terça-feira, 20 de novembro de 2007

A ESCOLA COMO DEPÓSITO DE CRIANÇAS

AQUI ESTÁ TUDO!


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Este caso, que circula na net, ilustra com toda a dimensão aquilo que se vive nas escolas do interior. 90% dos pais são analfabetos funcionais.
Praticamente 100% (senão mais...!) vêm a escola única e exclusivamente como um armazém das crianças que têm.
O que se lá passa pouco importa e quanto mais tarde fechar, melhor.
De preferência que lhes dessem lá o jantar...


A esmagadora maioria dos pais do interior não faz a mais pequena ideia de quais são os objectivos da Escola. Mandam para lá os filhos porque é assim que toda a gente faz. E porque dá muito jeito, durante o dia. É menos uma grande preocupação.

Este é, infelizmente, o nível de compreensão da maioria do povão do interior (há excepções, claro) relativamente à escola. E, da mesma forma que não se consegue pôr uma foca a falar francês, ninguém tenha a veleidade de explicar o que quer que seja com alguma profundidade aos encarregados de educação desta geração.

Uma coisa, no entanto, é certa e eu tenho vindo a alertar os meus colegas para ela há já alguns anos: a profusão de trabalhos de casa que demasiados professores marcam é absolutamente proibitiva de uma vida social em casa.
E até do tempo mínimo de repouso a que têm direito os (poucos) alunos que os tentam fazer.
Uma coisa é eles não terem tempo para ver as novelas insultuosas para qualquer inteligência mediana que passam nos 3 - três - canais comerciais abertos; nesse sentido os trabalhos de casa são até um elemento positivo para a desalienação progressiva das camadas mais jovens do interior. Mas o que é demais também é prejudicial.
E, os meus colegas que me desculpem, mas marcar diariamente trabalhos de casas aos alunos - a todas as disciplinas - é tão estúpido como a resposta que esta mãe deu à professora.


J.T.

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8 Comments:

At 20 de novembro de 2007 às 16:52, Anonymous Anónimo said...

Em primeiro lugar quero manifestar o meu repúdio pelo menosprezo que neste post se faz em relação à pessoas do interior. Não sei quem foi a mãe que respondeu desta forma à professora, mas parece-me mais vinda de alguém oriundo de algum suburbio de alguma grande cidade.
A escola encarada como depósito acontece normalmente nestes locais. até porque felizmente no interior ainda existe uma rede de solidariedade familiar que permite não encarar a escola como um depósito, mas como um local de aprendizagem.
Sei que o próximo comentário vai irritar alguns até porque já neste bloggue, o jornal que vou citar foi aplidado de pasquim, mas no Mensageiro de Alter, está publicada uma entrevista com uma alemã, a participar num projecto de intercâmbio de alunos, que demonstra a razão porque estamos a anos luz dos resultados dos alunos alemães.
E, já agora quanto a trabalhos de casa um aluno que está na escola das 9.00 às 18.00, não tem tempo suficiente para realizar todas as tarefas.
Se for para não ver as telenovelas, os Morangos com Açucar, a Floribela, e outro que tais até concordo. O pior é quando as personagens de tão edificantes estórias são utilizadas como exemplo na sala de aulas

 
At 20 de novembro de 2007 às 20:04, Anonymous Anónimo said...

http://sol.sapo.pt/blogs/contracorrente/archive/2007/09/18/A-FALTA-DE-H_C100_BITOS-DE-TRABALHO.aspx

 
At 20 de novembro de 2007 às 20:05, Anonymous Anónimo said...

http://sol.sapo.pt/blogs/contracorrente/archive/2007/09/18/A-FALTA-DE-H_C100_BITOS-DE-TRABALHO.aspx

 
At 20 de novembro de 2007 às 22:40, Anonymous Anónimo said...

O "Choque Tecnológico" no seu melhor.

Bem vindos ao Portugal Real

 
At 20 de novembro de 2007 às 22:44, Anonymous Anónimo said...

Até que enfim que há uma mãe que tem a coragem de dizer isto. Se os professores tivessem 40 horas de aulas também queria ver se levavam trabalho para csa.

 
At 21 de novembro de 2007 às 00:34, Anonymous Anónimo said...

Pois quando o meu filho não traz trabalho sou eu que lho marco e por isso não me considero pior mãe. Quero que tenha hábitos de trabalho e se não os ganhar em pequeno não é em grande que os vai ter. Também eu gostaria de descansar mais e para mim era mais fácil sair à noite e espairecer com os amigos. O meu filho trabalha, eu ajudo e na hora de adormecer conto-lhe sempre uma história. O meu papel de mãe é arranjar disponibilidade para ele e ninguém lhe quer mais que eu e no que depender de mim, há-de ser responsável. Os meus pais educaram-me assim e sei que o meu filho me ama muito como amo também os meus. Ser pai ou mãe é ajudar os filhos a crescer e não lhes mostrar apenas as facilidades. O mundo não é fácil e o futuro deles ainda será pior que o nosso. A minha consciencia está tranquila e sinto-me orgulhosa pelo facto de ter aprendido comigo as primeiras palavras ditas e também as primeiras palavras escritas. Uma mãe que se refere assim aos trabalhos do filho certamente não lhe dispensa tempo nem para lhe dar amor.

 
At 21 de novembro de 2007 às 13:36, Anonymous Anónimo said...

caro J. T., concordo perfeitamente que a quantidade de trabalhos que grande parte dos profs manda para as crianças fazerem em casa, é perfeitamente exagerado, e impeditivo de um convívio social do aluno com os pais e restantes familiares. A pressão que tem que ser feita pelos educadores, para que levem tudo feito no dia seguinte, não permite que haja tempo, para o que mais quer que seja.( seria mais lógico trazerem para o fim de semana)?!!!!. De qualquer forma pela resposta desta estúpida e mal formada mãe, só dava vontade de responder que já que é tão esclarecida em leis, que leve a criancinha para casa e a ensine ela, que avaliar pelo seu escrito "Virá a ser uma futura Sumidade". Enfim Professores preparem-se, pois isto ainda não fica assim, e mãezinhas como essa, ainda vos vão dar água pela barba, e terão que lhe passar os rebentos ainda que não saibam nada, pois foi isso que o governo ordenou. è o nosso querido Governo quem mais ordena

 
At 22 de novembro de 2007 às 21:22, Anonymous Anónimo said...

Que pena... Tanta gente a confundir a árvore com a floresta. Eu sou mãe. Também sou professora. Considero que os professores não marcam trabalhos em excesso. O que se passa, na verdade, é que os currículos, quer dos 2º e 3º Ciclos, quer do secundário, estão completamente desajustados. Para quê Estudo Acompanhado, Área de Projecto, Formação Cívica(esta ainda vá que não vá, só para não prejudicar as aulas dos DT- mas só 45 min) ? Para quê tantas horas de algumas disciplinas? Quem leva isto a sério fica quase sem vida própria. Simultâneamente, facilita-se nos CEF, no CRVCC, nos profissionais e quejandos e subjugam-se os que querem chegar mais além. Valha-me Deus, que 2009 tanto custa a chegar!

 

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