segunda-feira, 16 de abril de 2007

A POLÍTICA É ASSIM: FRIA E CRUEL.

José Sócrates surgiu na política como um aloe vera. Teria propriedades medicinais e rejuvenesceria a sociedade portuguesa. Mas também é uma espécie de cacto: pica e pode secar por excesso de água. Sócrates secou pelo excesso de Universidade Independente.

Ele é um cacto típico do país: carrega um excesso de esperança e leva às costas quilos a mais de desilusão.
Está a sofrer uma erosão de grandes dimensões.

Representa um efeito do aquecimento global na sua versão local.
Tem a seu favor a resposta típica dos portugueses a todas as crises: nunca é demasiado crítico ou radical.
Sente, até, algum enternecimento por quem é acusado de algo.
Mas o problema de Sócrates é outro.

A sua licenciatura é, para os portugueses, uma questão de compostura de um líder: deve usar gravata ou lacinho, deve ser doutor ou engenheiro?

Mas, para Sócrates, esta questão não o deixa dormir.

A Universidade Independente será a sua cama de espinhos.

A Ota, as escolas e os hospitais que fecham ou a saída do Estado de milhares de funcionários passarão por quatro anos de poder como uma andorinha pela Primavera.
Todos esperam que cheguem as próximas.

Mas a licenciatura é já a grande questão política que vai marcar esta legislatura.
Não será qualquer grande obra de regime ou reformas do Estado que assinalarão a sua passagem por São Bento.
Sócrates ficará na história por um único facto: uma licenciatura.
Um diploma será o autocolante do primeiro governo de Sócrates.

A política é assim: fria e cruel.


F.S.

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5 Comments:

At 16 de abril de 2007 às 14:53, Anonymous Anónimo said...

Pronto, conforme me prometeram ontem, os Lindos Olhos de Mariano Gago já lançaram hoje, em "Diário da República", a permissão para que os alunos de qualquer Instituição de Ensino Superior possam pedir transição, em QUALQUER época do ano, de instituição que frequentam, para outra.
É justo, tínhamos discutido ontem a situação dos sem-abrigo da "independente", e, se não for ao Partido Socialista cumprir alguns dos preceitos de justiça e acolchoamento social mínimo, que outro partido o fará?... Não garantir transição para os alunos da "Independente", depois da execução sumária dela, era tão injusto como tributar as reformas das velhinhas, aumentar o preço do pão, ou o dos medicamentos.
Já lhe telefonei a agradecer, é para isto que servem estes pequenos jantares de amigos, onde, tantas vezes, se decide o futuro do Mundo.
Em favor do Bem Público, atrevo-me também hoje, por ser Quinta-Feira Santa, a revelar algumas das páginas da minha Tese de Pós-Doutoramento, a decorrer no I.S.C.T.E., sob a orientação do Professor Doutor Paulo Pedroso.
O título do meu Pós-Doutoramento -- em primeira-mão -- é "Analogias e Discrepâncias sobre o Método Geológico de Concessão de Diplomas em Portugal, durante a segunda metade do Séc. XX".
Aqui ficam as linhas gerais, já que se trata, sobretudo, de tratamento de dados em "S.P.S.S.", embora com uma matriz estrutural que obedece aos princípios da Organização e Classificação correntes:

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Licenciaturas do Pré-Câmbrico (anteriores ao 25 de Abril, e sempre na posse, salvo raras excepções, de filhos de "Alguém").
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Licenciaturas Administrativas, resultado do saneamento de Docentes, durante o 25 de Abril. A nota era declarada de um lado do balcão da Secretaria, e logo anotada no Livro de Termos, do outro. Denominado "Período Valetudense".
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Licenciaturas do "P.R.E.C.", com lançamento, em pauta, não de nota, mas de resultados de votação, de braço no ar, de "Apto", ou "Não-Apto". Os mais aguerridos passavam primeiro, os menos, ficavam para o fim (Nota: este tipo de Diplomas deu lugar aos mais altos Cargos, nomeadamente Presidências de Comissões Europeias). É o chamado "Período Cherne-Maoense".
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Licenciaturas compradas no balcão da Secretaria da Escola Secundária da Cidade Universitária (defronte do I.S.C.T.E., e, hoje, já extinta e demolida, por causa das tosses...)
Este Período, chamado "Manequense", com Licenciaturas, lançamento de nome em pauta e Diplomas a 20 "contos", divide-se em três sub-períodos:
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"Manequense Inferior", em que o "Manecas" ainda não tinha SIDA, e portanto gozava dos lucros.
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"Manequense Médio", em que, já contaminado, era o irmão que beneficiava dos lucros. É o chamado Período Áureo, em que o maralhal, pela mão do "Tonico", frequentava o Clã Câncio, e havia homens, dinheiro, e tudo aquilo que o dinheiro podia comprar, em fartazana, para todos/as. À porta da Escola da Cidade Universitária, os Ciganos vendiam os Exames que iam depois sair na Faculdade de Medicina.
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"Manequense Final", em que a coisa estoirou, o "Manecas" morreu, o irmão teve de fugir para o Brasil, e as festas abrandaram.
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Período Intermédio "Campo Santanense", em que os pais faziam bicha, defronte da Secretaria da Escola de Ciências Médias, para comprarem o Diploma de Médico para os filhos.
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"Período Pulidense", em que houve Diplomados contemporâneos da passagem, pela Política, de Vasco Pulido Valente. Licenciaturas do "Gin-Tónico".
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"Período Normalense", em que as pessoas foram MESMO obrigadas a frequentar e a concluir os Cursos.
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"Período das Privadas", com todos os seus sub-períodos intermédios, em que o Dinheiro era forte aliado da Massa Cinzenta. Também conhecido pelo "Período das Omeletes sem Ovos".
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Período da "Independente", lançada por Manuela Ferreira Leite, em que toda a gente que tinha pequenos defeitos académicos os podia ali corrigir. "Período Diamantense Angolar", na minha proposta terminológica.
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"Período Opus Deiense", com Diplomas vindos da Complutense e de Navarra, e imediatamente acreditados em Portugal.
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"Período Americanense", das Pós-Graduações "Light", em território americano.
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Período "Pós-Moderno", das lavagens e branqueamentos da Universidade "Moderna" ("Coisas horríveis, que metiam Mulheres, Droga e Armas...", nas palavras do Reitor Xexé)
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"Período Lusófono", da Catedrática, Vice-Reitora, Clara Pinto-Correia, onde, os que já tinham o diploma de trás, resolveram abalançar-se aos Mestrados e Doutoramentos.
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"Período Actual", ou "Corruptense Generalizado", em que tudo isto funcionava em perfeito silêncio e harmonia, até ter estoirado o Escândalo Sócrates.

Todos estes cavalheiros/as ocupam, hoje, os mais altos postos decisórios, quer no Meio Político, Industrial, Mercado de Trabalho, Cultural e afins.
(Nota de apreço aos que, como muito boa gente, se esforçaram para tirar os seus Cursos, fora destes métodos. Deles não foi, nem será, nunca, o Reyno dos Céus)

 
At 16 de abril de 2007 às 14:57, Anonymous Anónimo said...

O Presidente da República tem de ter todo o cuidado.

Cuidado porque por culpa dele o PSD perdeu as eleições para o PS.

Cuidado porque ninguém quer que ele seja a OPOSIÇÃO ao Governo.

Mas é exigível que não seja a MULETA de José Sócrates!!!!!!!!

As declarações de hoje - aos media - de Cavaco Silva, deixam-nos perplexos. Deu a mão a José Sócrates.

Mas Cavaco Silva não teve o mínimo problema em assassinar politicamente Santana Lopes e por via da invocação - metafórica - da Lei de Gresham , deu o mote a Jorge Sampaio para dissolver a Assembleia da República e abrir o caminho à maioria absoluta do PS.

Cavaco Silva não pode ser a tábua de salvação do Governo do Partido Socialista.

A história da licenciatura de José Sócrates tem várias vertentes: Políticas, éticas, culturais criminais, anedóticas - "vou de pulo ou de salto", como dizia o parvo na obra " a Barca do Inferno" - e de respeitabilidade.

De respeitabilidade porque os portugueses merecem respeito. Muito respeito Um político que goze com o Povo é inominavel. O Povo tem de ser respeitado.

Politico porque quem exerce o Poder, em nome do Povo tem de ter um comportamento intocável.

A Licenciatura de José Sócrates, já revelou aspectos anedóticos:

1 - Completou o curso a um Domingo: Ora num Domingo não se fazem exames nas Universidades, públicas ou privadas;
2 - O mesmo professor em 4 cadeiras não lembra a ninguém, é irregular; irracional; não há qualquer precedente; é anormal;
3 - O Primeiro Ministro aparecer como licenciado em engenharia civil no livro da classe política, muito antes da data em que diz ter-se formado, é no minimo, bizarro;
4 - Pedir equivalência , fazer o ano todo numa universidade e só um ano depois apresentar o certificado da escola precedente é anormal ,suspeito.
4.1. - José Socrates, com tantos anos de estudos, sendo deputado e não podendo desconhecer a lei sabia que esse tratamento era de favor Não deveria ter aceite;
5 - José Sócrates sabia que em 1995 a Universidade Independente era um bébé, logo não tinha qualquer credibilidade formada no universo das Universidades Nacionais; Ninguém podia dizer que era uma Universidade de prestígio;
6 - A "história" dos certificados na Câmara da Covilhã é anormal, bizarra, anedótica só aceitável em Portugal porque em França, no Reino Unido, na Suécia, na Filândia era um "escândalo";
7 - O facto de Luis Arouca não ser "Reitor" em 1995 é outro escândalo.
8 - A Engenharia sanitaria fica onde? ;
9 - O Primeiro Ministro podia ignorar que não é engenheiro? Então porque estava no site oficial do Governo essa indicação?

Do ponto de vista cultural eu não aceito que os portugueses sejam burros. Mesmo os menos letrados se esclarecidos sabem que o trigo não é colhido antes de o semear: Logo a licenciatura de José Sócrates não pode ter sido obtida antes de ele a obter;

Do ponto e vista ético o que temos é um homem que a todo o custo quer uma licenciatura- até esteve matriculado em Direito na Lusiada!!!? - e que tem um percurso académico tudo menos normal.

Do ponto de vista criminal urge a Procuradoria-Geral da República fazer aquilo que está na lei: Investigar, porque é para isso que os portugueses pagam os seus impostos.

E bem vistas e ponderadas as coisas, se José Sócrates fosse presidente de uma Câmara Municipal ja inha processos crime em cima. Como Primeiro Ministro não está acima da lei.

Mesmo que o Procurador-Geral da República seja da Maçonaria - informação que temos - e José Sócrates também - o que nos contaram - a lei é para todos.

Ou então mais valia termos uma ditadura, porque nessa circunstância nós sabiamos que havia intocáveis e pronto Comer e calar.

José Sócrates tem de ter a consciência de que Povo não é parvo , apesar das lavagens cerebrais que os partidos lhes fazem.

A Lei de Gresham está mais actual que nunca.

O Presidente da República tem de fazer uma leitura muito atenta dos factos ,até porque em qualquer parte da Europa isto sabe-se e José Sócrates terá sempre carpideiras internacionais a lembrar esta questão da licenciatura.

O Povo merece todo o respeito, não deve ser considerado um rebanho.

 
At 16 de abril de 2007 às 15:32, Anonymous Anónimo said...

Deixa-me rir
Deixa-me rir
essa história não é tua
falas da festa, do sol e do prazer
mas nunca aceitaste o convite
tens medo de te dar
e não é teu o que queres vender

Deixa-me rir
tu nunca lambeste uma lágrima
desconheces os cambiantes do seu sabor
nunca seguiste a sua pista
do regaço à nascente
não me venhas falar de amor

Pois é, pois é
há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda Feira

Deixa-me rir
Tu nunca auscultaste esse engenho
de que falas com tanto apreço
esse curioso alambique
onde são destilados
noite e dia o choro e o riso

Deixa-me rir
Ou então deixa-me entrar em ti
ser o teu mestre só por um instante
iluminar o teu refúgio
aquecer-te essas mãos
rasgar-te a máscara sufocante

Pois é, pois é
há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda-Feira

Letra e música: Jorge Palma

 
At 16 de abril de 2007 às 17:28, Anonymous Anónimo said...

OBRIGADO, SR. JS SOUSA!
Venho por este meio agradecer publicamente ao senhor JS Pinto de Sousa o facto de nunca ter exercido a profissão a que se auto-proclamou, tendo assim evitado muito mais desgraças a este país

 
At 18 de abril de 2007 às 14:24, Anonymous Anónimo said...

Arquivar o inconveniente
Quando se convive mal com a crítica, perde-se em autoridade o que se conquista de autoritarismo.

Pensemos, em abstracto, no cenário de um primeiro-ministro envolvido num caso de favorecimento político. Provada a obtenção de favor, seria sustentável não haver lugar a uma demissão? Em abstracto, não. No concreto, a resposta é menos simples.

Com o caso da UnI aprendeu-se muita coisa. Primeiro, que ainda há quem atire areia para os olhos alheios, sugerindo que a presente suspeita de favorecimento político – coisa evidentemente pública – está no mesmo nível de comentários, politicamente inaceitáveis, sobre a vida privada de de cada um (se a pessoa fuma, se vai à missa, se dorme com A ou B, se sofre de insónias, etc.). Segundo, que é possível alguém afirmar nada dever, nada temer e, ainda assim, tremer, e muito. Terceiro, que o primeiro-ministro terá “pressionado”, sem conseguir “condicionar”, vários jornalistas, num uso pouco eficaz dos recursos do país. Quarto, que quando se convive mal com a crítica, perde-se em autoridade o que se conquista de autoritarismo. Quinto, que só um político muito ‘by the book’ poderia declarar não se ter preparado especialmente para uma entrevista importante – e sem que ninguém se risse no estúdio.

Valerá a pena perder mais tempo com este assunto? Apesar de se tratar de um caso potencialmente bastante sério, é provável que não – mas apenas porque podemos hoje dizer que já aconteceu tudo o que de relevante poderia ter acontecido. Sendo virtualmente impossível provar certo tipo de acusações, só podemos sublinhar a presunção de inocência e a inutilidade de avançar com investigações mais “aprofundadas” e “independentes”. Em termos políticos, e tendo em conta o ponto anterior, releva ainda a nota tão previsível quanto irritantemente tecnocrática que o Presidente da República deixou sobre o caso: “há coisas bem mais importantes para o desenvolvimento económico de Portugal”.

No fundo, que interessa investigar se o actual primeiro-ministro beneficiou de favores políticos, num país onde isso é relativamente aceite, e depois das fugas de Guterres e Barroso, do ‘show’ de Lopes, de um défice que chegou aos 7%, e a poucos meses da Presidência da UE? Interessará, ‘ma non troppo’. Os “custos de contexto” serão suficientemente grandes para que o caso deva morrer aqui. Quando convém a muitos, é assim: arquiva-se

 

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