quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O REGRESSO À ESCOLA



O Governo decidiu que a rentrée escolar seria marcada por uma tempestade de ministros e de computadores.
Resultado: tivemos direito a uma violenta chuva de granizo na forma das palavras da ministra da Educação.
Entre muitos e variados momentos de inundação intelectual, há uma ideia que fica na memória, após se ler a sua entrevista ao Correio da Manhã.

A ministra considera que as escolas vivem um terrível dilema: ou vendem coca-cola no recinto ou permitem que os alunos saiam para as comprar nas redondezas.
Como deve prevalecer o princípio do dever de custódia e guarda das crianças, as escolas podem assim, imagina-se, juntar o útil ao agradável: vender coca-colas e ficar com o rendimento derivado dessa actividade; e assim alivia-se o Ministério de gastar tanto dinheiro com cada escola.
Ao abrir esta porta, a gentil ministra mostra que se preocupa com as crianças: assim elas não serão atropeladas nem assaltadas fora das escolas. E assim, quem sabe, no futuro, cada escola, para defender as suas criancinhas, poderá ter a sua hamburgueria como acontece nos países civilizados, estilo EUA.
É claro que isso levará a que os problemas da saúde colaterais das crianças passem para as mãos das famílias e, no futuro, quando a obesidade trouxer mais problemas, para o SNS.
Mas, para já, resolve-se o problema do financiamento das escolas.
Entre uma sopa e a fast-food, a ministra prefere esta última.
Porque dá receitas ao Estado.
Mas essa é a visão deste fast-Governo: é tudo uma questão de rentabilidade.


F.S.

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5 Comments:

At 14 de setembro de 2007 às 00:18, Blogger João Soares said...

Excelente:)

 
At 14 de setembro de 2007 às 04:43, Anonymous Anónimo said...

este ze da ponte atrasado mental curte muit estas fotos de atrasads mentais. LOL

 
At 14 de setembro de 2007 às 17:45, Anonymous Anónimo said...

Sócrates estava com um problema grave, como distribuir 400 mil portáteis?
Mesmo levando meio governo a passear pelo país todos os fins-de-semana levaria uns anos, além disso ministros como a da Educação ou o da Justiça não tê muito jeito, a da Educação parece que está numa mostra da Taparware e o da Justiça fica com ar de vendedor de aspiradores, a sua imagem não passa.

O primeiro-ministro tem feito um esforço para aliviar a dispensa, quando se esperava que estivesse ausente durante os seis meses da presidência europeia aparece por todos os cantos distribuindo portáteis, até já há quem abra a porta a testemunhas de Jeová pensando erradamente que é o Sócrates que está a proceder a mais uma entrega.
Mesmo que Sócrates oferecesse portáteis em vez de pins aos seus pares europeus o progresso não seria muito.

Sabe-se que José Sócrates reuniu com os seus assessores mais dedicados, pedindo-lhes que fosse em busca de sósias, mas estes foram mal sucedidos, ninguém se queria parecer com Sócrates.

A solução foi encontrada pelos responsáveis do Plano Tecnológico que propuseram a produção de clones de José Sócrates.

O próximo passo será criar novas versões do clone de Sócrates, um clone com a musculação melhorada para a prática de jogging, um outro quase surdo para reunir com Cavaco Silva, um com capacidades intelectuais melhoradas para o primeiro-ministro pedir a equivalência da sua licenciatura no Instituto Superior Técnico, um com melhoramentos nos músculos faciais para sorrir aos manifestantes que o atormentam, um em miniatura para a directora da DREN ter ao lado do telemóvel por onde recebe os sms dos seus informadores, enfim, clones para transformar Sócrates num primeiro-ministro capaz de distribuir todos os portáteis, de ter tempo para as tarefas de que gosta, de melhorar o seu currículo profissional e ainda ser capaz de ser primeiro-ministro.

 
At 14 de setembro de 2007 às 17:52, Anonymous Anónimo said...

Nenhum dos 7 ministros (incluindo o primeiro) e dos 13 secretários de Estado que prestaram figuração na abertura do ano lectivo foi de visita até à escola básica dos Machados, na Boa Vista, Leiria.

E foi pena, porque com uma câmara de televisão e repórteres da rádio ou dos jornais teria outra projecção uma abertura do ano lectivo no meio da rua, porque o edifício da escola não tem portas nem janelas. E, pelo menos em termos de pluralismo, a presença de um membro do Governo e da comunicação social onde as coisas não funcionam serviria para mostrar que o País não é o postal ilustrado da propaganda onde tudo vai bem, ou pelo menos parece.

Mas não, não vai. Na escola básica dos Machados, segundo o Jornal de Notícias de ontem, decorrem obras há quatro anos, à medida do conta-gotas municipal que vai pagando ao empreiteiro. As obras continuam, já a frequentar o quarto ano, e foi assim que o ano escolar abriu no meio da rua, na Boa Vista, Leiria.

E em Meridões, concelho de Cinfães, segundo o Sindicato dos Professores da Região Centro, a escola funciona num edifício velho e em três contentores. Foi para ali que foram deslocadas muitas das crianças de algumas das 500 escolas que fecharam do distrito de Viseu, com o pretexto de que estavam velhas e eram pouco frequentadas. O primeiro-ministro e a máquina mediática, porém, visitaram uma escola do concelho ali mesmo ao lado, em Resende, para inaugurar e mostrar ao país um novo centro escolar.

E o que importa aquilo que o país não vê, e a propaganda esconde, se em Custóias, Matosinhos, segundo a agência Lusa, a ministra da Educação foi recebida com salvas de palmas por uma centena de pessoas ao chegar para a inauguração de uma escola novinha em folha?

 
At 16 de setembro de 2007 às 20:25, Anonymous Anónimo said...

Excelente este post.
O kaskaedeskaska achou-o bastante relevante e interessante para os seus leitores que vem informá-lo de que colocou um link para o seu blog. Agradeço desde já parabenizo-o pelo blog.
Cumprimentos
Kaska

 

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