quarta-feira, 17 de agosto de 2005

DELPHI EM DIFICULDADES

A multinacional Delphi pode entrar em processo de falência, caso as associações sindicais e a General Motors (GM) não cheguem rapidamente a um acordo que permita reduzir a massa salarial da empresa, bem como os benefícios sociais dos empregados. É que estes benefícios são considerados muito elevados, o que leva a empresa a dizer que não consegue competir nesta conjuntura.

A entrada em processo de falência não significa o encerramento, pois a empresa, que já está em restruturação, poderá continuar e aprofundar esse processo.
Porém, tendo em conta os resultados esperados para o terceiro trimestre deste ano, o caso é grave, pelo que a situação pode levantar algumas dúvidas em relação ao futuro das cinco fábricas portuguesas da empresa, localizadas em Castelo Branco, Linhó, Seixal, Braga, Ponte de Sor e na Guarda.

Nestas fábricas são produzidos airbags, cablagens e sistemas de distribuição (eléctricos e electrónicos) componentes de motores, sistemas de ignição, sensores, telemática, entre outros. Mas nem todas as fábricas produzem os mesmos artigos, pelo que, a serem afectadas, poderiam sê-lo de modo diferente.


in:http://www.reconquista.pt

12 Comments:

At 17 de agosto de 2005 às 15:06, Anonymous Anónimo said...

Isto é mau, muito mau!

 
At 17 de agosto de 2005 às 15:09, Anonymous Anónimo said...

A VERDADE DÓI, DÓI, E VAI DOER CADA VEZ MAIS...

 
At 17 de agosto de 2005 às 15:15, Anonymous Anónimo said...

Ainda a propósito do anonimato

O que talvez mais incomode os renomeados "célebres" é a perda sucessiva do monopólio da opinião publicada, ferozmente adestrada nas últimas décadas pelo poder político oscilante. A descida a terreiro blogoesférico dos gladiadores ofendidos é uma moeda de duas faces. De um lado, defende-se a dama da fama, do prestígio, da "responsabilidade", do "direito natural". Do outro, torna-se vulnerável à dissecção alheia, à crítica objectiva e impiedosa. E é este combate que os supra-citados começam paulatinamente a perder. Não estavam preparados para o desgaste da exposição, para o distanciamento estóico, o abandono dos penachos brancos nos elmos. E agora, num derradeiro esforço, lançam mão da malha de ferro e dos leões que soçobram nas suas catacumbas lúgubres. Injuriam, ameaçam investigar, denunciar, processar, purgar os atrevidos que lhes não fizerem reverência - com a mesma postura altiva de sempre, desde que nasceram das entranhas do poder.

 
At 17 de agosto de 2005 às 15:17, Anonymous Anónimo said...

Anonimatos

Nos últimos dias os blogues anónimos têm sido atacados, por vezes mesmo especificamente este.

A questão não é nova e é mesmo recorrente. Sou dos que, nesta casa, não assina com o nome próprio. Outros fazem-no, e bem, e assinam aqui com o mesmo nome com que fazem a sua vida profissional, escrevem nos jornais e ostentam no Bilhete de Identidade.

Opções pessoais que, parece-me, pouco contendem com o grau de responsabilidade de cada um ou com a acuidade do que se escreve. Sou, felizmente, ilustre desconhecido. Suponhamos que me chamo Alexandre Costa, ou Ricardo Andrade, ou outra coisa qualquer. Assinar aqui com esse nome ou com o meu nome de fantasia fará alguma diferença?

Não o faz certamente quanto ao "normal e saudável exercício da responsabilidade cívica e em alguns casos criminal"

 
At 17 de agosto de 2005 às 16:19, Blogger J said...

É sempre mau quando empregos e direitos adquiridos são postos em causa, nomeadamente por desequilíbrios na administração ou por ainda haver(não haverá sempre?) quem faça o mesmo trabalho (será mesmo igual?) por menos dinheiro, podendo-se assim continuar a aumentar os lucros, como se os lucros fossem tudo!
Mecanismos de segurança social como o subsídio de desemprego, de que alguns têm abusado, não podem então falhar.
Por outro lado, estaria na altura de aumentar a mobilidade do emprego em Portugal!
Quanto ao anonimato, só vejo um inconveniente: é que para fazer coisas que só em equipa podem ser feitas ou que só em parceria ficam melhor feitas temos de nos conhecer, e, mesmo só através da Internet podemos conhecer-nos muito mais.

 
At 18 de agosto de 2005 às 03:27, Anonymous Anónimo said...

O que o irr quis dizer quanto ao anonimato é que as tecnologias ainda vão demorar muito a reflectir a realidade. Aqui, no pc, não existe nenhuma relação humana entre o leitor e o escritor. Não há, propriamente, comunicação. Para isso existem campanhas eleitorais...e é aí que se devem procurar respostas.

Fazem ideia de quem é o verdadeiro e genuíno "patrão" da delphi?? Descobram. Ou tornem a empresa democrática. Façam camapanha eleitoral. Misturem o privado e o publico. No mínimo, chefes e trabalhadores em dialogo. As leis felizmente estipulam o direito há justiça e há democracia. Os valores sociais aceitam o respeito e o diálogo. A burocracia oferece-nos os contratos, o voto, e a união sindical/partidária. Aja-se.

 
At 18 de agosto de 2005 às 08:11, Anonymous Anónimo said...

Em baixo artigo publicado no "Autobeat daily":


DELPHI “STEADILY HOPEFUL” OF AVOIDING BANKRUPTCY.
CEO Steve Miller says Delphi Corp. has
enough time—about two months—to find an “orderly”
solution to its financial problems short of filing for Chapter
11 bankruptcy protection.
Miller says the crux of Delphi’s problems are the 30,000
hourly workers—about 16% of its global workforce—it
inherited from General Motors Corp. Workers in that group
currently cost the company $65 or more per hour each.
That rate, he notes, is about twice the cost of workers at
competitive U.S. suppliers—including those represented at
those companies by the UAW.
Even so, Miller says some Delphi plants won’t be able
to compete successfully even if labor costs come down. He
acknowledges Delphi eventually may shut down plants
whose products lack sufficient technological advantage.
Miller says Delphi, GM and the UAW are in daily
contact as they look for a way to avoid a Delphi bankruptcy
filing. Delphi’s informal deadline for avoiding that option is Oct. 17, the day America’s bankruptcy laws
undergo their biggest change in 30 years. Miller says
many of the modifications are technical in nature and will
require court interpretation.
Thus, he says, Delphi wants to avoid uncertainty by
either reaching agreement with GM and the UAW or filing
for Chapter 11 before that date.

 
At 18 de agosto de 2005 às 11:37, Anonymous Anónimo said...

Direitos, Liberdade e Garantias dos Anónimos

Não julgo que seja sequer polémico, do ponto de vista jurídico, que o direito geral de personalidade comporta um verdadeiro “direito ao anonimato” nas intervenções no espaço público, se for essa a legítima intenção do titular. Ou que o exercício da liberdade de expressão – sem qualquer abuso da dita – em muitos casos pressupõe o recurso ao anonimato para poder ser efectivamente posto em prática. Ou que existirão incontáveis razões de legitimidade indiscutível, para que alguém opte pelo recurso ao anonimato no espaço público (ex. evitar confusões entre opiniões pessoais e instituições a que se esteja ligado, evitar formas de conquista de notoriedade deontologicamente discutíveis face às normas de certas profissões, ...).

Por isso, o recurso ao anonimato / nickname, é opção que não só não deve ser excluída ou contestada, a priori, como – é preciso dizê-lo com clareza - corresponde ao exercício de um direito. Será, até, uma violação desse direito – e como tal geradora de responsabilidade – por ex. a divulgação não autorizada da identidade de um blogger anónimo, sem qualquer fundamento que legalmente o justifique.

Também no plano ético nada obsta à ocultação da identidade, desde que ela não sirva para a prossecução de fins reprováveis ou para tentativa de desresponsabilização do autor pelos seus actos.

O que é legal e eticamente vedado é a prática de ilícitos, civis e/ou criminais, nas intervenções no espaço público - sejam elas anónimas ou não.

O anonimato – mas não só o anonimato – pode dificultar a investigação, prova ou sancionamento desses ilícitos? Pode. Como inúmeras outras circunstâncias também podem, em especial na internet. Mas não é impedimento absoluto e isso não pode servir para pôr em causa o direito dos que querem intervir anonimamente sem incorrer em qualquer ilícito.

Critiquem-se / sancionem-se as condutas que o mereçam. Não se invente uma capitis diminutio para quem, sem violar quaisquer direitos de outrém, legitimamente não quer, ou não pode, ou não deve, assumir a sua identidade civil na blogosfera.

Aliás, a recorrente fobia com a identidade dos bloggers anónimos insuspeitos da prática de ilícitos, parece não passar, em geral, de retórica de vencidos, ou tentação de inquisidores, ou voyeurismo puro e simples.

As opiniões devem ser julgadas pela sua valia intrínseca, independentemente da identidade de quem as emite. Ponto final.

Só aqueles que não têm factos ou argumentos para contrapôr se preocupam em aduzir questões pessoais, numa tentativa desesperada para desvalorizar as opiniões do contraditor (como lamentavelmente se constatou, uma vez mais, em certos debates recentes) - é a retórica dos vencidos.

Há também os aprendizes de inquisidor, que querem simplesmente calar vozes incómodas, sabendo que as boas razões que ditaram a sua opção, legítima, pelo anonimato, ditarão o seu afastamento do espaço público, se aquele fôr comprometido.

O resto, parece ser voyeurismo, que nada justifica e só qualifica quem insiste em o praticar.

 
At 19 de agosto de 2005 às 12:49, Anonymous Anónimo said...

Director-Geral da Delphi confirma a notícia do Reconquista, e adianta…
”Fábrica albicastrense garantida”








A fábrica da Delphi em Castelo Branco está a produzir equipamentos para máquinas agrícolas e industriais, bem como para automóveis de topo como a Porsche ou a Ferrari, e pertence à divisão europeia da companhia, pelo que não será afectada pelas graves dificuldades que a multinacional atravessa nos Estados Unidos.





O director-geral de Delphi Packard Portugal, Jorge Santos, considera que as dificuldades atravessadas pela empresa nos Estados Unidos, de que Reconquista deu contas na semana passada, não deverão prejudicar a componente europeia da companhia, nem a fábrica de Castelo Branco, cuja continuidade garante, explicando também que a unidade albicastrense está a diversificar os sectores de actividade, pelo que já não trabalha apenas para o mercado automóvel de grande volume.

“Não prevejo nenhuma alteração em termos de emprego na fábrica de Castelo Branco”, refere Jorge Santos, segundo o qual aquela unidade tem neste momento 773 trabalhadores e está a produzir equipamentos eléctricos e electrónicos para automóveis com grande produção, mas também para máquinas agrícolas, máquinas industriais e ainda linhas automóveis de baixo volume, designadamente para os grupos PSA, Porsche e Ferrari.

Deste modo, o director-geral adianta novos pormenores a notícia avançada pelo Reconquista na semana passada, onde se dava conta dos graves problemas que a empresa está a atravessar nos Estados Unidos, em virtude da elevada massa salarial e dos benefícios financeiros a que os trabalhadores têm direito. A situação é tão grave que o director executivo admitiu a entrada em processo de recuperação de empresas caso não chegue a acordo com os principais sindicatos e com a General Motors, companhia de onde transitaram empregados e benefícios quando a Delphi se autonomizou daquele grupo, há seis anos atrás.

“É importante perceber que a Delphi Europa não depende financeiramente da Delphi Estados Unidos para suportar as suas operações e o seu desenvolvimento no continente europeu. São entidades legais distintas”, refere aquele responsável, que destaca a existência de dois ambientes diferentes na leitura dos resultados do segundo trimestre: “Por um lado estão os grandes desafios que se estão a colocar ao nível dos Estados Unidos, que é preciso resolver. Por outro, está as possibilidades das outras regiões, nomeadamente da Europa, de um crescimento significativo e sustentado”.

Diversificação está a resultar Jorge Santos admite que “os Estados Unidos estão a passar por dificuldades sérias, tal como o Reconquista explicou, pelo que se procuram acordos entre a GM, os sindicatos e a Delphi”, mas esclarece que “a Delphi Europa tem margens operacionais consistentes, tem um cash flow positivo e devidamente auto-sustentado”. Em sua opinião, esta performance resulta do aumento de clientes e da diversificação de produtos, que visam “ampliar a liderança no sector automóvel, além de entrar em sectores novos e diferentes”.

Neste processo de ampliação dos sectores de actividade, aquele responsável explica que “a Delphi Europa tem recursos técnicos, financeiros e humanos em entidades legais distintas situadas em diferentes países europeus, sendo Portugal um deles”. Ao mesmo tempo, adianta que o facto da Delphi ter vendido mais de 50 por cento para clientes extra General Motors é “positivo, pois permite que a dependência da GM não seja tão elevada como foi no passado recente”. É que, só no segundo trimestre de 2005, as encomendas da GM à Delphi registaram uma quebra de 18 por cento.

Por este conjunto de razões, Jorge Santos considera “não se prevê que os problemas vividos nos Estados Unidos tenham qualquer impacto na Europa e, consequentemente, sobre Portugal”. De caminho, tal como Reconquista adiantou na semana passada, explica que a empresa só será reestruturada através de um processo de falência se não chegar a acordo com a GM e com os sindicatos.

Apesar de falar assim, considera que é necessário manter e reforçar algumas práticas que a Delphi aplica em termos de organização do trabalho: “A equipa Delphi está bem treinada e apta a vencer desafios, pelo que cada membro que a integra deve focar a sua atenção nas suas responsabilidades, no sentido de proporcionarmos um elevado padrão de qualidade e conseguir níveis excelentes em termos de satisfação dos clientes. Esse será o caminho para que a empresa seja sempre economicamente rentável”.

Castelo Branco na parte rentável Com estas declarações, Jorge Santos esclarece a situação da fábrica de Castelo Branco, o que não foi possível fazer na semana passada, apesar da insistência do Reconquista, em virtude do director-geral se encontrar em férias. Confirma também que a fábrica albicastrense integra a Packard, ou seja, a divisão da Delphi que se dedica à produção de equipamentos eléctricos e electrónicos, a única divisão que deu lucro, em termos mundiais, no segundo trimestre deste ano.

E embora nem todas as fábricas que a companhia tem em Portugal pertençam à divisão Packard, Jorge Santos considera que devem ser mantidos os cerca de 2900 postos de trabalho que a multinacional tem em Portugal, estando Castelo Branco numa posição confortável, pois “a fábrica foi considerada, em diferentes ocasiões, como a melhor do grupo em termos mundiais”.

Essa posição advém das potencialidades da equipa, que se adaptou facilmente à produção para o ramo não automóvel e para o ramo automóvel de gama baixa. “Nos sectores das máquinas agrícolas e das máquinas industriais trabalhamos com alguns dos principais construtores do mundo, o que nos obriga a exportar para os Estados Unidos e outros países”.

Esta adaptação da fábrica de Castelo Branco resulta “do plano estratégico de diversificação dos sectores dentro da Delphi Packard, o qual Portugal está a cumprir”, o que explica também o facto da unidade albicastrense estar a produzir equipamentos para “clientes de renome e de reconhecido mérito, alguns dos quais apenas necessitam apenas cerca de 20 unidades por dia, mas que prestigiam a Delphi Packard Portugal”, conclui.

Vitor Tomé

 
At 22 de agosto de 2005 às 10:29, Anonymous Anónimo said...

A maior fabricante de equipamento automóvel do mundo deixou hoje aberta pela primeira vez a possubilidade de declarar a bancarrota das suas actividades na América do Norte, cas as negociações com os sindicatos e a General Motors não chegarem a uma diminuição dos seus custos sociais.

Segundo um comunicado emitido pela Delphi, caso as negociações "não chegarem a um plano de reestruturação dos nossos custos sociais herdados da General Motors, e por consequência, à diminuilão dos custos da nossa produção nos Estados Unidos, nós estudaremos alternativas, incluindo a colocação das nossas actividades na América do Norte sob a protecção da Lei de Falências ('Chapter 11').

Para os peritos, a empresa já não consegue fazer face aos custos das despesas sociais dos seus empregados, ao passo que a sua antiga casa-mãe General Motors (GM) havia reduzido a sua produção para poder fazer face à crise que atravessa.

O documento da Delphi adianta ainda que a firma espera, deste modo, preservar "o valor da empresa e prosseguir o plano de reestruturação".

Esta possível falência era já uma possibilidade esperada pelos mercados, depois da Delphi ter anunciado na sexta-feira que tinha utilizado a maior parte (1,5 mil milhões de dólares) do seu crédito permanente de 1,8 mil milhões de dólares para financiar as suas actividades, durante as negociações com os sindicatos e a GM.

A Delhpi adiantou ainda ter registado no segundo trimestre de 2005 um prejuízo de 338 milhões de dólares, contra o lucro de 143 milhões de dólares obtido no período homólogo do ano passado.

 
At 22 de agosto de 2005 às 10:30, Anonymous Anónimo said...

A possível falência da multinacional preocupa os responsáveis em Portugal. Em ano e meio, a Delphi dispensou 2 mil trabalhadores.

A crise financeira na multinacional norte-americana de componentes automóveis Delphi nos Estados Unidos ameaça a sobrevivência das fábricas do grupo em Portugal, três das quais têm vindo, nos últimos meses, a assistir a uma redução do número de trabalhadores, um cenário que se deverá manter até ao final do ano. “Não vejo forma de alterar esta situação”, afirmou ao Diário Económico Manuel Pacheco, director de recursos humanos da Delphi em Portugal, escusando-se a antecipar previsões para o próximo ano.

A situação mais crítica vive-se na fábrica do Linhó, em Sintra, que nos últimos 18 meses perdeu cerca de metade da sua força produtiva. Actualmente, a unidade, dedicada à produção de cablagens para automóveis, emprega cerca de 500 trabalhadores, 50% dos quais são trabalhadores temporários, adiantou ao DE sindical. Segundo Manuel Pacheco, houve de facto necessidade de efectuar um ajustamento do número de trabalhadores às encomendas, que têm vindo a diminuir. Só em ano e meio, a Delphi, na totalidades das seis fábricas, dispensou 2 mil trabalhadores.

“Até 2003 conseguimos manter actividade, quando toda a indústria automóvel já dava sinais de fraqueza, mas a partir de 2004 houve um decréscimo acentuado e fomos obrigados a fazer ajustamentos”, em especial na fábrica do Linhó, mas também na Guarda e em Castelo Branco, adiantou. Em contrapartida, as restantes fábricas do grupo têm-se mantido estáveis.

O maior fabricante de equipamento automóvel do mundo está a estudar a possibilidade de declarar falência das suas actividades na América do Norte caso não cheguem a acordo com os sindicatos e a antiga casa-mãe, a General Motors, para a diminuição dos seus custos sociais. Já no início desta semana, o presidente-executivo da multinacional, Steve Miller avançou com a hipótese de vir a fechar fábricas nos EUA.

No entanto, o responsável sublinha que não existe uma relação directa entre a situação da Delphi nos EUA e na Europa, que é financeiramente independente. Porém, parte substancial da inovação e desenvolvimento de produtos é feita nos EUA.

Independentemente da evolução da situação nos EUA, as fábricas em Portugal permanecem com um futuro incerto. A par da instabilidade do sector automóvel, fortemente pressionado pela subida do preço das matérias primas e petróleo e pela quebra acentuada das encomendas, Portugal vê-se confrontado com a perda competitividade do sector das cablagens fortemente abalado pela deslocalização.

Actualmente, a filial portuguesa emprega cerca de 5.500 trabalhadores no conjunto das seis unidades produção em diversas áreas – cablagens no caso das fábricas do Linhó, Castelo Branco e Guarda, “airbags” e volantes em Ponte de Sor, sistemas de ignição e componentes de motores no Seixal e auto-rádios em Braga.

Os sindicatos afectos ao sector já solicitaram reuniões com a administração da empresa e o Governo que deverão decorrer ns próximas semanas.

Perda de contrato com a Audi encerra fábrica de Carnaxide
Em Outubro de 2002, a multinacional norte-americana Delphi Automotive anunciava o encerramento da unidade de Carnaxide, dedicada à produção de cablagens, deixando no desemprego cerca de 465 trabalhadores. A decisão de encerrar a primeira fábrica do grupo a instalar-se em Portugal decorreu da perda de um cliente, a Audi, para um concorrente, que por si só assegurava 93% da actividade daquela unidade. Nessa altura, alguns trabalhadores foram transferidos para a fábrica do Linhó, a única, do conjunto de seis fábricas do grupo, que laborava num ciclo ascendente, com o aumento das encomendas. Meses antes, o então responsável máximo do grupo, Jorge Cardoso, havia deixado alguns alertas no sentido do aumento da flexibilidade laboral. Nessa mesma altura, em finais de 2001, o administrador-delegado do grupo garantia ainda que as fábricas em Portugal não faziam parte da lista de encerramentos, previstos na reestruturação internacional anunciada. Porém, o administrador não deu garantias quanto ao futuro das fábricas sobretudo se não fossem postas em prática alterações laborais que aumentassem a competitividade da produção em Portugal. Por seu lado, os sindicatos acusaram a multinacional de estar a adoptar uma estratégia de deslocalização para países como a Polónia e a Tunísia, recordando as garantias dadas meses antes pela Delphi quanto à sua permanência.

Aquisição da fábrica da Grundig reforça aposta em Portugal
Um ano após o encerramento da fábrica da Delphi em Carnaxide, a multinacional norte-americana de componentes automóveis voltou a reforçar a sua presença em Portugal com a compra da fábrica da Grundig Car Intermedia System, em Braga. A aquisição, por 58 milhões de euros, que incluía três milhões de dívida líquida, tinha como objectivo aumentar a posição do grupo junto dos clientes europeus. A unidade de Braga, onde está localizada a produção de sistemas audio, dispositivos de telemática e de entretenimento para automóveis, foi incorporada na Delphi Delco Electronic System, e toda a linha de produtos passou a ser designada por Delphi Grundig, como forma de manter o valor da marca. Segundo Volker Barth, o então vice-presidente do grupo, adiantava que a aquisição da fábrica de Braga serviria para “reforçar a aposta no segmento de mercado de entretenimento, como chave para a expansão da fábrica na Europa”. Nessa ocasião, o responsável acrescentou ainda que as seis fábricas da Delphi em Portugal deveriam ser mantidas beneficiando da combinação de “um custo de mão-de-obra razoável, com boa qualificação dos trabalhadores”. O negócio garantiu a continuidade dos postos de trabalho dos cerca de 700 trabalhadores da fábrica da Grundig. Actualmente, a fábrica mantém um bom desempenho e conta com os mesmos 700 trabalhadores.

Transferência de Lisboa para Braga

Encerramento de Carnaxide
Em Outubro de 2002, a Delphi anucniou o encerramento da sua unidade de Carnaxide, deixando no desemprego 465 trabalhadores.


Compra da fábrica da Grundig
Em 2003, após vários meses de negociações, os norte-americanos compram a fábrica da Grundig em Braga aos alemães. O negócio, sem valores revelados, permite a manutenção de de 700 trabalhadores. A unidade fabril produz auto-rádios.


Perspectivas
Actualmente, a fábrica da Delphi em Braga mantém uma situação estável, estando mesmo entre as mais bem cotadas no grupo a nível mundial. Até ao momento, a unidade favril mantém os mesmos 700 trabalhadores.

 
At 22 de agosto de 2005 às 10:31, Anonymous Anónimo said...

Apanhada entre a ameaça de falência da casa-mãe norte-americana e a falta de encomendas em Portugal, a Delphi, que opera seis fábricas de componentes para automóveis no território nacional, está em risco de encerrar unidades.

É mais um sinal da crise do ‘cluster’ automóvel nacional, à medida que o monovolume produzido na Autoeuropa se aproxima do final do ciclo de vida.

 

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