terça-feira, 20 de março de 2007

POBRE PAÍS O NOSSO... ENTREGUE A TAL GENTE...



Não há mês em que o IEFP não anuncie uma redução dos desempregados inscritos na instituição. Notícia que, também todos os meses, é aproveitada pelo Governo para propagandear a redução do desemprego. Mas quem consultar os números do INE descobre que o desemprego está nos 8,2%, o nível mais elevado em 20 anos!

Num país normal, o IEFP já teria sido proibido de
meter o bedelho em terreno do INE (a sua função não é calcular a taxa de desemprego).

Mário Lino andou meses a fazer juras de transparência no processo OTA (leia-se divulgação dos estudos do novo aeroporto). Não é que tenha sido muito convincente, mas o país acreditou que, tendo o assunto a importância que tem, cumpriria a palavra. Ainda que tivesse que dourar um ou outro documento mais atrevido.

Afinal bastou o Sol divulgar o estudo mais crítico da opção pela OTA, que estava perdido nas gavetas do Ministério, para se ficar a saber de que fibra é feita a transparência de Mário Lino. Que, em vez de pedir desculpa por ter sonegado informação aos portugueses, chutou para canto.

Num país normal, depois de um episódio destes, o ministro já teria ido para casa. Conhecendo-se a obstinação do seu patrão, é seguro que nada lhe vai acontecer. É pena. Porque a partir de agora é legítimo duvidar das verdadeiras razões que levam o ministro a optar pela OTA.


C.L.

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6 Comments:

At 20 de março de 2007 às 16:15, Anonymous Anónimo said...

Depois de muito reclamar, o governo lá colocou na página da NAER , os estudos que sustentam a sua decisão. Nada de extraordinário, e o Ministro ainda na sexta-feira passada disse, que os estudos estavam todos publicados.
Há só uma pequena coincidência.

1.Se repararmos os estudos intitulados " Relatório para a preparação da escolha do local (Parte 1)" e Relatório para a preparação da escolha do local (Parte 2)" foram elaborados pela conceituada empresa Aéroports de Paris (ADP). Se repararmos o estudo " Aeroporto de Lisboa - Feasibility studies" foi elaborado pela empresa inglesa BAA.
2.Se lermos os estudos, percebemos que a escolha do local foi elaborada e sustentada com estudos da ADP e da BAA.
3.A empresa inglesa BAA foi adquirida pela empresa Espanhola Ferrovial.
4.Em 29 de Janeiro de 2007, são divulgadas as empresas interessadas na Ota, e quem vai á frente, é a Ferrovial e a AdP.

Curioso não é.

 
At 20 de março de 2007 às 23:43, Anonymous Anónimo said...

Corre na Internet e na blogosfera uma carta escrita pelo Arquitecto Luís Maria Gonçalves ao Ministro das Obras Públicas, com 21 perguntas muito pertinentes sobre o aeroporto da Ota; enquanto tais perguntas não forem satisfatoriamente respondidas o novo aeroporto será sempre muitíssimo polémico.

Ex.mo Senhor Ministro
das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

No passado mês de Maio, enviei uma mensagem electrónica a V. Ex.cia e uma outra a S. Ex.cia o Primeiro-ministro, solicitando um esclarecimento ao processo de decisão da localização do Novo Aeroporto de Lisboa.
Passado pouco mais de mês, recebi de ambas as partes ofícios informando-me que teria sido dada a devida atenção à minha mensagem e que as minhas considerações estariam a ser objecto de análise.

No entanto, não tendo desde então recebido qualquer esclarecimento, prossegui a análise dos vários estudos e documentos disponibilizados pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (ou por entidades por ele tuteladas), referentes aos processos do Novo Aeroporto de Lisboa e da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, verificando a existência de algumas questões para as quais continuei a não encontrar resposta.

No dia 17 de Novembro, enviei um novo pedido de esclarecimento do qual voltei a não obter qualquer resposta.
Nesse sentido, venho novamente por este meio, como cidadão e contribuinte, solicitar a V. Ex.cia que providencie as respostas às seguintes questões, as quais me parecem legítimas e pertinentes:

1. Porque é que o estudo elaborado pela ANA em 1994 (que identifica a Base Aérea do Montijo como a melhor localização para o novo aeroporto e que classifica a Ota como a pior e mais cara opção) não se encontra disponível no site da NAER?
2. Porque é que o estudo elaborado pela Aeroports de Paris em 1999 (que recomenda a localização do NAL no Rio Frio e que classifica a Ota como pior opção) não justifica o facto de não ter sido sequer considerada a opção recomendada no estudo anterior?
3. Porque é que todos os estudos e documentos disponibilizados, elaborados entre 1999 e 2005, incluindo o "Plano Director de Desenvolvimento do Aeroporto", tiveram como premissa a localização na Ota, considerada nessa altura como a pior e mais cara opção?
4. Porque é que o documento apresentado como suporte da decisão de localização na Ota é apenas um "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental", no qual questões determinantes para a localização de um aeroporto (operações aéreas, acessibilidades, impacto na economia) foram tratadas de um modo superficial, ou não foram sequer afloradas?
5. Porque é que na ficha técnica do atrás referido "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental" não constam especialistas nas áreas da aeronáutica e dos transportes?
6. Porque é que o "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental" para o aeroporto na Ota usou os dados dos Censos de 1991 para calcular o impacto do ruído das aeronaves sobre a população, quando existiam dados de 2001 e uma das freguesias mais afectadas (Carregado) mais do que duplicou a sua população desde 1991?
7. Em que documento é que são comparados objectivamente (com outras hipóteses de localização) os impactos económicos e ambientais associados à opção da Ota (desafectação de 517 hectares de Reserva Ecológica Nacional; abate de cerca de 5000 sobreiros; movimentação de 50 milhões de m3 de terra; "encanamento" de uma bacia de 1000 hectares a montante do aeroporto; impermeabilização de uma enorme zona húmida; necessidade de expropriar 1270 hectares)?
8. Em que documento é que se encontra identificada a coincidência do enfiamento de uma das pistas da Ota com o parque de Aveiras da Companhia Logística de Combustíveis (a apenas 8 Km) e avaliadas as consequência de um possível desastre económico e ecológico decorrentes de desastre com uma aeronave?
9. Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto da deslocalização do aeroporto no turismo e na economia da cidade e da Área Metropolitana de Lisboa?
10. Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto urbanístico decorrente da deslocalização do aeroporto para um local a 45 km do centro da capital?
11. Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto da deslocalização dos empregos e serviços decorrente da mudança do aeroporto para a Ota?
12. Em que documento é que se encontra equacionado o cenário da necessidade de construir um outro aeroporto daqui a 40 anos, quando o Aeroporto da Ota se encontra saturado?
13. Que medidas estão previstas para existir uma tributação especial das enormes mais-valias que terão os proprietários dos terrenos envolventes à zona do aeroporto (e não afectados pelas expropriações) que até ao momento estão classificados como Reserva Ecológica Nacional ou Reserva Agrícola Nacional e passarão a ser terrenos urbanizáveis?
14. Em que documento se encontra a explicação para ter sido considerada preferível uma localização para o novo aeroporto que "roubará" mercado ao Aeroporto Sá Carneiro em detrimento de captar o mercado de Extremadura espanhola?
15. Porque é que a localização na Base Aérea do Montijo não foi sequer considerada, quando apresenta inúmeras vantagens (14 Km ao centro da cidade, posição central na Área Metropolitana, facilmente articulável com o TGV, possibilidade de ligações fluviais, urbanisticamente controlável)?
16. Qual é a explicação para que a articulação entre as duas infra-estruturas construídas de raiz (Aeroporto da Ota e Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto) obrigue a um transbordo de passageiros numa estação a 2 Km da aerogare?
17. Porque é que se optou por uma localização para o aeroporto que implicará um traçado da Rede de Alta Velocidade com duas entradas distintas em Lisboa, cada uma delas avaliada num valor da ordem de mil milhões de euros (percurso Lisboa/Carregado e Terceira Travessia do Tejo), quando um aeroporto localizado na margem Sul funcionaria perfeitamente só com a nova ponte?
18. Qual é o valor do sobre-custo do traçado da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto na margem direita do Tejo, por oposição ao traçado pela margem esquerda, fazendo a travessia na zona de Santarém?
19. Porque é que a ligação ao Porto de Sines será construída em bitola ibérica, quando bastava que o traçado da linha Lisboa-Madrid passasse a Sul da Serra de Monfurado (um aumento de apenas 8 Km) para que fosse viável a construção de um ramal de AV para Sines (e posteriormente para o Algarve) a partir de um nó a localizar em Santa Susana (concelho de Alcácer do Sal)?
20. Na análise custo-benefício do investimento da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto foi considerada a concorrência do Alfa Pendular (na actual Linha do Norte), o facto de o traçado não permitir o transporte de mercadorias e a necessidade de mudança de transporte para percorrer a distância das estações intermédias aos centros das respectivas cidades (Leiria, Coimbra, Aveiro)?
21. Por último, em que relatório se encontra a recomendação da Ota como melhor localização para o novo aeroporto por comparação com as outras alternativas possíveis (Rio Frio, Base Aérea do Montijo, Campo de Tiro de Alcochete, Poceirão)?

Antecipadamente grato pela disponibilidade de V. Ex.cia para responder a estas 21 questões, subscrevo-me com os meus melhores cumprimentos,
Luís Maria Gonçalves, Arq.º

 
At 20 de março de 2007 às 23:44, Anonymous Anónimo said...

A nossa Maria merece...
AFINAL OS NOSSOS JOVENS TÊM MÉRITO... OU NÃO?

Descongelamento para a Maria que merece!

"De acordo com o Correio da Manhã, Maria Monteiro, filha do antigo ministro António Monteiro e que actualmente ocupa o cargo de adjunta do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros vai para a embaixada portuguesa em Londres.

Para que a mudança fosse possível, José Sócrates e o Ministro das Finanças descongelaram a título excepcional uma contratação de pessoal especializado.

Contactado pelo jornal, o porta-voz Carneiro Jacinto explicou que a contratação de Maria Monteiro já tinha sido decidida antes do anúncio da redução para metade dos conselheiros e adidos das embaixadas.

As medidas de contenção avançadas pelo actual governo, nomeadamente o congelamento das progressões na função pública, começam a dar frutos.

Os sacrifícios pedidos aos portugueses permitem assegurar a carreira desta jovem de 28 anos que, apesar da idade, já conseguiu, por mérito próprio e com uma carreira construída a pulso, atingir um nível de rendimento mensal superior a 9000 euros.

É desta forma que se cala a boca a muita gente que não acredita nas potencialidades do nosso país, os zangados da vida que só sabem criticar a juventude, ponham os olhos nesta miúda.

A título de curiosidade, o salário mensal da nossa nova adida de imprensa da embaixada de Londres daria para pagar as progressões de 193 técnicos superiores de 2ª classe, de 290 Técnicos de 1ª classe ou de 290 Assistentes Administrativos.

O mesmo salário daria para pagar os salários de, respectivamente, 7, 10 e 14 jovens como a Maria, das categorias acima mencionadas, que poderiam muito bem despedir-se, por força de imperativos orçamentais. Estes jovens sem berço, que ao contrário da Maria tiveram que submeter-se a concurso, também ao contrário da Maria já estão habituados a ganhar pouco e devem habituar-se a ser competitivos.

A nossa Maria merece.

Também a título de exemplo, seriam necessários os descontos de IRS de 92 portugueses com um salário de 500 Euros a descontar à taxa de 20%.

Novamente, a nossa Maria merece!"

 
At 20 de março de 2007 às 23:45, Anonymous Anónimo said...

Eu sou licenciado em História Ramo Património Cultural pela Universidade de Évora sou filho de gente modesta do Algarve com a 4ª classe, e sou um jovem de sucesso, pois terminei o curso em 2004, estive inscrito no IEFP mandei vários currículos contactei algumas empresas e actualmente estou a trabalhar. Sou vigilante/lavador de um condomínio privado em Cabanas de Tavira no Algarve, a minha função é vigiar a piscina arrumar as cadeiras e varrer o lixo da via pública em frente ao condomínio.
Realmente o IEFP valeu-me bastante, sou menos um número no desemprego a provar que este governo é notável. Para os curiosos gostaria de dizer que a minha média de curso é 14 valores e de trabalho final de 16 valores, (já agora alguém sabe qual foi a nota final do 1º ministro no curso de Engenharia Civil terminado na Universidade Independente, com 40 anos?).
Assim, como eu, devem existir mais jovens de sucesso que neste momento não constam no número de desempregados do IEFP porque foram varrer ruas mesmo licenciados para não assaltar bancos. Se nós fossemos filhos de manéis monteiros e outros que tais estaríamos a varrer ruas ou em caixas de supermercados?

 
At 22 de março de 2007 às 11:33, Anonymous Anónimo said...

quem serão os advogados que o sr pinto contratou para desvendar os misterios das chamadas eróticas?

 
At 8 de janeiro de 2008 às 11:00, Anonymous Anónimo said...

Não há mês em que o IEFP não anuncie uma redução dos desempregados inscritos na instituição para provar que as taxas de desemprego diminuem!
Notícia que, também todos os meses, é aproveitada pelo Governo para propagandear a redução do desemprego!!
Como:
Convocando licenciados que neste momento não constam no número de desempregados do IEFP porque foram varrer ruas mesmo licenciados!!!
Cortando inscrições de quem recusa-se a a aceitar empregos tão atractivos e bem pagos!!!

 

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