terça-feira, 9 de abril de 2013

PRIMEIRO-MENTIROSO

 
Passos Coelho, quando candidato nas últimas eleições, prometeu o céu. 
Mas remeteu-nos ao inferno. 
Em campanha, tinha garantido que jamais aumentaria impostos. 
Afiançou também que não seria necessário baixar salários, pensões e reformas ou retirar subsídios. 
O equilíbrio das contas públicas far-se-ia com a redução de gorduras nos sectores intermédios do estado, a diminuição das rendas das parcerias público-privadas e, a longo prazo, com uma profunda reforma da Administração. 
Dois anos volvidos, conclui-se que Passos Coelho aplicou medidas precisamente opostas às que tinha prometido. 
Mentiu-nos, numa atitude em que foi acompanhado pelo seu parceiro de coligação. 
O CDS defendia a diminuição da carga fiscal, até chegar ao governo e se tornar cúmplice do seu agravamento.
O antecessor de Passos, José Sócrates, fez o mesmo. Prometendo não aumentar impostos, não tardou em fazê-lo quando subiu ao poder. 
Mais um mentiroso. 
Da mesma forma, Durão Barroso tinha anunciado, na campanha de 2002, um choque fiscal, com uma brutal redução de impostos. 
Mal tomou posse, a primeira medida tomada pela sua ministra das finanças, Manuela Ferreira Leite foi… aumentar impostos.
O comportamento de dirigentes que, deliberadamente, enganam o povo em campanha não é admissível. 
A democracia só é autêntica quando se contrapõem, nas eleições, projectos alternativos. 
Os eleitos devem-se sentir obrigados a honrar e implementar o programa vencedor. 
Não há desculpas para não cumprir, nem mesmo o desconhecimento da realidade concreta. 
Quem se candidata a lugares desta importância não pode revelar tamanha incompetência.
Com estas práticas de mentira reiterada, desacredita-se todo o sistema democrático. 
Os deputados votam leis contrárias ao programa a que se vincularam em campanha, violando assim a lealdade que devem aos seus eleitores.
Os partidos do arco do poder transformaram os processos eleitorais, que deveriam servir para o debate de ideias e confronto de projectos políticos, em circos de sedução em que acaba por ganhar quem é mais eficaz a enganar os cidadãos. 
As eleições transformaram-se em concursos para a escolha do melhor mentiroso. 
O troféu em jogo é a chefia do governo.

Paulo Morais.

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10 Comments:

At 9 de abril de 2013 às 21:03, Anonymous Anónimo said...

Comunicado do Reitor da Universidade de Lisboa:

Não é fechando o país que se resolvem os problemas do país

1. Por despacho do ministro das Finanças, de 8 de Abril de 2013, o Governo decidiu fechar o país e bloquear o funcionamento das instituições públicas: ministérios, autarquias, universidades, etc. O despacho é uma forma de reacção contra o acórdão do Tribunal Constitucional, como se explica logo na primeira linha. O Governo adopta a política do “quanto pior, melhor”. Quem, num quadro de grande contenção e dificuldade, tem procurado assegurar o normal funcionamento das instituições, sente-se enganado com esta medida cega e contrária aos interesses do país.

2. Todos sabemos que estamos perante uma situação de crise gravíssima. Mas é justamente nestas situações que se exige clareza nas políticas e nas orientações, cortando o máximo possível em todas as despesas, mas procurando, até ao limite, que as instituições continuem a funcionar sem grandes perturbações. O despacho do ministro das Finanças provoca o efeito contrário, lançando a perturbação e o caos sem qualquer resultado prático.

3. É um gesto insensato e inaceitável, que não resolve qualquer problema e que põe em causa, seriamente, o futuro de Portugal e das suas instituições. O Governo utiliza o pior da autoridade para interromper o Estado de Direito e para instaurar um Estado de excepção. Levado à letra, o despacho do ministro das Finanças bloqueia a mais simples das despesas, seja ela qual for. Apenas três exemplos, entre milhares de outros. Ficamos impedidos de comprar produtos correntes para os nossos laboratórios, de adquirir bens alimentares para as nossas cantinas ou de comprar papel para os diplomas dos nossos alunos. É assim que se resolvem os problemas de Portugal?

4. No caso da universidade, estão também em causa importantes compromissos, nomeadamente internacionais e com projectos de investigação, que ficarão bloqueados, sem qualquer poupança para o Estado, mas com enormes prejuízos no plano institucional, científico e financeiro.

Na Universidade de Lisboa saberemos estar à altura deste momento e resistir a medidas intoleráveis, sem norte e sem sentido. Não há pior política do que a política do pior.

Lisboa, 9 de Abril de 2013

António Sampaio da Nóvoa
Reitor, Universidade de Lisboa

 
At 10 de abril de 2013 às 13:53, Anonymous Anónimo said...

Pobre Portugal com gente desta a governar.
A podridão está em todo lado, autarquias, governo, etc,...
O povo cada vez está mais sem dinheiro e os políticos cada vez mais ricos.
Isto já lá não vai de forma pacifica.
É tempo de acabar com estado a que isto chegou através das armas.

 
At 10 de abril de 2013 às 15:05, Anonymous Anónimo said...

É meu e vosso este fado

Destino que nos amarra

Por mais que seja negado

Às cordas de uma guitarra

Sempre que se ouve o gemido

De uma guitarra a cantar

Fica-se logo perdido

Com vontade de chorar

Ó gente da minha terra

Agora é que eu percebi

Esta tristeza que trago

Foi de vós que recebi

Que fazer? "Talvez f....",
canta o Abrunhosa.
Por que não?
Dizê-lo e, sobretudo, fazê-lo liberta as abençoadas endorfinas, que nos relaxam e dão prazer.
Ao menos isso.
Ao som de Sérgio Godinho.
Sinta isto:

Enfim duma escolha

faz-se um desafio

Enfrenta-se a vida de fio a pavio

Navega-se sem mar,

sem vela ou navio

Bebe-se a coragem

até dum copo vazio

E vem-nos à memória

uma frase batida

Hoje é o primeiro dia

do resto da tua vida

 
At 11 de abril de 2013 às 10:11, Anonymous Anónimo said...

Manuel Ferreira Leite acusou nesta quarta-feira à noite o Governo de estar a dramatizar e a teatralizar sobre a decisão do Tribunal Constitucional (TC) que não vai levar a lugar nenhum, considerando mesmo que os cortes anunciados pelo Executivo “não vão ser cumpridos, nem são exequíveis”.

Na estreia de um espaço semanal de opinião na TVI24, a antiga presidente do PSD confessou que pensou que “tinha saído a sorte grande ao Governo” com a decisão do TC de considerar inconstitucionais algumas das medidas do Orçamento do Estado para 2013, uma vez que era uma oportunidade para mudar de políticas “sem ninguém perder a face”. Mas reconheceu que se enganou porque o Governo insiste na política de austeridade.

“Fiquei perplexa por não verem isto [decisão do TC] como uma oportunidade, mas como uma contrariedade. (…) Vão insistir na austeridade. (…) Não estamos a chegar a ponto nenhum”, afirmou a antiga ministra da Finanças.

Manuela Ferreira Leite diz que o país está a entrar “numa fase de privação, abaixo da pobreza, em que as pessoas já não se conseguem alimentar” e lamenta que o Governo faça uma dramatização “que não vai levar a lugar nenhum”.

 
At 11 de abril de 2013 às 10:11, Anonymous Anónimo said...

“O país está a ser destruído”, afirmou, considerando que o despacho do ministro da Finanças que “congela” os gastos do Estado faz parte da “dramatização e teatralização”. “É um despacho totalmente ineficaz”, acrescentou.

A social-democrata lamentou ainda que se esteja a passar a ideia de que vai ser necessário um segundo resgaste depois da decisão do TC, afirmando que se ele é necessário já não é de agora. Lamenta ainda que o Governo esteja a assustar os portugueses com as afirmações que tem feito nos últimos dias.

Ferreira Leite insistiu na ideia de que “não se consegue refazer um país a partir das cinzas” e, afirmando-se como uma social-democrata, diz que é uma crítica deste Governo porque é uma “defensora dos valores do PSD”. “O Partido Social Democrata sempre colocou em primeiro lugar o primado da pessoa.”

 
At 11 de abril de 2013 às 18:35, Anonymous Anónimo said...

Agora até uma ex-lider do PPS/PSD vai ao cú ao coellho burro!

 
At 11 de abril de 2013 às 20:24, Anonymous Anónimo said...

Digo:
Agora até uma ex-lider do PPD/PSD vai ao cú ao coelho burro!

 
At 11 de abril de 2013 às 21:59, Anonymous Anónimo said...

Não há dinheiro para por papel nas cagadeiras, mas há dinheiro para mais ministros e para os seus adjuntos.
Governo de chulos!

 
At 15 de abril de 2013 às 01:36, Anonymous Anónimo said...

Vamos lá: o governo é uma desgraça, é uma cáfila de incompetentes e arrogantes...Mas arrogância e má educação é um mal geral: na entrevista de um tal Taveira ao pasquim do prior, o dito cujo Taveira mostra que nem na hora de voltar a "arrancar" dentes (...e Deus nos livre de tal sorte) aprendeu alguma coisa. O "Dinossauro Excelentíssimo" mostra toda a sua "raça" na maneira desbocada e arruaceira como trata a oposição e assume a sua (má)educação relativamente à maneira como trata atletas e dirigentes de equipas adversárias do Eléctrico e os árbitros dos jogos. Como a sua triste figura já vai constando do anedotário nacional pena é que a sua imagem cole a uma terra de tão boa gente...Quem perde é Ponte de Sor mas alguns até gostam assim...

 
At 18 de junho de 2013 às 17:11, Anonymous Anónimo said...

Dizer-se que há uma maioria de esquerda, é uma perfeita falácia. O PCP e o BE que fazem cá tanta falta como a fome, odeiam mais o PS do que o PSD ou o CDS. E se por uma hipótese puramente académica o PCP ou o BE, ou os dois em conjunto, se unissem ao PS para formar um governo de maioria, o que aconteceria a Arménio Carlos, Ana Avóila, Mário Nogueira e tantos outros cujo único trabalho é a agitação das massas populares que pouco utilizam a cabeça para pensar? Já agora e recuando uns aninhos, não nos esqueçamos do conceito de democracia manifestado pelo PCP e afins, quando em 1975 cercaram com o apoio dos trabalhadores da construção civil a Assembleia da República. E convém também não nos esquecermos da célebre profecia (por acaso enganou-se) do democrata Álvaro Cunhal: nunca há-de haver uma democracia parlamentar em Portugal. Isto não impede que, esta gente que está agora no governo seja a pior corja que alguma vez apareceu em Portugal, mesmo pior do que o "Vasquinho".

 

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