segunda-feira, 20 de junho de 2005

MUSEU PAUL KLEE, ABRIU HOJE, DEPOIS DE 4 ANOS EM CONSTRUÇÃO





Sessenta e cinco anos após a morte do artista, a cidade e o cantão de Berna construíram um grandioso memorial em sua homenagem: o Museu Paul Klee

Museu Paul Klee não é simplesmente um museu, mas, sim, um "centro responsável pela pesquisa e divulgação da vida e da obra de Paul Klee".



O Museu reúne sob o mesmo teto o acervo pertencente à Fundação Paul Klee, que esteve até então exposto no Museu de Arte de Berna, a coleção particular da família, pertencente ao filho de Paul, Felix Klee, e obras de coleções particulares.

O acervo do Museu reúne mais de 4 mil obras - de um total de cerca de 10 mil, que constituem a obra completa de Klee - transformando-se, assim, na maior colecção monográfica de interesse internacional do mundo.

Antes da sua inauguração, porém, o Museu Paul Klee e seus protagonistas tiveram de superar algumas turbulências políticas, financeiras e culturais.

À procura pelo melhor lugar

No início desta história cheia de reviravoltas, encontram-se Livia e Alexander Klee, os herdeiros de Felix, filho único de Paul Klee.

Em 1990, logo após a morte de Felix, Livia (a viúva de Felix) e Alexander (seu filho) prometeram à cidade de Berna a coleção de obras de Klee que haviam herdado.

Em contrapartida, exigiam que até 2006, no mais tardar, fosse construído, na cidade de Berna, um museu só para as obras Paul Klee.

Após sete anos de duras negociações, a proposta foi oficializada com um contrato de doação por parte da família Klee e com uma declaração de intenção de construção de um museu Paul Klee por parte das autoridades suíças.

Como sede do novo museu, a administração municipal previu primeiramente o antigo ginásio no centro da cidade de Berna, onde Klee estudou. Também foi discutida a possibilidade de se construir um prédio novo. Em ambos os casos, era prioritário que o novo museu estivesse localizado próximo ao Museu de Arte de Berna, para que as duas coleções não ficassem completamente afastadas.

Doação com condição

Em Julho de 1998, porém, um fato inusitado alterou completamente todos os planos traçados até então.

O ortopedista Maurice E. Müller e sua esposa Martha doaram aos cofres públicos a quantia de 40 milhões de francos suíços para a construção do planejado museu, bem como um terreno, na zona leste da cidade de Berna, no valor de 10 milhões de francos suíços.

Mas a doação estava vinculada a algumas condições.

Em primeiro lugar, o museu deveria ser construído no próprio terreno doado, na zona leste da cidade, ao lado da residência do casal Müller e próximo ao jazigo de Paul Klee.

Em segundo lugar, o casal Müller queria ter o direito de escolher o arquiteto responsável pelo obra, sem abertura de concurso internacional.

Com esta inesperada oferta, após de cinco anos de intenso planejamento, a cidade e o cantão de Berna ficaram diante de uma situação política completamente nova.

O terreno doado está localizado na região chamada de Schöngrün.


Se o museu fosse construído naquele local, não seria mais possível que houvesse uma relacção entre o novo museu e o Museu de Arte de Berna.

O Museu de Arte de Berna, por sua vez, ficaria privado de sua principal atracção e importante fonte de renda: a colecção Klee.

Isso gerou uma grande polêmica na capital suíça.

Com as finanças escassas, não restava à cidade e ao cantão de Berna senão a alternativa de aceitarem a oferta e as condições impostas.

Para a realização do projeto, foi criada a Fundação Maurice e Martha Müller, da qual fazem parte as famílias Klee e Müller, o cantão de Berna, a cidade de Berna, o Museu de Arte e a "Comunidade Burguesa" de Berna, remanescência da monarquia bernense.

Uma estrela da arquitetura, sem licitação

Em dezembro de 1998, o projecto do Museu Klee foi confiado a uma estrela da arquitetura mundial, o italiano Renzo Piano.

Embora o responsável pela construção do Centro Pompidou de Paris e pela Fundação Beyeler, na Basiléia, seja mundialmente conhecido como um mestre na sua área.


Um ano mais tarde, Renzo Piano apresentava o seu projecto para o planejado museu: três colinas artificiais em forma de onda, ao lado da auto-estrada, que se abrem em direcção à cidade de Berna. Esta 'escultura em plena paisagem’ deveria representar o elo de ligação entre arte, pesquisa e mediação.


No final de 2000, este projecto foi aprovado na Câmara Municipal e Estadual com apenas sete votos contrários.

No ano seguinte, a população de Berna aprovou o projecto com uma expressiva maioria de 78% dos votos.

Com isso, estava pronto o alicerce financeiro para a construção do Museu Paul Klee.

Aberto ao público

Um ano e meio antes da sua inauguração, o Museu Paul Klee comemorou a construção das três 'colinas de Piano’. A primeira colina foi concluída em Novembro 2004 para abrigar administração do Centro. Logo depois, mudou-se para lá a antiga Fundação Paul Klee, até então com sede no Museu de Arte de Berna.


Com uma história tão singular, o Museu Paul Klee optou por uma inauguração igualmente singular: em 20 de Junho de 2005, pontualmente às nove horas da manhã, o Museu Paul Klee abriu suas portas ao público

Enviado por: Chico C.

3 Comments:

At 21 de junho de 2005 às 09:47, Anonymous Anónimo said...

Ao ler este post lembrei-me do Museu da Fundação António Prates, ali na Avª. da Liberdade.
-Há quantos anos se iniciou a obra?
-Quantos milhares de euros ali já foram enterrados?
-Quantos milhares de euros falta gastar para a obra abrir?

Um "elefante branco" da falta de gestão do Dr. Taveira Pinto.

 
At 21 de junho de 2005 às 10:21, Anonymous Anónimo said...

Isto ainda não abriu?

 
At 21 de junho de 2005 às 10:54, Anonymous Anónimo said...

Eu tambem quando lí isto, pensei logo na Fundação António Prates...
sobretudo na parte da inauguração: aqui em Ponte de Sor, no ano das eleições, à semelhança da zona desportiva, o PS deve fazer a inauguração faseada, para durar mais tempo. 1º a ala norte, depois a ala sul, depois os jardins e por último a chegada do acervo artistico de Anónio Prates que ninnguém conhece.
Tantos milhares de euros circulam fora do que é essencial!...

 

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