quinta-feira, 19 de março de 2009

AUTARQUIAS COM NOVOS DESAFIOS

Se alguma coisa podemos prever, com razoável certeza, é que o próximo mandato autárquico coincidirá com o epicentro da actual crise. Daí a importância acrescida das próximas eleições e a enorme responsabilidade que recairá nos futuros autarcas.

Esta circunstância obriga a que a escolha dos candidatos e das propostas eleitorais que apresentam sejam mais cuidadas e julgadas sob o prisma da seriedade, do realismo da sua concretização e do seu impacte positivo na economia da região, sem demagogias populistas e megalomanismos desapropriados.

Neste quadro conjuntural, todos reconhecem que os municípios e, muito particularmente, as pequenas e médias cidades, assumem um importante papel funcional, responsável por transformações significativas na estrutura dos sistemas produtivos e nos usos dos recursos locais, assim como forças potenciadoras de mudança sócio cultural.

Estamos convictos que, no actual e difícil contexto em que se encontra a economia nacional e muito particularmente a economia regional – fortemente paralisada e sem estratégia de recuperação –, o papel das autarquias locais pode e deve ser fundamental, não só para a dinamização de certos investimentos de incidência local, como também na criação de uma almofada social que possibilite minimizar situações problemáticas que o evoluir da crise deixa antever no tecido social.

Esta realidade implica novos e apertados critérios nas prioridades das propostas eleitorais que, de forma geral, não poderão descurar alguns investimentos diversificados e selectivos nos municípios, gerando empregos e rendimentos que possam dinamizar as micro empresas.

Igualmente importante, será também, alguns municípios não protelarem a liquidação imediata da sua considerável dívida ao pequeno e desprotegido comércio local, dando-lhe a liquidez de que este tanto precisa para salvaguardar empregos em risco.

Claro que, para poderem actuar no campo social e na dinamização do tecido económico, os municípios terão que possuir meios para o fazer. Todavia, não prevendo a actual conjuntura o crescimento destes, pressupõe-se que sejam feitas importantes opções nos critérios da sua aplicação, nomeadamente, cortando drasticamente nas despesas correntes, particularmente nas festas, festinhas, viagens, representações, geminações turísticas e outras despesas de discutível prioridade.

Também, pelos mesmos motivos, deverão ser direccionados alguns fundos comunitários para o financiamento prioritário de projectos com dimensão regional ou local, mas que possuam inegável impacto social e económico no curto prazo, pois como diria Keynes a longo prazo estaremos todos mortos!

As populações querem continuar a acreditar, que as autarquias locais se constituam como parte das soluções e não dos problemas que afectam a região.

Para isso, exige-se aos futuros autarcas uma responsabilidade e dedicação acrescida, que priorize, de forma pragmática, a defesa dos interesses das populações neste difícil contexto de crise.


R.C.

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1 Comments:

At 22 de março de 2009 às 12:07, Anonymous Anónimo said...

sim...sim... tudo muda para ficar na mesma...
Nas autarquias... nas escolas...
todos queremos ACREDITAR mas cada vez há menos razões para isso.
Para MUDAR também tem que haver renovação no tecido, alternativa, e... são sempre os mesmos "dentro das balsas" e os mesmos a "ladrar cá fora". E enquanto estes e aqueles se ofendem, degladiam e asneiram, sempre os mesmos servem de alvo e são ofendidos, perseguidos, roubados... Uns entretem-se, divertem-se e "enchem-se" outros pagam caro

 

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