REFERENDO DE 11 DE FEVEREIRO DE 2007
SIM VENCEU
Concelho de Ponte de Sor
Concelho de Ponte de Sor
Freguesias Apuradas: 7
Freguesias por Apurar: 0
Inscritos: 15305 Eleitores
Votantes: 6144
Percentagem de Votantes: 40,14%
Em Branco: 65 votos
Percentagem de votos em Branco: 1,06%
Nulos: 30 votos
Percentagem de votos Nulos: 0,49%
VOTOS:
Freguesias por Apurar: 0
Inscritos: 15305 Eleitores
Votantes: 6144
Percentagem de Votantes: 40,14%
Em Branco: 65 votos
Percentagem de votos em Branco: 1,06%
Nulos: 30 votos
Percentagem de votos Nulos: 0,49%
VOTOS:
SIM: 4708
Percentagem de votos Sim: 77,83 %
NÃO: 1341
Percentagem de votos Não: 22,17 %
COMPARATIVO
Percentagem de votos Sim: 77,83 %
NÃO: 1341
Percentagem de votos Não: 22,17 %
COMPARATIVO
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2007 | 1998 | ||||
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Opções | Votos | % | Opções | Votos | % |
Sim | 4708 | 77.83 | Sim | 2577 | 73.57 |
Não | 1341 | 22.17 | Não | 926 | 26.43 |
14 Comments:
Não é hora para falar em vitória, o problema do aborto é demasiado grave para se pensar que alguém ganha o que quer que seja com a sua despenalização, as mulheres que por quaisquer circunstância forem confrontadas com a decisão de abortar não ganham, simplesmente perdem menos. A lei não servia para proibir, servia apenas para humilhar e condenar as mulheres ao aborto clandestino.
Com a alteração da lei abre-se o caminho a um Estado responsável, em vez de se esconder a lei atrás das paredes dos tribunais o Estado é chamar a ter políticas activas para combater o aborto clandestino e agora que tem a obrigação de proporcionar condições para que o aborto seja feito em condições clínicas dignas, tem também a obrigação de fazer um combate sério ao aborto clandestino. Tem também a obrigação de abrir as escolas à educação sexual, promovendo uma sexualidade responsável.
Mas houve quem perdesse, perdeu a Igreja que se viu desautorizada por muitos católicos que fazem uma distinção clara entre o que entendem ser as suas obrigações religiosas e as interpretações medievais que o clero insiste fazer da sexualidade humana.
Perdeu Marques Mendes que começou por apostar no “nim”, deixou o seu partido no meio do pântano e acabou a fazer campanha activa pelo “não” chegando ao ponto de dar o dito por não dito, desaprovando a pergunta formulada no referendo pela qual em duas ocasiões já tinha votado favoravelmente no parlamento.
Perdeu Marcelo Rebelo de Sousa que recorreu ao disparate e ao seu tempo de antena pessoal na RTP para alcançar protagonismo político. Dele foi o argumento mais idiota e desastroso do sim, tão aberrante que só ele o defendeu.
É evidente que está muito por fazer e por discutir, da mesma forma que os partidários do “não” continuarão a sê-lo e legitimamente a lutar pela sua opinião. Esperemos, todavia, que o debate seja sério, que os partidários do não entendam que o resultado deste referendo é mais do que suficiente para alterar a lei, que os partidáriso do “não” entendam que a despenalização é apenas uma pequena parte de um problema que existe e vai continuar a existir.
Neste referendo houve alguns derrotados notórios, aqueles que enfiaram a cabeça e os pés e acabaram por partir o pescoço nesse envolvimento moralista-civilista, em certos casos tão cínico quanto hipócrita.
Comecemos pela Igreja e pelo seu Cardeal, D. José Policarpo, a chaminé-fumante.
Há até quem diga que não se tornara Papa pelo vício excessivo que tem pelo cigarrinho, mas também há quem diga que não deixa de fumar porque depois engordaria de tal modo que não conseguiria entrar pelas portas e empenas dos estúdios da RTP para dar aquelas ambíguas e manhosas entrevistas para assim estar de bem com Deus e com o diabo.
Pilula, preservativo são coisas que Policarpo não usa nem quer que os outros usem, nem que seja em prol da humanidade.
Estranho!!!
A intromissão excessiva da igreja mais bolorenta nos assunto laicos da sociedade - que só a esta dizem respeito decidir, denunciou bem a hipocrisia da igreja, que conta com hipocrisia redobrada do Vaticano cujo Papa já mandou dizer que não quer vir a Portugal acender mais uma velinha em Fátima, como vendetta pelos resultados esperados e confirmados neste referendo ao aborto.
Por este andar a igreja lusa e Don Policarpo não irão para o céu, nem em carreira antiga, tipo bus 20 que na década de 80 fazia o trajecto Olaias-Marquês de Pombal.
Marcelo Rebello de Sousa - ainda há pouco tempo não sabia enviar mails, e agora já se familiarizou no Youtube, francos progressos ele fez.
Considerado o mestre dos encenadores em estúdio, embora sempre muito superficial na análise das matérias, revelou uma falta de destreza intelectual em explicar a sua posição tão volátil quanto ridícula daquele "Não heterodoxo". Com a mania de ser original Marcelo deveria vocacionar-se mais para a criação dum dicionário de símbolos esotéricos e de conceitos que só são perceptíveis daqui por 78 anos, porque daqueles miseráveis vídeos no YTubel só se aproveita mesmo a ridicularização que dele fez Ricardo Araújo dos gatos fedorentos.
Entre a cópia e original ninguém iria escolher o original.
Marcelo sempre foi um "rato de sacristia", hoje revelou-se um beato falhado com uma responsabilidade acumulada - juntamente - com Guterres - por nos ter envolvido neste pântano.
Como um desastre nunca vem só - sobra Marques Mendes que teve várias posições ao longo da campanha:
Não, talvez, deixar andar e logo se vê.
Isto denota bem a fluidez mental do actual líder deste PSD.
Ele diz que quer ser PM de Portugal, mas não diz quando...
Com a agravante de já ter sido governante e em nenhuma circunstância revelou inclinação para legislar num sentido ou noutro em apoio à mulher e à família. Confesso que no passado recente tive alguma esperança em Marques Mendes, mas quando percebi a lógica das suas companhias, a gestão teleguiada que faz de Carmona na autarquia, a manutenção de Preto na AR (um deputado sobre quem impedem acusações de corrupção e é uma vergonha do PSD) e as cambalhotas que fez nesta campanha ao referendo, pergunto-me se Mendes não estaria melhor no Circo Chen ou Mariano que dantes actuava ali na Praça de Espanha, ao menos aí os mortais e as piruetas ainda rendiam algum, em política, como ele bem sabe, só servem para queimar.
É um nado-morto na política portuguesa, e da Fénix não renascerá, mas poderá haver um milagre da Virgem Maria...
Paulo Portas - como diz o JER, e bem, é mesmo um feto mal formado.
É um especialista em fazer implodir o líder actual do seu próprio partido.
Agora percebemos melhor o sentimento que Freitas do Amaral nutre pelo ex-director do Indy, um guerrilheiro que se julga analista exímio.
Coitado, ainda consegue ser pior do que aquele piroso décor do estúdio da sic faz o seu número de prestidigitador.
Ainda acaba na passarelle do Moda Lisboa a passar roupa do Augustus...
Entre ele e Ribeiro e Castro venha o diabo e o aborto.
António Borges - ex-futuro candidato a líder do PSD tem uma particular maneira de fazer política, porventura um problema agudo dos economistas:
Utiliza em demasia a máquina calculadora e perde de mira o horizonte político.
Ainda consegue ser pior do que o ministro da Saúde, Correia de Campos a fechar maternidades por esse Portugal-profundo.
Uma tarefa cuja rapidez está na razão inversa à missão e ao sucesso com que os polícias pretendem combater o crime em Portugal.
Damos aqui um conselho amigo a António Borges:
Deixe-se estar no professorado e a criar vinho e cavalos em Alter-do-Chão, porque a política só serve para queimar, e no caso dele para carbonizar - tamanha é a sua inexperiência política.
Uma vez no poder, aposto que seria uma espécie de Manel Pinho do PSD. Falou do aborto como quem fala de exportações de café, transacções de cacau nos mercados internacionais ou de cotações de acções em bolsa. É um tipo sem alma, e quando o povo não vê alma fica cego.
O ministro da Saúde - Correia de Campos é um grande perdedor, porque agora o Estado - via ministério da Saúde - terá de disponibilizar mais recursos e pessoal na afectação dos abortos que serão feitos legalmente, e não no quintal do Estado como eram feito antes. Ficará mais pobre, e um homem sem verba só diz asneiras.
Ora, como no seu caso a asneira já é congénita temo bem que a partir de agora a asneira se amplie, restando a Sócrates ter de dispensá-lo na leva com Maunel Pinho.
Será caso para dizer que à propôs do aborto a Saúde da Economia vale zero.
Last but not least - poderemos ver em Paulo Macedo mais um perdedor, sem bem que por via indirecta.
Ou seja, já sabíamos que sempre que algo sucedia de bom no fisco o dito Macedo encomendava uma acção de graças na Sé de Lisboa.
A sua fé ardente fazia com que atribuísse o resultado do seu alegado sucesso às forças sobrenaturais provindas do Altar da igreja, e com a fé não se discute, ou se tem ou não se tem.
Com esta derrota do NÃO - perdeu a Igreja, perdeu quem a financiou (o BCP/ OPUS DEI / Milenárium) e toda a padralhada dentro e fora da Prelatura - que assim vê diminuída a sua influência na sociedade.
Seja como for a sociedade e o Estado carecia duma urgente reforma nesta matéria.
Veremos, doravante, para que lado os agentes políticos, sociais e económicos apontam baterias: se para políticas de apoio à mulher e à família de tipo privado regulado exclusivamente pelo mercado neoliberal; ou se o pêndulo aponta mais para uma regulação cirúrgica do lado do Estado. E se assim for aqueles que andaram a pregar durante anos que o Estado estava em crise, alguns até vaticinavam a sua morte a prazo, encontram aqui (na questão do aborto) - por ironia do destino - um sinal encandescente de que o Sr. Leviatão se encontra de boa saúde e recomenda-se.
Ah, e perderam as clínicas espanholas onde algumas mulheres portugueses íam abortar.
caríssimo, aí é q se engana em pensar que perderam as clínicas espanholas...essas já estão a esfregar as mão de contentes, porque é vê-las a nascerem como cogumelos aqui na raia, mas do lá de cá!, para "apagar os fogos" que vão aparecer, aos magotes; claro que a "paciente" vai ser "aconselhada" a fazer o aborto, nao de forma química, em que uns quantos e baratinhos comprimidos resolveriam, mas sim de forma cirurgica, tendo q largar uns, portanto euritos a mais, digamos.....eu só espero é q daqui a um ano, quando se fizerem estatísticas credíveis e reais , nao cheguemos todos aos numeros de , por ex, um país como a Rússia, onde há mais abortos que nascimentos....mas vamos aí legislar,daqui a um anito já existem numeros, e depois falamos
Acho curioso que, aqueles que diziam que tudo se resumia a saber se uma mulher que aborta até às 10 semanas deveria ser presa, venham agora dizer que afinal o que estava em causa era a derrota de D. José Policarpo, a Igreja Católica, a laicidade do Estado, a direita, o conservadorismo, os costumes...
É ESPANTOSO:
Nunca um coxo treinou atletas para a maratona.
Nem um mudo deu aulas de dicção.
- Só os padres é que não prescindem de dar conselhos sobre a reprodução e a sexualidade!
- Há coisas fantásticas, não há?
- Dá que pensar!
A igreja católica cometeu um erro grave. Ao contrário daquilo que o cardeal, avisadamente, tinha prometido em Setembro, a igreja envolveu-se directamente na campanha. Foi a jogo num jogo que deveria ter recusado. Transformou-se em parte. Em Novembro a Conf. Episcopal passou a marcar o ritmo - bispos, párocos e acólitos, usaram toda a sua influência a favor do "Não". A influência que tinham e a que julgavam deter.
Pior: constatou-se a força decisiva que as seitas possuem dentro da máquina eclesiástica.
Perderam. Por culpa própria. E muito mais do que um simples referendo. Estranhamente, uma instituição que prima pela actuação tácticamente ponderada, quase sempre sábia, não percebeu a mudança enorme que este país teve nos últimos anos. Politicamente, ficou claro que a igreja já não tem poder de conformação das consciências. Está circunscrita em todas as dimensões da sua autoridade tradicional. Nas equações políticas deixou de ser um factor relevante a ter em conta. E nenhum operador político esquecerá isso daqui para diante.
Porque sera que a padralhada nao aprende, como erros do passado?
Nao veem que ja nao acreditam a 100% nas patranhas que querem enfiar?
O povo ja nao acredita mais em Fatimas pre-fabricadas com vista oa comercio.
Nao viram o que aconteceu com a Tv da hostia?
ganhem juizo e dediquem-se akilo para que servem.
Como e que eles que nao podem dar kekas querem ensinar os outros?
O facto mais notável do referendo de domingo sobre a despenalização do aborto foi o aumento da participação do eleitorado.
De resto, os resultados bateram certo com todas as previsões.
Num país onde a abstenção tem vindo a ganhar terreno, em todas as consultas eleitorais, em relação à participação política e cívica dos cidadãos, foram mais os que se alhearam do referendo que aqueles que votaram “Sim” ou “Não”.
Mas a participação do eleitorado aumentou consideravelmente em relação ao referendo anterior sobre a mesma matéria.
E assim, aproveitando este arremedo de onda de participação dos portugueses na vida em sociedade organizada, bem poderiam as instâncias do poder político aproveitar para envolver mais os cidadãos na vida colectiva, chamando-os a pronunciarem-se e a assumirem responsabilidades.
Dizia uma eminência do regime, na noite de domingo, que “o referendo não está enraizado na nossa cultura democrática”. A observação é um tanto ‘la palissiana’.
A democracia tem 32 anos e a cultura é algo de muito vago entre a tradição das “manifestações” à força, a tralha do PREC e as eleições com votações em partidos “cara” ou “coroa”.
Factores como a falta de diversidade na oferta por parte dos partidos têm levado a uma menor procura em todas as modalidades de eleições.
Mas habituar os portugueses a participar nas decisões seria contribuir para a eliminação do risco da democracia se perder na falta de quórum.
De maneira que agora era pegar na onda referendária e perguntar aos portugueses, por exemplo, se querem o aumento da idade de reforma, a precaridade e mobilidade no trabalho, a insegurança social e os desequilíbrios sociais.
Era certamente um grande sucesso da democracia.
Sem pôr em dúvida a evidente legitimidade da Assembleia da República para alterar a lei ou mesmo para, mais do que isso, usar o resultado do referendo de domingo como indicador do caminho a seguir (se o referendo não chegou a ser vinculativo para o SIM, ...) ...
Sem pôr em dúvida a evidente legitimidade da Assembleia da República para alterar a lei ou mesmo para, mais do que isso, usar o resultado do referendo de domingo como indicador do caminho a seguir (se o referendo não chegou a ser vinculativo para o SIM, menos o seria para o NÃO), o facto é que mais de metade dos portugueses não se deu ao trabalho de votar, e não compreendo em que se basearam os tantos que deram os parabéns ao "povo português" (as aspas devem-se às dúvidas quanto à sua existência como coisa concreta) pela demonstração de "maturidade cívica" (as aspas devem-se às dúvidas quanto à aplicabilidade de tal expressão quando remetida a um hipotético "povo português").
Haverá, com certeza, aqueles que não votaram por, depois de todos os esforços, não terem conseguido chegar a uma decisão entre o SIM e o NÃO. Serão poucos. A imensa maioria dos que não votaram simplesmente não esteve para isso. Digo-o sem outro elemento além da observação do comportamento geral dos meus concidadãos. Adoraria que houvesse quem mo negasse e apresentasse evidências da negação.
E, no entanto, onde quer que se esteja, seja qual for o grau de escolaridade, a cor política, o credo (ou não) religioso, o sexo, a preferência sexual, o clube de futebol, a ideologia, ninguém que tenha nascido fica indiferente quando o assunto é o aborto. Toda a gente tem alguma coisa a dizer – mesmo que seja uma grande dúvida. E, consultados, alguns portugueses disseram SIM, alguns (menos), NÃO, mas a maioria (mais do que a soma do SIM e do NÃO) disse "QUE SE LIXE". Podem ter sido menos do que no referendo anterior – ora viva! – mas ainda é, absolutamente, muita gente a dizer QUE SE LIXE. E vem daí a minha dúvida sobre a existência concreta do "povo português": existe um povo digno desse nome quando, consultado sobre a despenalização do aborto, a maioria responde QUE SE LIXE e os seus líderes e formadores de opinião em geral só se lembram de lhe elogiar a "maturidade cívica"?
Se estivesse convencido da existência de um "povo português" teria que me incluir nele. Incluído nele, só teria vergonha a sentir quando verificasse que nem a metade de nós se dignou a atender ao apelo a que respondêssemos a uma consulta como a de domingo. Não se tratava de referendar o Tratado Constitucional da União Europeia, isso sim, uma estupidez, porque se trata de matéria política, com implicações políticas complexas, de longo prazo, e, se não delego aos políticos o poder de decidir sobre matérias dessa natureza, não sei o que raio lhes hei de delegar. O referendo sobre o Tratado Constitucional europeu, qualquer que seja o seu resultado, será uma fraude. Não é assunto sobre o qual o eleitor médio (eu incluído) esteja preparado para decidir, não é assunto que mobilize um povo (a não ser nas explorações populistas que, eventualmente, se façam dele) – querem legitimá-lo através de uma consulta popular deformada. Se querem saber o que o povo pensa sobre o Tratado Constitucional, encomendem um estudo a algum instituto de sondagens, capaz de corrigir as deformações de uma amostra que estará sempre muito longe do universo de eleitores potenciais. Mas lembrem-se: desgraçado é o povo cujos governantes se governam pelo senso comum. Mas, no último domingo, não se tratava disso, e sim de um referendo sobre uma questão que, ao fim e ao cabo, diz respeito a convicções pessoais e, ainda mais do que isso, íntimas e, portanto, tão legítimas as minhas quanto as do médico, do padre ou do político.
Nas próximas eleições – autárquicas, presidenciais, legislativas, não importa – abatam-se pelo menos 50 pontos percentuais das abstenções antes de se tentar avaliar por elas o tamanho do (des)crédito dos políticos. Os políticos não estavam em jogo no domingo passado. O problema não está tanto neles quanto naquilo que, por convenção, tem sido chamado de "povo português". Mas "povo" é, necessariamente, um organismo feito de entes solidários. Mais de metade dos portugueses disseram QUE SE LIXE no último domingo. Somos um povo?
Nueva era en Portugal
La amplia victoria del sí (59% contra 40%) en el referéndum sobre el aborto celebrado el domingo en Portugal supone, nueve años después del ajustado triunfo del no en la primera consulta, un histórico paso adelante para el país vecino. Al dar su respaldo a la despenalización del aborto por decisión de la mujer en las primeras 10 semanas de embarazo, Portugal ha dicho no al miedo, la humillación y la persecución judicial de las 20.000 mujeres que cada año toman la decisión de abortar, ya sea clandestinamente o en el extranjero. Portugal ha querido dejar atrás su ley de 1984, una norma de supuestos casi idéntica a la española que jamás pudo ser aplicada racionalmente por la presión social de la Iglesia y la cerrazón médica.
La victoria del sí está llena de significados políticos. El debate ha movilizado por primera vez a amplios grupos ciudadanos y ha sido ejemplarmente democrático y civilizado. La voz del Portugal laico y moderno se ha elevado sobre el silencio del país atrasado. Aunque el no sigue triunfando en casi todos los tradicionales feudos rurales del norte y en las islas, los dos grandes núcleos urbanos, Lisboa y Oporto (donde ganó el no en el 98), apoyan sin ambages la reforma, con un 71% afirmativo en la capital y una participación próxima al 50% en ambas. En el cinturón de Setúbal, el Alentejo y el más avanzado Algarve, el sí alcanza mayorías escandalosas.
Es cierto que 1,5 millones de votantes se han opuesto a la despenalización y que la participación del 44% está lejos de la mitad más uno del electorado necesario para aprobar automáticamente la ley. Pero que el referéndum no sea jurídicamente vinculante no significa, como se ha dicho, que más de la mitad de los ciudadanos esté en contra de despenalizar el aborto. Y tampoco que la consulta haya quedado desvirtuada. Muchas semanas antes, el primer ministro socialista, José Sócrates, y la mayoría de los partidos habían dejado claro que respetarían la decisión popular, ganara el no o el sí, aunque la abstención superara el 50%.
Excepto el ultraderechista CDS/PP y la Iglesia católica, las demás fuerzas políticas y sociales han reaccionado ya en el sentido de que la nueva ley se hará en el Parlamento. Sócrates, pragmático y moderado durante el proceso, ha prometido incorporar algunas peticiones del no y elaborar una reglamentación basada en las mejores legislaciones europeas. Ahora sólo cabe esperar rapidez en la tramitación y la aplicación de la nueva ley que deberá sacar a Portugal de la infame pesadilla del aborto clandestino.
In:EL PAÍS
quero ver o que é que o a esperteza saloia do albuquerque e mulher, dizem sobre o assunto nos ecos de sor e também no outro tacho que têm chamado mensageiro de alter. (é so facturar!)
Mas o que é que o albuquerque é para aqui chamado oh seu grande filha da puta!!! morre cabrao seja lá quem tu fores. Canalha!! Porco!! A despenalizaçao do aborto devia ter sido na altura em que nasceste. Ja a puta da tua mae que nem sabe quem é o marido escusava de parir um cavalo como tu!! vai-te foder comuna de merda
albuquerque. controla esses instintos. só te fica mal.
o albiquerque. estava tão nervoso que nem reparou que o que escreveu é a favor da despenaliação.olha o tacho albuquerque.
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