quinta-feira, 20 de julho de 2006

MAIS UMA DOS" XUXALISTAS"

No primeiro semestre deste ano entraram para a Função Pública 22.420 pessoas, quase o dobro dos 12.254 funcionários que se aposentaram, segundo dados do Boletim de Execução Orçamental da Direcção-Geral do Orçamento, citado pelo Diário Económico.

Estes números indicam que houve um aumento líquido de 10.166 funcionários.

Estes dados, escreve o jornal, contrariam a intenção do Governo de reduzir o número de funcionários públicos para metade, colocando um funcionário por cada dois que saíam, de acordo com uma regra que entrou em vigor em finais de Abril.

O Governo manifestou a intenção de reduzir em pelo menos 75 mil o universo dos funcionários públicos durante toda a legislatura e a verba inscrita no Orçamento de Estado para este ano, relativa às despesas com pessoal, tinha como pressuposto uma redução líquida entre cinco a 10 mil efectivos na administração central, escreve o diário.

4 Comments:

At 20 de julho de 2006 às 13:27, Anonymous Anónimo said...

O Portugal social e económico do nosso tempo podia resumir-se a duas anedotas: a 1ª entre um patrão e um trabalhador, entretanto despedido. Diz o patrão no seu monólogo: “Não pense que foi despedido, pense apenas que está a contribuir para um Portugal globalmente mais competitivo”…

A 2ª caricatura pode seguir o mesmo filão, mas com outra versão. Nesse caso, o mesmo empregado, de aspecto pobre e andrajoso, como que antecipando o mal que lhe irá cair em cima, entra no gabinete do patrão, que lhe pergunta: “o que é que o senhor tem”. O empregado responde que tem vários carros desportivos, várias casas de férias e algumas contas bancárias em diferentes países.

O patrão replica: então o senhor com esse aspecto…, ainda se queixa! O empregado responde que aquele foi o primeiro a começar a brincadeira.

A conclusão a que chegamos, especialmente, quando Portugal está a sentir o efeito dramático das multinacionais de risco que deslocalizam à velocidade da luz, é que a busca de um grau mais elevado de competitividade na economia em contexto de globalização competitiva, tem constituído uma das principais razões para a redução sistemática do emprego na Europa, e também em Portugal. Ainda bem que temos um filósofo, de seu nome Sócrates, que agora vai limitar a acção daquelas desumanas multinacionais do risco, que tomam o homem como um joguete da economia, em lugar de o colocar no centro do mundo. Read my lips: 150.000 postos de emprego… Será uma promessa? Uma mentira? Ou ambas, mas por diversa ordem…

Em Portugal as estatísticas não choram, e os familiares dos agentes políticos que temos, verdadeiros actores que mais não são que figurantes a representar um guião que desconhecem, em filmes de “série Y”, não sofrem as suas consequências. Resultado: as oportunidades para as maioria da população melhorar os seus padrões de vida são cada vez mais inacessíveis. Quer a Norte, quer a Sul do mundo. Aumenta a insegurança, generaliza-se o capitalismo (global e) selvagem que, pela 1ª vez na história, cresce sem gerar emprego, e o que existe é cada vez mais precário, descontínuo e informal.

Tudo somado gera uma situação de potencial molotov social a que os agentes políticos, por impreparação técnica, cultural e política, sentados à manjedoura do Estado, e com sede no Parlamento (onde dormem, limpam as unhas e palitam os dentes nos intervalos da leitura do jornal, depois de terem convenientemente assinado o ponto para preencher o salário na íntegra), não conseguem gerir e, assim, entram no terreno fértil e facilitista das promessas que sabem não poder cumprir. Daí decorre o fenómeno da polarização social, outrora chamado “brasileirização, que está a atingir em Portugal níveis insustentáveis e intoleráveis.

Esta passagem da sociedade inclusiva para uma sociedade excludente, de uma sociedade que assimila e integra para uma sociedade que marginaliza e exclui, leva-nos a pensar que a privação crónica a que Portugal está votado só pode conduzir ao crime, à insegurança, à intolerância e à perseguição. Tudo isto é perigoso porque conduz, em última instância, a uma sociedade da desconfiança e do ressentimento. Uma sociedade que impede o desenvolvimento. É este gap, de forma dramática, que o mundo contemporâneo está a assistir. De óculos, sentado no seu sofá violeta, e de chávena de café nas mãos vendo o filme no plasma, o mundo rico vê agravar-se a distância entre haves e have nots, ricos e pobres, numa cadeia de explosões sociais cada vez mais incontrolada de violência política, institucional e pessoal.

Portugal, em rigor, tem um problema: uma elevada sinistralidade política. Face a um sistema político com figurantes a representar as suas instituições, as consequências são imediatas: destruição do trabalho e o aumento dos níveis de desemprego. A ruptura é eminente, quebrando-se, nesta era de turbo-capitalismo, a aliança entre a sociedade, o mercado e o velhinho Estado-Providência. Parece, para concluir, que no Ocidente a clássica e íntima ligação entre o capitalismo e os direitos políticos, sociais e económicos e a democracia, deixou de ser uma obra de beneficência. Como aqueles desportos que o homem só pratica por uma questão de status, mas deixa imediatamente de praticar quando o dinheiro se acaba.

Eis o perigo ampliado pelas sociedades de risco (U. Beck) que faz agora carreira em Portugal, atingindo largas camadas da população e grupos sociais. O que é novo neste processo é que nunca como hoje este perigo se converteu numa ameaça permanente, tornando impotentes o Estado, as Organizações Internacionais e a generalidade dos actores públicos (e privados) com responsabilidades sociais.

Comentário dedicado à srª ministra da Educação por se estar a especializar em filosofia da linguagem fazendo agora concorrência ao Maria Carrilho com os seus jogos de racionalidade

 
At 20 de julho de 2006 às 13:30, Anonymous Anónimo said...

Nota prévia:
Hoje é mais um dia do resto das nossas vidas: a srª ministra da (des)Educação vai ao Barlamento tentar converter um erro, uma omissão a roçar a mentira e transformá-lo num especialismo de carácter hiper-técnico, como se a democracia e a transparência fossem jogos de linguagem que a filosofia linguística tanto aprecia; é como se andássemos desorientados à procura nosso querido gatinho quando ele estava no...; Sócrates finge que governa, Marques Mendes finge que se opõe nesse combate em que anda a lutar pela vida (faz lembrar aquele spot da Macieira..., "um abraço aqui ao nosso Manel que anda lá fora a lutar pela vida"...), o PP manda o Portas à tv de Balsemão mostrar o look do solário (esperemos que não haja nenhuma rabanada de vento naquele estúdio, senão lá se vai o penteado de trás para afrente colado a bostick & uHu que demora pelo menos umas duas boas horas a fixar) e fazer oposição ao governo directamente da estação de Carnaxide, o PR advoga o básico: fazer uma análise de custo/benefício ao TGV (se a nossa taxa de natalidade é regressiva, para que é que ele serve??? senão para passear as composições pela paisagem a 200 Klm e mostrar velozmente o país-real aos pica-bilhetes e aos maquinistas), o governo, pelos circuitos informais do poder e dos corredores de Belém e de S. Bento, agradece afectivamente a Cavaco.
Já nem é preciso ler as news para me actualizar, basta lembrar-me das que deram o mês passado para ficar update.
Porra para este país de m....!!!! É só espuma...
Mas é uma espuma negra, carbonizada.
Parece até que vimos todos alí das minas da panasqueira, e o único que não se sujou ou ficou incólume foi o sr. Portas, mais conhecido pelo "Paulinho das feiras"...
Meus senhores isto é o Portugal que temos: o Portugal de risco.

 
At 21 de julho de 2006 às 09:52, Anonymous Anónimo said...

Se os alunos portugueses tivessem nos exames de acesso às universidades a mesma prestação que a ministra da Educação teve no parlamento para o ano não haveria primeiro ano no ensino superior. Digamos que a ministra preparou-se mal para este exame e não vai ter direito a repetição, apesar de ter sido um chumbo tão clamoroso que até custou a assistir.

 
At 23 de julho de 2006 às 12:00, Anonymous Anónimo said...

Então se sairem 2 médicos só pode entrar 1, certo? Se sairem dois professores só pode entrar um? Se sair um enfermeiro só pode entrar um? Depois vamos fazer manifestações porque temos falta de médicos, de enfermeiros e de professores? Que país de vistas curtas, principalmente estes portinhas e durinhos que sairam e nãoi deixam saudades.

 

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