terça-feira, 3 de abril de 2007

O FRANGO É O PRÓPRIO EXECUTIVO


Uma crise, em termos políticos, não o é, a menos que exista a sua percepção pública. Até agora o Governo sempre conseguiu tornar as crises meras nuvens passageiras.
O segredo de Polichinelo de Sócrates foi sempre mostrar que as decisões foram tomadas por outras pessoas, isto é, os seus ministros.


O primeiro-ministro conseguia surgir como o bombeiro que apagava fogos ateados por ministros que pareciam ser de um Governo alheio ao que ele liderava.

Até agora. Da saúde à educação e passando pela Ota e mesmo recentemente pelas críticas do Tribunal de Contas, Sócrates fez de inocente no meio de culpados.
Até que a bomba da Universidade Independente lhe rebentou nas mãos. Executar o mensageiro que traz uma má notícia e, depois, repetir uma mentira tão grande que as pessoas acreditem, é uma velha prática política.

Neste caso o problema é maior.
A dúvida instala-se:
se o que se diz for verdade, como é que este homem pedir sacrifícios ao comum dos cidadãos ou liderar o Estado português na UE?


Para Sócrates começam a deixar de existir boas notícias. Ou más, disfarçadas de boas.
Há, apenas, maus prenúncios para o futuro. Até agora ele elevava a voz para calar os outros. Agora precisa de explicar o que se passa.
No meio desta bomba atirada de algures, o Governo descobriu, no frango no churrasco, um caso de sucesso tecnológico. O churrasco é o resultado do grelhador do choque tecnológico.

O frango é o próprio executivo


F.S.

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3 Comments:

At 3 de abril de 2007 às 19:11, Anonymous Anónimo said...

As universidades privadas lembra-me a Feira do Relógio, todos barafustam contra a facilidade com que se obtêm cursos nessas universidades mas a verdade é que são de uma grande utilidade. Ali compram-se canudos universitários com a mesma facilidade com que se compram um par de jeans da melhor marca na Feira do Relógio, depois de engomadas e vestidas ninguém vai duvidar da sua autenticidade e o seu dono entra para o clube dos que usam jeans de marca.

Salvo honrosas excepções algumas das nossas universidades privadas não passam de feiras do relógio do mercado universitário, quem não consegue entrar numa universidade credível vai lá comprar o canudo que se ajusta às suas ambições. Tal como na Feira do Relógio a inspecção vai lá de vez em quando para fazer um simulacro de combate à contrafacção e tudo volta da mesma. As licenciaturas dessas universidade estão para as de uma universidade a sério como as roupas de marca vendidas na Feira do Relógio estão para as que são vendidas na loja de marca, a diferença está no preço já que na qualidade já quase ninguém repara.

Mas quem vende os canudos de contrafacção não são “ciganos”, são distintos doutores, altos quadros do Estado, altos magistrados, a fina flor da intelectualidade que encontrou na desgraça do ensino um excelente negócio para ajeitar as contas.

Mas desiludam-se os que pensam que os que adquirem diplomas em contrafacção não fazem bom uso deles, basta estar meia dúzia de anos fora de um serviço que quando regressamos damos com tudo de pernas para o ar, a antiga secretaria tem um curso de gestão de qualquer coisa e damos com ela numa fulgurante carreira de técnica superior, eu próprio tenho dificuldades em saber quem é quem no meu serviço.

O grande mercado dos canudos de contrafacção é o Estado, nos seus concursos uma licenciatura em Economia com média de 15 na Universidade Independente vale infinitamente mais do que a mesma licenciatura conseguida na Universidade Nova. E se, como sucedeu nos últimos anos, num processo de reclassificação qualquer canudo serve para transformar uma desconhecida administrativa num brilhante técnico superior.A Feira do Relógio teve mais sucesso a vender canudos universitários do que a tradicional feira localizada junto ao aeroporto tem tido a vender roupa em contrafacção, até porque, apesar de tudo, a ASAE é bem mais exigente e eficaz que a Inspecção do Ensino Superior. A dúvida está em saber porquê.

 
At 3 de abril de 2007 às 21:45, Blogger Pedro Manuel said...

Augusto Santos Silva exonerou assessor Carlos NarcisoPor ter colaborado com o gabinete de imprensa da UnI O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, anunciou hoje ter exonerado o assessor Carlos Narciso, por ter colaborado, a título pessoal, com o gabinete de imprensa da Universidade Independente (UnI).

Em comunicado, o ministro considera "incompatível" a prestação de assessoria ao seu gabinete "com qualquer outro tipo ou forma de assessoria ou colaboração em actividades de comunicação institucional, mesmo que desempenhadas esporadicamente e/ou a título pessoal". [...]

Obs: Mais importante seria o governo demitir em bloco os dois gangs (Arouca e Verda e compª) em confronto e nomear, com carácter de urgência e a título transitório, uma Comissão de sábios de assegurasse a transição desta fase negra da UnI para uma fase menos negra, talvez cinzenta.
Esperando, naturalmente, que dessa Comissão de sábios não constassem os nomes de Taveira Pinto, Isaltino de Morais, Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro, Pinto da Costa, Carolina Sal-Gado, Adalberto Matilde, Quinquinho Fonsecas Benevites e outros vultos que vão à Grande Entrevista a convite de dona Judite - da RTP - paga com os impostos de todos nós.

 
At 3 de abril de 2007 às 21:48, Anonymous Anónimo said...

É SÓ GENTE SÉRIA, COMEÇA LOGO PELO PRIMEIRO-MINISTRO E SECRETÁRIO GERAL DO PARTIDO SOCIALISTA:

" (…) Segundo José Manuel Fernandes, director do Jornal Público, o primeiro-ministro «frequentou» um MBA (curso de pós-graduação) no ISCTE, mas «não completou».
«Os professores dizem que foi um aluno aplicado», afirmou o director do Público, assegurando que o José Sócrates «não completou [o MBA] porque, entretanto, entrou para o Governo».

 

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