ISSO INTERESSA A QUEM?
Graham Greenne não tinha uma ideia muito simpática dos seres humanos. Dizia que a natureza humana não é negra e branca, é negra e cinzenta.
Talvez tenha um dia visto um quadro de Caravaggio, na sua indescritível selvajaria, em que a morte de uma pessoa era contemplada com um sorriso cínico por alguém com um ar angelical.
Talvez tenha um dia visto um quadro de Caravaggio, na sua indescritível selvajaria, em que a morte de uma pessoa era contemplada com um sorriso cínico por alguém com um ar angelical.
Os séculos passaram mas nada mudou.
No Líbano, país que escolheu como símbolo a madeira indestrutível do cedro, combate-se, numa espiral de retaliações que já deixou de ter lógica.
A morte tornou-se uma banalidade.
Mas, mais do que a guerra entre Israel, o Hezbollah e o Hamas, a «guerra contra o terror» ou as dúvidas sobre a Síria e o Irão, há algo que importa esclarecer.
O Líbano, depois de ter sido um paraíso no Médio-Oriente, tornou-se um território de ninguém, dividido entre interesses israelitas e sírios.
Há um ano houve eleições e a saída dos militares sírios.
Os EUA e mesmo a UE olharam para o Líbano como um modelo que poderia ser aplicado à zona. É certo que o Governo era fraco e que não conseguia travar movimentos como o Hezbollah. Mas, nos últimos tempos, tinha feito reformas económicas e tinha dotado o país de infra-estruturas que até tinham tentado o turismo. Os EUA e a UE aplaudiram.
Agora a aviação israelita destruiu tudo isso.
Há, nisto, algo nebuloso.
Sem a Síria, o pernicioso Hezbollah tem pouca força.
Com o Líbano no caos há espaço para um novo Iraque. E isso interessa a quem?
Fernando Sobral
1 Comments:
das coisas me mais me custam é ver os G-randes 8 do nosso mundo (incluindo o nosso tão ilustríssimo durão barroso) proferirem discursos que acompanham os media numa mensagem em que o pobre Israel toma o papel do agredido..Embora de elevada complexidade, a confusão toda na faixa de gaza, agrupada agora com toda esta barbaridade apenas demonstra um excesso de costas quentes por parte do "povo escolhido"...
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