quinta-feira, 16 de novembro de 2006

ELES COMEM TUDO... E NÃO DEIXAM NADA

QUE RICOS ARREDONDAMENTOS

Renderam uma pequena fortuna à banca:


«A banca deverá ter cobrado um valor próximo dos 1,2 mil milhões de euros nos últimos dez anos, com a prática do arredondamento das taxas de juro do crédito à habitação a um oitavo e a um quarto de ponto percentual.
De acordo com cálculos do DN, trata-se de um valor que resulta de um ganho médio anual de 125 milhões de euros, partindo dos números avançados pela Associação Portuguesa dos Consumidores e Utilizadores de Produtos e Serviços Financeiros (Sefin). De acordo com esta entidade, os bancos que arredondam a um oitavo de ponto percentual registam um ganho anual de 73 milhões de euros, enquanto as instituições que praticam o arredondamento a um quarto de ponto percentual arrecadariam cerca de 198 milhões de euros.»

3 Comments:

At 16 de novembro de 2006 às 14:53, Anonymous Anónimo said...

Que ricos caloteiros!

É um fiel retrato do país: o fisco penhorou 6.609 automóveis de contribuintes faltosos. Dos bens constam 531 Mercedes, 309 Volvo, 165 BMW, 84 Audi, 9 Porsche e 7 Jaguar.
Ou seja: anda muito boa gente bem montada que não tem dinheiro para cumprir as suas obrigações fiscais. Ou pior ainda: pura e simplesmente não quer pagar.
É preciso dizer que estes contribuintes não responderam às notificações sobre as respectivas situações fiscais.
Significa que esta má gente vive tranquilamente à margem da lei.
O retrato é, de facto, elucidativo do país em que vivemos, quando o montante global em dívida ascende a 1,16 mil milhões de euros.
É óbvio que não é o trabalhador por conta de outrem ou o contribuinte com rendimentos mais baixos que entra neste vergonhoso rol de caloteiros.
São, como se prova pelo valor do parque automóvel, aqueles que sentem uma maior necessidade de ostentação - sintoma que obviamente corresponde a um apreciável nível de vida - quem cultiva a atitude de chico-esperto.
Pagar impostos?
Só quem for parvo.

 
At 16 de novembro de 2006 às 14:56, Anonymous Anónimo said...

O profissional do optimismo

José Sócrates disse-me um dia que um político é "um profissional do optimismo". Ao ler o que diz o banco central sobre a economia (vejam-se as passagens seleccionadas), lembrei-me dessa conversa.
Política orçamental – "No que diz respeito às contas do sector público, as estimativas apontam para uma orientação claramente restritiva da política orçamental, a qual assenta predominantemente no aumento da receita fiscal e, num menor grau, na contenção do crescimento da despesa.

Investimento – "A evidência revela que o investimento tende a evoluir com atraso face (...) às exportações, quando os sinais de maior dinamismo se transmitem ao consumo privado. O facto de parte substancial do investimento estar relacionado com (...) o mercado interno, pode contribuir para explicar este resultado".

Exportações – "É difícil perspectivar em que medida a evolução (...) das exportações corresponde a um fenómeno sustentável. As exportações de combustíveis e de alguns minérios registaram um comportamento excepcionalmente favorável, (...) relacionado com estrangulamentos da capacidade de refinação e aumento do preço internacional das matérias-primas".

Vamos ver se o primeiro-ministro percebe que o marketing (só) não resolve problemas. Ajuda, mas não chega. Já agora, o que levou o Banco de Portugal a mudar de tom?

 
At 16 de novembro de 2006 às 22:37, Anonymous Anónimo said...

A Direita e a Banca
Sabe-se lá porquê, a banca tem muitos amigos em Portugal, bastou que Sócrates prometesse cobrar-lhe mais impostos e quase o inscreveram no Bloco de Esquerda ou na secção do PCP da Estrela. Exigir mais impostos de quem menos paga é um bom princípio, excepto se for para a banca, que se exijam aos têxteis, à construção civil, ao turismo, tudo bem, mas à banca não.

Ser de esquerda é defender que os valores de cidadania se aplicam a todos os cidadãos, ser de direita é ficar calado até ao momento em que os que aqueles que um dia nos poderão vir a ser úteis sejam incomodados. Até o PSD que há pouco tempo e fruto da bebedeira política resultante de um shot chamado Santana Lopes era paladino da justiça, veio em defesa da banca.

É evidente que a banca não foge aos impostos como o comum dos contribuintes, é mais sofisticada, a banca recorre ao planeamento fiscal como muitos justificam. Mas será que empregar a família de altos quadros do fisco também é planeamento fiscal? Dar trabalho aos fiscalistas com mais acesso à comunicação social é planeamento fiscal? Recorrer a um poderoso sistema de influências no fisco é planeamento fiscal?

O planeamento fiscal de que tanto fala será isentar de impostos sobre o património dezenas de milhares de imóveis pertencentes à banca graças a um parecer ilegal em que se aplicou a estes impostos normas do código do IRC?

Se para a direita justiça fiscal e equidade significam ser de esquerda, ainda bem que sou de esquerda, e se comer criancinhas é aplicar aos bancos as mesmas regras que se aplicam a todos os portugueses, então terei mesmo que rever a minha dieta.Com uma direita tão disponível para estender as mãos às benesses dos bancos, prefiro ser de esquerda.

 

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