segunda-feira, 28 de novembro de 2005

NESSE TEMPO ÉRAMOS TODOS CATÓLICOS!!!

CRUXIFIXOS




Cresci a ver Cristo crucificado na parede da escola primária mais um Salazar que nos crucificava a todos e não sou nem mais, nem menos católico por isso.
Nesse tempo éramos todos católicos, um povo maioritariamente católico como diz, com oportunidade e oportunismo, Cavaco Silva, o candidato da Nação. E é desse tempo que ficou o hábito de o crucifixo ser uma presença obrigatória na parede das salas de aula.
Se não éramos católicos confessos, éramos estatisticamente católicos, e se não fossemos católicos, seríamos quase clandestinos, mesmo se fossemos cristãos.

Os crucifixos das paredes das escolas não são uma manifestação colectiva de fé, são uma herança de um passado em que a Igreja Católico, a troco do quase exclusivo da evangelização de Portugal e do seu vasto império, colaborou com o regime e permitiu que este usasse o catolicismo como uma das suas afirmações ideológicas, como a benção da ditadura.

Retirar um crucifixo da parede de uma sala de aula só em mentes muito mesquinhas pode ser entendido como uma ofensa ao catolicismo dos portugueses, trata-se de gente que ainda sonha com a evangelização forçada.
No mesmo país onde muitos bispos não permitem que nas suas dioceses as crianças não seja baptizadas porque os pais não são casados pela Igreja, são mesmos bispos fundamentalistas que querem impor os símbolos religiosos aos que não partilham da sua fé.
São os mesmos que em tempos ainda defendiam a obrigatoriedade das aulas de religião e moral ou que em muitos domínio consideram que a lei penal deve ser o equivalente a uma sharia católica.

Só confunde catolicismo com imposição dos valores do catolicismo, o que não percebem que a religião deve ser a emanação da liberdade e não um subproduto da ditadura.

JUM

12 Comments:

At 28 de novembro de 2005 às 15:09, Anonymous Anónimo said...

A IGREJA CATÓLICA E OS CRUCIFIXOS


Os cristãos podem usar crucifixos ao pescoço, pendurados no espelho retrovisor do automóvel, colocados nas paredes das salas ou pousados nas mesas de cabeceira, para não referir os milhares de crucifixos com que nos cruzamos por todo o lado ou o Cristo-Rei que nos protege, sejamos ou não cristão, e que nos lembra que durante décadas Deus e Pátria fundiam-se num único símbolo da Nação. A irritação da Igreja Católica com a retirada dos crucifixos das escolas é pura hipocrisia, a não ser no sentido em que estes servem para impor as suas convicções ao que as não partilham

 
At 28 de novembro de 2005 às 15:10, Anonymous Anónimo said...

O PRIMEIRO ERRO GRAVE DE CAVACO

Cavaco Silva não resistiu à tentação de ganhar alguns votos à custa da decisão do governo de retirar os crucifixos das escolas, apressando-se a mostrar a sua admiração ou melhor, a indignação mal disfarçada.
Esta recaída oportunista foi desnecessária, o fundamentalismo religioso, que em Portugal anda de mão dada com os resíduos da ditadura de Salazar e Cerejeira, são o seu eleitorado mais firme, aliás, o grande trunfo de Cavaco é preencher todos os requisitos que a extrema-direita envergonhada mais aprecia.
Foi o primeiro erro grave de Cavaco Silva.

 
At 28 de novembro de 2005 às 16:56, Anonymous Anónimo said...

Em nome não só da preciosa liberdade, como da universalidade, verdadeira religião, apreciado e apoiado!
E, bem me lembro, foi quando, já lá vão uns anitos, viu o católico Guterres a passar-lhe à frente, que Cavaco disse que também era cristão. Mas, a verdade é que nem à força (que o diabo seja cego, surdo e mudo...)os cristãos conseguiram converter budistas, islamitas (que também não conseguiram converter os cristãos), etc. E, neste momento, que o adversário é "laico", vemos que Cavaco só soube dizer o mesmo!

Joaquim

 
At 29 de novembro de 2005 às 01:30, Anonymous Anónimo said...

O NOSSO MAIOR CRUCIFIXO:




REVISTA “GRANDE REPORTAGEM”
Joaquim Vieira
(publicados nas revistas de 3, 10, 17, 24 de Setembro e 1 de Outubro de 2005)

Joaquim Vieira foi despedido da Revista, da qual era director, na última semana de Outubro



O POLVO (1)

Com Soares, já não há moral para criticar Ferreira Torres, Isaltino, Valentim ou Felgueiras.

Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta distingue esta candidatura de Mário Soares a Belém das anteriores: surge após a edição de Contos Proibidos – Memórias de Um PS Desconhecido, do seu ex-companheiro de partido Rui Mateus. O livro, que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial, veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de Soares e foi ignorado pelos poderes da República. Em síntese, que diz Mateus? Que, após ganhar as primeiras presidenciais, em 1986, Soares fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a usar os fundos financeiros remanescentes da campanha. Que a esse grupo competia canalizar apoios monetários antes dirigidos ao PS, tanto mais que Soares detestava quem lhe sucedeu no partido, Vítor Constâncio (um anti-soarista), e procurava uma dócil alternativa a essa liderança. Que um dos objectivos da recolha de dinheiros era financiar a reeleição de Soares. Que, não podendo presidir ao grupo por razões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse amiúde com eles para orientar a estratégia das empresas, tanto em Belém como nas suas residências particulares. Que, no exercício do seu «magistério de influência» (palavras suas, noutro contexto), convocou alguns magnatas internacionais – Rupert Murdoch, Silvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho – para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal. Note-se que o «Presidente de todos os portugueses» não convidou os empresários a investir na economia nacional, mas apenas no seu grupo, apesar de os contribuintes suportarem despesas da estada. Que moral tem um país para criticar Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro ou Fátima Felgueiras se acha normal uma candidatura presidencial manchada por estas revelações? E que foi feito dos negócios do Presidente Soares? Pela relevância do tema, ficará para próximo desenvolvimento.


O POLVO (2)

A ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem.

A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente (ver esta coluna na anterior GR) foi sedeada na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais António Almeida Santos, eterna ponte entre política e vida económica, Carlos Melancia, seu ex-ministro, e o próprio filho, João. A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação de Relações Internacionais (subtraída por Soares à influência do PS após abandonar a sua liderança), as quais eram do Presidente mas de que fizera o outro fiel depositário na sua permanência em Belém – relata Mateus em Contos Proibidos. Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro no grupo empresarial. Diz Mateus que o Presidente queria investir nos media: daí o convite inicial para Silvio Berlusconi (o grande senhor da TV italiana, mas ainda longe de conquistar o governo) visitar Belém. Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento. Soares tentou então a sorte com Rupert Murdoch, que chegou a Lisboa munido de um memorando interno sobre a sua associação a «amigos íntimos e apoiantes do Presidente Soares», com vista a «garantir o controlo de interesses nos media favoráveis ao Presidente Soares e, assumimos, apoiar a sua reeleição». Interpôs-se porém outro magnata, Robert Maxwell, arqui-rival de Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas. Soares daria ordem para se fazer o negócio com este. O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais. Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu «mensalão». Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em Portugal, com a adesão à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção. Mas a ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem. Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares. O então Presidente ficaria aliás nervoso com a entrada em cena das autoridades judiciais – episódio a merecer análise própria.


O POLVO (3)

A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco após a sua eleição (ver esta coluna na anterior GR) e, segundo Rui Mateus em Contos Proibidos, contava «com muitas dezenas de milhares de contos ‘oferecidos’ por [Robert] Maxwell (...), consideráveis verbas oriundas do ‘ex-MASP’ e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos». Ao nomear governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território administração pública e negócios privados. Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a promessa de fabulosas receitas publicitárias. Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como «um dos grandes vigaristas internacionais», recua. O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa. O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado – tal como há semanas sucedeu noutro contexto a Manuel Alegre. Mas antes resiste, recusando devolver as acções e emperrando a reformulação do negócio. E, quando uma empresa alemã reclama por não ter contrapartida dos 50 mil contos (250 mil euros) pagos para obter um contrato na construção do novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio de um fax a Melancia exigindo a devolução da verba. O governador cala-se. Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala. Então Mateus dá o documento a O Independente, daqui nascendo o «escândalo do fax de Macau». Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de urgência a Lisboa Almeida Santos (membro da sua comitiva) para minimizar os estragos. Mas o processo é inevitável. Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores. Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de «dádiva política») não se destinou de facto a Melancia mas «à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse». Quem devia, afinal, ser réu?


O POLVO (4)

Ao investigar o caso de corrupção na base do «fax de Macau» (ver esta coluna na anterior edição), o Ministério Público entreviu a dimensão da rede de negócios então dirigida pelo presidente Soares desde Belém. A investigação foi encabeçada por António Rodrigues Maximiano, procurador-geral adjunto da República, que a dada altura se confrontou com a eventualidade de inquirir o próprio Soares. Questão demasiado sensível, que Maximiano colocou ao então procurador-geral da República, Narciso da Cunha Rodrigues. Dar esse passo era abrir a caixa de Pandora, implicando uma investigação ao financiamento dos partidos políticos, não só do PS mas também do PSD – há quase uma década repartindo os governos entre si. A previsão era catastrófica: operação «mãos limpas» à italiana, colapso do regime, república dos juízes. Cunha Rodrigues, envolvido em conciliábulos com Soares em Belém, optou pela versão mínima: deixar de fora o Presidente e limitar o caso a apurar se o governador de Macau, Carlos Melancia, recebera um suborno de 250 mil euros. Entretanto, já Robert Maxwell abandonara a parceria com o grupo empresarial de Soares, explicando a decisão em carta ao próprio Presidente. Mas logo a seguir surge Stanley Ho a querer associar-se ao grupo soarista, intenção que, segundo relata Rui Mateus em Contos Proibidos, o magnata dos casinos de Macau lhe comunica «após consulta ao Presidente da República, que ele sintomaticamente apelida de boss». Só que Mateus cai em desgraça, e Ho negociará o seu apoio com o próprio Soares, durante uma «presidência aberta» que este efectua na Guarda. Acrescenta Mateus no livro que o grupo de Soares queria ligar-se a Ho e à Interfina (uma empresa portuguesa arregimentada por Almeida Santos) no gigantesco projecto de assoreamento e desenvolvimento urbanístico da baía da Praia Grande, em Macau, lançado ainda por Melancia, e onde estavam «previstos lucros de alguns milhões de contos». Com estas operações, esclarece ainda Mateus, o presidente fortalecia uma nova instituição: a Fundação Mário Soares. Inverosímil? Nada foi desmentido pelos envolvidos, nem nunca será.


O POLVO (CONCLUSÃO)

O anúncio da recandidatura de Soares veio acordar velhos fantasmas

As revelações de Rui Mateus sobre os negócios do Presidente Soares, em Contos Proibidos (ver anteriores edições desta coluna), tiveram impacto político nulo e nenhuns efeitos. Em vez de investigar práticas porventura ilícitas de um chefe de Estado, os jornalistas preferiram crucificar o autor pela «traição» a Soares (uma tese académica elaborada depois por Edite Estrela, ex-assessora de imprensa em Belém, revelou as estratégias de sedução do Presidente sobre uma comunicação social que sempre o tratou com indulgência). Da parte dos soaristas, imperou a lei do silêncio: comentar o tema era dar o flanco a uma fragilidade imprevisível. Quando o livro saiu, a RTP procurou um dos visados para um frente-a-frente com Mateus – todos recusaram. A omertà mantém-se: o desejo dos apoiantes de Soares é varrer para debaixo do tapete esta história (i)moral da III República, e o próprio, se interrogado sobre o assunto, dirá que não fala sobre minudências, mas sobre os grandes problemas da nação. Com a questão esquecida, Soares terminaria em glória uma histórica carreira pública, mas o anúncio da sua recandidatura veio acordar velhos fantasmas. O mandatário, Vasco Vieira de Almeida, foi o autor do acordo entre a Emaudio e Robert Maxwell. Na cerimónia do Altis, viam-se figuras centrais dos negócios soaristas, como Almeida Santos ou Ilídio Pinho, que o Presidente fizera aliar a Maxwell. Dos notáveis próximos da candidatura do «pai da pátria», há também homens da administração de Macau sob tutela de Soares, como António Vitorino e Jorge Coelho, actuais eminências pardas do PS, ou Carlos Monjardino, conselheiro para a gestão dos fundos soaristas e presidente de uma fundação formada com dinheiros de Stanley Ho. Outros ex- «macaenses» influentes são o ministro da Justiça, Alberto Costa, que, como director do Gabinete de Justiça do território, interveio para minorar os estragos de um caso judicial que destapou as ligações entre o soarismo e a Emaudio, ou o presidente da CGD por nomeação de Sócrates, Santos Ferreira, que o governador Melancia pôs à frente das obras do aeroporto de Macau. Será o polvo apenas uma bela teoria da conspiração?

 
At 29 de novembro de 2005 às 01:34, Anonymous Anónimo said...

Joaquim Vieira foi despedido da Revista, da qual era director, na última semana de Outubro


O jornalista João de Mendia foi convidado a terminar a sua colaboração no Diário de Notícias. Foi despedido!


Divulguem!!!!


"Dr. Mário Soares "Desapareça"


A auréola de democrata que erradamente se insiste em atribuir ao Dr. Mário Soares tem sido contraditada pela sua própria conduta pública.
Mas agora, velho, incontinente verbal a dizer o que dantes o coarctava a ambição e a evidenciar a sua verdadeira natureza, aí o têm a recandidatar-se a presidente da República.

No que diz respeito ao Ultramar português, Soares esforçou-se de forma empenhada para que o processo se passasse como se passou. Contrariamente ao que diz e à fama que se auto-atribui.

Em tempos de PREC, o Dr. Soares cativava inocentes com promessas de consultas populares, a serem feitas cá, e lá, mas a verdadeira intenção era não perguntar nada a ninguém e entregar todo o nosso território ultramarino, a elementos directissimamente ligados ao estalinismo soviético. Soares executou, objectivando-o, um desiderato do Partido Comunista. É assim deste personagem a responsabilidade pelo que considero ter sido, e ser ainda, a maior catástrofe nacional a destruição, traiçoeira e vil, de um ideal eminentemente português e a sequente, horrorosa e previsível mortandade que se seguiu.












A gravidade deste horror indescritível vem ainda do facto de nunca ninguém ter investido Soares de poderes para dispor de território nacional. Nem mesmo isso seria jamais possível, por muito que invoque a legalidade revolucionária (que substancialmente não foi legalidade alguma, por se ter traduzido naquilo em que se traduziu destruição de Portugal).
A partir daqui, o que se passou é da enorme responsabilidade de uma pessoa imputável há 81 anos e que dá pelo nome de Mário Soares. A "descolonização exemplar" foi "exemplarmente" criminosa, e é imperdoável, tendo em vista a sua enorme gravidade.


Na nossa entrada na CEE o género continua. Depois de consultar técnicos, por si escolhidos, e aqueles o terem esclarecido de que não seria naquela altura, nem por aquele processo, que deveríamos entrar na então CEE, Soares, à revelia de tudo e de todos, comprometeu-se com Bruxelas e "implorou" que nos aceitassem. Segue-se a cedência de tudo a todos e o desprezo olímpico pelos pareceres que iam no sentido oposto.

Para defesa do indefensável, Soares não se cansa de nos tentar convencer de que não haveria alternativas. Só que havia. E várias. A que escolheu era a pior. Todas eram melhores, incluindo a entrada na CEE, mas bem negociada.

Soares, com o maior dos desaforos tem assumido atitudes quase majestáticas, como se tudo lhe fosse devido, reivindicando "direitos" que o têm colocado em ridículos patamares, como que a cobrar-se por uma resistência que está longe de ser a tal desgraça de que se queixa. Só que o que se deveria passar seria exactamente o contrário. Por razões de gravidade infinitamente menor das que vêm descritas em documentação vastíssima, e não desmentida, como na de Rui Mateus, entre outra, e pelo que está gravado na memória de centenas de milhares de espoliados do Ultramar, até o Ministério Público já, de alguma forma, se pronunciou.

Havendo mesmo um notável parecer do Prof. Cavaleiro Ferreira, eminente penalista, que por completo esclarece a situação. Mas o Dr. Soares, estranha, presumida e humilhantemente para todos, arroga-se o direito de ter direitos que ninguém mais tem.












Mário Soares está ainda longe de ter sido o responsável, como se diz, por vivermos neste simulacro de democracia. O que se passou foi que, no segundo 1.º de Maio depois de 74, quando Soares se pretendia juntar aos comunistas, foi por estes rejeitado. Só mais tarde, e por ter percebido que se não se afastasse do PC teria a sorte que tiveram as dezenas de centros regionais daquele partido, que foi terem ido pelo ar na sequência de reacções populares, aproveitou para inventar o chamado socialismo democrático, que nunca ninguém percebeu muito bem o que é, mas que é do que tem vivido até agora.


Soares, como governante, foi ainda pouco menos que uma nulidade.

Nos Governos Provisórios foi o desastre que se sabe. Em 1978 foi demitido pelo General Eanes por má governação. Em 1983-85 frustrou completamente os acordos de coligação com o PSD, que permitiriam a Portugal desenvolver-se e modernizar a economia. Em 1983-85, com Soares no poder, a inflação chegou a uns impensáveis 24% e o défice desses governos alcançou a vergonhosa marca de 12%! O País estava quase sufocado pela dívida externa e viveu, até essa data (1985), praticamente com as estruturas do Estado Novo e com empréstimos do FMI.

Tudo por culpa da teimosia do Dr. Soares que, obstinadamente, se recusava a rever a Constituição que permitiria uma liberalização da nossa economia. Facto este que estava previsto nos acordos de coligação entre o PS e o PSD em 1983. O radicalismo de esquerda, no Verão Quente, foi, mais uma vez, bem mais da responsabilidade de Mário Soares do que do PC, realidade que está na base do estado actual de Portugal.

Por todas estas, e por muitas outras razões, Mário Soares é a figura política que mais e mais gravemente prejudicou Portugal em toda a sua existência. Outros terão tentado, como Afonso Costa, mas, graças a Deus, não conseguiram. Mário Soares conseguiu.


Assim, e usando a expressão que ele próprio usou com um GNR que o servia, exijo-lhe

Dr. Mário Soares, deixe-nos em paz. Desapareça.

jmportugal@hotmail.com
João de Mendia

 
At 29 de novembro de 2005 às 09:01, Anonymous Anónimo said...

Não percebo a polémica em torno da questão do crucifixo nas escolas. No estado em que as coisas estão devia era ser a Igreja Católica a solicitar a remoção dos mesmos, por manifesto sacrilégio e utilização indevida.
Dito isto, parece óbvio que o Governo, pouco imaginativo, procura a todo o custo encontrar novos temas 'fracturantes' com que possa encher a agenda política e assim desviar as atenções do país da crise.

 
At 29 de novembro de 2005 às 09:03, Anonymous Anónimo said...

MÁRIO SOARES PROMETEU FALAR DA GALP


E estamos convencidos de que sabe do negócio, ou não fosse a Fundação Mário Soares um dos sócios do consórcio Fomentiveste que com o grupo Espírito Santo e Angelo Correia, entre outros investidores nacionais, mais a Carlyle dos amigos de Bush, pretendia comprar aquela empresa. Poderia, por exemplo, explicar as circunstancias em que a Fundação apareceu no negócio.

 
At 29 de novembro de 2005 às 09:04, Anonymous Anónimo said...

Cavaco "surpreendido" com retirada de crucifixos


Cavaco Silva ainda não está totalmente convencido de que o Governo vai mesmo avançar com a medida de retirada dos crucifixos das escolas. O candidato à Presidência da República afirmou, em Braga, que não estava à espera de ler a notícia nos jornais.

"Até nem sei se o Governo vai mesmo aplicar isso. Fiquei muito surpreendido que se fale nisso. Não creio que seja um assunto assim tão fundamental", afirmou Cavaco Silva aos jornalistas, após a inauguração da sede distrital da campanha, em Braga.

Para o candidato, a surpresa resulta de Portugal ter uma tradição de "tolerância em relação a todas as religiões". "Há um diálogo que se mantém entre as várias religiões e isso é um activo que deve ser mantido", justificou.

In: Diário de Notícias

 
At 29 de novembro de 2005 às 09:06, Anonymous Anónimo said...

Missas

Bastaram duas missas para converter os incrédulos. Na primeira celebrou-se o aeroporto da Ota, na segunda o Plano Tecnológico. Os chamados agentes económicos que, na sua grande maioria, pareciam rebeldes e sem fé perante os anúncios miraculosos do Governo, acabaram rendidos às evidências. Muitos dos que, na véspera, consideravam a Ota um disparate ou, pelo menos, uma extravagância deslocada no tempo e nas prioridades da política de austeridade, confessaram-se convencidos pela argumentação litúrgica dos relatórios bancários e dos experts internacionais. Sobre o Plano Tecnológico, apesar dos acidentes de percurso - com a demissão do coorde- nador inicial e os conflitos inter-governamentais em relação às opções tomadas no documento-base - o milagre não foi menor bastou que o primeiro-ministro tivesse chamado a si a condução futura do processo, desautorizando o inepto ministro da Economia, para que todas as reservas e objecções se tornassem praticamente irrelevantes.

Em menos de uma semana, o que parecia péssimo tornou-se, pelo menos na aparência, quase óptimo. Fez-se uma revisão apressada mas cirúrgica da cópia apresentada, mudaram-se algumas alíneas e conclusões - e o milagre aconteceu. Uma equipa de dezenas de notáveis - os quais alguns que haviam confessado desconhecer a versão anterior do Plano - apareceu a apadrinhar o acompanhamento do processo. Com um golpe fulminante, Sócrates matou dois coelhos de uma cajadada e reduziu à cumplicidade e ao silêncio o coro de hostilidades sobre as propostas emblemáticas do Governo. Até os jornalistas ficaram sem fôlego para questionar tantos mistérios.

Confirma-se assim que as relações entre o poder político e o poder económico em Portugal dependem muito, para além dos conflitos de interesses, das conexões "virtuosas" entre os dois poderes. Bastaram duas missas para operar autênticos milagres.

Vicente Jorge Silva

 
At 29 de novembro de 2005 às 09:10, Anonymous Anónimo said...

OS KENEDYS DE BOLIQUEIME
Há discursos que marcam a história e as gerações que em cada momento nela participam e Kennedy marcou uma época com dois discursos que ressoam na nossa memória, o da tomada de posse e o da visita a Berlim. São património universal , da mesma forma que a Estátua da Liberdade ou as pedras do muro de Berlim, são, acima de tudo, património dos que partilham os valores do progresso e que se emprenharam na luta por esses valores sem zigue zagues.

Por isso me soa a estranho ouvir cavaco Silva a usar as palavras de Kennedy como se fosse ele o criador do discurso e, num gesto de puro oportunismo, sem referir o autor, como se estivesse a escrever uma sebenta de introdução à economia.

Cavaco Silva pode ter muitos méritos, pode merecer a admiração cega dos seus seguidores, pode ir de encontro ao que resta dos valores autoritários do ruralismo, mas não tem valores próprios nem capacidade de criar o seu próprio discurso e agride a história indo buscar um dos discursos mais marcantes do século passado, como se estivesse a plagiar um anúncio da pasta medicinal Couto.

Esperava tudo da família Cavaco Silva, as confesso que me surpreenderam ao andarem armados em Kennedys de Boliqueime.

 
At 29 de novembro de 2005 às 10:11, Anonymous Anónimo said...

Não precisamos de presidente para nada.Presidentes são todos os portugueses honestos.

 
At 29 de novembro de 2005 às 11:14, Anonymous Anónimo said...

Discordo ligeiramente. Entendo que um presidente ainda pode ser útil, nomeadamente para não deixar acabar com o estado todo de uma vez...

 

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