terça-feira, 3 de abril de 2007

O PARTIDO SOCIALISTA E OS "BOYS"


Quando o Tribunal de Contas levantou dúvidas sobre o défice orçamental, distinguindo a óptica da contabilidade nacional da da contabilidade pública, José Sócrates ficou perplexo (diz com quem com ele privou nos dias imediatos).

Não foi o único: no Partido Socialista, os seus indefectíveis arreganharam os dentes e prepararam-se para bater no socialista que pensavam ter aceite o cargo com espírito de boy.
A coisa não chegou a vias de facto porque Sócrates, apesar de irritado (ah! a mania do quero, posso e mando), deu ordem para reembainhar as espadas.
Não sem antes mandar recados para dentro da instituição.

Como o Tribunal de Contas não se assustou e arrasou a gestão das verbas geridas pelos Ministérios, o primeiro-ministro soltou as hienas.
Como o comprova a apreensão de Jorge Lacão face ao relatório do tribunal.

Do alto da sua superioridade, incriticável e insindicável, Sócrates espera dos boys a vassalagem devida a quem lhes deu de comer.
Com Oliveira Martins enganou-se (a mim, e a quem o teve como professor, o seu comportamento não surpreende).
Não é caso inédito em Portugal. E espera-se que não seja o único: há outro regulador, a ERSE, cujo presidente foi nomeado com espírito de boy.
Vamos ver se também ele morde a mão que lhe deu de comer. O país agradece. Porque a credibilidade das instituições é mais importante do que os Governos.

C.L.

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