quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

O PIOR PORTUGUÊS DE SEMPRE

SALAZAR



Uma vitória especial para alguém que nem na secretaria alguma vez teve de ganhar.
Ele estava mortinho por isto... ganhar uma eleição.



Não Há Dúvida

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2 Comments:

At 15 de fevereiro de 2007 às 16:58, Anonymous Anónimo said...

Negacionismo

Acabei de ver o documentário de propaganda à ditadura salazarista, de Jaime Nogueira Pinto.
Ainda me custa acreditar que vi isto fora de um tempo de antena do PNR.
Este documento de propaganda é um insulto à nossa democracia e à nossa memória.
A RTP é um canal público que deve defender os valores do Estado Democrático.
Não é nem tem de ser neutral nesta matéria (e neste caso nem isso foi) para garantir audiências.
A RTP deve desculpas a todos os que morreram, foram torturados e fugiram do país durante a ditadura.

 
At 16 de fevereiro de 2007 às 14:41, Anonymous Anónimo said...

O VELHO ABUTRE

Um "documentário" exibido na RTP, terça-feira última, transformou-se no exaltado panegírico de Salazar, sob a manhosa aparência de "objectivo".
O autor, Jaime Nogueira Pinto, é um homem astuto, mas não tão inteligente quanto.
Ocultou, entre um rol de malignidades, que o ditador fascista destruiu a incipiente Escola de Matemática de Lisboa, perseguiu e homiziou gente da craveira dos profs. Ruy Luís Gomes, José Morgado, Aniceto Monteiro (criador da famosa Escola de Matemática da Argentina), Gustavo de Castro, Bento de Jesus Caraça, Manuel Valadares (que chegou a ser convidado por Albert Einstein para seu assistente), Mário Silva, Pulido Valente, Francisco Martins - a lista é inumerável.
Está provado: Salazar deu ordens directas para o assassínio de Humberto Delgado. A bestialidade das torturas na polícia política era dele amplamente conhecida.
Não houve família portuguesa que não tivesse um pai, um filho, um parente, um amigo, um companheiro na cadeia ou no exílio.
A PIDE e, antes dela, as antecessoras com outro baptismo, possuíam fichas de quatro milhões e meio de portugueses, e dispunham de quase quatrocentos mil bufos.
Eu próprio fui denunciado por um canalha, António Morais de Carvalho, redactor do jornal "A Voz" e chefe de Redacção do semanário monárquico "O Debate", além de procurador à Câmara Corporativa.
Era amigo do meu Pai e conhecia-me de garoto.
Pela delação recebeu a importância de 200 escudos.
Vivemos, durante cinquenta anos, sequestrados pelo medo, pelo terror, pela brutalidade, sob o beneplácito da Igreja e as bênçãos do cardeal Cerejeira.
Mesmo os recalcitrantes eclesiásticos, como D. António Ferreira Gomes, bispo do Porto, Abel Varzim, Padre Américo, Felicidade Alves, muitos mais outros, foram importunados. Salazar, culturalmente medíocre, balizou o País segundo a métrica da sua mediania.
Foi o mesquinho na mesquinhez.
É uma história medonha, impossível de esquecer apesar dos constantes branqueamentos com que inescrupulosos preopinantes tentam suavizar.
Lembro, a propósito, um poema da grande Sophia de Mello Breyner, a que chamou "O Velho Abutre":

"O velho abutre é sábio e alisa as suas penas
A podridão lhe agrada e seus discursos
Têm o dom de tornar as almas mais pequenas".

O poema, assim como outros, de incomparável beleza violenta, compô-los Sophia em 1962 ("Livro Sexto" - III "As Grades"), e constituem um corajoso protesto contra esse "tempo de silêncio e de mordaça", como ela o definiu. Relembrar a poetisa é não só homenagear uma extraordinária portuguesa, como recusar o apagamento da História.
Sophia, a maior entre os maiores.

 

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