quinta-feira, 7 de abril de 2011

PORTUGAL?

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15 Comments:

At 8 de abril de 2011 às 10:11, Anonymous Anónimo said...

TROVA DO TEMPO QUE PASSA



Pergunto, ao tempo que passa,

se há quem governe o País!...

E o tempo mostra a desgraça,

que o Governo desdiz!...



Pergunto aos "boys" que levam

a massa nas algibeiras

e os "boys" ao roubo se entregam

- levam tudo, sem maneiras!...



Roubam sonhos, geram mágoas!...

Ai pobre do meu País!

Mergulhado em turvas águas,

seu fim está por um triz!...



Quem o pobre Povo esfola,

pede meças a quem diz

que um País, que pede esmola,

continua a ser feliz!...



Pergunto à fome, que grassa,

por quem lhe roubou o pão.

- Logo os golpes de trapaça

dá como sendo a razão!...



Vi florir grandes fortunas,

com os montantes roubados,

sem terem, como oportunas,

punições para os culpados!...



E o tempo não muda nada!

Ninguém faz nada de novo!

Vejo a pátria acabrunhada,

com a cruz, que leva o Povo!



Vejo a Pátria na voragem

dos que andam a roubar,

cobertos p'la sacanagem

dos que dizem governar!..



Vejo gente a partir,

Em busca doutras paragens,

que lhe possam garantir

a vida, com outras margens!...



Há quem te queira enganada,

ó Pátria do desalento

e fale por ti, coitada!

Entregue estás a um jumento!...



E o tempo, em derrocada,

num ruído cacofónico,

vai aumentando a parada

de delírio histriónico!...



Ninguém faz nada de novo

e o dinheiro vai fugindo!...

Nas mãos vazias do Povo,

fica a miséria florindo!...



E a noite torna-se densa,

de fantasmas e desdita!...

Peço notícias ao tempo

e ele só nos mortifica!...



Há sempre uma alcateia,

que agudiza a desgraça!

Há sempre alguém que semeia

injustiça e trapaça!...



Neste tempo de trapaça,

com personagens tão vis,

só mesmo com arruaça,

p'ra lhes partir o nariz!...



Mesmo na noite mais triste,

em tempo de podridão,

Sócrates ainda resiste,

com a lábia de aldrabão!...



Manuel Triste, em "O canto e os sarnas"

 
At 8 de abril de 2011 às 10:53, Anonymous Anónimo said...

Ó palhaço, quer gostes dele quer não gostes, devias dizer que o autor é MANUEL ALEGRE e não, como colocaste estupidamente, "Manuel Triste".
Comuna de merda...

 
At 8 de abril de 2011 às 11:29, Anonymous Anónimo said...

Neste 1º comentário o poema é mesmo do Manuel Triste, do livro O canto e os sarnas, mas o 2º comentador como anda muito amargurado com a comunicação ao país do sr engº ao domingo por fax, demonstrou que não conhece a poesia do Manuel Alegre. Para que não restem dúvidas aqui fica o original de Manuel Alegre:
«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

 
At 8 de abril de 2011 às 15:40, Anonymous Paulo J. Silva said...

Agora que o barco do Eléctrico foi ao fundo, será que os seus timoneiros põem de vez os pés na terra e se deixam de aventuras?

 
At 8 de abril de 2011 às 23:52, Anonymous Anónimo said...

"O problema não é salvar Portugal, é salvarmo-nos de Portugal"

Jorge de Sena

 
At 8 de abril de 2011 às 23:57, Anonymous Pedro C. said...

Os portugueses conhecem-no:
Prometeu pôr o País a crescer 3% ao ano e deixa o País em recessão. Prometeu criar 150 mil postos de trabalho e deixa o País com o maior índice de desempregados de que há registo. Prometeu baixar os impostos e deixa o País com a maior carga fiscal de sempre. Prometeu estancar o défice das contas públicas, que era de 5,9% em 2005, e deixa o País com um défice de 8,6%. Prometeu o comboio de alta velocidade e deixa o País com menos quilómetros de linha férrea. Prometeu aumentar o poder de compra dos portugueses e acaba o mandato a cortar salários, deixando o País mais pobre.

No sétimo ano de governação, já com o fim do seu mandato como primeiro-ministro à vista, o secretário-geral do PS falou esta noite no congresso do partido mostrando-se incapaz de reconhecer um erro, incapaz de pedir desculpa aos eleitores e aos militantes socialistas pelas promessas que não cumpriu, incapaz de mostrar abertura ao diálogo com outras forças políticas que lhe permitam estabelecer acordos de governo.

Igual a si próprio, afinal. Hoje só ilude aqueles que o não conhecem, aqueles que confundem retórica de palanque com acção política. O problema dele é este mesmo: os portugueses conhecem-no.

 
At 9 de abril de 2011 às 12:34, Anonymous Anónimo said...

torna-se uma palhaçada tudo o que está acontecer na politica. esta pátria a mim já nada me diz, nada!!! enterrou-me até ao pescoço e terei de pagar para ela sobreviver sem nunca lhe ter pedido nada. a minha vida é feita para trabalhar, o que será o futuro dos meus filhos?... nunca liguei ao orgulho de ser português, hoje odeio quem guia os destinos de portugal. tenho de pagar a minha parte sem pedir prestimos alguns. a minha vontade é largar tudo pois com o rendimento de inserção consigo ganhar mais do que a trabalhar... para quê estes 20 anos a trabalhar, a descontar, sem algum dia faltar, e apenas com 3 meses de seguro de trabalho, e 5 dias de baixa.... QUE MORREM TODOS OS POLITICOS E TODOS OS XULOS

 
At 9 de abril de 2011 às 18:43, Anonymous Anónimo said...

AMIGOS XUXAS PONTESSORNSSES:Estejam atentos ao Congresso, porque o Pintainho vai ser apresentado paa discursar pelo amigo Socas, e anunciado que vai ser o Cabeça de Lista por COIMBRA...COIMBRA...3ª Cidade, Cidade onde Estudou............e Distrito da sua ESPOSA

 
At 10 de abril de 2011 às 13:59, Anonymous A.F. said...

Este comentário é consequência da leitura do extraordinário livro Submundo, de Don DeLillo (editado pela Sextante Editora).
Não vou dissertar sobre o estilo do autor, muito menos acerca da estética e pano de fundo da obra, dela retirei interrogações e dúvidas sobre se ainda estamos no mundo, ou já nos afundamos no submundo.
Chegados aqui, podemos perguntar: para onde vamos?
Pelo andar das coisas e o peso das dívidas – já nos acoimam de caloteiros – a menos que aconteça um milagre perspectiva-se pelo menos uma mini-catástrofe capaz de colocar em causa a plena soberania de Portugal.
Há trinta anos o filósofo Orlando Vitorino escreveu: “No momento que se levantam sérias interrogações quanto à possibilidade de sobrevivência de Portugal, eis que surge um livro como este.
” O livro é a História Secreta de Portugal, lido e comentado em círculos restritos, ignorado pela informação na crista da onda, mas que prognostica a possibilidade de o futuro que nos espera ser o submundo. Um mundo submerso em dificuldades de todo o género, sem possibilidades de vivermos independentes, ameaçados por violentos extremismos, esquecendo as causas do nosso secular atraso, e aceitarmos ternurentos e amestrados as cangas de submissão aos capatazes e patrões estrangeiros.
Andámos anos a exaltar a vida airada, proclamando a esperteza do extraordinário e do arbitrário, entregando-nos a uma feroz competição no ganharmos o campeonato da esperteza marafona, sustentada no atávico nacional-porreirismo.
Sujeitos a desaparecer num tumultuar de incoerência, nas profundezas da mendicidade suplicante, nos abismos das promessas incumpridas, importa regressarmos à razão, conservando e promovendo os nossos melhores valores: a identidade, a língua, a Pátria.
O termo Pátria desagrada aos que o ligam ao regime ditatorial, não é nada disso, é a exaltação do povo português sempre obrigado a suportar os desmandos dos poderosos e governantes, sempre sofredor e sacrificado.
Os ainda representantes do povo entenderam não assinalar o 25 de Abril na Assembleia da República, o pretexto é penetrante exercício de pequenez dadas as suas responsabilidades no descalabro das contas públicas.
No submundo os troca-tintas prosperam, nós não podemos resvalar em direcção a esse antro, temos de superar a fatalidade das crises cíclicas, necessitamos de voltar à democracia plena, ao Mundo.

 
At 10 de abril de 2011 às 18:35, Anonymous Paulo Costa said...

Alguém me sabe dizer como é que ficou hoje o jogo do Eléctrico? Será que ainda se conseguem manter?

 
At 12 de abril de 2011 às 15:26, Anonymous Anónimo said...

Dizem que hoje chega o FMI à Portela.
Eu pensava que eles já cá estavam há muito tempo.
Vêm porque vão chegar muitos milhares de milhões a Portugal.
Os primeiros que chegarem já têm destino traçado, são para a Banca, os outros lá irão parar à outra dimensão onde já se eclipsaram as ajudas europeias, seja na forma de TGVes, de submarinos ou BPeNes.
Quem paga?
Nós, os nossos filhos e os filhos deles.
Agora que dizem estar a chegar o FMI, que nos afirmam ir cortar direitos, trabalhos e salários de fazer já uma greve geral, de irmos todos para a rua dizer-lhes não. Dizem que não podemos sobreviver sem a ajuda, mas olhe-se para o estado em que se encontra a Grécia um ano depois de ter recebido a mesma ajuda.
Continua falida, com os gregos mais pobres e com menos direitos e com taxas de juros de 15%. Imaginam como vamos estar daqui a um ano?

 
At 12 de abril de 2011 às 20:02, Anonymous José L. Costa said...

Afinal o Eléctrico perdeu 1-0 com o Anadia.

 
At 13 de abril de 2011 às 10:33, Anonymous Rui said...

Afastar José Sócrates e este PS que, sob a sua tutela, nos tem governado nos últimos seis anos, é uma necessidade de higiene política (inclusivamente para o próprio Partido Socialista), à qual o país sobreviverá mal, se isso não vier a acontecer nas próximas legislativas. Na verdade, pedir aos principais fautores da crise, que nos levou à bancarrota financeira e moral, que agora a resolvam, seria abdicar de qualquer esperança em poder ter melhor do que esta miséria a que, por enquanto, estamos condenados. As consequências da possibilidade de José Sócrates vir a ganhar as próximas legislativas são moralmente incalculáveis para o nosso país e para os portugueses, mas não andariam muito longe da imagem de educarmos as nossas crianças com a fábula de um capuchinho vermelho que pedisse desculpas ao lobo mau por este lhe ter comido a avó.

É nesta e apenas nesta exacta medida, que as sucessivas argoladas do PSD são preocupantes. Porque elas podem levar a uma vitória do PS que não pode acontecer. É que, ao contrário do que se poderia calcular há uns meses, quando as sondagens davam maioria absoluta ao PSD com quase mais 20 pontos percentuais do que o PS, as próximas eleições estão longe de estar ganhas. E compreende-se: numa situação de instabilidade grave, como aquela em que vivemos, as pessoas querem ver projectos claros e líderes resolutos que os possam executar. Tudo o que os partidos da direita, até agora, não lhes apresentaram.

Tem sido essa encenação – a de um chefe determinado em salvar o país de uma crise para que foi atirado – que José Sócrates tem brilhantemente montado, desde que convenceu Passos Coelho a passar-lhe sucessivos cheques orçamentais em branco, até ao momento em que conseguiu simular que da sua queda resultou o enorme prejuízo da entrada do FMI em Portugal.

A isto a direita (e, aqui, incluo tanto o PSD como o CDS) não lhe soube ainda responder com a clareza que a maioria dos eleitores requer, e é lamentável que, na emergência nacional em que nos encontramos, PSD e CDS não tenham sabido entender-se para apresentar ao país um projecto de regime alternativo ao que nos tem governado. Mais do que uma questão de mera matemática eleitoral (para onde ela é sempre atirada e reduzida), tratava-se de explicar ao país que o socialismo tinha uma alternativa à sua direita e gente capaz de a levar por diante. Infelizmente, isto não aconteceu, e os partidos da direita, sobretudo o PSD, têm-se perdido em truques e artimanhas eleitoraleiras (que julgam muito inteligentes), de que o caso do Nobre candidato é um exemplo, perdoe-se a redundância, exemplar.

Com este género de atitudes e com aquelas que infelizmente têm faltado, o PSD mesmo que ganhe as eleições, não ganhará tão cedo o país. E sem o país e os portugueses nenhum primeiro-ministro resistirá por muito tempo à intempérie que aí vem.

 
At 15 de abril de 2011 às 09:18, Anonymous F.S. said...

Mas isso seria fazer um enorme favor à classe política portuguesa: o que se passou nos últimos dias é um cemitério de mentiras.
Na política, já Maquiavel o deixava antever, é necessário ser um mentiroso ousado ou mesmo o melhor mentiroso para se garantir o poder.
É isso que garante a glória dos políticos na actualidade: saber, melhor do que os outros, as regras da criatividade política. Vence-se quando se é sincero para si próprio e para os que escutam e se consegue alongar a mentira até todos a esquecerem ou ficarem indiferentes a ela.
As duas últimas semanas foram um jogo de enganos encenados nos bastidores da política: desde o encontro entre Sócrates e Passos Coelho que não tinha existido e depois já existira, à crise sempre negada por Sócrates desde há demasiado tempo, às ainda por explicar intrigas palacianas que levaram a que Sócrates tivesse de pedir o auxílio externo.
Em que é que se pode acreditar?
O privilégio da mentira não é pertença de uma única pessoa.
A diferença, na política portuguesa, é conseguir-se ser-se sincero nas mentiras ou surgir-se como hipócrita quando se é apanhado em falso.
É certo que, num regime tutelado pelo FMI, os políticos falam e ninguém está a escutá-los.
O problema de muitos dos dirigentes políticos portugueses é não acreditarem no que dizem.
Os melhores hipócritas são políticos com fé no que dizem.
Só quando se é sincero e consistente nas mentiras é que se triunfa. E é nisso que alguns ainda não são mestres.

 
At 15 de abril de 2011 às 09:25, Anonymous MAP said...

O à vontade com que o ainda ministro das Finanças continua, na situação de emergência financeira em que o país se encontra, a dispor do dinheiro dos contribuintes e dos sacrifícios dos portugueses mais vulneráveis não tem, pelos vistos, limites. Agora diz que o Estado está "disponível" para entrar no capital dos bancos.

Isto depois de o mesmo Estado ter enterrado milhões no BPP e BPN e se ter endividado a juros usurários em benefício dos bancos, que intermediaram a dívida pública com dinheiro obtido no BCE a 1% e emprestado ao Estado a 7,8 e 9%. E que, quando a coisa deu para o torto, exigiram ao Governo a entrada do FMI, cuja "ajuda" inclui uma fatia específica para a Banca (se calhar para o negócio das privatizações a pataco que aí vem).

Disse-o o director-geral do FMI: "O problema de Portugal não é tanto a dívida pública como o financiamento dos bancos e a dívida privada".

De facto, a dívida pública portuguesa (previsão para 2011) corresponde a 97,3% do PIB e é inferior à de países como a Irlanda (107%), Grécia (150,2%), Bélgica (100,5%) ou Itália (120,2%). Mesmo as da França e Alemanha andam, respectivamente, pelos 86,8% e 75,9%.

Já a dívida privada, de que pouco se fala e cujas principais fatias são da Banca e do imobiliário, é de 220% do PIB! É essa dívida que a Comissão Administrativa de FMI, BCE e CE vem agora cobrar a pobres, pensionistas e desempregados. A bem da Nação, como sempre.

 

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