1 Há dois caminhos Para entrar em Lisboa O da intolerância, da estultice - Que a Fernando Pessoa Provocaria uma poética vertigem - E nega ao ser humano Direito de conhecer E amar a sua origem
Há outro caminho Onde se encontra o amor Que ama a inteligência A negra flor De uma síntese rara Da raça enriquecida Pela ideia clara Da única paz Futura e possível Que ainda jaz Na Europa sepultada.
2 No primeiro caminho Do atraso, da reação à vida, Há um Salazar que ainda respira E contamina o sangue de Lisboa.
Mas no outro caminho Há um Saramago De sete-vidas e coração Que faz viver o povo E dá razão À negritude cultural Que lavará um dia Portugal.
Há ainda nesse caminho Um Otelo Saraiva Que incendiou a alma Do lusíada universal
E as juras De um exército convertido Em protetor Do vermelho cravo Nascido Como flor De frágil esperança
Há um Zeca Afonso Da Grandola Amada; De seu ódio à opressão À discriminação da raça Criou uma canção Que à alma lusitana Libertou do mal Sua infeliz prisão Medieval.
3 Quem eram os agentes?
Talvez da ex-PIDE. Cada País possui Seus ex-torturadores Seu lado equivocado Quem pode saber Se eram humanas versões Das bombas que aos azares Mataram crianças em Belgrado? Ou massacraram Kosovares.
Ou novos agentes Que a bel prazer São a segurança europeia Enriquecida Dos frutos de nossa terra Descoberta Ou agem contra a ONU A serviço De uma OTAN secreta?
4 E que desejavam saber Ao interrogar os turistas?
Pois saibam todos:
Giovane, Túlio Luis Antonio, Laudemir, Que por um ato De intolerância “à toa” Foram barrados No aeroporto de Lisboa,
Encarnam uma nova esperança De cultura e raça: Mestiço, Cafuso, Mameluco Traziam a marca alvissareira Talvez sub-liminar Da Revolução Praieira(*) Universal e libertária De Pernambuco Nota: A Revolução Praieira foi um movimento de caráter liberal e separatista que eclodiu, durante o Segundo Reinado, na província de Pernambuco, no Brasil, entre 1848 e 1850. Inscreveu-se no contexto das revoluções socialistas e nacionalistas que varreram a Europa neste período do século XIX, incluindo a Revolução de 1848 na França. Ainda como fundo sócio-econômico, registra-se a histórica rivalidade com os portugueses, que dominavam o comércio na Província.
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1
Há dois caminhos
Para entrar em Lisboa
O da intolerância, da estultice
- Que a Fernando Pessoa
Provocaria uma poética vertigem -
E nega ao ser humano
Direito de conhecer
E amar a sua origem
Há outro caminho
Onde se encontra o amor
Que ama a inteligência
A negra flor
De uma síntese rara
Da raça enriquecida
Pela ideia clara
Da única paz
Futura e possível
Que ainda jaz
Na Europa sepultada.
2
No primeiro caminho
Do atraso, da reação à vida,
Há um Salazar que ainda respira
E contamina o sangue de Lisboa.
Mas no outro caminho
Há um Saramago
De sete-vidas e coração
Que faz viver o povo
E dá razão
À negritude cultural
Que lavará um dia
Portugal.
Há ainda nesse caminho
Um Otelo Saraiva
Que incendiou a alma
Do lusíada universal
E as juras
De um exército convertido
Em protetor
Do vermelho cravo
Nascido
Como flor
De frágil esperança
Há um Zeca Afonso
Da Grandola Amada;
De seu ódio à opressão
À discriminação da raça
Criou uma canção
Que à alma lusitana
Libertou do mal
Sua infeliz prisão
Medieval.
3
Quem eram os agentes?
Talvez da ex-PIDE.
Cada País possui
Seus ex-torturadores
Seu lado equivocado
Quem pode saber
Se eram humanas versões
Das bombas que aos azares
Mataram crianças em Belgrado?
Ou massacraram Kosovares.
Ou novos agentes
Que a bel prazer
São a segurança europeia
Enriquecida
Dos frutos de nossa terra
Descoberta
Ou agem contra a ONU
A serviço
De uma OTAN secreta?
4
E que desejavam saber
Ao interrogar os turistas?
Pois saibam todos:
Giovane, Túlio
Luis Antonio, Laudemir,
Que por um ato
De intolerância “à toa”
Foram barrados
No aeroporto de Lisboa,
Encarnam uma nova esperança
De cultura e raça:
Mestiço, Cafuso, Mameluco
Traziam a marca alvissareira
Talvez sub-liminar
Da Revolução Praieira(*)
Universal e libertária
De Pernambuco
Nota: A Revolução Praieira foi um movimento de caráter liberal e separatista que eclodiu, durante o Segundo Reinado, na província de Pernambuco, no Brasil, entre 1848 e 1850. Inscreveu-se no contexto das revoluções socialistas e nacionalistas que varreram a Europa neste período do século XIX, incluindo a Revolução de 1848 na França. Ainda como fundo sócio-econômico, registra-se a histórica rivalidade com os portugueses, que dominavam o comércio na Província.
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