ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE
O advogado João Pedroso é homem de múltiplos talentos.
Professor de Protecção de jovens em perigo no Centro de Direito da Família da Universidade de Coimbra, é igualmente especialista em protecção de adultos em perigo, advogando no caso de seu irmão, Paulo Pedroso, abusado por jovens em perigo da Casa Pia que lhe assacaram coisas feias e perigosas.
Assistente ainda da Faculdade de Economia de Coimbra, é ao mesmo tempo especialista em direito da educação, ou como tal o tem o Ministério da dita, que - noticiou o Rádio Clube Português - o contratou, a troco de 1 500 euros por mês, para compilar a legislação existente sobre educação, trabalho hercúleo que Pedroso deveria ter concluído até Maio de 2006, mas que, justamente por ser hercúleo, não concluiu.
A remuneração não era, no entanto, hercúlea, pelo que terá sido devidamente embolsada.
O Ministério, compreensivo, decidiu contratá-lo de novo para fazer a mesma coisa, mas agora a 20 mil euros por mês.
Por este andar não é, pois, de excluir que, se o trabalho voltar a não se feito, o ME o contrate mais uma vez, agora a 40 mil euros, e depois, se não resultar, a 80 mil, e eternamente por aí fora até que a morte os separe.
Ou até mudar o Governo (dando-se o caso de o Governo não ser também eterno).
M.A.P.
Professor de Protecção de jovens em perigo no Centro de Direito da Família da Universidade de Coimbra, é igualmente especialista em protecção de adultos em perigo, advogando no caso de seu irmão, Paulo Pedroso, abusado por jovens em perigo da Casa Pia que lhe assacaram coisas feias e perigosas.
Assistente ainda da Faculdade de Economia de Coimbra, é ao mesmo tempo especialista em direito da educação, ou como tal o tem o Ministério da dita, que - noticiou o Rádio Clube Português - o contratou, a troco de 1 500 euros por mês, para compilar a legislação existente sobre educação, trabalho hercúleo que Pedroso deveria ter concluído até Maio de 2006, mas que, justamente por ser hercúleo, não concluiu.
A remuneração não era, no entanto, hercúlea, pelo que terá sido devidamente embolsada.
O Ministério, compreensivo, decidiu contratá-lo de novo para fazer a mesma coisa, mas agora a 20 mil euros por mês.
Por este andar não é, pois, de excluir que, se o trabalho voltar a não se feito, o ME o contrate mais uma vez, agora a 40 mil euros, e depois, se não resultar, a 80 mil, e eternamente por aí fora até que a morte os separe.
Ou até mudar o Governo (dando-se o caso de o Governo não ser também eterno).
M.A.P.
Etiquetas: Boys, Educação, Partido Socialista
3 Comments:
o Socialismo no seu melhor.
Fica assim?
É estranho que a notícia sobre o «advogado contratado duas vezes» não tenha tido desenvolvimentos. Não haverá mesmo nada a acrescentar, nem a saber, nem a esclarecer?
O Auto dos Nepotes
Aqui, nesta nefanda espelunca, limitar-me-ei a reproduzir o diálogo imaginário entre as figurinhas (deste presépio à beira-mal desplantado)..
Burrocrata ministerial - Então, já acabou o manualzinho?...
João Pedroso (em tom choroso) - Não, tive uma enxaqueca.
Burrocrata - Tadinho, pobre senhor! tem toda a razão, a culpa é nossa! Era trabalho a mais!...
João Pedroso - Pois era, sofri muito. E o stress? Nem imagina. Até ando a ansiolíticos!..
Burrocrata - Nem sei o que nos deu. Dar-lhe um tarefa destas. Nem um Hércules conseguiria num prazo tão curto.
João Pedroso - Senti-me um Sísifo. Cheguei a ter febre e arrepios.
Burrocrata - Um verdadeiro Cristo, é o que se deve ter sentido. Mas se prometer não nos processar por sevícias e tratamento desumano, vamos ressarci-lo desse horror por que passou.
João Pedroso - Ai vão? Não vejo como. Sou capaz de ter contraído um trauma para o resto da vida.
Burrocrata - Então, deste mal entendido não se fala mais. É uma vergonha para nós, que agradecemos não comente e tente esquecer. Vai receber o pagamento integral, é ponto assente...
João Pedroso - Nem dá para reembolsar o psicanalista, quanto mais a farmácia... 1500 euros por mês não é honorário, é caridade.
Burrocrata - Tranquilize-se. Faremos um novo contrato. 20.000 euros/mês, o que lhe parece?
João Pedroso - Para fazer o mesmo?
Burrocrata - Exactamente, para não fazer manual nenhum!
João Pedroso - Rigorosamente nenhum?
Burrocrata - Acha que consegue?
João Pedroso - Depende do prazo... Agora vou ter que tirar umas férias - o médico receitou-me um período de repouso e outro de convalescença. E repare, fazer manual nenhum já é difícil, agora fazer rigorosamente nenhum implica o recurso a esquipamentos e técnicas da mais alta precisão.
Burrocrata - Tem toda a razão. Sei disso. Como pensa que cheguei a este cargo? Nada de corridas. O prazo é elástico: comece quando quiser. Desde que, claro está, nunca acabe.
João Pedroso - O melhor então será mesmo nem iniciar. Assim nunca corro o risco de, por qualquer descuido inopinado, terminá-lo.
Burrocrata - Nunca lhe pediria tanto. Mas congratulo-me com o seu espírito de sacrifício. Teremos que pensar num bónus.
João Pedroso - E as ajudas de custo?
Burrocrata - A 100%, obviamente. Bem como subsídio de isenção de horário.
João Pedroso - Pois, nem me lembrava desse, veja só como tenho a cabeça exusta!... Vou fazer rigorosamente nenhum dia e noite.
Burrocrata - Ah, meu pobre doutor: nem imagina como me custa submetê-lo a uma lufa-ufa destas!..
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