terça-feira, 27 de março de 2007

O PADRINHO

“Don Taveira Pinto recebia os seus clientes de manhã, no seu gabinete da edilidade virado para o tribunal (...).
Abordavam-no levando flores ou outras ofertas, enquanto ele permanecia sentado na secretária de charuto Davidoff na boca.
Alguns procuravam emprego na edilidade. Outros talvez fossem juízes ou agentes da polícia ansiosos por uma transferência, uma promoção, um aumento de salário. Ou podia, ser pessoas suspeitas a precisar de uma licença de uso e porte de arma ou de protecção contra a perseguição da polícia; dirigentes desportivos e associativos em busca de uma posição de influência nalguma comissão; estudantes do ensino secundário ou superior desejosos que lhes fossem perdoadas más notas susceptíveis de ameaçar o seu progresso nos estudos"
(...)
"As reuniões matinais, que se realizaram durante toda a sua carreira política de ... anos, tinha um estilo caracteristicamente desassombrado.
Mas nada havia exclusivamente mafioso, ou siciliano, neste tipo de apadrinhamento e clientelismo na política.
Os mesmos mecanismos básicos funcionam ainda em muitos lugares da Ponte de Sôr, para não falar de outros concelhos em Portugal.
Os votos são trocados por favores: os políticos e funcionários do Estado apropriam-se de bens públicos - empregos, contratos, licenças, pensões, subsídios - e reinvestem-nos a título particular nas suas redes de apoio ou clientelas pessoais"

(...)
"Don Taveira Pinto respondeu ao desafio e dedicou a sua vida a negociar favores"




Francisco

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6 Comments:

At 27 de março de 2007 às 18:27, Anonymous Anónimo said...

conhecem a parte do tesourinho deprimente do gato fedorento?
acho que a coisa se adequa aqui ao francisco!

 
At 27 de março de 2007 às 23:53, Anonymous Anónimo said...

A procuradora Geral Adjunta, Maria José Morgado, propôs ontem, na Assembleia da República, durante o colóquio internacional sobre o combate à corrupção, sete medidas de política criminal contra aquele flagelo, para o qual, como frisou, a justiça tradicional não está preparada. A criação de unidades especializadas antimáfia e a constituição de um rede judiciária nacional contra o crime económico e branqueamento de capitais, para além do controlo efectivo de todos os que se expõem politicamente, ou a abolição do segredo bancário, são algumas delas.

Outro dos oradores da tarde, o juiz Baltasar Garzón, da Audiência Nacional, o tribunal espanhol para a grande criminalidade, colocou a tónica na prevenção e na necessidade da cooperação internacional no combate à corrupção. Garzón defendeu que em matéria de leis "já não é preciso inventar nada", estão feitas. É preciso é aplicá-las. Sublinhando que considera as "normas necessárias", defendeu, todavia, que "há algo anterior à percepção do fenómeno e que é fundamental a educação". O juiz entende que é importante explicar às crianças que "é mais vantajoso cumprir a lei, do que contorná-la". E defende que operar "essa mudança de mentalidade" nas gerações futuras "é fundamental".

Maria José Morgado não esqueceu a prevenção, tendo finalizado a explicação das suas sete medidas lembrando que as mesmas "carecem de ser integradas por políticas de prevenção aos mais variados níveis". Para Morgado, porém, não há "prevenção sem repressão" nem vice-versa.

Para além da criação de unidades antimáfia, compostas por elementos da PJ e do MP, e da rede nacional contra o crime económico e branqueamento de capitais, Morgado propõe métodos especiais de recolha de prova para este tipo de crimes, com alargamento do regime de protecção de testemunhas ou uma protecção dos denunciantes consistente. A magistrada advoga, também, a abolição do segredo bancário como forma de prevenir a evasão fiscal, o controlo dos bens patrimoniais dos detentores de cargos políticos e medidas de prevenção da corrupção no sector público, através da definição de sectores de risco e de sistemas de alarme precoce nas inspecções.


Independência e especialização Maria José Morgado propõe a criação de unidades anti-máfia, com base em unidades de elite da PJ e do MP para prevenção e repressão da corrupção. Essas unidades especializadas teriam de ter ao seu dispor os meios técnicos e financeiros necessários



Rede Nacional



Judiciária

Para além das unidades, Morgado propõe uma rede judiciária nacional, composta igualmente por elementos da PJ e do MP, que teria por função principal a troca de informações, a radiografia das origens, causas e desenvolvimentos da corrupção, para além de detectar os elos entre a corrupção e o crime organizado e o branqueamento de capitais



Controlo



do património

A fiscalização efectiva dos bens dos detentores de cargos políticos, a abolição do segredo bancário, como forma de prevenir a evasão fiscal, a adopção de medidas que previnam a corrupção na administração pública e a possibilidade de meios de investigação específicos são outras propostas

 
At 27 de março de 2007 às 23:56, Anonymous Anónimo said...

48% da criminalidade económica participada em Portugal durante o ano passado está relacionada com a corrupção directa ou indirecta.

O dado foi avançado esta terça-feira por Moreira da Silva, da Direcção Central de Investigação e Combate ao Crime Económico e Fiscal, no colóquio internacional que decorre na Assembleia da República.

Moreira da Silva identificou as áreas de risco como sendo a administração local, com 41% dos inquéritos, forças de segurança (16%), entidades com vocação rodoviária (8%) e a administração central (7%).

 
At 28 de março de 2007 às 09:51, Anonymous Anónimo said...

PORQUE SERÁ?

Governo não quer agência anticorrupção

O ministro da Justiça deixou ontem claro que se recusa criar uma agência anticorrupção independente. O Governo prefere uma Unidade Nacional contra a Corrupção incluída no seio da Polícia Judiciária (PJ), anunciou Alberto Costa, deixando cair a proposta do PSD e a de vários magistrados, nomeadamente a de Maria José Morgado que, segunda-feira, sugeriu a formação de "unidades antimafia" para enfrentar aquele tipo de crime.

 
At 28 de março de 2007 às 10:31, Anonymous Anónimo said...

O PS recusou ontem terça-feira estar disponível para criar novos tipos de crime como o enriquecimento ilícito ou injustificado, que o PSD e o PCP querem introduzir no Código Penal.

 
At 28 de março de 2007 às 19:28, Anonymous Anónimo said...

É assim:
Só não vê quem não quer ver...
Ou aqueles que tem vistas curtas, como o primeiro comentador.

 

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