DIA DOS NAMORADOS [II]
Um amor de conveniência que já dura há um ano.
Aceitam-se apostas de quem será o primeiro a por os cornos ao outro.
Aceitam-se apostas de quem será o primeiro a por os cornos ao outro.
Etiquetas: Cavaco Silva, José Sócrates
PONTE DO SOR, UM ESPAÇO DE LIBERDADE BANHADO PELO RIO SOR
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2 Comments:
Se eu pudesse acasalava uma boa parte das nossas personalidades mais conhecidas, mas como não posso aproveito o dia dos namorados para deixar as minhas sugestões.
Começando por José Sócrates, porque o facto de se primeiro-ministro lhe dá o direito de escolher primeiro, a minha sugestão conjugal vai obrigatoriamente para Cavaco Silva pois ainda as bombas de Boliqueime não deitavam "gasoil" e já se sabia que tinham nascido um para o outro.
Marques Mendes seria o par perfeito para Ana Gomes pois poderiam treinar à noite para fazerem oposição a Sócrates durante o dia e estou certo de que seria uma união abençoada por dois padrinhos distintos, Manuel Alegre e Helena Roseta que também estão muito bem um para o outro.
Ainda pensei casar Paulo Teixeira Pinto, do Millennium, com o Fernando Ulrich, do BPI, mas desisti, o presidente do Millennium faz mais o perfil de candidato a pai de amor do homem do BPI, o que resultaria mais numa relação de incesto financeiro, ainda que nesta coisa de casamentos por dinheiro o golpe do baú se sobreponha aos sentimentos.
Resta-me aceitar que o casamento de Paulo Teixeira Pinto com a sua actual esposa está muito bem, é o casamento entre o que de pior há na banca e no PSD.
Paulo Portas está perfeito para Luís Nobre Guedes, até porque Ribeiro e Castro há uns meses que lhes anda a aquecer a cama onde irão fazer a lua de mel.
E já que estamos no Largo do Caldas atrever-me ia a apostar numa união de facto entre a Maria José Nogueira Pinto e Jerónimo de Sousa, para a senhora do CDS que anda com tiques de dama de ferro nada como o metalúrgico do PCP.
António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa seriam o melhor exemplo do casamento que evita estragar duas casas de família e contaria com a bênção do padre Vítor Melícias. Poderiam protagonizar o primeiro casamento através da net através da página “Assim não” que passaria a ser usada como exemplo das formas como ninguém se deve comportar na política.
Um casal que muito provavelmente pediria para também participar no “Assim não” seria o que uniria Pinto da Costa com Maria José Morgado, o primeiro gosta de ganhar jogos com apitadelas e a procuradora gosta de dar as apitadelas antes do jogo.
É provável que os donos do ninho do “Assim não” não se importariam de partilhar o lar, até porque ambos são dados ao pontapé e ao apito, o primeiro deu um chuto no país e o segundo apita por tudo e por nada.
No caso do dr. Macedo da DGCI a minha escolha iria para a irmã Lúcia, assim teria missas, terços e demais liturgias à borla tal como a missa da Sé, mas a coitada já faleceu e os santos cá de baixo nunca se deram com os de lá de cima, até porque em matéria de santos o director-geral já tem contrato de exclusividade com D. Jose Maria Escriva de Balaguer. Resta-me acasalá-lo com a D. Maria das velhas notas de mil escudos.
Os candidatos são muitos e a não ser o Anacleto que é pouco dado a liturgias pequeno-burguesas, não faltariam candidatos a encher a Sé Patriarcal no próximo dia de Santo António.
Hoje celebra-se o famoso Dia dos Namorados, um simbolismo que envolve declarações de amor, histórias, mentiras, simulações, dissimulações, poesias, canções, cartões, sms, mails, anedotas, estaladas e ofensas - tudo em inúmeras línguas.
Apesar do dia remontar ao jejum da Igreja Católica em homenagem a S. Valentim, é só na Idade Moderna que esse simbolismo é reformulado e passa a estar associado ao conceito de amor romântico com o trade-of daquela parafernália de instrumentos de comunicação entre as pessoas que estão - aparentemente - apaixonadas. E algumas estão mesmo, e não sabem que estão!!!
Contudo, a maior parte daqueles instrumentos de comunicação entre as pessoas é "filho" da revolução industrial e agora da revolução digital que colonizou as práticas e os hábitos das pessoas.
Cumpridos estes rituais para iludir o tempo que passa, mascarar as mudanças com pílulas douradas, são crenças assentes em superstições, na religião, no costume, enfim, nos hábitos enraizados.
Depois veio o racionalismo e o cálculo com a sociedade industrial que tinha como núcleo a eficiência e as consequências futuras daqueles cálculos na vida das sociedades. Aqui, começou a haver pouco espaço para os sentimentos e para fazer as coisas só porque sempre tinham sido feitas assim desde há inúmeras gerações.
O desenvolvimento da C & T moderna trouxe a burocracia que ainda consolidou mais o racionalismo e a burocracia, outro grande instrumento de amor, desta feita pelo lado Estado.
Assim de um lado, temos os valores, a religião e os hábitos enraizados das pessoas, do outro, na sociedade moderna, temos o "amor" pela racionalização da política, da economia e das coisas militares. Com o passar do tempo o capitalismo impôs a sua regra.
Resultado: mais racionalização, mais eficiência.
Já não se tratava do mero conflito de classes, como supunha Carlinhos Marx, mas sim do avanço da C & T, logo da burocracia e das organizações de grande dimensão, que também era necessário tratar com amor e carinho. E mesmo assim é o que se vê.
O Estado nunca poupa nenhum imposto ao seu contribuinte, ao seu cidadão..
Com a burocracia em larga escala, para organizar eficientemente um grande número de pessoas e de estruturas funcionais, na economia, na sociedade e na esfera militar, deixou de haver tanto espaço para o Amor genuino.
É daqui que nasce o termo desencantamento ditado por Max Weber, para descrever a forma pela qual o pensamento científico no mundo moderno também vai lavrando algumas desgraças, ou seja, contribui para fazer desaparecer as correntes e as forças sentimentais do passado, na Era do pré-racionalismo e da pré-burocracia.
Com isto se desumanizaram as relações humanas e isso teve (e tem) consequências na forma como hoje todos nos relacionamos. Interrogo-me se a felicidade passará pelo racionalismo, pela C&T, pela riqueza tout court, pela rejeição da tradição e dos costumes onde até as rosas, essas sim, tinham cheiro e eram genuínas.
Hoje quando vejo alguém de rosa (de plástico) na mão para fazer algum impulse não posso deixar de pensar que foram roubá-las aos cemitérios...
Em rigor, a maior parte das pessoas até as comprou em lojas legalizadas que pagam os seus impostos, mas duvido que se trate dum sentimento genuíno e que elas, as rosas, cheirem mesmo a rosas..
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