REPÚBLICA DAS BANANAS
Finalmente, tornou-se oficial vivemos na república dos bananas. E os bananas somos nós, que trabalhamos por conta de outrem e pagamos impostos sem ter hipótese de entrar na fraude fiscal ou no branqueamento de capitais.
Vem isto a propósito da reiterada acusação feita pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Amaral Tomás. O senhor governante jura a pés juntos que alguns empresários [quais?] deviam ter vergonha da sua actuação. Porquê?
Porque roubam o Estado (todos nós) cometendo fraude fiscal e enriquecem lavando dinheiro sujo.
Na república dos bananas mandam as lavadeiras e, tanto quanto sabemos, o Governo de todos nós limita-se a dizer- -lhes que sabe o que se passa, na esperança de que a denúncia leve a mudanças de comportamento.
Mais ou menos como quem publica na Internet a lista dos devedores ao Fisco.
Sistema, aliás, há séculos utilizado, sem recurso às novas tecnologias, pelos comerciantes do fiado.
Pois, senhor secretário de Estado, nós contribuintes pagadores exigimos mais de Vossa Excelência.
Não nos basta que os cofres do Estado continuem a engordar à nossa custa, que pagamos cada vez mais, nem à custa dos criminosos da fraude e da lavagem, que pagam, apenas, quando são apanhados.
Se o senhor diz o que diz - e já o disse por duas vezes - é porque sabe do que fala e a sua obrigação é denunciar todos os casos que conhece à Polícia. Fraude?
Lavagem de dinheiro?
Esta não é, apenas, uma questão fiscal.
Como está sempre a falar da Operação Furacão, aguardamos que as suas declarações produzam, pelo menos, uma aragem, um ventinho.
Para que possamos voltara a ser a República de Portugal.
P.B.
Vem isto a propósito da reiterada acusação feita pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Amaral Tomás. O senhor governante jura a pés juntos que alguns empresários [quais?] deviam ter vergonha da sua actuação. Porquê?
Porque roubam o Estado (todos nós) cometendo fraude fiscal e enriquecem lavando dinheiro sujo.
Na república dos bananas mandam as lavadeiras e, tanto quanto sabemos, o Governo de todos nós limita-se a dizer- -lhes que sabe o que se passa, na esperança de que a denúncia leve a mudanças de comportamento.
Mais ou menos como quem publica na Internet a lista dos devedores ao Fisco.
Sistema, aliás, há séculos utilizado, sem recurso às novas tecnologias, pelos comerciantes do fiado.
Pois, senhor secretário de Estado, nós contribuintes pagadores exigimos mais de Vossa Excelência.
Não nos basta que os cofres do Estado continuem a engordar à nossa custa, que pagamos cada vez mais, nem à custa dos criminosos da fraude e da lavagem, que pagam, apenas, quando são apanhados.
Se o senhor diz o que diz - e já o disse por duas vezes - é porque sabe do que fala e a sua obrigação é denunciar todos os casos que conhece à Polícia. Fraude?
Lavagem de dinheiro?
Esta não é, apenas, uma questão fiscal.
Como está sempre a falar da Operação Furacão, aguardamos que as suas declarações produzam, pelo menos, uma aragem, um ventinho.
Para que possamos voltara a ser a República de Portugal.
P.B.
3 Comments:
A chamada “Operação Furacão” arrancou há dois anos. Agora, desencadeou-se o ciclone.
O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais levantou um vendaval ao afirmar que grandes empresas estão envolvidas em fraudes fiscais. Disse: “Enraizou-se a convicção de que as grandes empresas não cometem fraude, mas a realidade é diferente do que se pensa”. O temporal que se levantou tem mais a ver com questões de forma que propriamente de conteúdo. Quanto ao conteúdo, sabe-se que está em curso há cerca de dois anos uma operação judicial contra a fraude fiscal e o branqueamento de capitais. Foram realizadas cerca de 200 buscas a empresas de diversos ramos e constituídos mais de 120 arguidos.
O busílis está no que diz respeito à forma. Os dados da “Operação Furacão” têm sido divulgados e actualizados pela Procuradoria-Geral da República, sem que provoquem especiais reacções ou comentários. Talvez ninguém esperasse que um secretário de Estado protagonizasse uma denúncia tão vigorosa e, principalmente, tão generalizada. É que, desta forma, a questão passou dos casos de polícia para as páginas de política e colocou em confronto dois poderes.
Empresários não tardaram a reagir, falando cada um por si, seguramente com verdade, e o único que poderia falar por todos acrescentou um pé-de-vento à ventania. O secretário de Estado reafirmou entretanto a denúncia e foi mais além: “Alguns empresários deviam ter vergonha da sua actuação”. A borrasca transformou-se num tufão.
No meio de tudo isto só não se entende claramente um aspecto da questão: o secretário de Estado, que certamente tem provas irrefutáveis daquilo que diz, já terá chamado a polícia ou está simplesmente a contribuir para a corrente de ar?.
«O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Amaral Tomaz, reiterou esta terça-feira, no Parlamento, que as grandes empresas em Portugal estão envolvidas em crimes de fraude fiscal, acrescentando que o mesmo também se verifica ao nível do branqueamento de capitais.
O governante afirmou não compreender a surpresa face a estas revelações e considerou que “alguns empresários deviam ter vergonha da sua actuação e corrigi-la”.»
Ficamos assim a saber que o governo tem conhecimento de casos de fraude fiscal e branqueamento de capitais, que envolvem grandes empresas, e que não actua em conformidade. Ou então que o senhor secretário de Estado dos Assuntos Fiscais está apenas a lançar poeira para o ar em matéria de extrema gravidade. Seja como for, quer por saber e não actuar, quer por fazer acusações infundadas deste calibre, só há um caminho para quem assim proceda. Antes disso, porém, ficam muitos esclarecimentos por dar: que empresas – Ah, pois! O segredo de justiça… –, por que razão só agora diz o que disse e por que razão o governo não agiu imediatamente. Será mesmo que o senhor secretário de Estado acredita que empresas que incorram sistematicamente na prática de crimes fiscais e em lavagem de dinheiros mudem a sua forma de actuar apenas porque ele lhes manda uns recadinhos no Parlamento? É patético.
Mas o Estado também era bom que se visse ao espelho uma vez que estamos a ser governados literalmente pelo xerife de Nothingam.
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