segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

EIS UMA HISTÓRIA DE PASMAR... [parte V]



Era uma vez uma ponte que dava o nome à cidade e ao concelho.
Em nome do progresso da "treta", autoriza-se a destruição da ponte...
O resto é uma "história de pasmar":

Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar
São Carita à Proa
Bugalheira a comandar

D. Nuno conta o pilim
D. Jordão trata das velas
D. Adelaide limpa com VIM
tachos pratos e panelas
D. Zé-Zé na enfermaria
conta pensos e emplastros
E o D. Margalho
põe vaselina nos mastros
Ouvi agora senhores
uma história de pasmar

Estava a Nau já atracada
por ordem de El-Rei
depois de ser escavacada
por essa corja de um raio
que quase a havia afundado
nos tempos do primeiro mandato
e ainda mais arrombado
por Bugalheira capitão

Pondo fim aos disparates
fez o Povo avançar
ferreiros e calafates
para a poderem reparar
desde rombos a fracturas
no casco e nos mastaréus
que após estas aventuras
estavam de bradar aos céus

Até a arca do saque
sofrera de um rombo tal
que ia dando um ataque
a El-Rei de Portugal

Fora o pilim quase todo
p'ra luxos e mordomias
tinha sido mais que um bodo
de folguedos e folias
desde carros a acessores
secretárias, secretários
gabinetes p'rós doutores
buracos rodoviários

Tendo os bichos do demónio
chegado ao fundo do saco
toca a vender patromónio
para tapar o buraco
Agora, está bom de ver
que o que se segue, sabeis:
os dedos ter que vender
após venda dos anéis

E a pobre marujada?
quando o escorbuto atacou
na despensa esvaziada
nem um limão encontrou
Todo o dinheiro servia
p'rá desbunda dos tratantes
p'rá festança e prá folia
dos sinistros comandantes

E a escola da marinhagem
também ela achincalhada!
foi um fartar vilanagem
deixaram-na desgraçada
sem rumo foi navegar
um seja o que Deus quizer
sem mestres para ensinar
sem alunos p'ráprender

Neste estado degradante
entrou a Nau no estaleiro
virá novo Comandante
em meados de Outubro
Pra não correres novo risco
tem cuidado, Catrineta
não se vire só o disco
e se toque a mesma treta
Maria da Fonte da Vila
PS: Qualquer semelhança com a realidade é pura imaginação do leitor

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