sábado, 8 de dezembro de 2007

ONDE SE CHEGOU!



Saiu mais um barómetro da ONG Transparency International sobre sinais da chamada compra do poder, ou corrupção.

A organização em causa, bem subsidiada pelas grandes empresas transnacionais, para quem o fenómeno provoca um aumento de custos, repete, sobre Portugal o que tem emitido desde que começou a publicar os respectivos relatórios.
Isto é, apesar de termos um dia de grandezas, com a cimeira UE-África, as outras misérias continuam patentes, incluindo a crítica do bancário João Cravinho ao Presidente da República, denunciando a recepção de um estudo feito por um grupo de pressão, interessado na renda fundiária.


Como disse ontem, num breve depoimento prestado ao RCP, continuamos a não perceber que os países onde há menos corrupção são, precisamente, os mais liberais e os mais capitalistas do mundo.
Isto é, os que melhor casam a ética social da honradez com as regras do jogo do capitalismo global, onde, ao lado dos velhos protestantes, já aparecem católicos e alguns orientais.
Por outras palavras, os que deram ao individualismo e ao personalismo a autonomia das morais tradicionais e que, a partir deste humanismo, enquadraram a economia de mercado com estaduais normas, mantendo as portas e as janelas abertas, sem medo dos resfriados, porque apostaram nos anticorpos identitários.

Por cá, continua o desleixo do sapateiro de Braga, onde não há moralidade nem comem todos, vigorando o esquema da sociedade de casino e a saudade de Alves dos Reis e da caça aos fundos comunitários.
Por outras palavras, temos a corrupção que merecemos, coisa que disfarçamos com o presente voyeurismo mediático sobre as pontas visíveis de tal iceberg, as que as polícias e os magistrados conseguem processar, entre furacões e apitos dourados.


Se calhar, o principal culpado pela corrupção é o próprio sistema educativo, das famílias e das escolas, quando não consegue dar formação de autonomia aos indivíduos, quando desnormativiza aquilo que deveria ser o não mal-educado.


Porque não queremos assumir aquela cultura demoliberal, segundo a qual o Estado está acima do cidadão, mas o homem, acima do Estado.
Porque se a política é a ciência dos actos do homem enquanto cidadã
o, enquanto membro da república, da polis, ou do Estado, e a economia, a ciência dos actos do homem enquanto membro de uma entidade económica (oikos em grego, domus, em latim), já a moral é a ciência dos actos do homem enquanto indiviso.

Por nós, entre o beatério hipócrita e o revolucionarismo frustrado, entre a saudade passadista e a utopia dos amanhãs que cantam, pouco valor damos à moral do pensarmos pela nossa própria cabeça, para vivermos como pensamos, sem pensarmos, depois, como, com coerência, iremos viver.
Ao enredar-nos em colectivismos de seita, entre as memórias inquisitoriais e as ilusões socialistas, não conseguimos passar das regras individuais à urgente subversão pela justiça. E desprezamos a educação pelos exemplos de vida, o respeito pela palavra dada e o tribunal do remorso.

Ainda não actualizámos a velha tríade liberdadeira do liberalismo político, do liberalismo moral e do liberalismo económico.
Se tivemos, outrora e agora, algum liberalismo democrático, bem como o lastro da evangélica democracia da sociedade civil, ainda não nos libertámos do absolutismo, ainda não admitimos que inventámos a política para deixarmos de ter um dono (de dominus, chefe da domus, de despote, chefe da oikos).
O Estado ainda são os eles, os donos do poder e os ministros que querem tê-lo sido, bem como os outros partidocratas, dos eurocratas aos autarcas.
O Estado ainda não é polis, ainda não é respublica...

Falta também um núcleo duro de liberalismo moral, apenas resistente no arquipélago dos círculos do humanismo cristão e do humanismo laico, nomeadamente nas memórias maçónicas.
Logo, a eficácia do liberalismo económico é quase mesa pé de galo, pois ele foi importado a retalho, continuando economia privada sem economia de mercado, com muito devorismo e feudais gentlemen's agreements, para a conquista do proteccionismo do estadão, mas sem concorrência salutar e efectiva entre os agentes económicos.

E o lastro de colectivismo de seita, bem demonstrado pela aliança entre os ditos progressitas cristãos e os ditos socialista, gerou aquele vanguardismo dos que procuram monopolizar o caminho e a verdade para o além, ou assumir-se como o sol da terra deste pobre aquém-mar, onde navegar deixou de ser preciso e o viver passou a ser sobreviver.

JAM

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2 Comments:

At 9 de dezembro de 2007 às 18:39, Anonymous Anónimo said...

Gostaria muito de saber porque está aqui as fotografias do Sr.Dr.Pinto..ele também foi convidado para essa reunião em Lisboa??
Se não foi deveria ir..esta homem tem grandes capacidades...e então para falar com os Africanos não queiram saber......Eh.eh.eh....

 
At 9 de dezembro de 2007 às 21:20, Anonymous Anónimo said...

era mais uma estrela rock como o kadhafi. Olhem so para a pinta do terrorista com oculos de sol na foto. eh eh eh eh eh. o bugalheira podia ter convidado o kadhafi para uma estadia no palacio dos gaiolos e ai entrar em grandes negociaçoes. O que o pinto gostava era de ter a guarda pessoal feminina do kadhafi. É só mesmo isso que lhe falta porque em termos de ditadura, o africano é um menino de coro.

 

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