E na questão do financiamento à economia, porque não se bate o Governo porque haja uma nova tranche (cerca de €20 mil a €30 mil milhões) para que o Governo pague às empresas públicas de transportes e estas aos bancos, que terão assim liquidez para financiar as pequenas e médias empresas?

Mas não. O que Gaspar quer é tornar a economia portuguesa competitiva através de uma violentíssima desvalorização por via salarial, pela maior recessão desde há 37 anos e por quebras do investimento e do consumo que não se verificam desde os anos 80. Se isto der resultado, deem-lhe o Nobel.

Nicolau Santos
In:Expresso, 22-10-2011

 

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