DICIONÁRIO
irrevogável
(latim irrevocabilis, -e)
(latim irrevocabilis, -e)
adj. 2 g.
1. Que
não se pode revogar.
2. Definitivo.
3. Que
não torna atrás.
Sinónimo Geral: IRREVOCÁVEL
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PONTE DO SOR, UM ESPAÇO DE LIBERDADE BANHADO PELO RIO SOR
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7 Comments:
Falta-lhe os colhões|
Para que a novela mexicana tivesse um final realmente inesperado, só faltava agora Cavaco demitir o governo.
"Se Portas voltar ao governo, para além das evidentes questões de carácter, notar-se-á que saiu como ministro e entrará como subsecretário de estado, qualquer que seja o título que se atribua. Se alguma vez pretender exercer mais do que o seu poder nominal, teremos mais uma crise política. Se ficar calado e quieto, apenas a vender a sua imagem, coisa que todos lhe permitirão fazer com cada vez menor preocupação devido ao estado calamitosa da dita, então a "solução" governativa será mais "estável"."
José Pacheco Pereira
in:http://abrupto.blogspot.pt/
Depois da comunicação do cachopo de merda Pedro Passos Coelho com a presença do cachopo de merda das feiras e mercados Portugal vai ao fundo de vez, isto já nao resultou nestes dois anos e nao vai resultar.
E tempo dos cachopos de merda irem para casa e acabar com as cachopadas de merda!
Conhecendo o modus operandi das pessoas que estão no governo, a seguir deve vir uma qualquer operação de propaganda que dê uma "vitória" ou a Passos ou a Portas, com a colaboração da troika. Manter este governo contra tudo e contra todos, e impedir a realização de eleições antecipadas a todo o custo, é tão decisivo que podemos ver de novo uma linha desenvolvimentista qualquer, mesmo com prejuízo do défice. Para algumas empresas e não para os alvos dos 4 mil e setecentos milhões de cortes, entenda-se, porque esses são a "a manutenção dos compromissos do estado português".
O que sustenta este governo é do domínio da pura política, a vital sobrevivência a nível nacional e europeu do "bom aluno", mesmo com sacrifício do "rigor orçamental". Foi isso que Gaspar suspeitou.
José Pacheco Pereira
A loucura foi à missa
O novo patriarca da diocese de Lisboa era certamente um prelado feliz, na sua apresentação ao rebanho da capital contou com uma missa que foi uma verdadeira cerimónia de Estado, há muito que uma igreja portuguesa não mostrava com tanta clareza que há um clero, uma nobreza e um povo, um clero fiel a Roma e ao colégio episcopal, uma nobreza crente e praticante e um povo a aplaudir o poder de forma obediente.
Por momentos os protestos desapareceram e foram substituídos pelo amor, o povo aplaudia efusivamente Passos Coelho e Cavaco, coisa que já nem se vê na festa do Pontal. O povo estava unido ao poder sem distinção de classes sociais, com direito a cadeira almofadada o Soares dos Santos aplaudia o poder com a mesma ternura da velhinha do Restelo. O clero tratava das coisas de Deus porque as do povo estão entregues a boas mãos.
Quem tivesse assistido à missa pensaria que, de repente, o país tinha regressado aos tempos em que os governantes eram designados por inspiração divina, até o Cavaco Silva parecia um soberano tendo a seu lado uma Dona Maria a querer dar ares de rainha Sofia. Sentadinhos em cadeirões de veludo, o mais parecido com tronos que se arranjou no depósito da dioceses. Mais atrás o monarca deposto mantinha-se firme e hirto junto à sua cadeira de nobre, enquanto ao seu lado a esposa se mantinha prostrada de joelhos, como se tivesse às costas todos os pecados do mundo.
O povo, feliz e fiel apoiante da realeza e do clero, aplaudia efusivamente todos todas as formas de poder que tivessem um par de pernas. O povo estava em pé e acotovelava-se no espaço que lhe foi atribuído, aplaudia com os braços esticados para cima. Instalado de forma mais confortável estavam os nobres deste reino cavaquista, o senhor Soares dos Santos aplaudia com ternura os governantes.
O país parece ter entrado nos eixos e para ser perfeito só se os Silvas de Boliqueime fosse reconhecidos como monarcas por graça de Deus e Passos Coelho fosse promovido a presidente do conselho de um governo vitalício. Cavaco tem muito mais do que alguma vez Sá Carneiro imaginou, mais do que uma maioria, um presidente e um governo. Um dia destes não só vamos assistir a um conselho de ministros presidido por Cavaco, como veremos a reunião ser antecedida por uma oração dirigida pela dona Maria.
Desde o 25 de Abril que o povo não tinha assistido a uma missa de Estado, ainda por cima para celebrar o novo patriarca de Lisboa. Todos rezavam, todos bebiam as palavras do novo bispo, todos tinham um ar feliz, todos foram aplaudidos, todos se uniram em oração. Passos Coelho até teve o cuidado de deixar a esposa em casa, longe vão os tempos em que Sá Carneiro incomodava a Igreja com as suas opções conjugais.
s imagens da missa de Manuel Clemente nos Jerónimos, toda a panóplia que a envolveu e o posicionamento político (sim, político) que o novo cardeal tem vindo a fazer questão de revelar, neste momento tão complexo da vida do país, fizeram soar campainhas em muitos que «reviram» exactamente no mesmo palco – os Jerónimos – uma outra posição radicalmente diferente da Igreja, quando os tempos eram bem difíceis, a ditadura pura e dura imperava e o prior da paróquia, o padre José da Felicidade Alves, usava o púlpito, enquanto Cerejeira não lho tirou, para denunciar injustiças e falta de liberdade.
Lá esteve entre 1956 e 1968, mas foi sobretudo a partir de 1967 que as suas intervenções começaram a causar incómodo tanto ao poder político como ao eclesiástico. No início de 68, foi obrigado a ausentar-se para Paris (continuando, no entanto, como prior titular de Belém) para prosseguir estudos de Teologia Ecuménica. De visita a Lisboa por ocasião da Páscoa, resolveu fazer uma comunicação ao Conselho Paroquial , na presença de oitenta pessoas, comunicação essa que desencadeou um longo e atribulado processo que iria culminar no seu afastamento da paróquia, na suspensão das funções sacerdotais e, já em 1970, na excomunhão (ou seja exclusão da própria comunidade eclesial). Nessa comunicação de 19 de Abril, eram abordados problemas que iam da necessidade da abolição da censura, ao direito à informação e à discussão da guerra colonial.
Houve inúmeras reacções à sua remoção da paróquia, de paroquianos, de 121 padres de Lisboa, de 680 leigos. A páginas tantas, um grande grupo de pessoas solidárias com o padre Felicidade dirigiu-se de Belém para o Patriarcado, onde se acantonou no átrio e numa pequena área do passeio, protegida por um gradeamento e por isso a salvo da intervenção da força policial (já bem posicionada nas imediações). Foi pedida uma audiência a Cerejeira que não apareceu mas enviou um secretário para dispersar os presentes. Ficará na memória de todos «Esta casa é nossa!», um grito repetidamente lançado nessa tarde, no seu jeito bem peculiar, por Francisco de Sousa Tavares. O cardeal não nos recebeu, mas estava reunido, a essa mesma hora, com alguns paroquianos de Belém, muito activos contra o padre Felicidade. Naturalmente...
A sua acção não parou, no quadro dos chamados católicos progressistas. Depois do 25 de Abril aderiu ao PCP, onde se manteve até morrer. Tinha-se casado civilmente em 1970, mas só em 10 de Junho de 1998, seis meses antes de morrer, trinta anos após o início de um longo processo dramático com a Igreja e quando, finalmente, foram resolvidos os problemas a nível do Vaticano, é que o cardeal José Policarpo celebrou o seu casamento canónico – tal como o padre Felicidade sempre desejara.
Ontem, «revi-o» no púlpito dos Jerónimos – jovem e corajoso. Um exemplo enorme para nós que também éramos jovens e queríamos ser corajosos.
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