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Cavaco defende adiamento do referendo
O ex-primeiro-ministro Cavaco Silva defendeu ontem o adiamento dos referendos ao Tratado Constitucional europeu pelo menos por dois anos para "não fragilizar ainda mais o projecto da União Europeia".
"Neste momento, talvez seja melhor os líderes europeus fazerem uma pausa e pararem para reflectir. Prosseguir os referendos tem um elevado risco e pode fragilizar ainda mais o projecto da União Europeia", afirmou à Rádio Renascença o antigo líder do PSD, num comentário à vitória do "não" nos referendos europeus na França e na Holanda.
Para Cavaco Silva, o eleitorado europeu começa a ficar desmotivado, especialmente o defensor do "sim", e os líderes da União Europeia poderiam aproveitar "a pausa" no processo de ratificação do tratado para explicar aos cidadãos" as vantagens do projecto europeu.
"É provável que neste momento esteja diminuída a credibilidade dos actuais líderes europeus para explicarem aos cidadãos que a resposta aos seus medos está precisamente numa União Europeia mais forte e mais coesa", disse.
Perante este cenário, o antigo chefe do Governo afirmou que "será necessário esperar por novas lideranças nos grandes países" e que, entretanto, o Tratado Constitucional deverá "ficar congelado, pelo menos dois anos".
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