sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

É O PS QUEM DEIXA O PSD GOVERNAR

O Secretariado Nacional do PS fez uma descoberta extraordinária: É o PSD quem governa a autarquia de Lisboa.

O que quererá dizer que será ao PSD que os munícipes de Lisboa haverão de pedir contas em relação ao dia-a-dia e ao cômputo final da governação da cidade. E que o PS lava daí a velha e misteriosa mãozinha do emblema socialista.

Ora acontece que a descoberta do Secretariado do PS, antes de mais, não é totalmente verdadeira.
O PSD, que por sinal não tem maioria na CML, governa na medida em que o deixam as outras forças representadas na autarquia e, em particular, na medida em que o deixa o próprio PS, porque é pelos socialistas que passará obrigatoriamente qualquer alternativa à presidência PSD.


De descoberta em descoberta, o Secretariado Nacional do PS descobriu também que o PSD estará a tentar
provocar condições para eleições intercalares na autarquia.
Também não é líquido e bem mais provável é que seja o PS a procurar evitar a todo o custo a realização de eleições intercalares em Lisboa, quanto mais não seja porque escolher um candidato será atiçar o saco de gatos da concelhia.


Se tudo correr como é desejo dos socialistas, em Lisboa só haverá eleição para a Câmara Municipal em 2009.
Até lá a capital mergulhará no descalabro, com as oposições a aprovarem projectos inviáveis, megalómanos e simplesmente demagógicos do presidente e a deixarem cair no impasse a gestão dos assuntos correntes.
Tudo isto, segundo a lógica e os interesses conjunturais do PS, para que os lisboetas aprendam, nem que seja à custa de muito sofrimento, que quem governa Lisboa é o PSD. E, se possível, não dêem pelo simples facto de que é o PS quem deixa o PSD governar.


J.P.G.

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4 Comments:

At 16 de fevereiro de 2007 às 19:48, Anonymous Anónimo said...

Todas as aldeias têm um maluquinho, todas as democracias têm uma bexiga.
Carmona é a "bexiga" da democracia local em Portugal assim como Manuel Pinho é o calimero da economia nacional.
Apenas os distingue integrarem partidos políticos diferentes, mas são ambos calimeros: ingénuos, meigos e infelizes - frustrando com eles as expectactivas de meio mundo e de adiarem o futuro.
Apesar de existirem a sua importância é meramente virtual. Carmona é, hoje, um nado-morto da democracia local portuguesa que só se arrasta porque na S. Caetano à Lapa existe um outro Reino da Dinamarca ainda mais podre, qual dos dois mais pernicioso a Portugal e aos portugueses...

Notas políticas:

1. Surpreende-me profundamente Marques Mendes, um dos principais responsáveis por este "cancro" político na Capital, não ter já tirado a confiança política ao sr. Fontão de Carvalho, acusado do crime de peculato e ter solicitado a Carmona que escreva o pedido da sua demissão.
Deveria já tê-lo feito antes que seja forçado ao enxovalho das circunstâncias;

2. Bem esteve Maria José Nogueira Pito, a "Zézinha" do partido do táxi (CDS/PP), ao demarcar-se deste Executivo camarário que, na verdade, não passa dum bando de pessoas sem vocação política que assaltaram a Capital, os lisboetas já estão a sofrer em demasia o passivo da sua corrupção, nepotismo, peculato e incompetência estrutural a todos os níveis.
Como já referi, a única coisa que alí se aproveita são as instalações;

3. Esperemos que as autoridades apurem todos os licenciamentos de obras, carreiem os factos relevantes e punam os criminosos que hoje "brincam" com os dinheiros públicos dos portugueses.
O País-real não se deve confundir com o ambiente apodrecido dos corredores e dos gabinetes da autarquia de Lisboa e de outras(como é o caso da de Ponte de Sor).

4. A oposição do PCP e parte da do PS - ao não reclamarem eleições intercalares há meses na Capital, tem tido uma conduta igualmente execrável a este respeito, revelando que a sua noção da política é exclusivamente ditada por raciocínios de mero cálculo partidário de custo-benefício, ganhos e perdas;
Igual conduta teve o PSD quando o camarada torneiro-mecânico e dançarino dos alunos de Apolo - Jerónimo de Sousa - demitiu o autarca legítimo em funções de Setúbal, nesse caso o PSD também foi igual ao PCP em Lisboa: laxista e execrável.
É também por estas razões que as populações cada vez mais acham que a generalidade dos políticos, nacionais e locais, não passam dum bando de corruptos que se serve da política para tratar da vidinha e não para dela fazer serviço público à comunidade.
Depois queixem-se com os níveis gritantes da abstenção.
Aqui a conduta do vereador do PCP em Lisboa é igualmente execrável, mas nós gostaríamos que a autarquia da Capital não se convertesse na festa do Avante do Seixal...;

5. Foram broncas a mais, repetidas no tempo e de forma sistemática, para um só Homem.
É a vergonha dos assessores desqualificados com cartão do PSD de Marques Mendes que arranjaram tachos nas empresas municipais, como compensação por terem andado a colar cartazes com a cara de Carmona poluindo a cidade; os conflitos na aliança com Zézinha Nogueira Pito; os licenciamentos ilegais da Av. Infante Santo - denunciado pela Associação de Moradores, decisão essa depois corroborada pelo Tribunal Administrativo - que indicou a perda de mandato de Carmona por violação de regras e príncipios de Direito administrativo; é a vergonha execrável da EPUL com aqueles 14 directores vitalícios, a maior parte deles do PSD, quais sangue-sugas dos orçamentos camarários, grande parte da corrupção tem, alegadamente, origem naquele antro de favores, de nepotismo e de intriga partidária; é a vergonha da ex-vereadora do Urbanismo, dona Gabriela qualquer coisa e a sua conexão alegadamente corrupta ao caso Braga-Parques; é a agora a vergonha Fontão de Carvalho - por se permitido, já constituído arguído, atribuir-se prémios no valor de milhares de contos, prémios esses que já foram pedidos de volta mas que ainda não foram devolvidos ao erário público por parte daqueles administradores;

6. Dezenas, centenas de outras irregularidades haverá que não chegam a conhecer a luz do dia, pois a teoria política que se preocupa com a trajectória da corrupção mais sofisticada crê que por cada 10 casos de corrupção descobertos e denunciados pelos media, mais de uma centena é cirúrgicamente ocultado numa estratégia de limitação de danos para assim poupar os titulares de órgãos autárquicos.
Por maioria de razão sê-lo-á assim na autarquia lisboeta, por ser a maior e a que envolve maiores obras, mais dinheiros públicos e maiores pressões politico-partidárias, mas também o é nas restantes autarquias do País;

7. Como Português e Pontessorense é com tremenda pena e frustração que escrevo tudo isto, resultado do realismo político decorrente da análise dos factos autárquicos hoje em jogo na Capital do País e na nossa cidade da Ponte de Sor.
Só de pensar que este ambiente de corrupção permanente dá para construir uma outra Ponte Vasco da Gama, um C.C.Colombo e um C.C. de Belém fico completamente enjoado;

8. Resta agora saber se o Poder Judicial, que sempre se considerou o parente pobre da Democracia nacional, tem "tomates", capacidade, meios e skills para carrear factos, auditar pessoas, descobrir contradições, avaliar, julgar e punir os criminosos que estão à solta na Capital e na cidade de Ponte de Sor.
Nunca como hoje se pediu ao poder Judicial tamanha eficiência e eficácia no desmantelamento da corrupção nas Câmaras Municipais com vista a limpar a autarquias do mal que lhes aconteceu nestes últimos anos.
Limpar a autarquia implica duas coisas: eficiência e eficácia, logo urge:

a) Doing the things right
b) Doing the right things

 
At 16 de fevereiro de 2007 às 23:57, Anonymous Anónimo said...

Este blog passou a ser o muro das lamentações e perdeu a graça: com tanta coisa a lamentar por aqui, agora temos colagens de artigos de toda a qualidade e curtinhoooooos... Passou a ser mesmo uma luta de galos mas parece-me que de galos que não querem mostrar a crista. Embora o Pinto seja como todos sabemos (e é de nascença, não tem cura), tem uma vantagem sobre o autor e os comentadores intelectuais/políticos deste blog: dá a cara. O autor deste blog deve ter contas a ajustar com ele, pois está sempre baralhar e dar de novo... Decida-se, dê a cara...

 
At 17 de fevereiro de 2007 às 00:17, Anonymous Anónimo said...

É mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo

Fontão de Carvalho não mentiu ao dizer que ainda não tinha sido constituído no caso Bragaparques, portanto não mentiu, omitiu. Mas a gravidade de ser constituído no caso Bragaparques resultaria do facto de o ser pelos actos cometidos no exercício das funções públicas, exactamente o que sucedeu no outro processo onde é suspeito de peculato, isto é, politicamente a omissão de Fontão não passa de uma mentira. E, como se viu, é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo.

 
At 17 de fevereiro de 2007 às 00:20, Anonymous Anónimo said...

magine-se que num ministério dois secretários de estado e meia dúzia de assessores tivessem sido constituídos em processos relacionados com o desempenho das suas funções políticas, Marques Mendes estaria silencioso ou já teria pedido a demissão do ministro?

Há silêncios comprometedores e esse é o caso do silêncio de Marques Mendes em relação ao desmoronar da CM de Lisboa. Não se entende que para a nomeação de um vogal da administração de uma empresa municipal Marques Mendes tenha aparecido tão empenhado e face à crise naquele autarquia mantenha um silêncio politicamente cobarde, ao mesmo tempo que anda a tentar usar problemas do país para desviar a atenção do espectáculo triste que o seu partido está a dar na capital.

O que seria deste país se fosse governado à imagem e semelhança do que o PSD está a fazer na autarquia de Lisboa?

 

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