sábado, 5 de junho de 2010

1, 2, 3, 4, 5,6, 7, 8, 10º ANO


Quando se pensava que já estavam quase esgotadas as ideias pseudo-milagrosas deste Ministério da Educação, eis que surgiu mais uma: a passagem de um aluno do 8º para o 10º ano mediante certas condições.

Duas notas importantes que há a reter:

1. Esta passagem do 8º para o 10º ano não é um dois em um, mas um dois em… zero. Isto porque esta oportunidade é dada nada mais, nada menos, que aos alunos do 8º que ficam retidos. Ou seja um aluno que no ano seguinte deveria estar a frequentar o 8º ano, passa para o 10º ano. De facto, os malabarismos da “reforma” educativa em curso são dignas de um número de circo…

2. Não é, contudo, uma progressão automática. Para que isto suceda, para que o aluno passe de ano é preciso que o aluno tenha aprovação a TODAS as disciplinas do 9º ano através de provas escritas, seja nos Exames Nacionais de Português e Matemática, seja nos exames de equivalência à frequência das outras disciplinas (que já existem na actualidade, mas para quem frequenta o 9º ano e não faz as disciplinas necessárias)

Vamos então ingenuamente acreditar que é apenas isto e que não há mais nenhum truque na manga. Ou seja, que os exames não vão ter características especiais, não vão ser mais simples e que vai haver uma avaliação verdadeiramente rigorosa, sem directrizes, nem pressões às escolas para que os alunos acabem por passar. Sendo assim, esta medida não é facilitista, é apenas… estúpida. Acreditar que alunos de 15 ou 16 anos, que acabam de reprovar no 8º ano, estão aptos para, no espaço de um mês, terem aprovação a TODAS as disciplinas, incidentes em matérias do 9º (não só, mas principalmente) que eles nem sabem o que são, com realidades e conceitos totalmente desconhecidos, ultrapassa e muito o patamar idílico. É, pelo menos, próprio de uma tutela que, dentro das fronteiras dos seus gabinetes, vive num mundo zen e que não faz a mínima ideia do que são as escolas hoje em dia. Isto já não é propriamente uma novidade, mas fica mais uma forte confirmação.


J.T.

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15 Comments:

At 5 de junho de 2010 às 15:06, Anonymous Luisinha said...

Se já é possível a alguém que tem o 9º Ano, em três meses ficar com o 12º, porque não passar também do 8º para o 10º?
Mais uma a acrescentar a esta vergonha...

 
At 6 de junho de 2010 às 18:06, Anonymous Anónimo said...

Exames de alunos autopropostos sempre houve...senão como tinhas tu passado?
Este blogue já deu o que tinha a dar...então já não apoias o M. Alegre? Rendeste-te ao cavaquistão...

 
At 6 de junho de 2010 às 22:37, Anonymous Anónimo said...

Não se esqueçam que não é preciso ir á escola ,eu posso estudar em casa ter professores particulares e propor-me aos exames finais ,não percebo a complicação ,aqueles que não têm os queridos papás para jular trabalham ,e estudam e só vão fazer os exames .

 
At 6 de junho de 2010 às 22:40, Anonymous Anónimo said...

PS: Aonde está a palavra jular é (CHULÀR) .

 
At 6 de junho de 2010 às 23:21, Anonymous J.G. said...

Isabel Alçada, ministra da educação, ao falar do tema que a ocupa no governo está cada vez mais parecida com a escritora de livrinhos infantis.
Imagina que tipos de quinze anos, salvo honrosas excepções, têm algo mais que um calhau no lugar da cabeça.
O seu "eduquês", melhor na formulação e no aspecto de quem o formula, também não leva a lado algum.

 
At 7 de junho de 2010 às 10:46, Anonymous Anónimo said...

Que Portugal se espera em Portugal?
Que gente ainda há-de erguer-se desta gente?
Pagam-se impérios como o bem e o mal
— mas com que há-de pagar-se quem se agacha e
[mente?

Jorge de Sena

 
At 7 de junho de 2010 às 20:24, Anonymous Anónimo said...

Educação dos vigaristas dos socialistas, querem estatísticas para enganar os totós.

 
At 8 de junho de 2010 às 21:35, Anonymous Fernando said...

Enquanto a ministra da educação anda entretida na busca de soluções para os meninos e meninas não terem de estudar, o governo caminha, a passos largos, para a implosão.
O melhor é o ministério da Educação assumir, de uma vez por todas, que a escola já não é um local de estudo e aprendizagem mas antes um depósito de crianças. Enquanto os pais vão trabalhar, as crianças ficam à guarda de uns senhores e de umas senhoras licenciadas. No final do ano lectivo a miudagem transita de ano e ficam todos felizes e contentes. Depois admiram-se da fuga de boa parte para o ensino privado, cimentando o fosso social. Na verdade, andamos todos a brincar com o ensino público e a hipotecar o futuro.

 
At 10 de junho de 2010 às 10:43, Anonymous Anónimo said...

Aos bons alunos complica-se a vida ao máximo e exige-se até o que os programas não abordam. Os baldas saltam anos. Agora só falta que se proponham a provas adaptadas ao que roubam, às drogas que tomam, às agressões que fazem...

 
At 11 de junho de 2010 às 14:55, Anonymous Anónimo said...

A medida serve mais uma vez para mostrar estatisticas muito boas, para a Europa.

O resultado interno é estarmos cada vez mais nivelados por baixo.

Os governantes pensam assim: os que quiserem vão longe, os outros têm qualificações para sairem do ensino, mas na realidade são umas nulidades. Problema deles, pois nós o Estado fizemos o nosso papel. Demos-lhes qualificações, como se diz agora e está na moda COMPETENCIAS.

Enfim o último a sair que feche a porta.

 
At 12 de junho de 2010 às 11:35, Anonymous Anónimo said...

O preço da água em Ponte de Sôr subiu para mais do dobro.

Viva o PS

 
At 12 de junho de 2010 às 23:10, Anonymous Anónimo said...

Com tantos desempregados é uma vergonha senhor presidente !Deus lhe dará a recompensa que merece .

 
At 13 de junho de 2010 às 14:57, Anonymous Anónimo said...

Os alunos com mais dificuldades deixaram de entrar nas contas do ensino regular
Chumbos estão a diminuir devido a limpeza nas estatísticas

É uma relação de causa e efeito que está patente nas estatísticas dos últimos anos divulgadas pelo Ministério da Educação: mais do que a um alegado maior facilitismo dos exames, a queda abrupta de chumbos entre os alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário tem ficado a dever-se sobretudo ao número crescente de jovens "desviados" para as vias profissionalizantes, na sequência de uma reforma aprovada em 2004 pelo ministro do PSD, David Justino, e que foi concretizada e ampliada nos anos seguintes pela ministra socialista Maria de Lurdes Rodrigues.

"Indirectamente, induziu-se assim uma melhoria dos resultados que, infelizmente, não tem a ver com uma melhoria da qualidade do ensino ou dos alunos. Trata-se tão-só de um efeito estatístico", frisa ao PÚBLICO Joaquim Azevedo, membro do Conselho Nacional de Educação e investigador da Universidade Católica do Porto. Muitos dos jovens que estão nas vias profissionalizantes eram alunos com dificuldades. Agora podem concluir os seus estudos sem realizar exames nacionais e com processos de avaliação interna nas escolas menos exigentes do que aqueles em vigor para os alunos do chamado ensino regular. A sua prestação deixou também de contar para o cálculo das taxas de retenção e de transição, já que estes são indicadores que apenas expressam a situação no ensino regular, onde geralmente estão os alunos que tencionam prosseguir estudos.

Entre 2006 e 2009, o número de estudantes nas vias profissionalizantes do secundário subiu mais de 50 por cento, enquanto o número de jovens no ensino regular desceu quase 11 pontos. Em consequência deste duplo movimento, no ano lectivo passado a percentagem de alunos nos cursos profissionais representava já 36,6 por cento do total. Neste período de tempo, a taxa de retenção no secundário, ou seja, a relação percentual entre o número de alunos que não puderam transitar para o ano seguinte e o número de matriculados nesses anos lectivos, desceu quase 12 pontos, passando de 30,6 para 18,7.

No 3.º ciclo, a taxa de retenção passou de 19,1 em 2006 para 13,7 em 2008. Em 2009 ficou-se nos 13,8. Este grande trambolhão nos chumbos dá-se no final do ano lectivo que foi também o da primeira grande expansão dos chamados Cursos de Educação e Formação (CEF). Estes cursos são destinados aos jovens com mais de 15 anos que têm um historial de retenções. O número de inscritos nos CEF representa cerca de 10 por cento dos matriculados no 3.º ciclo. De 18.224 inscritos em 2006 passou-se para 43.984, um suplemento de quase mais 26 mil alunos. Que são quase tantos como os que o 3.º ciclo do ensino regular perdeu durante esse período.

Há quatro anos, estes alunos entravam para as estatísticas do ensino regular, o que agora não acontece. "Isso tem um efeito nos resultados porque estes 10 por cento são os estudantes que, à partida, tinham mais dificuldades, são os piores alunos", sublinha Joaquim Azevedo. Nas escolas, o processo está em curso agora, antes das reuniões finais de avaliação. Os directores de turma e os serviços de psicologia e orientação chamam os encarregados de educação dos alunos repetentes que se encontram em risco de chumbar de novo para propor a transferência para cursos profissionalizantes.

...

 
At 13 de junho de 2010 às 14:58, Anonymous Anónimo said...

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Maioria sem exames

Em muitos casos, a passagem do aluno é decidida em função da aceitação desta alternativa - poderá transitar de ano, no mesmo nível, se trocar o ensino regular por um curso profissionalizante, que lhe dará a equivalência ao 6.º, 9.º ou ao 12.º ano, consoante as habilitações que já possuir no acto de transferência.

Já esta semana, o Ministério da Educação deu por concluída outra revolução estatística: incluiu, pela primeira vez, os adultos das Novas Oportunidades, abrangidos pelos processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), entre a população inscrita no 3.º ciclo e no secundário no ano lectivo de 2008/09, que é o último de referência.

O Ministério da Educação justifica a alteração com o facto de, nos últimos anos, esta modalidade ter vindo a substituir gradualmente o ensino recorrente, também procurado por adultos, mas não só, e que era, e continua a ser, contabilizado para o número de matriculados. Através dos adultos em RVCC, cerca de 20 por cento do total, o número de matriculados que é apresentado no secundário ultrapassou os 470 mil, o que representa um acréscimo de mais 130 mil por comparação a 2005/06.

Como o número de alunos do ensino regular continua em retracção e o dos cursos profissionais se mantém em expansão, a soma dos adultos das Novas Oportunidades significa também que quase 60 por cento da população que o Ministério da Educação apresenta agora como estando no ensino secundário não precisará de realizar exames nacionais para concluir o 12.º ano ou equivalente.

O mesmo se passa, mas com os exames do 9.º ano, com cerca de 40 por cento das 500 mil pessoas que o ME dá também como inscritas no 3.º ciclo.

Clara Viana
In: PÚBLICO
13062010

 
At 20 de junho de 2010 às 15:37, Anonymous Anónimo said...

Se alguns dos nossos representantes coompram diplomas em Lisboa ou Tras os Montes vamos elogiar e premiar os BURROS e passa-los de anos sem exames , ou seja viva a burrice

 

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