domingo, 20 de novembro de 2011

IN MEMORIAM…

In Memoriam…

021 Conferência

«Já havia flores no campo. Frágeis, cintilantes, coloridas, sorrindo ao sabor da brisa…» (Raul Cóias Dias)

O Raul Cóias já não está entre nós.

Hoje de manhã soube a notícia, estúpida, violenta, inútil, desnecessária, como estúpidas, violentas, inúteis e desnecessárias são as notícias que nos trazem a morte de alguém.

O Cóias, que me deu o privilégio de com ele trocarmos ideias e de ser meu amigo, perdeu a batalha com aquela amante violenta, aditiva, estúpida e implacável, que lhe fez parar o coração e levá-lo para uma outra dimensão.

O Raul Cóias já não está entre nós.

O céu alegra-se: tem mais uma estrela, brilha com tanta intensidade, que faz as outras tremer de inveja… O Cóias, na sua humildade, inteligência e simplicidade, sorri. E vela por nós!

Descansa em paz, Raul.

«E era assim todos os anos, desde o princípio dos tempos, desde que do caos se fez luz, luz viva como um mistério, suave como um milagre, de que o homem é apenas uma minúscula centelha, uma frágil faiúncula, um reflexo fugaz.» (Raul Cóias Dias)

026 Conferência












Papagaio Daltónico

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24 Comments:

At 21 de novembro de 2011 às 00:27, Anonymous Lopes da Costa said...

O Cóias foi um "Grande Senhor".
Um dos grandes homens de letras deste distrito que é o nosso.
Os seus pontos de vista eram defendidos com mestria de homem simples mas com a cabeça de um homem de grande cultura.
Muito aprendi com ele.
Até breve, grande Cóias.

 
At 21 de novembro de 2011 às 11:54, Anonymous Anónimo said...

Como grande amigo e admirador do Raul que conheço desde o Liceu Portalegre quero dar-vos um abraço de solidariedade porque os vossos textos são muito dignos e sentidos.
Perdemos e um amigo de grande valor mas ganhamos muito em tê-lo conhecido e ter partilhado o seu convívio com muito humor e sabedoria, pelo que a sua presença entre nós será sempre constante.
António Bagorro

António Bagorro

 
At 21 de novembro de 2011 às 14:24, Anonymous Anónimo said...

Muitas histórias podiam aqui ser comentadas sobre o Cóias, todas elas nos mostram o HOMEM que foi ao longo da vida, o desportista, o colega de Liceu, o professor, o intelectual.
Perdemos um grande amigo e um GRANDE HOMEM.
A cidade Portalegre e de Ponte de Sôr ficaram muito mais pobre.
Até sempre Cóias!

 
At 21 de novembro de 2011 às 19:58, Anonymous Anónimo said...

Posso até concordar com os comentários aqui já proferidos.
Ver agora as pessoas a falar do Cóias com tanta veemência, elogios e homenagens, faz-me pensar no que nos transformamos enquanto sociedade.
O Professor Cóias, homem grande como muitos agora o apregoam, foi o último dos (cães) abandonados, nas ruas da cidade por todos os pontessorenses.
Muitos daqueles que foram à capela prestar-lhe uma cínica homenagem, são os mesmos que desde que ele se transformou no bêbado como lhe chamavam, viraram-lhe a cara, fingiam que não o conheciam, desprezaram-no. Simplesmente deixou de ser o prof. Cóias, passou a ser o bêbado.
É caso para perguntar, onde estiveram os amigos e colegas (professores) do Sr. Professor Cóias?
Congratulo-me por isso, que vá ser sepultado na sua terra natal, visto, em ponte de sor nos últimos anos de sua vida, apesar do caminho que traçou para si, ter sido tratado que nem um cão de rua vadio.
Paz à sua alma. Descanse em paz

 
At 21 de novembro de 2011 às 20:10, Anonymous Anónimo said...

Estive a conversa com o Coias na noite de sexta feira passadaonde ainda me disse que estava a escrever umas coisas que eu tinha de ler, coisas que vai ser uma pena se ficarem na poeira do esquecimento, mas nesta terra onde so vence a mediocridade de pseudo poetas nao se espara nada de bom.
Era bom que os seus escritos fossem publicados que o Municipio, ja que ele foi o melhor acessor de cultura que houve neste Municipio.
Foi triste ver hoje aqueles que tanto mal diziam dele, armados em HArpias chorosas elogiando -o e mudando a sua opiniao.
Ate um dia Coias
Abraço

 
At 21 de novembro de 2011 às 22:16, Anonymous Joaquim said...

Cóias viveu de forma livre, como sempre se identificou.Viveu de forma humilde, amigo do seu amigo, respeitador, grato para quem o ajudava. Cóias é um marco da cultura em Ponte de Sor, e não só. Sabia o que queria.Conhecedor da filosofia portguesa. Conhecedor da obra de Régio e outros contemporaneos.
Cóias, com quem falei dezenas e dezenaas de horas era um amante da vida.
Para ele, a vida era um milagre. Este tema foi por nós dois debatido por diversas vezes. Cóias continua a viver o milagre da vida,no seu máximo expoente-
Um abraço amigo Cóias-

 
At 21 de novembro de 2011 às 23:57, Anonymous Anónimo said...

Para mim O Professor Raul Cóis, é alguém que permanecerá nas ruas, e espaços públicos desta cidade ingrata.
Passei muitas horas à conversa com o professor, que mais tarde se tornou num grande amigo!
É certo que esta terra tem a particularidade de ignorar quem mais merece, mas certamente para onde quer que ele tenha ido, saberá com quem realmente pôde contar.
Na noite de sábado, quando recebi a notícia da perda deste grande amigo, não cosido deixar de recordar os grandes momentos que me proporcionou.
Um grande abraço Professor Cois…

 
At 22 de novembro de 2011 às 10:40, Anonymous Anónimo said...

Conheci o Professor Cóias na Escola Secundária de Ponte de Sor, onde fui aluno dele. Um professor digno e íntegro que respeitava e se dava ao respeito. Anos mais tarde tive o prazer de trabalhar directamente com ele em alguns jornais e revistas que foram publicadas na nossa cidade. Recordo a sua forma de aparecer e de escrever. O seu manuscrito era diferente, como ele também o era. Algumas vezes me convidou para o ajudar a publicar um livro, o problema segundo ele era tempo, pois material tinha muito. O tempo passou e a hora dele também chegou. O livro que ele tanto queria publicar ficou na gaveta. Uma pena pois matéria de muita qualidade certamente que existe. Sobre ele, guardo as melhores recordações. Eu perdi um amigo e a nossa cidade também... Até sempre Professor Raul Cóias

 
At 22 de novembro de 2011 às 12:27, Anonymous Anónimo said...

O Cóias era ímpar! Quis viver da forma que escolheu. Poderia não ser a ideal para "aquilo" que ele era, mas quem a escolheu foi ele.
Paz á sua alma!

 
At 22 de novembro de 2011 às 15:43, Anonymous António said...

Conheci o Raul, foi-me apresentado pelo professor David Mourão-Ferreira, meu mestre,no final da década de 60 do século passado nestes termos: "apresento-te um homem (o Raul Cóias) do Alentejo dos melhores que conheço",(ao que o Raul) informou, "há gente no Alentejo com mais valor do que eu"...
A humildade sempre foi a sua maior virtude...
Um grande abraço à Zé,à Lara, à Telma, à Dulce e ao Carrapiço.
Ficas sempre vivo Raul!

 
At 23 de novembro de 2011 às 14:17, Anonymous Anónimo said...

Muito obrigada pelos momentos que passámos juntos, foste um dos grandes Amigos que jámais vou esquecer,tenho saudades tuas Raul...descansa e paz,continuarás sempre vivo em minha memoria. Maria Luis
Portalegre

 
At 24 de novembro de 2011 às 15:27, Anonymous Anónimo said...

Serei sempre um poeta provinciano.
Um poeta triste, esquivo,
Com medo de apertar a mão aos poetas da cidade
E de me sentar com eles
À mesa do Café.
Não falarei de minha poesia.
Não rimarei minha angústia
Com a solenidade de suas questões.
A poesia não está na discussão.
A poesia não está no não estar com este ou com aquele.
A poesia está em matar esta morte
Que anda dentro de nós
Para que a vida renasça.
A poesia está em gritar do alto dos arranha-céus
E das planuras e concavidades sertanejas
Que o mundo vai acabar
Que o mundo está maduro para o sangue
Que o mundo perverso e caótico vai vagar.
Serei sempre um poeta provinciano.
Um poeta esquivo defendendo sua solidão
De todos os truques de todos os ódios de todas as invejas.
Os poetas rendilheiros não perdoarão.
Os poetas vaidosos vão barafustar
E exigir a expulsão imediata
Do último vendilhão do Templo,
Em nome da religião,
Em nome da estética,
Em nome da dignidade amarfanhada,
Em nome da polícia se preciso for.
Serei sempre um poeta provinciano.
Um poeta esquivo anunciando a verdade
A repassar de gelo os corações narcotizados.
Os poetas rendilheiros não perdoarão.
Os poetas vaidosos vão barafustar,
Porque o fim do mundo está próximo.
Os poetas rendilheiros e os poetas vaidosos estão maduros para o sangue.
Já estão cevados para a morte.
Eles esquecem (perdão, não é blasfémia!) a sentença do Cristo:
— «Destruí este Templo e eu o reedificarei em três dias.»

 
At 24 de novembro de 2011 às 19:07, Anonymous Anónimo said...

Adeus

Às vezes é nos silêncios mais medonhos,
Que encontro na luz crua do olhar,
A imensidão perdida dos meus sonhos,
Nos contornos nús e rudes do lugar.

E um grito de infinito em vulcão,
Rebenta em mim como lava de luar,
O verso em flor na minha mão,
Até tocar-me a alma a soluçar.

Que linda a Vida! Adeus, Adeus...
Deixo-vos estes versos que são meus,
E louvo a Deus na eternidade.

Kyrie Eleison! Toquem os céus,
Meus versos brancos como véus,
E doces como lágrimas de saudade.

 
At 26 de novembro de 2011 às 20:53, Anonymous Anónimo said...

Tanto se faz para preservar outros animais em extinção, porque não, salvar também os seres raros e bonitos que tal como o Cóias se deixam arrastar pelo alcool ou outros caminhos que não os deixem viver o tempo que mereciam. É verdade sim, e eu que também fui aluna dele há muitos anos, sinto-me culpada e indignada por nada ter sido feito.
O ser humano é diferente dos outors bichos apenas porque intimamente gosta sempre um bocadinho de ver as desgraças dos outros.

 
At 27 de novembro de 2011 às 04:01, Anonymous Anónimo said...

http://dolargo25deabril.blog.com/2011/11/25/quand-il-est-mort-le-poete/

 
At 30 de novembro de 2011 às 22:08, Anonymous Anónimo said...

Sendo o senhor dr. Taveira Pinto médico, não devia ter prestado também apoio na área da saúde a quem foi seu colaborador? É claro que ele era adulto e um "preso" livre mas nota-se que no seu discurso havia consci~encia da sua destruição.

 
At 4 de dezembro de 2011 às 17:51, Anonymous Anónimo said...

Esse Taveira é Médico ??? Quando tirou o Curso ??Onde dava consultas ou em que Hospital fez serviço ??
Eu pensava que o Sr. tinha aprendido a arrancar dentes na Tropa, e foi um curioso a arrancar dentes, assim como é um Curioso de Autarca !!!!!
Não lhe vejo qualquer tipo de qualidade de Sr.Dr.(Educação é coisa que não sabe o que é)....

J. Bartolomeu

 
At 4 de dezembro de 2011 às 18:51, Anonymous Anónimo said...

MUITO BEM O SR É DR. NAS É DA MULA RUSSA, É DESSES DE 25 DE ABRIL, NESSA ALTURA QUALQUER UM IA PARA MEDICO...

QUANTO A EDUCAÇÃO DEVE SER DO MAIS LOUCO QUE HÁ, ISSO MÉ VERADDINHA...

QUANTO A CONSULTAS, PENSO QUE AINDA FOI UMAS VEZES A FOROS DO ARRÃO, POR AS PESSOAS AINDA MAIS DOENTES DO QUE ESTAVAM...TENHO LÁ UM FAMILIAR QUE DIZ QUE O QUE FAZIA ERA: PEDIR AOS DOENTES PARA LHE ENCHEREM A MALA DO CARRO DE. TUDO, TUDO LHE SERVIA...OVOS FRANGOS HORTALIÇA CHOURIÇOS MERCEARIA ETC. ETC. E AMEAÇAVA QUE SE NÃO O FIZESSEM NÃO PASSAVA RECEITAS.........


O IRMÃO TMAM BEM LÁ ERA UMA ESPECI DE PROFESSOR E FAZIA O MESMO COM OS ALUNOS........

CHICO AMIGUINHO

 
At 5 de dezembro de 2011 às 00:51, Anonymous Anónimo said...

O Cóias foi meu professor e um péssimo professor. Quase sempre bêbado, faltava a maior parte dos dias e dava boas notas aleatoriamente, não percebo o fascínio por um tão mau profissional.

 
At 5 de dezembro de 2011 às 18:20, Anonymous Anónimo said...

Talvez o Cóias não fosse um grande Profissional como professor, porque se dedicava aos copos, mas tinha algumas qualidades.........
Mas os Bugalheiras não teem qualquer boa qualidade,(nem Proffissional nem Pessoal) e hà quem tenha tambem um grande fascinio poe eles......
Até porque o chamaram para Assessor, deveria ser porque, não tinham conhecimentos que o Cóias tinha.....

Zé Sebastião

 
At 6 de dezembro de 2011 às 18:15, Anonymous Anónimo said...

O Cóias mesmo com os copos era muito mais inteligente do que a maioria dos que aqui comentam
(sem copos)!

 
At 12 de dezembro de 2011 às 13:08, Anonymous Guido said...

Partilhei e continuo a partilhar com o meu "irmão" COIAS as coisas sábias e modestas da VIDA e da MORTE. Um dos seus mentores foi o meu irmão de pseudónimo Rafael Bento que também faleceu (06.12.2011). Tanto um como o outro escolheram um MUNDO diferente, não se apercebendo do seu "sofrer" e do sofrimento que causavam aos mais próximos. Eram felizes à sua maneira! Ainda tenho em memória um poema satirico da balada de Portalegre de José Régio, nosso ilustre professor:
Em Portalegre, cidade do Alto Alentejo, cercada de pinheiros,oliveiras, sobreiros, "azinhais" e outras coisas mais, existe um Bairro que fora da terra anda que a si mesmo se mata que paga a renda barata eu tambem lá habitava naquele império sinistro onde eu era ministro eu vi coisas com tanto horror que até tenho pudor de contar seja a quem for.

 
At 13 de dezembro de 2011 às 18:33, Anonymous Luis Bonito said...

Algumas palavras sobre o professor Cóias.
Nos últimos anos que fiz parte da orquestra de harmónicas, era meu hábito convidá-lo para estar presente no jantar de aniversário da orquestra, que ainda hoje se realiza no dia 30 de Novembro. Dum modo geral êle comparecia e no final, com toda a humildade, tinha sempre umas palavras bonitas de agradecimento. Nós sentiamo-nos muito honrados com a sua presença, que se prolongava pelas ruas da cidade quando íamos dar a volta habitual a tocar.
Em junho deste ano, sou avisado que o professor Cóias estava nas urgências. Dirijo-me imediatamente ao Centro de Saúde e qual não é o meu espanto, vou dar com êle com uma grande perfuração na garganta que até me senti mal disposto. Perguntei-lhe o que se passava, disse-me que se tinha cortado num vidro. Não acreditei, até porque tinha também alguns arranhões e sangue noutras partes do corpo.
Tentei, juntamente com todo o pessoal de saúde e Bombeiros, convencê-lo a ir para o Hospital de Portalegre, eram duas da manhã e desisti, não me estava a sentir bem e fui para casa. No outro dia ligo de manhã para o hospital, onde fui informado que estava lá e teve que levar 27 pontos.
Vim depois a saber que o golpe tinha sido feito com uma arma branca. Eu nunca soube quem terá sido.
Sempre mantive uma amizade muito forte com o professor Cóias.
Nos últimos anos, sempre que fazia-mos ensaio da Orquestra Ligeira, êle estava presente, dado que morava mesmo ao lado, e logo que nos ouvia vinha assistir.
Temos sentido muito a sua ausência fisica, porque a espiritual está sempre conosco.
Que Deus lhe dê o eterno descanso.
Até um dia professor.

 
At 4 de janeiro de 2012 às 23:23, Anonymous Anónimo said...

Que descanse me paz este lindo rapaz que eu conheci no liceu. Era lindo mesmo. Não sabia, nunca soube da sua triste sorte. Li os comentários que aqui estão e fiquei muito, muito comovida. Lembro-te, Cóias, de capa e batina, à porta do Alentejano e estavas lindo... e é assim que te quero lembrar.
F. Barrocas

 

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