Os professores acordaram para o seu destino. Vêem, claramente, que estão a ser prejudicados pessoalmente, com reflexos no ensino que profissionalmente exercem. Em prejuízo de todos, por isso. Mais do que a Saúde, o ensino, tem sido campo de experiências, ao longo de décadas. O jornal Público de ontem, aponta em primeira página, declarações de um dos mentores destas reformas no ensino , Valter Lemos, a vituperar mudanças e até mentalidade, de outra das grandes mentoras do ensino de bloco centralizado em ideias pedagogicamente peregrinas- Ana Benavente, a grande reformadora escolhida pelo engenheiro que apostou em tratar a Educação como uma paixão assolapada. E com resultados funestos, como quase sempre acontece, com as paixões serôdias. Este primeiro-ministro, com a autoridade académica que lhe confere o diploma pela Independente e qualificações tipo MBA, apadrinhou também essa paixão antiga, em reflexo daquilo que obviamente não tem e nunca terá: cultura, formação académica decente e competência real para governar com autoridade verdadeira, vinda do respeito geral. Este primeiro-ministro, já caiu no ridículo entre as elites não apaniguadas, e já percebeu muito bem o seu destino: saída pela esquerda baixa, na próxima oportunidade.
A propósito da actuação deste Governo, na Educação, Ana Benavente, disse publicamente que " a escola pública está a ser destruída"; e ainda que " a ministra da Educação tem protagonizado uma política muito autoritária".
Valter Lemos, respondeu logo: Ana Benavente é responsável pelos "piores resultados escolares da Europa". Para Lemos, é isso que conta: resultados. Estatísticos, entenda-se. Números para apresentar ao público e para inglês ver. Com números em riste, quem se atreve a contestar os tais resultados? A essência desses números, interessa nada. Nada mesmo, porque o importante, são as passagens de ano, quase administrativas, para mostrar os índices de sucesso, escondendo a ignorância generalizada e a falta de saber, em massa. Mas quem se admira destes critérios, possivelmente estabelecidos por quem sempre teve como valores primordiais, as meras aparências de sucesso- no caso, os canudos obtidos a todo e qualquer preço, principalmente, o mais barato? Assim, aparecem naturalmente, as políticas de facilitismo acrescido, para com os alunos, acompanhada de crispação crescente, para com os professores refractários a essa política de avestruz.
Neste despique em que aforisticamente, um andrajoso se ri de uma esfarrapada, relevam algumas considerações que podem ser pertinentes:
Quem é Valter Lemos, onde vai buscar o seu saber arrogante e que formação tem Ana Benavente? Pior, ainda: de onde vem o saber da actual ministra que não ri, Maria de Lurdes? Onde se formou esta senhora, que cultura tem, que referências teóricas aprendeu, onde e como?
O ensino em Portugal e as reformas sucessivas, baseadas em ideias fixas, como sejam as actuais, contestadas pelos professores, em bloco, partem de ideias peregrinas, vindas não se sabe bem de onde, mas com poiso certo num sítio: o ISCTE e certas universidades.
O que vale o ISCTE, por exemplo, como viveiro de ideias sobre o ensino público? Alguém se interrogou, alguma vez, sobre este fenómeno?
Que obras teóricas sustentam estas ideias, de onde vieram estas soluções, que esbarram sempre com a realidade mais comezinha e a que ninguém parece ligar?
Quem são os membros destas comissões ad hoc ou até mesmo sem hoc nenhum, e que formação têm? De onde vêm estas luminárias que apresentam ideias erradas, com desastres anunciados, previsíveis pelo senso comum e sem qualquer controlo, mesmo mediático?
São perguntas a mais, para esclarecimento cabal de uma tragédia colectiva que há décadas nos atinge. Com paixão e denodo.
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Os professores acordaram para o seu destino.
Vêem, claramente, que estão a ser prejudicados pessoalmente, com reflexos no ensino que profissionalmente exercem. Em prejuízo de todos, por isso.
Mais do que a Saúde, o ensino, tem sido campo de experiências, ao longo de décadas.
O jornal Público de ontem, aponta em primeira página, declarações de um dos mentores destas reformas no ensino , Valter Lemos, a vituperar mudanças e até mentalidade, de outra das grandes mentoras do ensino de bloco centralizado em ideias pedagogicamente peregrinas- Ana Benavente, a grande reformadora escolhida pelo engenheiro que apostou em tratar a Educação como uma paixão assolapada. E com resultados funestos, como quase sempre acontece, com as paixões serôdias.
Este primeiro-ministro, com a autoridade académica que lhe confere o diploma pela Independente e qualificações tipo MBA, apadrinhou também essa paixão antiga, em reflexo daquilo que obviamente não tem e nunca terá: cultura, formação académica decente e competência real para governar com autoridade verdadeira, vinda do respeito geral.
Este primeiro-ministro, já caiu no ridículo entre as elites não apaniguadas, e já percebeu muito bem o seu destino: saída pela esquerda baixa, na próxima oportunidade.
A propósito da actuação deste Governo, na Educação, Ana Benavente, disse publicamente que " a escola pública está a ser destruída"; e ainda que " a ministra da Educação tem protagonizado uma política muito autoritária".
Valter Lemos, respondeu logo: Ana Benavente é responsável pelos "piores resultados escolares da Europa". Para Lemos, é isso que conta: resultados. Estatísticos, entenda-se. Números para apresentar ao público e para inglês ver. Com números em riste, quem se atreve a contestar os tais resultados? A essência desses números, interessa nada. Nada mesmo, porque o importante, são as passagens de ano, quase administrativas, para mostrar os índices de sucesso, escondendo a ignorância generalizada e a falta de saber, em massa.
Mas quem se admira destes critérios, possivelmente estabelecidos por quem sempre teve como valores primordiais, as meras aparências de sucesso- no caso, os canudos obtidos a todo e qualquer preço, principalmente, o mais barato?
Assim, aparecem naturalmente, as políticas de facilitismo acrescido, para com os alunos, acompanhada de crispação crescente, para com os professores refractários a essa política de avestruz.
Neste despique em que aforisticamente, um andrajoso se ri de uma esfarrapada, relevam algumas considerações que podem ser pertinentes:
Quem é Valter Lemos, onde vai buscar o seu saber arrogante e que formação tem Ana Benavente?
Pior, ainda: de onde vem o saber da actual ministra que não ri, Maria de Lurdes? Onde se formou esta senhora, que cultura tem, que referências teóricas aprendeu, onde e como?
O ensino em Portugal e as reformas sucessivas, baseadas em ideias fixas, como sejam as actuais, contestadas pelos professores, em bloco, partem de ideias peregrinas, vindas não se sabe bem de onde, mas com poiso certo num sítio: o ISCTE e certas universidades.
O que vale o ISCTE, por exemplo, como viveiro de ideias sobre o ensino público? Alguém se interrogou, alguma vez, sobre este fenómeno?
Que obras teóricas sustentam estas ideias, de onde vieram estas soluções, que esbarram sempre com a realidade mais comezinha e a que ninguém parece ligar?
Quem são os membros destas comissões ad hoc ou até mesmo sem hoc nenhum, e que formação têm? De onde vêm estas luminárias que apresentam ideias erradas, com desastres anunciados, previsíveis pelo senso comum e sem qualquer controlo, mesmo mediático?
São perguntas a mais, para esclarecimento cabal de uma tragédia colectiva que há décadas nos atinge. Com paixão e denodo.
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