A TERRA DE PALHA
A terra de palha rasa,
a matinal
restolhada dos pardais
o brusco branco do muro,
a luz onde as cigarras ao arder
desafiam os cardos
o pão duro de cada dia,
a poeira onde assomam cabras,
o rasteiro coaxar
das rãs em águas apertadas,
o uivo ralo dos cães,
a marca do fogo no avesso da pele,
o descampado, os sulcos da sede.
Eugénio de Andrade
Etiquetas: Poesia
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