segunda-feira, 3 de janeiro de 2005

EIS UMA HISTÓRIA DE PASMAR... [parte VI]



Era uma vez uma ponte que dava o nome à cidade e ao concelho.
Em nome do progresso da "treta", autoriza-se a destruição da ponte...
O resto é uma "história de pasmar":


Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar
São Carita à Proa
Bugalheira a comandar

D. Nuno conta o pilim
D. Jordão trata das velas
D. Adelaide limpa com VIM
tachos pratos e panelas
D. Zé-Zé na enfermaria
conta pensos e emplastros
E o D. Margalho
põe vaselina nos mastros
Ouvi agora senhores
uma história de pasmar...

Estava a Nau já no estaleiro
prontinha a ser reparada
depois de ser escavacada
primeiro por D. Bugalheira
esse "Quadrúpede" capitão
que ao ver o rabo a arder
sem saber mais que fazer
deu à sola em viagem p'ró estrangeiro

Depois p'ra mal dos pecados
da ralé da Catrineta
um novo mestre da treta
foi armado capitão
sendo bronco até mais não
pior que um tijolo burro
este pedante casmurro
desfez o resto em bocados

Mas aqui amigos meus
a culpa vai para El-Rei
eu nunca perceberei
que raio lhe deu na cuca
pôs toda a ralé maluca
ao dar a um incompetente
os destinos da sua gente
foi pois de bradar aos céus!

Jordão, o Pimba
foi rei momo em Ponte de Sor
vivemos em Carnaval
quatro dias de virada
nem no Brasil a tourada
chega a um tal aparato
agora é pagar o pato
destas pestes cabotinas

Foi deitar dinheiro ao vento
foi gastar à vara larga
a crise vai ser amarga
vamos chorar baba e ranho
e vai ser de tal tamanho
que vamos ter que importar
uns baldes tipo-alguidar
p'ra caber toda lá dentro

Ó gentes da Catrineta
ó povinho desgraçado
será sina? será fado?
será má sorte, condão?
aturas cada aldrabão
que sem pejo nem vergonha
te vende a sua peçonha
e tu compras, qual cegueta!

Não te deixes enganar
pela canalha outra vêz
são sempre os mesmos, não vês,
a dar-te a banha da cobra?
não conheces já de sobra
os malditos vendilhões
que te prometem milhões
mas nada têm p'ra dar?

... Depois de tudo o que ouvi
que mais posso acrescentar?
nada mais há p'ra lembrar
a não ser a poesia
que o poeta certo dia
num poema rematou:
NÃO SEI POR ONDE VOU
MAS SEI QUE NÃO VOU POR AÍ!


Maria da Fonte da Vila

PS: Qualquer semelhança com a realidade é pura imaginação do leitor

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