Piada dois em um, fácil e que pode dar suspensão Algures na DREN: Funcionário 1: Viste ontem o telejornal? O Freitas do Amaral deu a última aula. Funcionário 2: Vi. Alunos é que tinha poucos. Eram só estrelas. F.1: Sim. Estrelas... Cadentes. O PM estava lá a assistir. F.2: É. Parece que se for a mais duas aulas, com outro professor qualquer, obtém a licenciatura a Direito Administrativo. F.1: Pois. Os génios não precisam de grandes ensinamentos. Mas sou-te sincero: pensava que ele tinha ido à aula para compensar a média. F.2: Média? F.1: Sim. Média da quantidade de vezes que ele pôs os pés na Universidade para tirar licenciatura e pós-graduação.
«O que é que tem a ver a fundadora do Sindicato dos Professores do Norte com a directora regional de Educação do Norte? Muito pouco, diz Abel Macedo, o coordenador daquela estrutura sindical afecta à Fenprof e companheiro de muitas lutas nos cerca de 12 anos que Margarida Moreira se manteve na direcção sindical. "A nossa amizade está abalada", desabafa este professor, perplexo ainda com "a sede de protagonismo e a vontade de mostrar serviço que a leva ao exagero". Há cerca de um ano, por despacho, determinou que os professores ficavam impedidos de participar em plenários sindicais se coincidissem com o horário lectivo. A medida foi revogada pelo secretário de Estado da Educação. Foi na JS do Porto, onde chegou a líder na década de 70, que Margarida Moreira mergulhou na vida partidária. Educadora de infância, licenciou-se posteriormente em Ciências da Educação e devotou-se à causa sindical, que abandonou para coordenar o Foco, um programa de formação profissional de professores do Ministério da Educação, de onde transitou para a DREN. E daqui para o gabinete ministerial de Santos Silva no Governo Guterres. O regresso ao poder dos socialistas abriu-lhe as portas da direcção da DREN. Para trás ficaram os tempos de educadora de infância.» Público
Este percurso faz-me pensar se as motivações de algumas pessoas par serem dirigentes sindicais tem alguma coisa a ver com a preocupação com os trabalhadores ou se resulta da sede do poder.
O caso do professor punido por delito de anedota por uma comissária política do PS, bem conhecida no aparelho da educação regional do Norte e o modo como a Governadora Civil de Lisboa, bem conhecida na Federação do PS de Lisboa, dependente de António Costa, que aparece a apoiar como “cidadã”, actuou para acelerar a data das eleições de Lisboa e foi desautorizada pelo Tribunal Constitucional, são apenas dois exemplos mais evidentes do modo como a politização dos lugares de nomeação governamental é usada em momentos críticos. Aqui está para que servem os boys e as girls, que o PS (normalmente com maior eficácia e em maior número que o seu congénere PSD, réu do mesmo delito) coloca no aparelho de Estado.
Esta é uma das razões porque convém ser muito prudente ao embandeirar em arco com medidas que, na função pública, acentuam os critérios de classificação por quotas e a penalização dos que não chegam aos “excelentes” e “muito bons”. Essas medidas seriam de saudar se as chefias na função pública tivessem uma tradição de independência política e profissionalismo, o que , como se sabe, não têm por culpa e responsabilidade em particular do PS e do PSD. Por isso, o problema dos boys e girls vai mais fundo do que estas zelosas medidas que chegaram à opinião pública. Já agora, pelo menos no caso da responsável pela DREN, quanto tempo falta para o governo demitir a senhora do seu cargo?
Para proteger a dirigente do seu ministério que decidiu chamar a si competências que deixaram de ser exercidas desde que se pôs fim à Legião Portuguesa, a PIDE e a sua legião de bufos, a ministra da Educação escudou-se atrás do argumento que esperava pelo resultado do processo disciplinar. Como a ministra nada tem de idiota, ainda que às vezes pareça, sabe muito bem que o processo disciplinar visa apurar o que o professor disse e que nos termos do Estatuto Disciplinar tudo o que seja dizer mais do que bom dia pode dar lugar a uma pena. A ministra sabe muito bem que um processo disciplinar não tem nada de independente e nem sequer exige que o instrutor tenha formação em direito, nem sequer uma licenciatura tirada aos domingos no pátio da Independente. O instrutor é nomeado por uma chefia tão disponível para proteger Sócrates como a directora que decidiu colocar o seu espírito maternal ao serviço da protecção do seu menino primeiro-ministro, a decisão final é administrativa, aliás, no caso de algumas penas, é mesmo da competência da ministra. Isto é, a ministra escuda-se atrás de um processo disciplinar que ela própria vai decidir.
Mas o processo disciplinar não vai avaliar o comportamento da senhora directora regional e a perseguição política é numa democracia uma falta bem mais grave do que uma graçola envolvendo um primeiro-ministro, aliás, a maior gargalhada dada neste país sobre o mesmo assunto foi provocada por um ministro, idiota, mas ministro. Isto é, ao dizer que aguarda pelo processo disciplinar a ministra não averigua o comportamento da directora regional, em suma, avalia o seu comportamento.
A isto chama-se hipocrisia e como estou a escrever fora das horas de serviço permito-me chamar hipócrita à ministra da Educação. Deus nos livre da democracia portuguesa ficar entregue a gente desta, despida de valores e de cultura democrática.
4 Comments:
Piada dois em um, fácil e que pode dar suspensão
Algures na DREN:
Funcionário 1: Viste ontem o telejornal? O Freitas do Amaral deu a última aula.
Funcionário 2: Vi. Alunos é que tinha poucos. Eram só estrelas.
F.1: Sim. Estrelas... Cadentes. O PM estava lá a assistir.
F.2: É. Parece que se for a mais duas aulas, com outro professor qualquer, obtém a licenciatura a Direito Administrativo.
F.1: Pois. Os génios não precisam de grandes ensinamentos. Mas sou-te sincero: pensava que ele tinha ido à aula para compensar a média.
F.2: Média?
F.1: Sim. Média da quantidade de vezes que ele pôs os pés na Universidade para tirar licenciatura e pós-graduação.
NÃO PEÇAS A QUEM PEDIU E NÃO SIRVAS A QUEM SERVIU
«O que é que tem a ver a fundadora do Sindicato dos Professores do Norte com a directora regional de Educação do Norte? Muito pouco, diz Abel Macedo, o coordenador daquela estrutura sindical afecta à Fenprof e companheiro de muitas lutas nos cerca de 12 anos que Margarida Moreira se manteve na direcção sindical. "A nossa amizade está abalada", desabafa este professor, perplexo ainda com "a sede de protagonismo e a vontade de mostrar serviço que a leva ao exagero". Há cerca de um ano, por despacho, determinou que os professores ficavam impedidos de participar em plenários sindicais se coincidissem com o horário lectivo. A medida foi revogada pelo secretário de Estado da Educação. Foi na JS do Porto, onde chegou a líder na década de 70, que Margarida Moreira mergulhou na vida partidária. Educadora de infância, licenciou-se posteriormente em Ciências da Educação e devotou-se à causa sindical, que abandonou para coordenar o Foco, um programa de formação profissional de professores do Ministério da Educação, de onde transitou para a DREN. E daqui para o gabinete ministerial de Santos Silva no Governo Guterres. O regresso ao poder dos socialistas abriu-lhe as portas da direcção da DREN. Para trás ficaram os tempos de educadora de infância.»
Público
Este percurso faz-me pensar se as motivações de algumas pessoas par serem dirigentes sindicais tem alguma coisa a ver com a preocupação com os trabalhadores ou se resulta da sede do poder.
Esqueça-se a pobre alma.
BOYS E GIRLS EM ACÇÃO
O caso do professor punido por delito de anedota por uma comissária política do PS, bem conhecida no aparelho da educação regional do Norte e o modo como a Governadora Civil de Lisboa, bem conhecida na Federação do PS de Lisboa, dependente de António Costa, que aparece a apoiar como “cidadã”, actuou para acelerar a data das eleições de Lisboa e foi desautorizada pelo Tribunal Constitucional, são apenas dois exemplos mais evidentes do modo como a politização dos lugares de nomeação governamental é usada em momentos críticos. Aqui está para que servem os boys e as girls, que o PS (normalmente com maior eficácia e em maior número que o seu congénere PSD, réu do mesmo delito) coloca no aparelho de Estado.
Esta é uma das razões porque convém ser muito prudente ao embandeirar em arco com medidas que, na função pública, acentuam os critérios de classificação por quotas e a penalização dos que não chegam aos “excelentes” e “muito bons”. Essas medidas seriam de saudar se as chefias na função pública tivessem uma tradição de independência política e profissionalismo, o que , como se sabe, não têm por culpa e responsabilidade em particular do PS e do PSD. Por isso, o problema dos boys e girls vai mais fundo do que estas zelosas medidas que chegaram à opinião pública. Já agora, pelo menos no caso da responsável pela DREN, quanto tempo falta para o governo demitir a senhora do seu cargo?
José Pacheco Pereira
no:ABRUPTO
Para proteger a dirigente do seu ministério que decidiu chamar a si competências que deixaram de ser exercidas desde que se pôs fim à Legião Portuguesa, a PIDE e a sua legião de bufos, a ministra da Educação escudou-se atrás do argumento que esperava pelo resultado do processo disciplinar. Como a ministra nada tem de idiota, ainda que às vezes pareça, sabe muito bem que o processo disciplinar visa apurar o que o professor disse e que nos termos do Estatuto Disciplinar tudo o que seja dizer mais do que bom dia pode dar lugar a uma pena. A ministra sabe muito bem que um processo disciplinar não tem nada de independente e nem sequer exige que o instrutor tenha formação em direito, nem sequer uma licenciatura tirada aos domingos no pátio da Independente. O instrutor é nomeado por uma chefia tão disponível para proteger Sócrates como a directora que decidiu colocar o seu espírito maternal ao serviço da protecção do seu menino primeiro-ministro, a decisão final é administrativa, aliás, no caso de algumas penas, é mesmo da competência da ministra. Isto é, a ministra escuda-se atrás de um processo disciplinar que ela própria vai decidir.
Mas o processo disciplinar não vai avaliar o comportamento da senhora directora regional e a perseguição política é numa democracia uma falta bem mais grave do que uma graçola envolvendo um primeiro-ministro, aliás, a maior gargalhada dada neste país sobre o mesmo assunto foi provocada por um ministro, idiota, mas ministro. Isto é, ao dizer que aguarda pelo processo disciplinar a ministra não averigua o comportamento da directora regional, em suma, avalia o seu comportamento.
A isto chama-se hipocrisia e como estou a escrever fora das horas de serviço permito-me chamar hipócrita à ministra da Educação. Deus nos livre da democracia portuguesa ficar entregue a gente desta, despida de valores e de cultura democrática.
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