quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 DE ABRIL DE 2007



Comemorar Abril – o dia da liberdade - impõe várias exigências a cada um.
Temos o dever de, com ou sem cravo na lapela, fazer deste momento, o símbolo da nossa liberdade, o símbolo do pluralismo das ideias, o símbolo da convivência democrática, que mais não é o significado de Abril.

Mais que uma festa de saudade, que muitos querem fazer parecer, mais que um aproveitamento para analisar a História recente do nosso País, festejar Abril dever-se-á estender por todos os dias do ano.

A conquista da liberdade teve um preço demasiado elevado para se limitar a um só dia – lembrem-se quem viveu esse tempo, das perseguições políticas, da censura, da guerra colonial, do analfabetismo, da fome e da miséria, da precariedade...
As lutas por um regime democrático, comprovadas pela Historia que ninguém apagará, não acabaram.
Será esse o nosso papel: o dos mais velhos, para passar o testemunho, o dos mais novos para o agarrarem, em nome do futuro.

É aqui que se impõe o apelo: Não tenhamos por isso receio de participar nos movimentos sociais, não tenhamos receio de pronunciar a palavra política, não nos intimidemos de transportar um cravo ao peito, na rua onde todos nos possam ver - a liberdade e a democracia – política, social, cultural e económica, as quais também nos compete construir, assegurarão esse desígnio.

O maior erro que poderemos cometer é julgar que essas lutas terminaram com a queda da ditadura e que tudo o resto passou à História. O som da Grândola Vila Morena, não foi o fim, mas antes, o princípio.
Vejam-se os acontecimentos recentes como a tentativa de controlo dos organismos de justiça, de polícia e de informação por parte do governo;
Vejam-se as políticas de precarização de emprego, de mobilidade e de excedentes na administração pública;

Vejam-se as políticas de saúde e de educação com o encerramento de urgências, centros de saúde e de escolas de ensino básico;
Vejam-se as medidas legislativas contempladas na lei de financiamento dos partidos políticos, ou dos esboços para a nova lei autárquica que pretende acabar om o pluralismo político na gestão das autarquias locais;
Veja-se o aparecimento de grupos fascistas, racistas e xenófobos e as suas movimentações, camufladas de partido político constitucionalmente legitimado, que apelam à nobre causa, mas nada ingénua, da discussão de ideias, mas com armas no bolso.
Veja-se a iminente abertura do Museu Oliveira Salazar, eleito o melhor português do entretenimento televisivo, em Santa Comba-Dão.

A democracia e a liberdade não são velhas nem podem ser esquecidas. A democracia e a liberdade constroi-se todos os dias.

Respeitando as opções políticas de cada um , ou não fizessem sentido estas palavras, não posso deixar de enumerar alguns factos que não nos podem passar ao lado.
Infelizmente, estes factos não acontecem lá longe, noutro concelho, noutra cidade ou são fruto de políticas governamentais.
Com 33 anos de democracia:
veda-se a liberdade sindical a trabalhadores nos locais de trabalho; veda-se o acesso de um jornal regional, gentilmente oferecido pela sua redacção, à nossa Biblioteca Municipal; perseguem-se e movem-se funcionários como se de tralha se tratasse;
persegue-se, ataca-se e difama-se, com todo o tipo de argumentos, cidadãos democraticamente eleitos nos órgãos autárquicos, só porque expressam discordância de opções.
E, a menor de todas, mas não menos importante: das mil e uma formas de assinalar publica e oficialmente o Dia da Liberdade, ainda não se encontrou nenhuma forma para o fazer na nossa cidade.
Por tudo isto, apelamos a todos e sobretudo aos mais jovens de que: as conquistas de Abril são para assegurar.
Sempre.
Até ao futuro.

Viva a liberdade!
Viva a democracia!
25 de Abril, Sempre!


Carol Marks

FILHOS DA PONTE

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8 Comments:

At 26 de abril de 2007 às 11:50, Anonymous Anónimo said...

«"A leitura é um espaço de liberdade para qualquer leitor", afirmou a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima»

In: Jornal Público

Até a Ministra da Cultura vê, só o sr. dr. Taveira Pinto não sabe o que é a Liberdade.

 
At 26 de abril de 2007 às 11:52, Anonymous Anónimo said...

Ameaças à liberdade

É difícil saber se, como afirmou Paulo Rangel, "nunca como hoje se sentiu uma tão grande apetência do poder executivo para conhecer, seduzir e influenciar a agenda mediática" mas não haverá muitas dúvidas de que as tentativas de condicionamento da liberdade de expressão e de informação são uma realidade no nosso país. O facto de um "partido da liberdade" como é o PS, estar na origem de algumas dessas ameaças à liberdade de expressão coloca mesmo a questão: será que o poder, para além de corromper, também provoca amnésias selectivas?
Não são só as actuações dos "spin doctors" governamentais junto das redacções dos "media" públicos e privados que são mais ou menos preocupantes. As "nebulosas" a que se refere o deputado Paulo Rangel e que podem pôr em causa a qualidade da nossa democracia, abrangem, seguramente, a cabotina Entidade Reguladora para a Comunicação que, em pouco tempo, já mostrou para o que serve, a futura Comissão da Carteira Profissional que se pretende dotar de poderes disciplinares, inéditos em democracias pluralistas, sobre os jornalistas e, também, o anunciado regime da violação do segredo de justiça para os jornalistas. Estas inequívocas ameaças e condicionamentos à liberdade de expressão e de informação não são, contudo, uma criação exclusiva do governo e do Partido Socialista; antes contam com uma participação activa e criativa do principal partido da oposição, o que, ainda mais, justifica a preocupação agora manifestada.
Tem, assim, toda a razão o deputado Paulo Rangel ao celebrar o 25 de Abril na Assembleia da República, chamando a atenção para as "ameaças e nebulosas" que nos espreitam, tanto ao nível da liberdade de expressão como, eventualmente, quanto à concentração de poderes, mas fica-nos uma enorme dúvida: a quem se dirigia?

Francisco Teixeira da Mota

 
At 26 de abril de 2007 às 12:20, Anonymous Anónimo said...

Claro que os senhores que mandam neste concelho nao seguem as palavrs ada Mnistra por uma razao.
Como eles sao Analfabetos e nao sabem ler nem escrever, basta ver os comunicados da autarquia que sao tao maus , tantis erros ortograficos e de construcçao gramatical, claro com acessores tcomo o mano prof primario, que sempre foi lerdo, o outro das galveias?????.
REnyao proibem-se os jornais, os livros, mas eles sao tao brrinhos que ainda nao sabem que os jornais estao on-line(quer dizer na Net, ou seja na rede de comunicacao global) desculpe quem le esta explicaçao mas nem assim eses asbem o que e , e talvez pensem tambem em proibisr atal Net dentro do concelho

 
At 26 de abril de 2007 às 12:32, Anonymous Anónimo said...

…Continuamente a cidade

embalava um cantar rouco

que mal se ouvia cantar

era tempo de mudar

era tanto e era tão pouco

… Foi contigo camarada

que na cidade ocupada

em Abril nos levantamos

Embora o sonho tenha virado frustração na maioria do que sonhei ser possível conseguir… nunca me hei-de calar, e cantarei: 25 DE ABRIL SEMPRE!!!

 
At 26 de abril de 2007 às 12:34, Anonymous Anónimo said...

A ceux qui ne croient plus

Voir s'accomplir leur idéal

Dis leur qu'un œillet rouge

A fleuri au Portugal




Georges Moustaki

 
At 26 de abril de 2007 às 13:16, Anonymous Anónimo said...

NO DIA EM QUE SE COMEMORA o 25 de Abril é consolador pensar que os ideais da solidariedade e da justiça social estão bem vivos isso se manifesta nas mais pequenas coisas.

Ainda hoje soubemos que os autarcas arguidos em processos crime ligados à sua actividade autárquica vão ter a sua defesa paga pelo município; quer dizer, por todos nós.
É de total justiça: ser arguido num processo é uma coisa que pode suceder a qualquer presidente.
Um acidente de trabalho sob forma específica.

Além disso os generosos pagamentos com dinheiros públicos poderão ser uma boa fonte de receita para os advogados especializados em processos crime ou outros que ocorram para ajudar amigos em momentos difíceis.

Estamos pois perante um acto de pura solidariedade que certamente será aprovado pelos nossos eleitos sem quaisquer reservas. E sem limite de verbas para que possam ser contratados bons advogados que, como se sabe, são caros.

 
At 26 de abril de 2007 às 17:15, Anonymous Anónimo said...

«Não me resigno nem me conformo na batalha pela qualidade da democracia portuguesa», afirmou Cavaco Silva na sessão solene do 25 de Abril, no Parlamento, em que defendeu a necessidade de uma «classe política qualificada» e «critérios de rigor ético, exigência e competência».
Lisboa, 25 Abr (Lusa)
- O primeiro-ministro, José Sócrates, elogiou hoje o discurso do Presidente da República, considerando "muito apropriado" o apelo aos políticos para que "unam esforços" a favor da "qualidade da democracia".

Estes indivíduos, eleitos para representar o povo português, notoriamente não têm qualquer emenda.
Evidentemente, julgam-se acima dos critérios éticos que apresentam aos outros como modelo e perante as evidências gerais de incongruência e contradição, apresentam as superiores razões de Estado como critério supletivo e justificam a inconsistência, com os interesses do povo que eles mesmos interpretam, obliterando os princípios que proclamam e sufocando a obrigação de lealdade à Constituição que juraram cumprir.

A lógico e coerência deste tipo de discursos, perante aquilo a que vamos assistindo e que comentadores insuspeitos como Santana Castilho, no Público do dia 24/4/07, Marcelo Rebelo de Sousa na RTP e ontem Rui Ramos, no mesmo Público, entre muitos outros, já disseram, vale um zero à esquerda, porque é daí que o desvalor aparece.

Na segunda-feira, no programa Prós & Contras, na RTP1, a propósito das intervenções da entidade de inspecção económica nos restaurantes, mercados e feiras, falou-se em contrafacção de merdadorias.
Um vendedor ambulante, cigano, desanimado pela intervenção da fiscalização que lhe apreendeu a mercadoria contrafeita, desabafou para a câmara: “se isto que me levaram é contrafação, então o diploma do primeiro ministro também não é contrafacção?”

Hoje, em Portugal e numa sintonia inédita em mais de 30 anos de democracia, entre intelectuais e povo em geral, a questão das habilitações do primeiro ministro de Portugal aparece pacífica: a honorabilidade política do primeiro ministro é insustentável e inseparável da questão de carácter.

O presidente da Republica, enquanto cidadão que vive em família normal, uma vida normal de português médio, sabe muitíssimo bem que assim é. Então, porque não é?
Porque não lhe convém?
Porque não convém a quem o apoiou? Quem o apoiou foi o povo em geral. E mais ninguém.
Então porque é que não ouve o povo?

Ouça os filhos, ao menos...

O discurso ontem, na Assembleia da República pelo primeiro de todos os portugueses, representou apenas os portugueses sentados à sua frente. A maioria deles. E mais ninguém.

 
At 27 de abril de 2007 às 16:39, Anonymous Anónimo said...

Viva a liberdade!
Viva a democracia!
25 de Abril, Sempre!


Já lá vai o tempo em qe os comunistas eram donos e senhores cá do burgo.A revolução ia no auge, e eis que os novos fascistas agora de barba crescida e de calças à boca de sino ou de camuflados do copcon mandavam nisto tudo. Nas tardes em que havia manifestações e o zé povinho vinha á vila para gritar a terra a quem a trabahla e o povo é quem mais ordena eram utilizadas pelas cúpulas para roubar, desviar, vender a torto e a direito, e os exemplos ainda aí andam só não os vêm quem não quer. A memória não é curta senhores.

Viva a Liberdade

 

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