quinta-feira, 5 de maio de 2005

DO CORREIO... Do Correio...



Coluna Vertical

«Mas quem viveu,
em Portugal, antes
do 25 de Abril
e quem vive
em Ponte de Sor
depois do 25
de Abril não tem
de estranhar
o critério.
Aliás, em Cuba
ainda é assim.»


Santana - Maia Leonardo


25 DE ABRIL, QUANDO?


Gostaria que esta carta tivesse sido publicada num dos jornais da nossa terra. Era sinal de que viviamos num concelho onde o 25 de Abril se tinha finalmente, cumprido. Mas infelizmente não pôde ser . Nem como publicidade paga o jornal «Ecos do Sor» aceitou publicá-la. Não se querem meter na política, disseram-me.
É claro que esta decisão não abrange os políticos que detêm o poder. Pelo contrário, só se aplica àqueles que discordam de quem exerce o poder. Mas quem viveu antes do 25 de Abril e quem vive em Ponte de Sor depois do 25 de Abril não tem de estranhar o critério. Aliás, em Cuba ainda é assim. E, pelos vistos, em Ponte de Sor o modelo mantém-se, apesar de os comunistas já não deterem o poder autárquico, há vários anos.
Acredito, no entanto, que Ponte de Sor vai descobrir um dia que ser livre é a única forma de uma pessoa e de um concelho se realizarem plenamente. Se Ponte de Sor fosse um concelho de gente livre, não só os pontessorenses viveriam mais felizes como a nossa própria terra seria mais bonita, porque havia menos riscos de se cometerem tantos erros.
É certo que a Liberdade não tem preço, mas quem luta por ela sabe que tem um preço a pagar. Só é pena, na nossa terra, ainda sejam tão poucos os que estão dispostos a pagar esse preço. Não foi obviamente, por acaso, como todos sabem, que tive de deixar a presidência do Eléctrico e a direcção do jornal « A Ponte », duas coisas a que me dediquei de alma e coração...
Quanto à carta que eu pretendia publicar no jornal e que a seguir transcrevo, a questão que o leitor deve colocar a si próprio não é se concorda ou não concorda com ela, mas: por que razão, nesta terra, uma pessoa não tem o direito de exprimir a sua opinião?
Não leiam, no entanto, nesta carta aquilo que lá não está. Não sou candidato nem às eleições autárquicas, nem a qualquer outra coisa. O que está aqui em causa não são lutas partidárias por um lugar, mas apenas princípios, valores e convicções. Mais nada.
E já que estamos a celebrar o 31º aniversário do 25 de Abril, esta é uma boa oportunidade para cada um de nós se conhecer a si próprio. Ou seja, se é democrata por convicção ou por conveniência.

Ex.mo Senhor Director


Em primeiro lugar, gostaria de felicitar publicamente o Dr. Taveira Pinto por ter decidido não se recandidatar à presidência da Câmara Municipal de Ponte de Sor, como resulta claramente da sua carta de despedida publicada recentemente no «Ecos do Sor». De uma coisa, pelo menos, não poderá ser acusado: o de não ter cumprido a sua única promessa eleitoral.
Mas penso, sobretudo, que se trata de uma decisão inteligente de quem não poderá deixar de se sentir profundamente incomodado pelo facto deste seu último mandato ter tantas semelhanças com os mandatos do Engenheiro José Amante.
Obras, todos fazem, desde que haja dinheiro. E desde que chegaram os fundos comunitários dinheiro foi coisa que nunca faltou. Pena que nem sempre seja bem gasto. Mas isso também já era pedir muito.
E quando chegaram os fundos comunitários, sejamos honestos, o Eng. José Amante também fez obra e não foi pouca. Só no último mandato, fez o Pavilhão Municipal e a 1ª fase da zona ribeirinha (construção do açude, arrelvamento e choupos); comprou o cine-teatro e fez o projecto para a sua reconstrução; comprou os terrenos, fez o projecto e a 1ª linha de esgotos da zona industrial a norte do caminho de ferro; adjudicou a construção da piscina olímpica (cujo concurso foi anulado por Taveira Pinto, logo que foi eleito); procedeu ao alargamento da Avenida da Liberdade (agora inviabilizado com a construção da Fundação); sem esquecer a Exposor, a Biblioteca Municipal, o Parque de Campismo, as Etar, assim como o papel importante da Câmara quer na construção da nova Escola Secundária, quer do novo Centro de Saúde, etc. etc.
Acontece que nem só de obra feita vive o homem. Mais importante do que as obras é cada um de nós sentir, em cada momento, que é homem livre. Livre para pensar, livre para criticar e livre para fazer.
Foi este clima de liberdade que nunca ninguém sentiu em Ponte de Sor nem durante os mandatos do Engenheiro José Amante, nem, infelizmente, durante o mandato de maioria absoluta do Dr. Taveira Pinto. Que assim fosse com José Amante, ainda compreendia. Ou não fosse comunista. Agora que assim continue a ser com o Dr. Taveira Pinto não se compreende, nem se aceita.

Mas talvez o mal não seja nem de um, nem de outro. Provavelmente será o próprio poder que nos transforma. Como dizia Lord Acton «todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente»
Basta comparar o Dr. Taveira Pinto que ganhou as primeiras eleições com o Dr. Taveira Pinto da maioria absoluta para descobrir abissais diferenças:
Onde está o Dr. Taveira Pinto que tanto se preocupava com a dívida de José Amante? (por falar nisso, qual é a dívida actual da Câmara Municipal?)
Onde está o Dr. Taveira Pinto que só quis um vereador a tempo inteiro para não gastar dinheiro à Câmara inutilmente? (quantos são agora os vereadores e assessores a tempo inteiro? E quantas viagens fazem por ano?)
Onde está o Dr. Taveira Pinto que exigiu a demissão do PS do vereador socialista José Rafael por ter aceite o cargo de vereador a meio-tempo que lhe foi oferecido por José Amante? (Será o mesmo Dr. Taveira Pinto que ofereceu o cargo a tempo inteiro ao vereador comunista António Gomes? Fazer como eles é sermos iguais a eles ou não é?)
Onde está o Dr. Taveira Pinto que se insurgia tanto com os erros e os atrasos das obras municipais? (o que diria esse Dr. Taveira Pinto – que chegou a fazer um abaixo assinado contra a construção do Pavilhão Municipal – das torres e dos balneários do Estádio Municipal, das piscinas cobertas, do Largo da Feira, da Fundação, etc. etc.? Nem quero ouvir! ...)
Onde está o Dr. Taveira Pinto que criticava tanto o controlo das associações pelos comunistas feito através dos subsídios da Câmara Municipal? Etc. etc. etc.
Não há dúvida que Lord Acton tem razão. O poder absoluto corrompe-nos e transforma-nos. E a maioria absoluta apenas ajudou a transformar o Dr. Taveira Pinto, à semelhança do que acontecera com José Amante, num presidente prepotente e arrogante para quem o poder se tornou fonte de legitimidade para a todos impor a sua vontade absoluta.
Ora, uma terra onde as pessoas são perseguidas (no verdadeiro sentido da palavra) por delito de opinião nunca pode ser uma terra de futuro, nem uma terra próspera, por muitas obras que se façam. Depois de um mandato em que tantas ilusões e expectativas criou, o Dr. Taveira Pinto preferiu, neste seu mandato, inverter a marcha e copiar o pior registo dos mandatos do Engenheiro José Amante, com quem hoje se confunde.
Ao decidir não se recandidatar, dando assim cumprimento à sua única promessa eleitoral, o Dr. Taveira Pinto demonstra, pelo menos, ter mantido algum sentido crítico e um desprendimento em relação ao poder que só o honra. E felicito-o por isso.
Só espero que o seu sucessor perceba que mais importante do que as obras é o homem e que este só realiza e desenvolve na sua plenitude em ambiente de verdadeira liberdade. Ou seja, com a coluna vertical.


N.R.: Esta carta chegou via CTT à nossa caixa de correio, o bold é nosso.

12 Comments:

At 5 de maio de 2005 às 14:59, Anonymous Anónimo said...

Tonho:
Quanto te aplicas escreves bem.
Hoje dou-te os meus parabens por este magnifico texto.
Um abraço.

Chico F.

 
At 5 de maio de 2005 às 15:03, Anonymous Anónimo said...

A VEZ DOS AUTARCAS

Depois dos farmacêuticos, dos juízes e dos professores, chegou a vez de os autarcas se sentirem ameaçados na sua sagrada pasmaceira corporativa pelas intenções reformistas da nova maioria.
É verdade que, ao contrário dos outros sectores onde, até agora, apenas se anunciaram algumas boas intenções avulsas, os autarcas estão confrontados com reformas concretas do seu estatuto, cuja discussão se iniciou ontem na Assembleia da República.
Entre outras coisas consensuais e de menor importância, discute-se a formação de executivos autárquicos monocolores, como pretende o PS, ou com a participação, embora limitada, de vereadores dos partidos vencidos, como propõe o PSD.
É melhor a proposta do PSD, na medida em que confere uma espécie de "droit de regard" sobre os actos do governo municipal que, de outra forma, fica apenas limitado à pouca capacidade fiscalizadora das assembleias municipais ou às episódicas inspecções da IGAT.
Mas, sobre essas matérias, os autarcas não se têm mostrado muito preocupados.
O que acima de tudo os traz em alvoroço e os tira do sério é a proposta, comum aos dois maiores partidos, de limitação dos mandatos dos presidentes de câmara.
A simples existência desta proposta levou a que o que de pior o PS e o PSD têm - que é, justamente, os seus autarcas - se juntasse num bloco central de interesses comuns, que se chama Associação Nacional de Municípios (ANMP), onde trataram de defender juntos o seu inalienável direito de se eternizarem em funções, "por vontade popular".
É sabido o que penso (à parte as honrosas excepções, pelas quais tenho sincera admiração) sobre o geral dos autarcas portugueses: são o maior mal democrático que o país tem de suportar.
Em trinta anos de roda-livre, deram cabo da paisagem urbana, desordenaram o território, cometeram os maiores atentados contra o ambiente e a preservação das zonas protegidas, mancomunaram-se com empreiteiros, clubes de futebol e investidores imobiliários sem escrúpulos para tornarem Portugal um país mais feio, mais degradado, mais inviável.
Nada escapou à sua cobiça ou à sua ignorância, não houve nem há dinheiro que jamais lhes chegue, gastando sem pudor nem vergonha numa proliferação de obras sumptuárias que custam dez vezes o que custariam a um particular, de rotundas idiotas semeadas de horrendas estátuas da autoria do primo, do cunhado ou do compadre (Setúbal, Évora, Lagos!), enquanto deixam por fazer aquilo que não se vê mas que mais necessário é à qualidade de vida das populações. Basta olhar para todo o litoral, de Caminha a Vila Real de Santo António, para perceber que nada lhes chega, nada os detém, nada os sacia. Não há erro que lhes sirva de emenda, não há horror que os envergonhe, não há escândalo que os assuste. Enquanto houver um metro quadrado de costa por destruir, uma reserva agrícola por semear de vivendas, uma área protegida por urbanizar, eles não se dão por satisfeitos. Para isso, precisam de mais anos no poder, precisam da eternidade.
Por isso estão tão indignados que alguém queira removê-los ao fim de doze anos, contrariando a vontade, que presumem sempre imutável, das populações locais.E presumem bem: é justamente porque o caciquismo e a dependência que facilmente instalam no seu círculo de poder garantem a imutabilidade do voto que a limitação dos mandatos autárquicos constitui uma reforma urgente e higiénica.
Aliás, para além dos presidentes de câmara, o princípio da limitação dos mandatos políticos é um princípio banal e salutar de qualquer democracia.
Cabe até perguntar por que só agora, que lhes tocou a vez, é que os nossos "dinossauros" autárquicos se lembraram de invocar a vontade popular contra tal princípio, tendo vivido até aqui tão bem com a limitação de mandatos do Presidente da República, imposta, logo em 76, como imperativo constitucional.
É ou não verdade que, quando Soares chegou ao fim do seu segundo mandato e tranquilamente se despediu e foi à vida, dois terços dos portugueses gostariam ou não se importariam que ele continuasse?
E, então, onde estavam os 60 presidentes de câmara que compõem o conselho-geral da ANMP, que anteontem votaram por unanimidade um comunicado raivoso e patético contra a "cruzada" que os quer expulsar, depois de doze aninhos - que, para alguns, serão trinta - em funções?
Alguém os ouviu pronunciarem-se contra a limitação de mandatos do Presidente?
Olhando para eles, os mesmos de sempre, a pergunta que ocorre é se aqueles senhores não terão outra forma de vida ou não saberão fazer outra coisa. E a resposta é: não, não sabem.
Por isso é que querem morrer em funções, ali, nos seus coutos protegidos, contra "a administração central estagnada, paralisada e sem rosto", onde os respectivos partidos não encontraram lugar para os acolher - de outro modo nada disto os indignaria.
Não tenho dúvidas algumas de que o país inteiro aplaude, apoia e exige este mínimo de renovação política.
Mas, infelizmente, tenho dúvidas de que, tanto José Sócrates como Luís Marques Mendes, se atrevam a começar por aqui e ir até ao fim no combate que se impõe ao pior da partidocracia em que vivemos.
Do lado do PSD, pretende-se excluir do alcance da limitação de mandatos o primeiro-ministro e os presidentes dos governos regionais de Açores e Madeira, limitando-a aos presidentes de câmara.
O primeiro-ministro é apenas para disfarçar: o que o PSD não quer, absolutamente, é incluir nesta medida o soba da Madeira.
Como disse Jorge Coelho, e com razão, o PSD tem medo de Jardim.
Não ignora que ele é o exemplo perfeito dos malefícios da eternidade governativa e que na Madeira se vive uma situação de caciquismo tão extremo, que se trata já de uma verdadeira excepção constitucional.
Mas como ele ainda é popular entre aquela gente dos congressos, que faz e desfaz líderes, não há, nunca houve, ninguém no PSD que se atreva a beliscar o mundo perfeito instalado pelo marajá do Funchal.
Do lado do PS, se se ousa enfrentar Jardim, já não se ousa enfrentar até ao fim as múmias paralíticas autárquicas. E, assim, dá-se com uma mão o que se tira com a outra: defende-se a limitação dos mandatos, mas só para daqui a duas legislaturas, e não já para a seguinte - o que significa mais oito anos de sobrevivência garantida a todos eles, tornando alguns mais eternos do que qualquer presidente de câmara do Estado Novo. E, ao mesmo tempo, anuncia-se a retoma do projecto antinacional da regionalização - eloquentemente chumbado pelos portugueses em referendo exemplar -, deste modo acenando aos autarcas a despedir num futuro intermédio com a possibilidade de reciclagem em novas e mais aliciantes funções públicas, agora a nível regional.
Há razões para temer que, de tudo isto, saia afinal uma reforma típica dos nossos partidos: uma fachada de renovação, com a garantia escondida da continuação de todas as oportunidades de malfeitorias.
Sosseguem, pois, senhores autarcas: vem aí nova demonstração da infalibilidade da Lei de Lavoisier, aplicada à política portuguesa: nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.


Miguel Sousa Tavares
in:Público

 
At 5 de maio de 2005 às 15:21, Anonymous Anónimo said...

Olhem p'ra ele...
Acordou...
Vamos ver se ele é como o outro:
«vou andar por aí»

 
At 5 de maio de 2005 às 15:54, Anonymous Anónimo said...

é bom saber que este blog é cada vez um espaço de referencia e de reflexão sobre o nosso concelho.Aqui fala-se e escreve-se sobre os podres, mas também sobre os bons do nosso concelho.O espírito democrático só tem a ganhar com isso!Apetece-me felicitar o esta carta, muito ao estilo dos bons tempos do seu jornal, o Doutor soube mais uma vez exprimir correctamente a convicção de muitos pontessorenses. A ponte só ganha com a liberdade de cada um é pena é que mesmo passados 31 anos de Abril a nossa Terra tenha parado no tempo, na questão das mentalidades e sobretudo ainda não tenha aprendido a lição da democracia. Dizer alguma coisa em público, que seja contra os poderes vigentes, é meio caminho andado para a censura.
Valha-nos o sonho de um dia ainda podermos ser livres!
martin

 
At 5 de maio de 2005 às 16:52, Anonymous Anónimo said...

Taveira Pinto está para o Zé Amante como o Estaline está para o Lenine. Triste sina a nossa!

 
At 5 de maio de 2005 às 17:02, Anonymous Anónimo said...

«Se eu tivesse que escolher entre a PIDE e a censura como a arma mais eficaz do regime, eu escolheria a censura. Se eu tivesse que escolher o braço mais esticado de Salazar nos dias de hoje, eu escolheria o mundo que a censura criou e protegeu, um Portugal educadinho no seu atraso, odiando o conflito e tecendo loas a tudo o que parece consenso, desconfiando do debate, da contradição, da controvérsia, com uma política feita de palavrinhas certas e sempre em navegação de cabotagem com a casinha confortável das ideias feitas. Isso Salazar deixou e o 25 de Abril só ainda tocou ao de leve.»

José Pacheco Pereira, «Sábado»

 
At 5 de maio de 2005 às 17:07, Anonymous Anónimo said...

Senhor Dr.António Leonardo

Já António Sérgio dizia:
...« o pior nome que se pode chamar a um homem é Padre»
Com esta frase está tudo dito em relação ao jornal «Ecos do Sor»

 
At 5 de maio de 2005 às 17:07, Anonymous Anónimo said...

«Os presidentes das câmaras tornaram-se, numa grande parte das autarquias do país, em caudilhos que fazem do seu arbítrio o princípio e o fim do seu mandato. Tutelam a seu bel-prazer os jornais ou rádios locais, fazem da distribuição dos empregos públicos uma arte de controlo dos seus apaniguados e firmam assim as bases de um regime oligárquico que limita a participação democrática e os perpetua no poder»

Manuel Carvalho, Editorial do Público

 
At 6 de maio de 2005 às 11:11, Anonymous Anónimo said...

Em Outubro isto pode mudar...

 
At 6 de maio de 2005 às 11:12, Anonymous Anónimo said...

Em Outubro isto pode mudar...

 
At 6 de maio de 2005 às 13:36, Anonymous Anónimo said...

PERCEBERAM AGORA, SENHORES PROFESSORES DA ESCOLA SECUNDÁRIA?
NÃO SEJAM OTÁRIOS...

 
At 9 de maio de 2005 às 17:29, Anonymous Anónimo said...

VAMOS TODOS MUDAR «O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU» EM OUTUBRO.
QUEREMOS MULHERES E HOMENS SÉRIOS À FRENTE DOS DESTINOS DO CONCELHO DE PONTE DE SOR.
O ENGHEIRO JOSÉ AMANTE JÁ PROVOU QUE É UM HOMEM MUITO SÉRIO.

 

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