segunda-feira, 29 de maio de 2006

AVALIAÇÕES???

Depois de já apanharem pancada dos alunos, os professores vão passar a ser avaliados pelos pais. Ou a escola mudou muito desde a última vez que entrei numa, ou a ministra da Educação está a governar para escolas modelo.

J E R

51 Comments:

At 29 de maio de 2006 às 09:01, Anonymous Anónimo said...

A Política de Avaliação do Governo de José Sócrates:

1- Pais avaliar Professores;
2- Criminosos avaliar Juizes;
3- Condutores avaliar Cantoneiros;
4- Doentes avaliar Médicos;
5- Ladrões avaliar Policias;
Etc, etc, etc...

 
At 29 de maio de 2006 às 10:29, Anonymous Anónimo said...

"Pergunto-me: mas os pais avaliam o quê? Se os professores são bonitos ou feios? Se as professoras usam ou não as saias curtas? Se vão à escola regularmente?"
Eduardo Prado Coelho, sobre a hipótese de os professores serem avaliados pelos pais dos alunos, PÚBLICO, 29-05-2006

 
At 29 de maio de 2006 às 16:06, Anonymous Anónimo said...

Corrupção no poder local - por Paulo Morais -



Políticos portugueses "são marionetas ao serviço de interesses obscuros"



Francisco Mangas
Hernâni Pereira

O título do seu livro é Mudar o Poder Local. Mas o que o defende é uma mudança mais ampla.

Este regime, esta Primavera Marcelista que vivemos, não tem futuro. E o poder local é uma das componentes do regime que não funcionam, não servem para aquilo que devia servir. A reflexão que faço é antiga, e defendo que o papel dos políticos - os que querem o desenvolvimento do País acima de qualquer outro objectivo - deve ser de tentar destruir este regime.

Os casos de corrupção têm aumentado nas autarquias?

A corrupção não é um exclusivo do poder local. Temos um regime que foi tomado, numa lógica perversa, pelas corporações que já mandavam em Portugal antes do 25 de Abril. Hoje vivemos uma situação dramática para o povo português que é o sistema cartelizado: um grupo restrito de pessoas domina o País.

E como se combate esta usurpação do regime?

Para mudar o sistema são precisos políticos com coluna vertebral. E em Portugal temos políticos que não são mais do que marionetas ao serviço de interesses obscuros. Aliás, os únicos seres que se mantêm de pé sem coluna vertebral são as marionetas. Por outro lado, um sistema muito burocratizado, um sistema em que a justiça não funciona permite que, nas várias facetas da vida política, se desenvolvam mecanismos de corrupção.

Nas câmaras quais são as áreas mais permeáveis à corrupção?

As áreas mais visíveis, que constituem tumores da democracia, são as obras públicas, onde há um tráfico de influências generalizado e que convém atacar pela via da intervenção da justiça, mas também ao nível da gestão de urbanismo. Como sabemos, a maioria dos partidos e da vida partidária é financiada por empreiteiros e imobiliárias.

Depois há as contrapartidas...

Cada financiamento tem sempre um pagamento: a contrapartida que normalmente pedem é o favorecimento na avaliação de determinados projectos imobiliários. A corrupção aparece como corolário lógico do sistema que está montado para privilegiar ou para induzir à corrupção. É também importante que a Inspecção-Geral de Administração do Território e o Ministério Público cumpram a sua função.

A campanha das autárquicas no Porto foi paga pelos empreiteiros?

Não queria estar a concretizar, mas a maioria do financiamento dos partidos e, sobretudo, o financiamento da vida de muitas pessoas que andam à volta dos partidos, depende de empreiteiros e promotores imobiliários. Vi recentemente muitos políticos a vangloriar-se de que empresas portuguesas têm grande capacidade de entrada no mercado angolano. Fico triste: empresas com capacidade de entrar num mercado de corrupção como o de Angola não são seguramente empresas cuja principal componente seja a qualidade!

Quando fala de políticos com avenças dos empreiteiros está a referir-se a pessoas do seu partido...

De quase todos os partidos. Infelizmente em Portugal há um bloco central de interesses. O problema do tráfico de influências atravessa transversalmente todos os partidos, sendo que se exerce com maior relevo nos partidos do poder.

Voltando às autarquias: o Plano Director Municipal (PDM) abre caminho a negócios obscuros?

O PDM em certas autarquias é uma bolsa de terrenos, onde há favorecimento da valorização em função de quem é o proprietário e onde há a promiscuidade entre interesses privados e o interesse público. Como a legislação é complexa, quem for assessorado por bons advogados consegue fazer o que lhe apetece.

Quando foi afastado das listas do à Câmara do Porto disse que "enquanto Rui Rio for presidente e tutelar o urbanismo não haverá vigarices". Mantém a afirmação?

Ao sair tomei a decisão de não me pronunciar durante quatro anos sobre a vida autárquica no Porto. ..

Um dos projectos imobiliários que chumbou foi o da Quinta da China. Projecto agora aprovado por Rui Rio.

Este e outros projectos estão a ser analisados pelas autoridades e, em particular, pela Direcção Central de Investigação e Acção Penal. Não devo pronunciar-me. Abro uma excepção para explicar o motivo por que decidi indeferir o projecto da Quinta da China. A sua aprovação, tal como tinha sido vontade do executivo anterior (do PS), mais não seria que uma cedência de terrenos públicos a um promotor imobiliário para que fizesse uma obra ilegal. Jamais poderia permitir isso.

Um projecto da Mota e Companhia.

Exactamente. Chumbei o projecto sem hesitação: enquanto vereador não podia ceder terrenos a um promotor imobiliário, para que desenvolvesse um projecto ilegal. Antigo vice-presidente e vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Paulo Morais, lança amanhã à noite, no Café Majestic, o livro Mudar o Poder Local. Em entrevista ao DN, fala do polémico projecto Quinta da China, que chumbou e agora é aprovado por Rui Rio, e do financiamento de empreiteiros a "muita gente que anda à volta dos partidos". Na obra, apresentada por Maria José Morgado, revela que figuras do PSD o pressionaram a aprovar projectos imobiliários. O Ministério Público tem "informação bastante para intervir", assegura.
Nasceu em Viana do Castelo há 43 anos

Foi afastado das listas do PSD-CDS/PP à Câmara do Porto por alegada pressão de empreiteiros

É autor de Mudar o Poder Local
Paulo Morais

Professor universitário

 
At 29 de maio de 2006 às 16:48, Anonymous Anónimo said...

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à excepção de todas as outras que foram experimentadas". Winston Churchill

Talvez a passagem de mais um aniversário do 28 de Maio de 1936 justificasse uma reflexão sobre as virtudes da democracia portuguesa, mas não é essa a pretensão deste post.
Faço parte dos que defendem que a democracia é a única forma de regime político aceitável, mas também pertenço ao grupo cada vez maior dos portugueses que duvidam das virtudes da nossa democracia inacabada.

Talvez a minha visão seja utópica, mas considero que a liberdade liberta forças criativas capazes de proporcionar níveis de em estar maiores do que os supostamente são alcançados com uma ditadura. E reconheço que é utópica, porque os 30 anos de democracia que até agora vivi foram, em grande medida, 30 anos de desilusão, muitos dos nossos políticos são piores do que os políticos da ditadura, os grupos financeiros que cresceram à sobra da ditadura são os mesmos que agora escolhem governos e nomeiam governantes, confio menos nos jornalistas da democracia do que os verdadeiros heróis que foram os jornalistas que se bateram contra a ditadura, reconheço menos independência nos órgãos de comunicação social actuais do que uma boa parte dos existentes no tempo da ditadura.

Mas como não tenciono deixar de defender a democracia interrogo-me se com a democracia que temos Portugal será capaz de superar os obstáculos que se colocam ao desenvolvimento.
Os grandes problemas que enfrentamos exige soluções que vão para além de uma geração, as soluções políticas necessárias implicam estratégias cuja duração se terá que prolongar por várias legislaturas.

Será com soluções imediatistas, simplistas e superficiais que poderemos superar os problemas? Uma oposição que organiza um congresso só ara que o líder se arme em credível e apresenta um rol de propostas que denunciam a total ausência de reflexão será capaz de obrigar o governo a ser competente?
Um modelo político que entra em rotura porque alguns magistrados "deixam" escapar peças de processos para os jornais terá as necessárias condições de estabilidade?

A democracia é melhor do que a ditadura, não tenho dúvidas a esse respeito, mas essa é uma convicção que resulta de outras democracias, a democracia portuguesa ainda não o demonstrou.

Mas tenho sérias dúvidas de que com os políticos que temos a democracia seja capaz de proporcionar as soluções para os problemas, por isso cab com uma segunda citação de Winston Churchill:

"Isto não é o fim. Não é sequer o princípio do fim. Mas é, talvez, o fim do princípio."

 
At 29 de maio de 2006 às 16:50, Anonymous Anónimo said...

A comparação de J. Francisco S. H. Mendes, faz-me lembrar aquelas comparações, de que se costuma dizer:
Estás a comparar, o olho do cu com a feira de Borba.
Quanto aos doentes avaliarem médicos, isso, fazem-no todos os dias, e quando não gostam mudam. Infelizmente, não podemos trocar os professores dos nossos filhos, quando eles não ensinam, quando dão metade das aulas a falar dos bichinhos de estimação, quando não os preparam para os exames (basta ver as notas dos exames nacionais nas escolas da Ponte)etc.
Não vejo vantagem nenhuma, em os pais avaliarem os professores. Para mim a verdadeira avaliação faz-se nos exames nacionais, e quando vemos as notas em certas disciplinas, a baixarem do catorze que o prof dá, para o quatro que aparece no exame, só posso dizer que algo de muito grave se passa. Não me venham dizer que, os alunos acusam a responsabilidade do exame, vejo escolas em que as notas do ano, chegam a ser superiores às dos exames.

 
At 29 de maio de 2006 às 17:12, Anonymous Anónimo said...

Quando voltaremos a ver, verdadeiros posts sobre a Ponte? Será que me está a passar alguma coisa ao lado?
Espero que não.

 
At 29 de maio de 2006 às 17:51, Anonymous Anónimo said...

Oh anónimo amiguinho dos senhores doutores

Já viste alguma vez um médico ser condenado por "merda" que tenha feito a algum doente?

Ou será que as "putas" se defendem todas umas às outras?

 
At 29 de maio de 2006 às 17:57, Anonymous Anónimo said...

Oh Pontessorense
Bota a boca no trombone, já!

 
At 29 de maio de 2006 às 18:03, Anonymous Anónimo said...

Não me venham contar como é que o Bugalheira perdeu as eleições para a Federação do PS de Portalegre, pois essa já tem barbas e uma grande dor de corno para o Bugalheira

 
At 29 de maio de 2006 às 18:12, Anonymous Anónimo said...

Os 450 postos de trabalho para Montargil, que o Pinto prometeu no ano de 2005, eram de um investimento de um empresário(pato bravo do imobiliário) que tem dívidas ao Fisco e à Segurança Social no valor de 11 milhões de euros.
Isto vai uma maravilha.

 
At 29 de maio de 2006 às 19:49, Anonymous Anónimo said...

Que há professores péssimos, disso ninguém dúvida, mas daí a pôr os pais a avaliar os professores, essa só mesmo das mentes brilhantes do nosso país.
Se querem avaliar os professores ponham os próprios alunos a fazê-lo não os pais, e penso que a maioria dos professores iria ter uma valente desilusão, pois pensam que são óptimos e não valem nada a ensinar.

 
At 30 de maio de 2006 às 00:02, Anonymous Anónimo said...

Avaliação já!
Estamos fartos de professores que não ensinam!
Ao menos deixem-nos manifestar o nosso descontentamento.

 
At 30 de maio de 2006 às 08:56, Anonymous Anónimo said...

Acabo de ler a proposta para o novo Estatuto da Carreira Docente (ECD) e fiquei siderado. Está certo que é uma primeira impressão. Mas o que lá está parece-me excessivamente perigoso. O documento mostra como o PS se rendeu às «Ciências da Educação» e a consequente desvalorização do papel central que os saberes científicos ou académicos específicos deveriam ter no sistema de ensino. A questão da avaliação dos professores pelos encarregados de educação seria um pormenor «acidental» e «removível» se não traduzisse o espírito do documento. Mas traduz. Parece estar a acontecer aquilo que receava do mais perigoso do populismo do governo do Eng.º José Sócrates: ao misturarem-se questões salariais dos docentes com questões «pedagógicas» (mais propriamente ideológicas) da função educativa, inquinaram-se quase irremediavelmente para as próximas décadas as condições para uma reforma de fundo naquilo que é substantivo para o ensino: a relação de sala de aula ou a relação professor-aluno-conhecimento. Não sei se este PS está a reformar o ensino ou a queimar esterilmente o terreno social favorável para a reforma que existia no tempo do Prof. David Justino (por muitas críticas que possam ser dirigidas a esse ex-ministro da educação).

O ECD parece-me anunciar a blindagem das Ciências da Educação dentro do Estado e do sistema de ensino (básico, secundário e superior). Não discutir politicamente a expressão «Ciências da Educação» que consta no Artº 54 da proposta e que confirma a notável conquista da última década de foro de «ciência privilegiada», conquista essa decidida por decreto governativo e não pelo prestígio social assente no valor irrefutável do seu saber, é tomarem-nos por estúpidos. Tirem-se esse tipo de muletas políticas aos cientistas da educação e ver-se-á o que sobra: pouco mais do que um lobby ideologicamente organizado. O problema não é só o que está explícito como o que está implícito em todo o documento.

Como é possível que um lobby (dos «cientistas da educação» ou qualquer outro) tome de assalto o ensino (e o estado) sem que isso gere um verdadeiro, profundo e genuíno debate público sobre quem é ou não dono do pensamento social sobre educação/ensino num país que se auto-referencia como democrático, livre, civilizado? Porque razões o pensamento dito liberal hiberna nestes momentos cruciais? Andaremos nos próximos meses a discutir questões laterais e deixaremos o essencial, como é hábito. O país arrisca-se, uma vez mais, a pagar caro por mais umas décadas este apoio leviano a quem, com a capa de «reformista», nos empurra para o desastre educativo, desta vez com um sorriso de quem disparata escudado numa confortável maioria absoluta. Não me preocupa a questão dos salários dos docentes. O problema é uma ideologia tacanha que, ao não ser combatida, vai persistindo de um modo inacreditável. Será que existe oposição em Portugal? Será que a classe política ligada às questões educativas tem lucidez mínima para avançar com esse tipo de debates? Ou o simples rótulo de «ciência» transforma uma qualquer área do saber em vaca sagrada?

(Gabriel Mithá Ribeiro)

 
At 30 de maio de 2006 às 08:56, Anonymous Anónimo said...

Para entender a clarissíma incompetência desta "equipa" ministerial deixo aqui apenas as funções e tarefas exigidas a um docente:


"O docente desenvolve a sua actividade profissional de acordo com as orientações de política educativa e no quadro da formação integral do aluno, cabendo-lhe genericamente:

a) Identificar saberes e competências-chave dos programas curriculares de forma a desenvolver situações didácticas em articulação permanente entre conteúdos, objectivos e situações de aprendizagem, adequadas à diversidade dos alunos;

b) Gerir os conteúdos programáticos, criando situações de aprendizagem que favoreçam a apropriação activa, criativa e autónoma dos saberes da disciplina ou da área disciplinar, de forma integrada com o desenvolvimento de competências transversais;

c) Trabalhar em equipa com professores e outros profissionais, envolvidos nos mesmos processos de aprendizagem;

d) Desenvolver, como prática da sua acção formativa, a utilização correcta da língua portuguesa nas suas vertentes oral e escrita;

e) Assegurar as actividades educativas de apoio e enriquecimento curricular dos alunos, cooperando na detecção e acompanhamento de dificuldades de aprendizagem;

f) Assegurar e desenvolver actividades educativas de apoio aos alunos, colaborando na detecção e acompanhamento de crianças e jovens com necessidades educativas especiais;

g) Utilizar adequadamente recursos educativos variados, nomeadamente as tecnologias de informação e conhecimento, no contexto do ensino e das aprendizagens;

h) Utilizar a avaliação como elemento regulador e promotor da qualidade do ensino, das aprendizagens e do seu próprio desenvolvimento profissional;

i) Participar na construção, realização e avaliação do projecto educativo e curricular de escola;

j) Participar nas actividades de administração e gestão da escola, nomeadamente no planeamento e gestão de recursos;

l) Participar em actividades institucionais, designadamente em serviços de exames e outras reuniões de avaliação;

m) Colaborar com as famílias e encarregados de educação no processo educativo, em projectos de orientação escolar e profissional;

n) Promover projectos de inovação e partilha de boas práticas, com outras escolas, instituições e parceiros sociais;

o) Fomentar a qualidade do ensino e das aprendizagens, promovendo a sua permanente actualização científica e pedagógica apoiado na reflexão e na investigação;

p) Fomentar o desenvolvimento da autonomia dos alunos, respeitando as suas diferenças culturais e pessoais, valorizando os diferentes saberes e culturas e combatendo processos de exclusão e discriminação;

q) Demonstrar capacidade relacional e de comunicação, assim como equilíbrio emocional nas mais variadas circunstâncias;

r) Desenvolver estratégias pedagógicas diferenciadas, promovendo aprendizagens significativas no âmbito dos objectivos curriculares de ciclo e de ano;

s) Assumir a sua actividade profissional, com sentido ético, cívico e formativo;

t) Desenvolver competências pessoais, sociais e profissionais para conceber respostas inovadoras às novas necessidades da sociedade do conhecimento;

u) Promover o seu próprio desenvolvimento profissional, criando situações de autoformação diversificadas, nomeadamente em equipa com outros profissionais, na resolução de problemas emergentes de educativas situações;

v) Avaliar as suas práticas, conhecimentos científicos e pedagógicos e gerir o seu próprio plano de formação.

Ao professor titular são atribuídas, além das previstas no número anterior, as seguintes funções:

a) Coordenação pedagógica do ano, ciclo ou curso;

b) Direcção de centros de formação das associações de escolas;

c) Exercício dos cargos de direcção executiva da escola;

d) Coordenação de departamentos curriculares e conselhos de docentes;

e) Orientação da prática pedagógica supervisionada a nível da escola;

f) Coordenação de programas de desenvolvimento;

g) Exercício das funções de professor supervisor;

h) Participação nos júris das provas nacionais de avaliação de conhecimentos e

competências para admissão na carreira ou da prova de avaliação e discussão

curricular para acesso à categoria."

Repare na quantindade infindável de tarefas e funções a que vão obrigar os docentes (vinte e nove). Repare, ainda na complexidade dos processos envolvidos em cada uma delas.

Levanto apenas três questões:

1. Que ser humano é capaz de cumprir com tal número de tarefas e funções?

2. Que ser humano do mundo ocidental aceita realizar tal número de taferas por mil euros?

3. Quem vai preparar as aulas?

O problema principal da escola pública portuguesa é a insensatez, a profusão de questões ideológicas e a falta de pragmatismo. A escola pública portuguesa, actualmente, não serve ninguém, porque transformou-se num centro de apoio social, de entretenimento e de guarda de crianças e jovens. Tudo isto devido às “ciências” da educação, repare na enorme quantidade de “parasitas” que vivem à custa da escola pública:

Escolas Superiores de Educação;
Faculdades que leccionam licenciaturas em Educação;
Docentes dessas escolas;
“Investigadores” das “ciências” da educação;
Editoras que publicam os textos (todos muito semelhantes e completamente vazios) destes “investigadores”;
Entre outros.

Isto chega ao ponto de se obrigar professores com 3 anos de experiência na formação de jovens e adultos e mais de 8 anos de experiência a leccionar no ensino superior politécnico a fazerem estágio pedagógico! As “ciências” da educação dominam de tal forma a escola pública, que os professores com mais de 6 anos de experiência são obrigados a frequentar uma Escola Superior de Educação para assistirem e serem avaliados a disciplinas como: “Psicologia da Educação”, “Sociologia da Educação”, “Organização Curricular e Avaliação”; “Organização e Gestão Escolar” e finalmente aquela que realmente interessa: “Técnicas pedagógicas”. Para perceber ao ponto a que isto chegou, raramente é leccionada qualquer aula nas quatro disciplinas acima referidas, os alunos é que as leccionam...! Justificação? A legislação está sempre a mudar...!
(...) Se em Portugal não for possível encontrar quem seja capaz de o fazer, que se contrate alguém de fora; porque a escola pública está-se a esvaziar de alunos oriundos das classes média, média alta e alta. Está-se a transformar num centro social para as classes sociais mais desfavorecidas.
(...)
Devido ao teor de todo o texto do novo ECD, à impossibilidade de qualquer ser humano ser capaz de cumprir o exigido e à humilhação a que a classe docente tem estado exposta, pondero seriamente abondar o ensino público português. E, se tal acontecer, tudo farei para deixar de vez este miserável país. Infelizmente, uma boa parte dos docentes das áreas tecnológicas (licenciados em engenharia) com quem tenho conversado, já tomou esta decisão uma vez que não estão para mais vexames públicos.

(..) um docente cansado de tanta insensatez e tanta humilhação pública,

Joaquim Albano Ferreira Duarte (Mestre em Gestão de Informação (especialização em e-Business) pela Faculdade de Engenhaira da Universidade do Porto.)

 
At 30 de maio de 2006 às 08:57, Anonymous Anónimo said...

No artº 111 da Proposta de Alteração do Regime Legal da Carreira do Pessoal Docente apresentada pelo Governo este fim de semana, diz-se o seguinte (sublinhados meus):

"1 – O exercício de funções docentes em estabelecimentos de educação ou de ensino

públicos é feito em regime de exclusividade.

2 – O regime de exclusividade implica a renúncia ao exercício de quaisquer outras actividades ou funções de natureza profissional, públicas ou privadas, remuneradas ou não, salvo nos casos previstos nos números seguintes.

3 –É permitida a acumulação do exercício de funções docentes em estabelecimentos de educação ou de ensino públicos com:

a) Actividades de carácter ocasional que possam ser consideradas como complemento da actividade docente;

b) O exercício de funções docentes em outros estabelecimentos de educação ou de ensino."

Eu não percebo muito de leis, mas parece-me que, com este artigo, o Governo pretende dizer aos professores o que eles devem ou não fazer no seu tempo livre e privado. Percebo, por exemplo, que o Governo pretende impedir-me até de fazer trabalho voluntário (já que nem mesmo admite as actividades não remuneradas), coisa que eu faço desde os meus 14 anos! Mas com que direito? E seremos nós, os professores, um balão de ensaio com o objectivo de estender a outros esta vontade de controlar sem limites as vidas dos cidadãos?

(Rui Monteiro, professor de matemática)

 
At 30 de maio de 2006 às 09:05, Anonymous Anónimo said...

A ministra da Educação traçou ontem um quadro arrasador da falta de orientação das escolas e dos professores para os resultados dos seus alunos. Turnos da manhã reservados a turmas dos melhores alunos e filhos dos funcionários da escola, preocupação quase exclusiva para o cumprimento "burocrático-administrativo" das leis e distribuição das melhores turmas aos melhores professores são alguns dos exemplos apontados por Maria de Lurdes Rodrigues para dizer que a escola tem-se preocupado em dar aulas, mas não com o sucesso educativo dos alunos.

Este retrato foi desenhado pela ministra na abertura de uma série de seminários, promovidos pelo Conselho Nacional de Educação, no Fórum da Maia, numa plateia com professores. Apesar do rosto desagradado de muitos face ao discurso de Maria de Lurdes Rodrigues, as manifestações públicas foram escassas. Isabel Cruz, professora da Trofa, foi, perante os jornalistas, a voz do protesto que os colegas silenciaram: "Estou perfeitamente revoltada. A senhora ministra tem que respeitar os principais agentes da educação. Fez um retrato da escola no qual não me revejo". A docente assinalou a "gravidade" do que disse a ministra e acusou-a também de "ignorar e não escutar" os professores.

O tema do discurso de Maria de Lurdes Rodrigues - que prometeu ser "bastante informal" - não é novo: a governante tem apontado várias vezes a falta de mobilização da escola para os resultados. Mas ontem a ministra exemplificou com situações concretas o que diz ser esta falta de orientação para melhorar o desempenho dos seus alunos.

Apontou o caso da organização de turmas e de horários : "No turno da manhã, funcionam as melhores, permitindo ainda que, à tarde, por exemplo, esses alunos tenham actividades de enriquecimento curriculares". As explicações que são dadas para este cenário podem ser muitas, diz a ministra, que não deixou de salientar os casos em que dizem que essas turmas são para "os filhos dos funcionários da própria escola para facilitar a organização da família". E a conclusão da ministra é imediata: "Os melhores resultados são só para alguns."

Quanto ao funcionamento da escola, afirma a ministra, "tudo se cumpre, burocrático e administrativamente, de forma perfeita" e vem a inspecção "que confirmará a conformidade com as normativas legais". Mas neste processo, garante, não há uma organização em função dos resultados. Assim como não há na questão dos apoios educativos: "uma vez sinalizada, a criança não sai da sinalização". Logo, os apoios não ajudam a criança a ultrapassar as dificuldades de aprendizagem e são apenas "um conjunto de práticas ao serviço da sua própria existência".

Os professores não passaram incólumes pelo discurso da ministra, que considerou ser uma classe com uma cultura profissional (que comparou com os médicos) que não tem como objectivo o sucesso educativo dos alunos. "Não são orientados para os casos mais difíceis. Os melhores professores ficam com os melhores alunos e os docentes com pior estatuto na casa levam com as turmas mais difíceis", afirmou a ministra, garantindo ainda não haver trabalho em equipa nas escolas. O discurso foi recebido com palmas pouco entusiasmadas da assembleia

In:D.N. 30/Maio/06

 
At 30 de maio de 2006 às 09:33, Anonymous Anónimo said...

Anónimo.. tá mal! Já tinha o meu comentário preparado, e quando fui para comentar... vi um comentário igual.
Só se pode discordar da Ministra por duas razões: se é professor, ou... se acha que a situação ainda é pior do que a ministra diz.

 
At 30 de maio de 2006 às 12:35, Anonymous Anónimo said...

Isto vai uma maravilha.
Estou feliz por haver um assunto que tenha assim tantos comentários.
Força nas teclas pessoal.

 
At 30 de maio de 2006 às 13:10, Anonymous Anónimo said...

A DEMOCRACIA QUE TEMOS (2)

Há um conflito evidente entre a prática política das nossas elites políticas e os problemas económicos que o país enfrenta, os nossos políticos são incapazes de projectar soluções para um horizonte temporal que vá além do curto prazo, e os problemas que Portugal enfrenta exigem políticas para mais de uma geração. E como se isso não bastasse, os nossos políticos têm-se revelado incompetentes (ou talvez não, se o seu sucesso for avaliado pelo seu próprio enriquecimento), nem conseguem equacionar soluções no longo prazo, nem resolvem os problemas que se colocam no curto prazo.

Veja-se, por exemplo, o problema das contas públicas, já Cavaco Silva tinha elaborado uma lista de excedentes, que só serviu ara lançar a instabilidade pois quando avaliou o impacto eleitoral da medida o então primeiro-ministro esqueceu-se de a aplicar.
Passados tantos anos ainda se ouvem ministros (que até dão ares de se considerarem muito competentes) a afirmar que não se sabe se há funcionários públicos a mais ou a menos. E são raros os problemas que se pode dizer que tenham sido resolvidos.

Quanto maior for o horizonte temporal para superar os desafios, mais os nossos políticos centram a atenção no imediato, o longo prazo não existe em legislaturas de quatro anos. E não são só os políticos que limitam os seus objectivos a questões de curto praz, são também os empresários, os jornalismos e muitas outras supostas elites.
As vantagens obtidas pelos empresários ou o poder dos jornalistas depende da instabilidade política, os empresários preferem comprar políticos e para isso é necessário que estes vivam o drama do fim da legislatura, e os jornalistas só se sentem protagonistas se tiverem o poder de derrubar políticos, forçando-os à subserviência face à comunicação social.

Portanto, todas as elites, que em vez de servirem o país se têm servido dele, estão de acordo, para o seu interesse Portugal não tem futuro, só pode ser equacionado no presente, no horizonte temporal imediato.

O problema do país não é apenas o défice público é, fundamentalmente a modernização do Estado, só um Estado moderno gere eficazmente os recursos, evitando o crescimento proporcional da despesa, sem que daí resulte a melhoria dos serviços.

O problema do país não é saber se o preço do petróleo vai chegar aos $100 dólares até ao fim do ano, é equacionar a sobrevivência da sua economia num cenário de escassez de petróleo.

Poder-se-iam dar mais exemplos, mas estes bastam para percebermos que mesmo que os nossos políticos tenham sucesso nas suas preocupações de curto prazo, o que é muito duvidoso como se sabe, o país caminha tranquilamente para o declínio económico, não resolve os problemas do presente e quando o faz corre um sério risco de criar problemas insolúveis a longo prazo.

E se os nossos políticos são incapazes de pensar no futuro do país, é o futuro da democracia que estão pondo em causa, o que de resto não preocupa muitos deles, o ciclo habitual são duas legislaturas a que se segue um alto cargo numa empresa com capitais públicos ou numa empresa privada, nacional ou estrangeira, que foi beneficiaria dos seus favores.

São os pobres que cá ficam, são os pobres que suportam as crises e acabam por ser os pobres a base social de apoio das ditaduras.

 
At 30 de maio de 2006 às 13:12, Anonymous Anónimo said...

Da bandalheira em geral
Continua a bandalheira, uma rambóia incessante, onde aqueles que não têm, nem capacidade nem qualidade, tentam desesperadamente fazer-se parecer.

Como é sabido, as aparências iludem! Mas, só iludem durante algum tempo, porque, em abono da verdade, como dizia Churchill:

Pode-se enganar muitos durante muito tempo, alguns durante algum tempo, mas não se pode enganar todos durante todo o tempo.

A substância É. Não tem que parece, tem que ser.
Ou se é, ou não se é. Não existem mezinhas, ou pomadinhas que valham a tão deprimente estado.

Regressemos a Ramalho Ortigão e a Eça de Queirós, portentos de umas boas farpas:

Os differentes partidos que ha muitos annos se succedcm no exercicio do poder teem por chefes dois ou tres individuos, cujas personalidades, absolutamente destituidas de ideias correlativas ou concomitantes, representam as duas ou trez phases por que successivamente vae passando e repassando em circulo sobre o mesmo carreiro a rotação governativa.

Os personagens alludidos teem as intenções mais puras e mais honestas d'este mundo. Ter outras, deshonestas e impuras, dar-lhes-hia massada, e para ahi é que elles não vão.

Diz-se tambem que são todos mais ou menos fortes n'essa arte, velha e atrasada, que se chama a eloquencia e que tem por objecto desfaser pela exageração artificial das palavras a justa proporção das coisas.

São ainda—affirma-se geralmente—habeis parlamentares, o que quer dizer que possuem o talento de dominar as assembleias por meio de transigencias reciprocas e de concessões mutuas, rasoirando os parlamentos pelo nivel de uma mediocridade discreta, tão ôcca como estéril.

Por baixo d'essas virtudes, que reconhecemos e veneramos, os homens que ha vinte annos se revezam no governo carecem das ideias geraes de que procede na sciencia o ponto de vista governativo. As assembleias das duas camaras, revezando-se ora para a direita ora para a esquerda, dão ou retiram a maioria dos votos a cada um d'aquelles senhores, consagrando-se exclusivamente a defendel-os ou a impugnal-os, sem portanto sahirem nunca da orbita dos principios que elles representam, principios a que não correspondem systemas diversos c que se distinguem apenas uns dos outros pelos signaes physionomicos dos estadistas que os teem no ventre, podendo-se dividir assim: principios governativos calvos, principios governativos d'olhos tortos e principios governativos de cabellos tingidos.

(...)

É pela mais justa e pela mais completa comprehensão do seu destino social que tanto os individuos como os povos se disciplinam, se fortalecem e se aperfeiçoam. Em Portugal a incapacidade governativa produsiu, primeiro que tudo, este resultado funesto: fez perder ao paiz a noção historica do seu destino, cortou o fio da tradição nacional, lançando o espirito publico n'uma existencia d'accaso como a das tribus bohemias. Depois o predominio da incompetencia scientifica na direcção dos negocios dissolveu a pouco e pouco a liga que deveria estreitar a convergencia de todas as actividades para um fim commum, e pela separação dos interesses operou a separação das energias.

In: As Farpas, Junho/Julho 1882

 
At 30 de maio de 2006 às 13:14, Anonymous Anónimo said...

O Elo mais fraco
Ministra culpa professores e escolas pelo insucesso

Docentes comparados aos médicos

Demolidor.

Esta foi a tónica do discurso da ministra da Educação na sessão de abertura do Debate Nacional sobre Educação, ontem, na Maia. Maria de Lurdes Rodrigues justificou o elevado insucesso escolar e a falta de qualificação dos alunos com críticas ao trabalho dos professores e ao funcionamento das escolas. Alguns docentes não gostaram e protestaram dentro e fora do auditório, exortando a governante a adoptar um discurso que respeite a sua dignidade profissional.

Poucos esperariam que a ministra abrisse um ciclo de debates, que visa repensar o sistema educativo, com um ataque tão forte e directo aos professores e à organização das escolas. Já o tinha feito, no início do mês, em Oliveira de Azeméis. Na altura, lembrou que Ensino Secundário não pode continuar "a preparar alunos apenas para o acesso à universidade"

Ontem, porém, foi mais longe, e foi sem rodeios que Maria de Lurdes Rodrigues justificou a pouca qualificação dos jovens com um trabalho - quer das escolas, quer dos professores - que "não se encontra ao serviço dos resultados e das aprendizagens".

A governante lamentou que a escola não esteja a combater as desigualdades sociais. A título de exemplo, referiu-se à organização dos horários escolares que, segundo sublinhou, privilegia os alunos melhores, assim como filhos de funcionários das escolas.

"No conjunto de regras de funcionamento da escola tem de se lhe inscrever a preocupação com os resultados dos alunos, medidos quer na provas de aferição, que pela qualidade dos diplomas e das competências adquiridas pelos alunos", realçou. Maria de Lurdes Rodrigues criticou, ainda, a cultura profissional dos professores. Segundo disse, ela é marcada pela actualização dos conhecimentos científicos, mas "não é uma cultura em que os principais desafios sejam os resultados" (ver caixa). Por outro lado, lamentou que os professores trabalhem individualmente, e não com espírito de equipa. "As reuniões nas escolas são cumpridas apenas porque os normativos legais assim o mandam", sublinhou.

Para explicar melhor onde falham os professores, a ministra da Educação comparou-os com os médicos.

Assim, disse que, enquanto para estes últimos, "o desafio máximo é o caso pior e mais difícil do hospital", nas escolas a cultura profissional dos professores não os orienta para os casos mais difíceis. No seu entender, há uma aristocracia nas escolas que reserva os melhores alunos para os professores mais experientes, e os piores alunos para os professores mais novos na profissão.

Em resposta, Paula Romão, presidente do Conselho Executivo da "Secundária" da Maia, recordou à ministra que um médico, colocado perante 30 doentes com patologias diferentes em simultâneo, teria dificuldade em escolher o caso pior. Por seu turno, Isabel Cruz, directora de um centro de formação de professores, criticou os ataques feitos pela governante à classe, cuja imagem utilizada - como referiu - faz do professor "um baldas, que não quer trabalhar". A docente exortou a ministra a dialogar mais com os professores e a deixar-se de "mandar recados pela Comunicação Social".

- JN


Se há Sindicato que é manso...

Como disse há pouco tempo Nogueira Leite, no programa Prós & Contras da RTP1, os professores são o bode expiatório, o alvo mais fácil e susceptível de ataques por parte do Governo.

Ao invés do Governo atacar os problemas estruturais do ensino - em todas as suas vertentes, é mais fácil fazer propaganda e demagogia barata para eleitor ver: ataca os professores.

Ora, os professores, têm um pseudo Sindicato de avis raras que se auto-flagelam em constante das falhas próprias e alheias; de defesa dos seus sócios, nada.

E é assim que, desde o controle por parte de pais dos alunos (pais ainda mais inaptos que os próprios filhos), até criancinhas que agridem física e verbalmente os professores, há de tudo.
A isto o Sindicato entra mudo e sai calado.

E os professores?
Não os ouço defenderem-se e irem para a rua. Será que já estão tão exausto de aturarem selvagens que já não resta mais energia?

Sei que aturam selvagens todos os dias. Já para não falar de colegas, cuja única solução seria, pendurá-las/os pelos pés.

Um bando muito unido o dos professores

 
At 30 de maio de 2006 às 13:19, Anonymous Anónimo said...

O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. (.)
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. (.)
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: O país está perdido!"

Eça de Queirós, 1871.
Este texto merece ser publicado, pois passados 135 anos continua bem actual.

 
At 30 de maio de 2006 às 13:22, Anonymous Anónimo said...

É esta a ideia que alguns bandos de profs. têm dos alunos: "um bando de selvagens".
Está tudo dito!

 
At 30 de maio de 2006 às 14:27, Anonymous Anónimo said...

Os professores não estão à margem do sistema. Estão dentro dele, tal qual estão os pais, os alunos e a comunidade em geral.

O dedo na ferida.
Em linha com a distintiva acção que a Ministra da Educação tem empreendido na sua tutela, desde logo por comparação com muitos dos seus colegas do Conselho de Ministros, vemos agora anunciada a intenção de ser dada aos pais a possibilidade de terem uma palavra a dizer na avaliação dos professores.

Mais: prevê-se também que os próprios resultados finais dos alunos constituam critério na avaliação dos professores.
Estas medidas, na sua simplicidade, incorporam um potencial de transformação e, por isso, veio rápida e quente a reacção dos sindicatos.
Com o habitual tom ameaçador e chantagista, próprio de quem apenas está ali para defender interesses corporativos e não o interesse geral numa melhor escola e num melhor ensino, lá tivemos nós que ser novamente ameaçados com greves e outras acções de “destruição” destas iniciativas.

As dores que provoca.
Está na hora de os sindicatos perceberem que basta!

E se não perceberem é melhor que sejamos nós a dizer-lhes: basta de utilizarem os alunos e as famílias como instrumento para fazerem valer as suas vontades; basta de se considerarem os únicos detentores do critério de avaliação; basta de exigirem que as respostas às suas reivindicações constituam o centro nevrálgico das políticas destinadas ao sistema de ensino; basta de utilizarem a sua suposta força corporativa para continuamente barrarem reformas estruturais. E basta de fundar as justificações dos maus resultados dos alunos, no excesso de televisão, no desinteresse progressivo, na falta de estudo / leitura, na ausência de colaboração por parte dos pais, etc, etc.

O ensino é em média mau por todas estas razões e ainda por outras mais, mas também porque a qualidade geral dos professores é baixa.

Dir-se-á que muitos dos professores que lá estão, estão por falta de alternativas profissionais.
Pois bem, nem tal deverá servir de desculpa: se estão lá devem ter a responsabilidade de dar o melhor e o dever de colaborar activamente na adopção de regras destinadas a garantir um ensino de mais qualidade.

Um primeiro remédio.
Se se pretende apostar na qualidade do sistema de educação há que fazer colocar no centro das prioridades o aluno, considerado numa dupla esfera: a da sua qualificação técnica e também a da sua formação geral.

Desde o 25 de Abril que todas as medidas em matéria de Educação ou são feitas com a aceitação e na base da vontade dos professores ou pura e simplesmente esbarram num muro de greves sempre cirurgicamente marcadas com o único intuito de prejudicar os estudantes.

Os professores não estão à margem do sistema.
Estão dentro dele, tal qual estão os pais, os alunos e a comunidade em geral. E é desta forma que devem ser tidos e achados nas políticas a desenvolver pelo Ministério da Educação: de igual para igual.

O sistema está cheio de bons professores e cheio de maus professores.
Porque razão não devemos premiar os bons e exigir aos menos bons que sejam melhores?

Uma experiência.
Sei por experiência própria e muito recente o que é a diferença entre um mau e um bom professor.

Sei o que isso pode significar não apenas em matéria de resultados da criança, mas até a nível da sua integração no grupo, de auto-estima e de interesse pela escola.

Sei que um bom professor não é apenas feito de técnica e de conhecimentos científicos.
Num bom professor encontramos bom senso, sensibilidade, dedicação e o interesse que coloca no exercício da sua profissão. E sei que são estas qualidades que podem intervir sobremaneira nos resultados finais de um aluno.

Há quem não queira perceber o que é simples.
Mas já vai sendo tempo de anunciar que o paradigma está a mudar.

 
At 30 de maio de 2006 às 15:12, Anonymous Anónimo said...

Realizou-se no dia 29 de Maio de 2006 a primeira reunião de um longo processo, que se espera de negociação, em torno da revisão do Estatuto de Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário (ECD).

Esta reunião serviu apenas para que o ME apresentasse as suas propostas e destacasse alguns dos aspectos que nelas considera mais importantes. De facto, a possibilidade de uma primeira reunião de negociação ou, simplesmente, debate, gorou-se a partir do momento em que o Ministério da Educação enviou o seu Projecto de Revisão "em cima" da própria reunião. Isto é, quando o mesmo deveria ter chegado, em Fevereiro às organizações sindicais, tal não aconteceu e apenas no passado sábado, dia 27 de Maio, a FENPROF as conheceu.

A FENPROF, na curta intervenção que efectuou, destacou as seguintes questões:

1. O grande atraso com que este processo se inicia, o momento muito crítico do ano em que as propostas são tornadas públicas pelo ME e o facto de ter recebido o projecto no sábado, já depois de concluída uma reunião de dois dias do seu Secretariado Nacional convocado, precisamente, para debater esta matéria (como bem sabia o ME).

2. O facto de as propostas do ME superarem pela negativa as baixas expectativas existentes quanto ao seu conteúdo. Efectivamente, esta proposta tem a intenção quase exclusiva de aplicar aos docentes as regras do PRACE (Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado) e do SIADAP (Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho na Administração Pública). A intenção é a de garantir que com milhares de professores a menos, sempre sob ameaça de serem penalizados, as escolas conseguirão dar mais respostas aos seus alunos, tanto no plano educativo, como social. A par desta intenção, surge outra: a de que a esmagadora maioria dos docentes (no mínimo dois terços) passe a ter uma carreira extremamente desvalorizada, passando 28 anos de serviço sem qualquer perspectiva de desenvolvimento.

3. A proposta encontra-se incompleta, pois faltam as referências aos índices remuneratórios, bem como aos regimes de transição da actual para a nova carreira. O ME referiu que esta matéria ainda está por definir pois depende de diversos ministérios, nomeadamente das Finanças.

4. A FENPROF informou que fará chegar a sua proposta global de revisão do ECD logo após a reunião do seu Conselho Nacional que terá lugar nos dias 8 e 9 de Junho. Contudo, quanto a uma reacção escrita ao projecto do Ministério da Educação, só certamente mais tarde, pois terá de ouvir os professores e, com eles, construir o parecer a emitir.

Na sequência desta reunião, bem como da divulgação do projecto do ME, a FENPROF convocou uma reunião extraordinária do seu Secretariado Nacional para 1 de Junho, reunindo o Conselho Nacional - órgão máximo entre Congresso - nos dias 8 e 9. Nesta reunião será aprovada o Projecto global de ECD a defender pela FENPROF, também as principais linhas de apreciação ao documento ministerial e, ainda, as formas de acção e luta a propor aos professores quer para esta primeira fase da negociação (Junho e Julho), quer para a seguinte (Setembro e Outubro).

O Secretariado Nacional da FENPROF
29/05/2006

 
At 30 de maio de 2006 às 15:48, Anonymous Anónimo said...

Eis a demonstração inequivoca do banditismo na politica doméstica.Eis o caminho do desvio das atenções sobre os governantes para outros agentes,o que revela que as mulheres também sabem usar a perfidia para atingirem os mais vis objectivos.O gado asinino que passou pelo ME está assim ilibado de qualquer responsabilidade pelo insucesso de toda a politica de educação da ABRILADA.A esponja passou pelos energúmenos Ministros da Educação e respectivos Secretários de Estado e toda essa porcaria foi direitinha aos docentes,porque estes não possuem a visibilidade dos Ministros e sobretudo, quando são mulheres,há que ter contenção e não ofender o prez da dona.Coloca-se assim a governanta na ara,qual Vestal do Templo de Júpiter,ornada das mais alvas e puras vestes,para que daí possa ousar distribuir as alarvices que lhe chegarem à cabeça.A massificação do ensino decretada pela esquerda da ABRILADA,da qual esta desorientada Ministra faz parte,não é responsável pelo descalabro.A escola, que deveria ser o Templo da Sabedoria,que deveria comportar o esforço,a dedicação,o interesse e o trabalho aturado,transformou-se em laboratório de toda a espécie de experiências, que levassem sobretudo ao facilitismo e ao ludismo balofo da ineficácia, com vista a um sucesso puramente administrativo.Esta é a responsabilidade dum BLOCO CENTRAL que esta Ministra palradora procura desculpabilizar.E o que tem feito esta infeliz no seu Ministério?Atira setas aos professores,reduz-lhes salários,enfrenta-os com as mãos nas ancas,mas as condições favoráveis para o desempenho são obstaculizadas pela visão economicista do Governo a que pertence.Distrai assim a opinião pública pela hostilização aos professores, numa táctica da praxis marxista ordodoxa e anacrónica,acicata ódios em vez de encorajar,desarticula todo o conjunto da instituição- escola (professores,alunos,funcionários,encarregados de educação),no maior ataque da ABRILADA contra a Educação,o que revela que Portugal está enfermo e deixou de ter a noção dos principios e dos valores perenes.A marca desta infâme que governa o ME resume-se a este alarido, tão do agrado da populaça da rua,o que faz pressupor que dela faz parte e que o verniz apenas se mantém,enquanto durar a sua permanência no Governo.Depois,a água do Letes fará o seu trabalho na memória dos portugueses.As discursatas da infâmia chegam até ao estrangeiro.A difusão do nosso idioma aos filhos dos nossos emigrantes vai ter o mais idiota e vergonhoso regime juridico, apenas com professores contratados,pagos à hora e sem vinculo ao ME.O descalabro e o caos totais.(Já agora reveja a infâme como se pronunciam certos verbos em francês para evitar as calinadas que deu no discurso na Gulbenkian de Paris).Muito mais haveria que dizer sobre a Pedagogia Diferenciada,os ritmos diferenciados da aprendizagem no mesmo espaço fisico e temporal,o desaparecimento do modelo,a disciplina na aula,o protagonismo de pais analfabetos,incultos e arruaceiros...Um pontapé no sitio onde se costumam dar os pontapés será o lógico destino de mais uma arrivista da ABRILADA.Pena é que tal só aconteça, depois de ter voltado a criar o caos.Que volte depressa ás suas tarefas domésticas e aproveite do seu tempo para a leitura de obras em francês ou quererá ouvir a gravação do discurso referenciado?Mais uma pobre e infantil Ministra que passa pelo ME para mal do país!!!!!Para isso basta deitar pela bocarra fora as diatribes desta 'aleivosa Leonor' de meia tigela para que a imprensa do tipo Expresso titule que os professores são os maiores responsáveis pela educação da geração rasca do regime.Tudo podre !A esperança de Abril na Educação virou numa outra TRAGÉDIA NACIONAL ao mesmo nivel da TRAGÉDIA DA DESCOLONIZAÇÃO com milhões de mortos.Ao regime do autoritarismo e da régua sucedeu-lhe o regime da irresponsabilidade e da corrupção nas ideias e nas atitudes perversas.

 
At 30 de maio de 2006 às 15:50, Anonymous Anónimo said...

MARILU DESCONHECE A REALIDADE ESCOLAR.
NÃO PERCAM LOGO A REPORTAGEM DA RTP APÓS O TELEJORNAL.
90% DOS PAIS DEMITIRAM-SE DA EDUCAÇÃO DOS SEUS FILHOS.
ESTA É A TRISTE E VERGONHOSA REALIDADE COM QUE A MAIORIA DOS PROFESSORES SE CONFRONTAM DIÁRIAMENTE.
A MARILU PAROU NO TEMPO.
ESTA MINISTRA NÃO TEM CLASSE.
A CARA DIZ TUDO.
COMO EM TODAS AS PROFISSÕES NESTE PAÍS HÁ BONS E MAUS PROFISSIONAIS. MAS ISSO É OUTRA QUESTÃO.

 
At 30 de maio de 2006 às 15:52, Anonymous Anónimo said...

Porquê este “ódio de estimação” contra os professores ?.Um marceneiro é o 'owner' de um processo de transformação em que o input é a madeira e o output é, por exemplo, um móvel. A qualidade do seu trabalho é, naturalmente, avaliada pelo cliente, ou seja, por quem compra o móvel. Ao marceneiro compete-lhe avaliar o desempenho do seu fornecedor de madeira para que possa continuar a trabalhar com qualidade..Por sua vez, um professor é o 'owner' de um processo de transmissão de conhecimentos em que o input é a "criança em bruto" e o output é a "criança esmerilada". A qualidade do seu trabalho deve ser avaliada pelo respectivo cliente de "crianças esmeriladas", ou seja, pela Sociedade num todo (e por ninguém em particular). Ao professor compete-lhe avaliar o desempenho do seu fornecedor de "crianças em bruto", isto é, os pais dessas crianças..Conclusão: é muito mais plausível que os professores avaliem os pais, nomeadamente através das regras de disciplina, higiene e educação que as "crianças em bruto" trazem de casa dos papás, do que o contrário.
Mas isto digo eu que, para além de não ser professor, nem sempre sou da minha opinião...

 
At 30 de maio de 2006 às 15:54, Anonymous Anónimo said...

Os medicos não lavam as mãos.
Os militares tem previlegios que as outras classes não tem.
Os agricultores são um bando de corruptos que só querem subsidios.
Os juizes esses são uns arrogantes.
Os restantes trabalhadores é preciso trata-los com toda a desconfiança, quer nos subsidios de doença, subsidio de desemprego aumento da idade de reforma, etc.
Não sei quem é que este governo ainda não insultou.

 
At 31 de maio de 2006 às 08:57, Anonymous Anónimo said...

Pela primeira vez uma ministra da Educação teve a coragem de denunciar o que se passa em muitas escolas, apontando o dedo a práticas que todos sabem que existem, e que os sindicatos num gesto de hipocrisia vão contestar. Quem andou numa escola sabe que os professores instalados quase escolhem os alunos que querem nas suas turmas, e que os professores inexperientes ficam com turmas de repetentes, alunos com maiores dificuldades e os alunos mais indisciplinados.

O que a ministra disse não é uma excepção, em muitas escolas é uma regra. Sugiro aos sindicatos que escolham uma escola de forma aleatória e divulguem estes dados, em vez de partirem para discursos inflamados, tentando tapar o sol com a peneira.

Mas é pena que a ministra num dia seja corajosa e no outro revele falta de lucidez, a hipótese de os pais avaliarem os professores é uma idiotice que só pode partir dós teóricos que há 30 anos parasitam o ensino, vivendo à custa das palermices que introduzem no sistema de ensino.

 
At 31 de maio de 2006 às 09:00, Anonymous Anónimo said...

Os comentários ao Novo Estatuto da Carreira Docente levantam-me preocupação. E preocupam-me porque à falta de substância (tirando o comentário muito pertinente acerca da ingerência na vida privada), optam por criar um manto de dúvidas para criar confusão e medo. Usam-no batendo nas ciências da educação, porque está na moda bater nelas. Como estaria na moda bater na física de Galileu durante o Renascimento ou já esteve na moda bater em muitas outras ciências no seu início. Sim, porque cem anos ou pouco mais não é senão o início de uma ciência. Na informática, mas também nos meios militares e politicos, e em muitos outros, há hoje um nome para isto: ataque por FUD (Fear, uncertainty and doubt).

Critica-se a "quantidade infindável de tarefas e funções" (29), não querendo ver que surgem como requisitos, que não são uma lista para ir marcando de cruz à medida que são feitas... Discussão objectiva é isto: se são muitas, apontem-se as que estão a mais. Como no célebre filme Amadeus, em que perante a sugestão do imperador que a sua música tinha notas a mais, Mozart perguntava então quais devia tirar.

Falam-se em "parasitas" das educação, apontando Escolas Superiores, Faculdades, Docentes, Editores. Então, pergunto: eliminem-se estes actores, e como se forma um professor? Sem sem ensinado por ninguém, sem nada ler? Será que estão a propor que se aprenda a ensinar na lógica "atirem-se à água para nadar"? Aprende-se melhor a nadar na água dentro dela, não a ter aulas teóricas sobre natação, é o que se tenta explicar muitas vezes. Que não é o mesmo que dizer que as aulas teóricas sobre natação não sejam importantes. É apenas dizer que, sendo úteis, não bastam para saber nadar.

Critica-se a "obrigação" de professores com experiência terem de estudar sociologia, psicologia, organização e avaliação, porque o que interessaria seriam apenas as técnicas pedagógicas. É triste ouvir isto. Já agora, tivesse-se a coragem (falo ironicamente) para propor não aprender mais do que o estritamente necessário ao exercício das funções manuais. Francamente! Então ter noções de psicologia, de sociologia, de métodos de avaliação não interessa?!? Porventura são noções óbvias e evidentes, que só porque um professor tem experiência certamente domina?!? De modo algum!! Dou aulas há 7 anos e continuo a procurar mais informação sobre todos estes elementos, não apenas sobre as "técnicas pedagógicas". É como um carpinteiro dizer que só quer saber de cortar madeira, não de economia, não de atendimento a clientes, não de conservação das madeiras em armazém ou depois de entregues os móveis aos clientes...

As ciências da educação, como em qualquer outra área científica emergente, contêm grande valor e grande quantidade de irrelevância ou desinformação. Simplesmente, os professores, que deveriam ter um espírito crítico para avaliar e julgar o que lêem e ouvem, preferem geralmente receber informação doutrinária, "a papinha feita", e assim dá-la (mesmo a nível superior), mais do que ter de assumir uma vida perante conhecimento que, por ser científico, é imperfeito e incerto. É mais difícil receber informação, pensamentos, ideias, conhecimento que apresentem contradições, que possam entrar em contradição com o que se vê e pensa... E tentar resolver essas contradições. É mais fácil dizer "faça-se como sempre que se fez, não tenho de pensar tanto".

Se as ciências da educação em Portugal foram tão más para o Ensino, então porque está a população em geral muito mais bem formada? Proventura esquecem-se as pessoas do que era o ensino no anos 70 e anteriores, da quantidade de pessoas que simplesmente saia do sistema ou era deixada para trás... E que hoje estão na escola. Comparar os poucos (e éramos poucos) que conseguiam prosseguir no sistema de ensino com a globalidade da população que o faz hoje é não apenas cegueira, mas muito perigoso.

Leonel

 
At 31 de maio de 2006 às 09:00, Anonymous Anónimo said...

Os comentários ao Novo Estatuto da Carreira Docente levantam-me preocupação. E preocupam-me porque à falta de substância (tirando o comentário muito pertinente acerca da ingerência na vida privada), optam por criar um manto de dúvidas para criar confusão e medo. Usam-no batendo nas ciências da educação, porque está na moda bater nelas. Como estaria na moda bater na física de Galileu durante o Renascimento ou já esteve na moda bater em muitas outras ciências no seu início. Sim, porque cem anos ou pouco mais não é senão o início de uma ciência. Na informática, mas também nos meios militares e politicos, e em muitos outros, há hoje um nome para isto: ataque por FUD (Fear, uncertainty and doubt).

Critica-se a "quantidade infindável de tarefas e funções" (29), não querendo ver que surgem como requisitos, que não são uma lista para ir marcando de cruz à medida que são feitas... Discussão objectiva é isto: se são muitas, apontem-se as que estão a mais. Como no célebre filme Amadeus, em que perante a sugestão do imperador que a sua música tinha notas a mais, Mozart perguntava então quais devia tirar.

Falam-se em "parasitas" das educação, apontando Escolas Superiores, Faculdades, Docentes, Editores. Então, pergunto: eliminem-se estes actores, e como se forma um professor? Sem sem ensinado por ninguém, sem nada ler? Será que estão a propor que se aprenda a ensinar na lógica "atirem-se à água para nadar"? Aprende-se melhor a nadar na água dentro dela, não a ter aulas teóricas sobre natação, é o que se tenta explicar muitas vezes. Que não é o mesmo que dizer que as aulas teóricas sobre natação não sejam importantes. É apenas dizer que, sendo úteis, não bastam para saber nadar.

Critica-se a "obrigação" de professores com experiência terem de estudar sociologia, psicologia, organização e avaliação, porque o que interessaria seriam apenas as técnicas pedagógicas. É triste ouvir isto. Já agora, tivesse-se a coragem (falo ironicamente) para propor não aprender mais do que o estritamente necessário ao exercício das funções manuais. Francamente! Então ter noções de psicologia, de sociologia, de métodos de avaliação não interessa?!? Porventura são noções óbvias e evidentes, que só porque um professor tem experiência certamente domina?!? De modo algum!! Dou aulas há 7 anos e continuo a procurar mais informação sobre todos estes elementos, não apenas sobre as "técnicas pedagógicas". É como um carpinteiro dizer que só quer saber de cortar madeira, não de economia, não de atendimento a clientes, não de conservação das madeiras em armazém ou depois de entregues os móveis aos clientes...

As ciências da educação, como em qualquer outra área científica emergente, contêm grande valor e grande quantidade de irrelevância ou desinformação. Simplesmente, os professores, que deveriam ter um espírito crítico para avaliar e julgar o que lêem e ouvem, preferem geralmente receber informação doutrinária, "a papinha feita", e assim dá-la (mesmo a nível superior), mais do que ter de assumir uma vida perante conhecimento que, por ser científico, é imperfeito e incerto. É mais difícil receber informação, pensamentos, ideias, conhecimento que apresentem contradições, que possam entrar em contradição com o que se vê e pensa... E tentar resolver essas contradições. É mais fácil dizer "faça-se como sempre que se fez, não tenho de pensar tanto".

Se as ciências da educação em Portugal foram tão más para o Ensino, então porque está a população em geral muito mais bem formada? Proventura esquecem-se as pessoas do que era o ensino no anos 70 e anteriores, da quantidade de pessoas que simplesmente saia do sistema ou era deixada para trás... E que hoje estão na escola. Comparar os poucos (e éramos poucos) que conseguiam prosseguir no sistema de ensino com a globalidade da população que o faz hoje é não apenas cegueira, mas muito perigoso.

Leonel

 
At 31 de maio de 2006 às 09:01, Anonymous Anónimo said...

QUEM SABE FAZ, QUEM NÃO SABE ENSINA, E QUEM NÃO SABE ENSINAR É... «AGENTE EDUCATIVO»

Asseverou-me um amigo biólogo, especialista em espécies autóctones em perigo, que o homo docens, comummente conhecido como professor, se encontra em vias de extinção. Por incapacidade adaptativa às novas exigências ambientais/ profissionais, o professor, isto é, aquele que estuda e ensina, irá, num fósforo, transformar-se numa raridade zoológica. Os seus tropismos adaptativos (estudar , ler, ensinar, pois é!) já não são eficazes, e é vê-lo agora a soçobrar (também de tédio!) nas intermináveis reuniões dos conselhos (pedagógico, de turma, de directores de turma, de departamento, de grupo...), que se transformaram numa morosa (logo)terapia grupal. É vê-lo a arquejar nos labirintos processuais dos projectos/planificações/formações/avaliações, e muitas outras ninhices pedagógico/didácticas, à espera de ser professor, isto é, estudar, ler, ensinar.

 
At 31 de maio de 2006 às 09:02, Anonymous Anónimo said...

Julgo que se estará a entrar numa profunda demagogia com esta lista de funções docentes. Obviamente que nenhum professor irá cumprir TODAS essas tarefas. Mas poderá (pela primeira vez) cumprir alguma delas nos seus tempos livres. Finalmente deixaremos de ter professores dispensados da Escola por “ausência de serviço”. Uma situação recorrente em quase todas as Escolas deste País que não é conhecido pelo sucesso das suas escolas e dos seus alunos. Uma situação que permitia às Direcções Escolares (eleitas pelos professores) dar muitos dias de férias aos a quem os elegeu, para além dos devidos por lei. Nomeadamente nos períodos de interrupção das actividades lectivas. Agora, sem prejuízo dos seus horários (de 35 horas), os professores poderão contribuir para a melhoria da sua Escola. Clarifica-se, deste modo, uma questão importante: o que devem fazer os professores na escola…

(Gonçalo Araújo)

 
At 31 de maio de 2006 às 09:03, Anonymous Anónimo said...

Não posso deixar de exprimir a minha mais profunda revolta e tristeza pela forma como têm sido os professores tratados. Hoje perante as primeiras páginas dos jornais não posso deixar de sentir revolta. Não vou comentar a necessidade de revisão nem esta revisão. Quero apenas expressar que considero indigno a forma como estrategicamente estas noticias aparecem na comunicação social.

Penso não ter espírito de perseguição. Poderei estar enganado, mas sempre que querem "apertar o papo" aos prof´s a ministra parte para uma "peixeirada" pública que muito diz dos políticos que temos. Sei que não é politicamente correcto dize-lo. Que normalmente isto é dito apenas por "gentinha", mas temos uma ministra que nitidamente não se sabe comportar e temos todos os outros a assistir e a aplaudir. Fala alto, aos berros e tem medo que não lhe obedeçam. Necessita da coacção pública. Necessita de denegrir os seus funcionários perante a opinião pública, perante pais e alunos. Como enfrentarão, os professores, amanhã os seus alunos?

Não resisto a fazer um comentário ao estatuto da carreira docente proposto: não promove quem merece. coloca à partida docentes no topo da carreira a avaliar outros possivelmente (quase certo) com mais formação. Teremos Bacharéis a avaliar pessoas doutoradas. Será razoável?

 
At 31 de maio de 2006 às 13:27, Anonymous Anónimo said...

É SÓ GENTE "MUITO" COMPETENTE NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO:

ANÚNCIO DE LISTAS POR ENGANO

Foi publicado ontem em Diário da República um Despacho da Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE) que avisa para a publicitação das listas definitivas do concurso de professores. Segundo o Despacho n.º 11/662, as listas estariam disponíveis no ‘site’ da DGRHE desde ontem. No entanto, no ‘site’ da Direcção- -Geral surgiu uma nota a corrigir a publicação. “Por erro foi publicado o aviso de publicitação das listas definitivas dos candidatos ordenados, colocados, não colocados, dos que pediram desistência e dos candidatos excluídos.

O referido aviso será rectificado através da sua publicação integral em Diário da República em data a divulgar oportunamente, devendo ser considerado para todos os efeitos”, lê-se na nota. A divulgação das listas de colocação de professores estava prevista até hoje.

 
At 31 de maio de 2006 às 13:29, Anonymous Anónimo said...

Ainda têm a coragem de dizer que os irresponsáveis são os professores.

 
At 31 de maio de 2006 às 13:32, Anonymous Anónimo said...

Investimento público na educação caiu desde 1996.Professores portugueses estão entre os mais mal pagos da OCDE Lusa.Os professores portugueses estão entre os mais mal pagos dos países desenvolvidos, de acordo com um novo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que evidencia também a queda do investimento público no sector educativo em Portugal..Os alunos portugueses estão entre os que têm menos horas de aulas, revela ainda o estudo da OCDE, que mostra também que o sistema educativo português é um dos que apresenta um rácio professor/alunos menos favorável. Portugal encontra-se entre os países onde há menos professores para o número de estudantes existente, ocupando a 24ª posição com 60,6 docentes por cada mil alunos, enquanto a média da OCDE ronda os 72,9 por mil alunos..O estudo anual da OCDE sobre o "Panorama Educativo" em 2004, divulgado hoje, refere que os professores portugueses do ensino primário estão em oitavo lugar entre os que menos recebem - 15.873 euros por ano, enquanto a média da OCDE é de 18.702..A posição mantém-se quando são contabilizados os rendimentos dos docentes após 15 anos de experiência (22.333 euros por ano), também longe da média dos países da OCDE (25.604 euros)..A mesma tendência vigora no nível secundário, com os professores a ganhar em média 17.066 euros, abaixo da média da OCDE, que é de 19.784 euros. Esse valor cresce para 24.669 euros depois de 15 anos de experiência, ainda abaixo da média das 30 nações da organização (27.220 euros)..O estudo confirma também uma queda significativa no investimento público na educação em Portugal, em termos do Produto Interno Bruto (PIB), no período entre 1996 e 2001. Enquanto em 1996 Portugal canalizava 5,4 por cento do PIB para a educação - mais do que a média dos países da OCDE (5,3 por cento) - em 2001 verificava-se o inverso, com o Estado a dispender apenas 4,4 por cento, o que coloca Portugal na 22ª posição no ranking da OCDE e abaixo da média (5,3 por cento)..Portugal é 23º no que toca ao valor de gastos com a educação por aluno - cerca de 3596 euros na educação primária e secundária e pouco mais de 5813 no ensino superior..No quadro geral, Portugal é 22º nos gastos educativos totais per capita, despendendo pouco mais de 4163 euros por aluno, cerca de 816 euros menos do que a média. Portugal apenas gasta mais por aluno do que a Coreia, Grécia, Hungria, República Checa, Polónia, Eslováquia e México..O ranking é liderado pelos Estados Unidos, onde o estado despende quase 8979 euros por aluno. A seguir estão a Dinamarca e a Noruega, que gastam cerca de 7346 euros.

 
At 31 de maio de 2006 às 13:33, Anonymous Anónimo said...

DEMITA_SEDemita-seDemita-se, Senhora Ministra! Isto e uma vergonha! Os disparates que diz a propósito e sobre os professores começam a ser ofensivos!! Todos os professores dignos desse nome deviam processar a Senhora Ministra por difamaçao!!!! Um 1º Ministro que aceita este discurso, pensa um mesmo!!! Um Presidente da Republica que aceita este estado de coisas, concorda com este discurso. Ate quando, Srª Ministra, vai continuar a ofender esta classe????? Um "ministro", de acordo com a palavra latina, é um servidor do povo, quem está a Senhora Ministra a servir??? Será por isso que quer acabar com o estudo das línguas clássicas?

 
At 31 de maio de 2006 às 13:34, Anonymous Anónimo said...

Após 32 anos de DEMOCRACIA assisti ontem, no programa especial informação da RTP1, a algo que nunca pensei ser possivel num ESTADO de DIREITO! Não me refiro às imagens e o que elas retrataram nua e cruelmente.O que me repugna é o facto de ter visto professores sem rosto identificável, voz distorcida e legendas para traduzir a mensagem transmitida!Pareciam membros de alguma organização terrorista, malfeitores arrependidos, seita satânica, sei lá!Que vergonha Srª. Ministra!Tutelar um Ministério em que os docentes têm MEDO de dar a cara por exercer a mais nobre das missões, é ultrajante e uma enorme bofetada ao seu discurso vinagreiro e cheio de fel.Não lhe peço que actue porque a sua eficácia é confrangedora e inútil. Apenas lhe solicito, num próximo conselho de ministros, uma profunda reflexão sobre o País em que a EDUCAÇÃO não tem rosto por recear dano e represálias fisicas.Por uma vez não empurre responsabilidades para a escola, autoridades, meio social, disfunçõesfactuais e demais adjectivação prosaica e oca de conteúdo. Use da mesma determinação e autoridade com que ataca os professores e diga uma só palavra: BASTA!Se eventualmente visitar a minha escola de "sucesso" não tema a recepção e atitude dos professores.Á sua chegada vamos arrancar a máscara do rosto e olhos nos olhos, dizer-lhe com forte determinação:- NÓS NÃO TEMOS MEDO!

 
At 31 de maio de 2006 às 13:40, Anonymous Anónimo said...

Elucidativo o programa da RTP1 sobre a "violencia nas escolas".
O Secretário diz que a Escola é que deve resolver os seus problemas, fala de missão das escolas... não assumiu por uma única vez a responsabilidade do ministério na identificação das escolas problema - nem soube responder perante o facto da maioria dos políticos confiarem a educação dos seus filhos a escolas privadas.
O ensino público (gratuíto) custa no bolso de todos, deve ser para ensinar e os professores não podem ser culpados de reformas que cabem apenas à responsabilidade do PS e do PSD!
Esta é a vewrdade... a ministra devia de preocupar-se em apoiar os professores e não a questionar a competencia destes a nível profissional.
Nas escolas estão os filhos de todos, daí ser uma mini-sociedade representada.
Sabemos que a autoridade do governo se destaca por aumentar as multas (castigos) aos prevaricadores do código da estrada, porque não podem os professores ter mais autoridade, e como contribuir para o exercicio desta autoridade deviam de ser os temas de preocupação da ministra...
Na AR o poder dos políticos na feitura das leis pode ser posta em questão? E quem garante a competência efectiva dos políticos na sua "missão de servir" o país, o povo, a sua prosperidade e felicidade?
Nem todos podem ser governantes... para isso é preciso saber governar!

PS: Quantos filhos dos senhores ministros, secretários de estado e deputados estão no ensino público?

PSS: Os principais responsáveis do ME (ministra e secretários de estado) nenhum dos seus filhos anda no ensino público porque será?

 
At 31 de maio de 2006 às 13:43, Anonymous Anónimo said...

Caro Amigos da Ponte
Os amigos tem filhos em idade escolar ?
Imagina o que é uma aula de alunos, do 10º ao 12º ano ?
Sabe o que é um professor mandar calar um aluno, e receber como resposta,
-Vá ladrar a uma quinta, ganha uma Alface !!.
Foi mandado para a rua, mas avisou....
-Depois não diga que os vidros do carro são caros !!
No dia seguinte, o pai apresentou-se no conselho Directivo, para saber, porque é que aquele professor andava a perseguir o filho.
-Eu sou Eng. no sítio tal, e sempre tenho educado bem o meu filho, e não consinto este tratamento...
Foi interpelado, porque nunca apareceu nas reuniões de pais, nem deu resposta as missivas da Directora de turma, resposta :
-EU SÓ VOU AONDE QUERO, NÃO AONDE ME IMPÕEM !!
Agora caros amigos imaginem este "bem formado" a avaliar um professor ???.
Esclareço-lhe que não sou professor, mas assisti a uma boa parte disto, e fui testemunha, pois o 'energumeno pai', apresentou queixa do professor no Ministério.

 
At 31 de maio de 2006 às 13:45, Anonymous Anónimo said...

Senhora MinistraE quem são os responsaveis pelo estado deploravel em que se encontra o país?Quem é responsavel pela catastrofica situação economica?Quem é o responsavel pelo defice?E pelo estado da saúde?E da justiça?E do desemprego?Da educação?Pela falência da Segurança Social?Pela corrupção?Os únicos responsaveis são os politicos (1º ministro, ministros, deputados e restante comandita) que não têm feito outra coisa que não seja desgovernar o país, arranjarem bons tachos para familiares e amigos e garantirem um bom tacho para quando levarem um pontapé no cu

 
At 31 de maio de 2006 às 14:28, Anonymous Anónimo said...

A ministra da Educação apresentou um quadro negro do funcionamento das escolas e da prestação dos professores.

Se considerarmos os novos níveis de avaliação contidos nas alterações ao Estatuto da Carreira Docente, a ministra deu um Regular aos professores e um Insuficiente às escolas, o que corresponde aos antigos critérios de Não Satisfaz. É certamente injusto generalizar, como também isentar o poder legislativo e executivo dos males do sistema de ensino, mas de resto a ministra tem razão. O que não chega para lhe augurar a si e às suas ideias um grande futuro, num País dominado pelo poder das corporações.

Aliás, a ministra exemplificou tudo o que disse com casos concretos, sabendo certamente do que falava. A escola e os professores dão aulas, cumprindo burocrática e administrativamente as leis, mas não se preocupando com o sucesso educativo dos alunos, disse a ministra, insistindo uma vez mais na desmobilização da escola para travar o insucesso escolar.

O discurso da ministra cai em cima da apresentação das alterações ao Estatuto da Carreira Docente, que contém aspectos que têm sido demagogicamente usados pelas corporações. É o caso da intervenção dos pais na avaliação dos professores. Certamente que ninguém de bom-senso admite que os pais dêem notas às competências científicas dos professores. Mas que lhes caiba uma palavra quanto à disponibilidade e à relação pedagógica com os alunos, isso é outra questão.

De tudo isto vai resultar um tumulto no ensino nos tempos mais próximos, nomeadamente na época de exames. Os sindicatos já declararam guerra à ministra, desta vez em defesa da honra dos professores. Dos bons - que os há e são muitos - e dos que cabem de corpo inteiro no quadro negro apresentado. A ministra não os distinguiu. Os sindicatos também não.

 
At 31 de maio de 2006 às 17:58, Anonymous Anónimo said...

Depois de ler as opiniões dos frequentadores deste blog, fiquei alarmado. Com os professores com tão más condições de trabalho, sendo insultados pela entidade patronal e ainda por cima mal pagos, penso que no próximo ano não teremos professores nas nossas escolas.
Depois do que aqui li, vejo que a única saída que resta aos professores será a mudança de profissão, claro que ficarão sempre alguns que não servem para mais nada.

 
At 31 de maio de 2006 às 18:59, Anonymous Anónimo said...

Sugiro que em vez de serem os pais a avaliarem os professores( absurdo!), os próprios alunos deveriam ter uma palavra a dizer não em termos de avaliação, mas sim em termos de sugestão.
No final de cada período deveria ser passada uma ficha de cada disciplina a preencher pelos alunos, onde anonimamente, deveriam responder a um questionário sobre o modo como as aulas decorreram, referindo os pontos fracos e fortes e o que se podia melhorar; sempre no sentido de melhoramento das aulas e não no sntido destrutivo e de ataque aos professores.
Só assim, através de um diálogo proficuo se poderia colmatar algumas lacunas, nomeadamente, o frete de quem dá a matéria e por outro de quem ouve,e onde ambas as partes se encontram frustradas.
Penso que só assim teremos melhores aulas, melhores professores, mas também alunos mais atentos e interessados, pois existe respeito mútuo e interesse de ambas as partes em melhorar!

 
At 31 de maio de 2006 às 19:53, Anonymous Anónimo said...

Vejo os profs a queixarem-se que ganham um pouco menos que a média dos profs da europa, mas não os vejo a dizer que todos chegam ao topo de carreira (os bons e os péssimos) e que aí, ganham mais que a média dos professores da europa, onde poucos chegam ao topo de carreira.
Parecem também esquecer-se, que vivem num país onde a média dos salários é a terça parte dos salários da europa.

 
At 1 de junho de 2006 às 09:54, Anonymous Anónimo said...

Não posso deixar de exprimir a minha mais profunda revolta e tristeza pela forma como têm sido os professores tratados. Hoje perante as primeiras páginas dos jornais não posso deixar de sentir revolta. Não vou comentar a necessidade de revisão nem esta revisão. Quero apenas expressar que considero indigno a forma como estrategicamente estas noticias aparecem na comunicação social.

Penso não ter espírito de perseguição. Poderei estar enganado, mas sempre que querem "apertar o papo" aos prof´s a ministra parte para uma "peixeirada" pública que muito diz dos políticos que temos. Sei que não é politicamente correcto dize-lo. Que normalmente isto é dito apenas por "gentinha", mas temos uma ministra que nitidamente não se sabe comportar e temos todos os outros a assistir e a aplaudir. Fala alto, aos berros e tem medo que não lhe obedeçam. Necessita da coação pública. Necessita de denegrir os seus funcionários perante a opinião pública, perante pais e alunos. Como enfrentarão, os professores, amanhã os seus alunos?

Não resisto a fazer um comentário ao estatuto da carreira docente proposto: não promove quem merece. coloca à partida docentes no topo da carreira a avaliar outros possivelmente (quase certo) com mais formação. Teremos Bacharéis a avaliar pessoas doutoradas. Será razoável?

 
At 1 de junho de 2006 às 09:55, Anonymous Anónimo said...

Devo, antes de comentar qualquer aspecto relacionado com a proposta ministerial de alteração do ECD, fazer a minha declaração de interesses: Sou professor do 2º Ciclo do Ensino Básico, com 28 anos de serviço e como tal estou no 10º escalão, usufruindo de uma redução da componente lectiva de 8 horas. Como é fácil perceber, estou no topo da carreira e as alterações agora propostas não me afectam em termos de progressão.

Quero no entanto chamar a atenção para o facto de que a ministra se prepara para cumprir a missão para a qual foi nomeada, quando aceitou a pasta da Educação: o objectivo fundamental desta proposta é garantir um congelamento estatutário da progressão na carreira, para o maior número possível de professores. Tudo o resto que se encontra na proposta, do ponto de vista da missão desta ministra, pouco mais é do que folclore, e não me custa a admitir que em sede de negociação, matérias como a avaliação dos professores pelos encarregados de educação, ou outras semelhantes, venham a ser "oferecidas" numa bandeja aos sindicatos.

Porque o essencial é que fique garantido que nos próximos quinze/vinte anos, nenhum dos professores que hoje ainda não se encontra no 9º ou 10º escalão, possa vir a atingir o acesso à categoria de professor titular, e com isso garantir que apenas os actuais professores desses dois escalões atinjam o topo da carreira. Isso na prática irá significar uma estagnação na progressão ao fim de 18 anos para a esmagadora maioria dos actuais e futuros professores, garantindo uma enorme contenção orçamental.

Porque ao contrário do que se apregoa, as preocupações da ministra com a qualidade do ensino, apenas aparecem no discurso porque a central de comunicações do ME acha que isso faz boa imprensa. Senão, como se explicaria que a ministra, tendo identificado como males do sistema as turmas da manhã feitas para os melhores alunos, onde são colocados os filhos de alunos e funcionários, e escolas que se organizam em função de critérios burocrático/administrativos em vez de se preocuparem com o sucesso educativo, não seja consequente com essa avaliação, e não actue sobre os Conselhos Executivos, que são o órgão de gestão que tem a competência de definir projecto educativo e o projecto curricular da escola, o seu regime de funcionamento , organizar as turmas e distribuir o serviço docente.

Cada vez que a ministra e os seus secretários de estado se atiram aos professores, acusando-nos dos males do ensino, fazem-no identificando tarefas e competências mal cumpridas ou negligenciadas pelos Conselhos Executivos. E no entanto não há notícia, mais de um ano após a sua tomada de posse, de qualquer medida correctiva destas más práticas, não dos professores, mas dos órgãos de gestão dos estabelecimentos de ensino.

 
At 1 de junho de 2006 às 09:56, Anonymous Anónimo said...

Espanta-me que se acredite que exista um "lobby de cientistas da educação"...essa denominação nem sequer tem razão de ser! Quando eu era imberbe e loira discutia-se a "unidade versus pluralidade da Psicologia", por culpa do sr. Lagache e das suas ambições de chegar a uma ciência unitária ou de a destruir. Ficou tudo pelo saudável sabor da argumentação.

Já as ditas ciências da educação ou, mais pragmaticamente, os supostos cujos das ditas,... estas/estes, são tão heterogéneos que jamais se uniriam ao ponto de poder criar um grupo de pressão, nem sequer de opinião, quanto mais.... (...)

Agora falar de lobbies? Por favor, meus senhores! Antes existissem, e certamente não seriam da parte das "ciências" da educação. Falta aos professores/investigadores portugueses a cultura da política profissional, à semelhança do que se observa em outros países (vide USA, UK). Continuam demasiado agarrados aos botões e aos tostões para se poderem organizar para além do que concerne à sua pré no final do mês e cultivam a mentalidade sindicalista, pré-movimentos culturais ou de interesses. (...)

Afinal toda a gente sabe de educação, toda a gente (tal como no futebol) se acha conhecedor de quais os remédios milagrosos para tornar os portugueses os mais educados e formados da Europa senão do Mundo e que, só por acaso, são sempre diferentes daqueles que são implementados por seja qual for a força política - oh má sorte, oh fado! Deve ser por má fado que estamos atrás de todos os países recém-chegados à União.

Se os directamente implicados na educação fossem avaliados (não pelos encarregados de educação, valha-nos todos os deuses do olimpo,...esses também teriam que o ser, e a bola de neve não mais acabaria) como qualquer outro profissional do sector empresarial não público, obviamente, talvez as coisas não acontecessem com tanto prejuízo para os seus destinatários.

Irrita-me que sempre que se fala de educação se esqueça quem são os verdadeiros alvos desse sistema pouco eficaz ou sub-avaliado: ou se idolatram as criaturas imbecis e irritantes que mereciam umas boas palmadas dos seus progenitores antes de chegarem à escola ou se vitimizam os pobres meninos cujo destino fica hipotecado pela inépcia da Escola. Que tal uma visão mais realista? Os "pirralhos" são fruto das contingências que lhes oferecemos, sem negar as influências biológicas.

A Escola é apenas e só (e isto singularizando as múltiplas influências que exerce) um dos lugares onde todos temos que passar 9, 12, 16, 18 ou mais anos...é uma vida dentro de uma vida - e se formos honestos todos nos lembramos disso com mais prazer do que desprazer; não é apenas o lugar central, metafórico, das disputas ideológicamente vazias com que todas as forças (fraquezas) políticas deste país resolvem fazer festinhas de faz-de-conta. (...) Estou irritada, sim. Ainda me consigo irritar ao fim de tantos anos de viver aqui - para mim, é sinal de saúde mental. Mal seria se deixasse de rabiar.

Ser profissional no campo da educação não é igual a ser profissional na fabricação do vidro ou na colocação de tijolos - todos sabemos -, mas pode e deve ser avaliado com o mesmo nível de exigência. Não será pela contagem do número de tijolos ou pela qualidade do vidro produzido, mas há muito de cristal na avaliação da educação...exige pureza e quebra-se facilmente.

Tal como sempre achei que os "funcionários" do Governo - ministros, secretários e sub-secretários...para não falar nos directores gerais e sub-directores das empresas públicas -devem ser avaliados, também defendo que todos os outros profissionais o sejam e que daí decorram benefícios ou punições, em função do seu desempenho. Mas se a impunidade vigora a alto-nível como implementar a justiça na base da pirâmide?...enfim...

O problema está em "o que" avaliar , "como" avaliar e por "quem" avaliar. O que é ser um "bom professor", se estes nem sabem ao certo o que é suposto fazer para o ser, e nem quem os manda sabe o que eles devem ser capazes de fazer?...se a avaliação incidisse nas taxas de sucesso (como no plano Roberto Carneiro), era ver a ignorância deste país certificada....Como desempenhar bem a tarefa de docência se esta vai muito para além da mesma e entra muito mais no trabalho maternage/paternage, de secretaria, ou investigação e divulgação (consoante os níveis de ensino)? Então em que moldes o fazer, com que critérios?... E quem tem a competência para avaliar?

Alguém acredita que o caminho da recuperação formativa se faz assombrando e (eventualmente) punindo quem trabalha na área que verdadeiramente faz a diferença face aos novos países da UE? Desiludam-se, ainda nem começou a competição e já estamos atrás.
Que alguma coisa deve ser feita, não tenho dúvidas, mas de que maneira?

Abram a caixinha, mas a Pandora vai fazer muitas vítimas e espero que as primeiras sejam aquelas que resolveram libertar a "bicha".Mas infelizmente sei que não, quem paga são todos "os outros". (...)

 
At 1 de junho de 2006 às 13:48, Anonymous Anónimo said...

Ja agora Srs Ministros quem vos avalia?
Estou certo que se fosse o povo, seriam todos chumbados
O 1 min promete masi saude, mas fecha serviços
promete mais educação e fecha escolas
Passamos para os ultimos lugares da europa, mas andamos felizes com a seleccao
enfim temos os politicos que merecemos.

 

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