terça-feira, 19 de julho de 2005

A BOLSA E O FUTURO

A Bolsa não reflecte apenas a situação actual; revela também o que os investidores pensam sobre o futuro.

No fim do primeiro semestre de 2005 a Bolsa portuguesa teve um dos piores desempenhos da Europa. Embora em muitos países europeus a situação económica não seja famosa, os resultados das empresas e as baixas taxas de juro têm permitido manter alguma esperança e têm portanto levado os investidores a comprar acções. Em Portugal, pelo contrário, o desinteresse dos investidores é patente. As cotações mantiveram e continuam a manter uma deprimente tendência para a baixa, de uma forma muito generalizada.

Dir-se-ia que é normal que a Bolsa seja o espelho da crise económica que o país atravessa. Mas o mercado de capitais tem como característica essencial a de olhar para o futuro. Isto é, a Bolsa não reflecte apenas a situação actual; revela também o que os investidores pensam sobre o futuro. Num momento em que um novo governo assume o poder com maioria absoluta e um mandato claro para repor o país no bom caminho, numa altura em que se anunciam medidas de grande envergadura para disciplinar as finanças públicas, numa época de grandes promessas quanto a grandes projectos, novas tecnologias, apoios às empresas e uma grande dinâmica de crescimento económico, seria de esperar que se regressasse ao investimento, que a confiança voltasse, que a Bolsa recomeçasse a subir. E contudo, o que os investidores continuam a dizer é que não acreditam. Continua a ser melhor investir no estrangeiro, comprar acções de empresas de outros países, abandonar Portugal.

Há três razões que se podem apontar para este cepticismo: o perceptível gap entre anúncios e realizações; a confusão do discurso de política económica; e os sinais cada vez mais preocupantes de um dirigismo sem escrúpulos em sectores cruciais da economia.

O Governo anunciou medidas que todos temos obrigação de apoiar, sobretudo as que atacam erros estruturais no dispêndio de dinheiros públicos. Mas já se percebeu que o ímpeto de concretização está a ficar muito diminuído. Não é fácil a um governo socialista, muito menos em pré-campanha eleitoral, praticar a disciplina e o rigor orçamental. O Ministro das Finanças, profundamente absorvido pela problemática das contas públicas, saiu no mínimo amachucado de controvérsias reais ou inventadas, mas muito amplificadas, sobre a sua situação financeira pessoal e sobre a exactidão dos seus orçamentos e programas. Nada de mais conveniente para quem não quer de facto nenhum combate ao despesismo. Teremos de esperar para ver se realmente haverá uma nova lógica de seriedade nas reformas da despesa pública, anunciadas com tão grande encenação.

Depois, o discurso de política económica é cada vez mais confuso e incoerente. Coloca-se o combate ao despesismo no centro da acção governativa; aumentam-se brutalmente os impostos porque a situação do país é dramática; e logo a seguir anunciam-se projectos megalómanos – muito para além da nossa capacidade para os pagar - a pretexto de que é preciso relançar a economia. Para o cidadão português comum, que na sua maneira simples de ver as coisas se depara com menos poder de compra e maior risco de desemprego, o aumento dos impostos serve para financiar novos aeroportos e comboios de alta velocidade. Compreende-se que as perspectivas de futuro não sejam as mais tranquilizadoras.

Por último, continuam a vir a público notícias verdadeiramente aterrorizadoras sobre o intervencionismo despudorado do Governo em sectores privatizados e concorrenciais. O Governo sente-se no direito de actuar como dono em sectores muito importantes, que hoje são maioritariamente detidos por accionistas privados. Como é regulador, designadamente em sectores como a energia ou as telecomunicações, o Governo pode de facto exercer a autoridade que entender, para determinar a rentabilidade dessas empresas. Que se sirva dessa autoridade para impor as suas escolhas à revelia das preferências dos accionistas só pode ter uma consequência: afastar definitivamente os investidores privados, que evidentemente não entraram no capital para serem ultrapassados e marginalizados.

Os mercados são em geral racionais e fornecem uma apreciação objectiva e independente do sentimento dos agentes económicos. O mercado de capitais, em especial, revela o que os investidores – nacionais e estrangeiros – pensam sobre o futuro do país e das suas empresas. Por enquanto, o veredicto é muito negativo. As razões parecem simples e claras. Resta esperar que haja a clarividência e a sensatez necessárias para reconhecer que é preciso fazer melhor.

António Borges

4 Comments:

At 19 de julho de 2005 às 12:19, Anonymous Anónimo said...

Em minha opinião, o problema económico de Portugal não é bem este. Veja-se por exemplo o caso da vizinha Espanha, que parece não cessar de nos "conquistar", agora não militar, mas, economicamente.
Não podemos esquecer que somos tanto da Europa, com do Atlãntico e do mundo e que a nossa guerra é um pouco diferente...

 
At 19 de julho de 2005 às 12:58, Anonymous Anónimo said...

Mais grave do que a estagnação económica, propriamente dita, é o sentimento generalizado de que a situação só pode piorar no curto e no médio prazo.
A divulgação das últimas previsões sobre a evolução da economia portuguesa pelo Banco de Portugal só vem confirmar aquilo que já era o sentimento generalizado: a estagnação continua;
o desequilíbrio externo acentua-se; internamente mantêm-se as condições que pressionam o endividamento das empresas, das famílias e do Estado.

Mais grave do que a estagnação económica, propriamente dita, é o sentimento generalizado de que a situação só pode piorar no curto e no médio prazo, se se tiver em consideração o menor dinamismo da economia europeia, a incerteza quanto à evolução do preço do petróleo ou os efeitos das políticas económicas mais restritivas que decorrem da aplicação das regras do PEC a países como a Alemanha, a França ou a Itália.

Praticamente ao mesmo tempo que a divulgação das previsões económicas o governo anunciou o lançamento de um conjunto de projectos de investimento nos domínios das infra-estruturas prioritárias, a que se seguiu o anúncio de outras medidas de apoio às PME cujo objectivo é retomar a iniciativa no âmbito do projecto mais geral de relançamento do crescimento e da retoma do processo de convergência com os parceiros europeus mais desenvolvidos.

Numa primeira análise poderíamos dizer que a justificação destas medidas é evidente, tendo em conta o estado de anemia da economia portuguesa e o facto de elas poderem vir a ser a transfusão de sangue necessária à manutenção do estado de vida do paciente. Todavia, numa segunda análise fica-se com a sensação de que o estado da economia portuguesa pedia uma intervenção mais profunda que fosse para além das medidas tradicionais de dinamização económica pela via das obras públicas ou da concessão de subsídios e, sobretudo, que introduzisse uma nova racionalidade no funcionamento do sistema económico que há muito deixou de existir e que está na base das dificuldades actuais.

Com efeito, o que parece faltar à política económica que tem sido praticada nos últimos anos é uma ideia clara de para onde se quer ir como país e como economia, tendo em conta as novas realidades da Europa, o aumento da concorrência internacional e os efeitos da globalização. Por outras palavras, diríamos que o que tem faltado à economia portuguesa é o enquadramento das políticas públicas e das decisões empresariais numa estratégia clara de inserção na economia ibérica, na economia europeia e na economia global. E nesta matéria é importante distinguir entre aquilo que é feito por todos, e que teremos forçosamente de fazer para não nos deixarmos ficar ainda mais para trás, daquilo que constituirá verdadeiramente a condição de afirmação da economia portuguesa nos espaços da competitividade e da atractividade internacionais.

No contexto actual existem três preocupações básicas que deverão orientar as opções em matéria de investimentos estratégicos e de definição de todas as medidas de apoio à reestruturação dos sectores económicos.

Uma primeira preocupação deve ser a procura de centralidade no contexto europeu e global. O alargamento a leste e a emergência da Espanha como potência económica europeia acentuaram a situação periférica do país no contexto dos fluxos económicos internacionais tendo como resultado mais visível a perda geral de atractividade do país. É importante inverter esta situação e criar factores que dêem visibilidade ao país e, sobretudo, que o tornem importante no contexto das relações económicas internacionais. Esta centralidade passa necessariamente pela procura do reforço das relações com o exterior da Europa, designadamente com a América do Norte e, em especial, passa pela exploração do potencial que está associado à criação de um espaço de integração económica lusófona, para já no triângulo atlântico da África e do Brasil, mas também com projecção para a Ásia, em direcção à Índia e à China.

Uma segunda preocupação deve ser a procura de escala, para o país, para as empresas e para os sectores económicos fundamentais. Um dos grandes problemas da economia portuguesa é fragilidade das suas diversas unidades em todos os domínios em que assentam hoje os factores de competitividade internacional. Por outro lado a reduzida dimensão da economia portuguesa, tornou-se no contexto actual europeu e global, um factor de atractividade negativa que importa ultrapassar. A este nível é fundamental criar as condições e os incentivos próprios para que se atinjam dimensões críticas nos diversos planos em que se articula o sistema económico português - na investigação, na produção, na distribuição, no financiamento, etc.- o que poderá passar pela prioridade à constituição de «clusters» nos sectores considerados estratégicos. Mas passará, também, a nível da atractividade internacional pela exploração do potencial de escala que está associado à pertença a um espaço económico mais vasto que poderá ser o espaço lusófono ou a constituição de uma relação privilegiada com o Brasil, no contexto, inclusive, das relações da União Europeia com o Mercosul.

Por fim, uma terceira preocupação, e que deve ser vista em articulação com as anteriores, deve ser a procura de especificidade. As condições actuais de concorrência à escala global não se compadecem, no caso de uma economia com as características da portuguesa, com a simples utilização dos factores tradicionais de competitividade pelos custos ou pelos preços, exigindo que se procurem outros argumentos económicos. Estes novos argumentos deverão ser procurados na intersecção da idiossincrasia geográfica e económica portuguesa com a modernização tecnológica e organizativa das suas unidades e estruturas produtivas. Neste plano há que abandonar rapidamente as políticas de apoios e incentivos do tipo «regador», isto é, sem critérios apertados de selecção, privilegiando as políticas direccionadas a empresas ou sectores com potencial efectivo de afirmação internacional valorizando, simultaneamente, os recursos e a base produtiva do país. Nesta perspectiva faz todo o sentido a aposta privilegiada no desenvolvimento da produção de bens transaccionáveis, naquilo que isso implica em termos, não apenas de aumento da capacidade exportadora mas, também, de capacidade de substituição de importações - um assunto que tem sido, de alguma forma, tabu nos últimos tempos.

Como é óbvio não bastam estas preocupações para garantir a inversão das tendências negativas que se têm manifestado no funcionamento da economia portuguesa ao longo de toda a primeira metade da primeira década deste novo século e que ameaçam prolongar-se pela segunda. Mas é importante tomar consciência da necessidade de introduzir uma racionalidade na definição das políticas económicas e na sua articulação com as decisões dos agentes económicos que não se limite a fazer uma gestão das inércias vindas do passado mas que procure um novo posicionamento da economia portuguesa no contexto das mudanças ocorridas na Europa e da afirmação da economia global.

 
At 19 de julho de 2005 às 16:40, Anonymous Anónimo said...

O Estado do País e as soluções apresentadas têm provocado as discussões e as reacções mais diversas. Apesar do meu esforço para as ignorar, não consigo a proeza de deixar de ouvir, em absoluto, os comentários que se fazem nos locais públicos ou as observações de alguém que toma a iniciativa de começar o tema, apenas encerrado quando interrompo o monólogo e pergunto, por exemplo, se conhece a última teoria acerca da “metamorfose da borboleta”.
Perante a resposta atónita e negativa de uns, respondo-lhe que eu também não, o que os leva a despedirem-se desconfiados acerca do meu estado mental. Contudo, outros alimentam bons momentos de “nonsense”.
Quando, por escassos segundos, partilho a entropia colectiva acerca do défice, lá acabo por recomendar a leitura do artigo intitulado “Orçamento”, publicado em 24 de Janeiro de 1887, no “Distrito de Évora”, da autoria do notável escritor e diplomata Eça de Queiroz, cuja edição em livro poderá ser facilmente encontrada na livraria mais próxima com IVA a 5%.
Esta história vem a propósito de mais um dos últimos estudos e respectivas previsões, produzido por uma reputada instituição internacional, sobre o futuro das economias e o indecoroso lugar no Ranking previsto para Portugal.
Por limitação minha, não compreendo o paradoxo instalado na classe política e que tem conduzido à sucessiva repetição das mesmas soluções, que mais não são do que “terapias hoje”, mas que amanhã se revelam em erros crassos.
Qual o ensaio sobre a cegueira da repetição dos erros!?
Durante um daqueles momentos de nonsense, perguntavam-me há dias se o País continuaria a viver dos cálculos, agora parece que errados, e das soluções estruturais idealizadas por políticos medíocres, entretanto instalados em instituições do Estado, ignorando os aspectos práticos de qualquer actividade empreendedora ou a gestão de uma qualquer micro-empresa.
Respondi-lhe que o País talvez não morresse da doença, mas que efectivamente perecerá da insistência na medicação, pois são já evidentes as manifestações das contra-indicações, combatidas, pasme-se, com o reforço da dose.
Em outro diálogo, perguntava-me, ainda, uma amiga qual a personalidade, desde o mundo do futebol até à indústria que nos resta, a quem os Portugueses deveriam confiar os seus destinos?
Respondi-lhe: Obviamente ao Senhor Possidónio!

(Possidónio, s.m. designação do político ingénuo e provinciano que via a salvação da Pátria na redução profunda das despesas públicas. In Dicionário da Língua Portuguesa, 5ª Edição, Porto Editora.)

 
At 19 de julho de 2005 às 16:42, Anonymous Anónimo said...

Tal como há uns anos atrás, a moda das energias renováveis voltou a acolher Portugal como país perfeito para a sua implementação. Desta vez, a construção de parques eólicos capazes de reduzir a factura energética do país. Uma falácia.

Acontece que, uma vez mais, Portugal está a fazer tudo ao contrário. As diferentes formas de energias renováveis apresentam de facto uma curva de rendibilidade marginal que, quando comparadas ao actual preço do petróleo, ainda se apresentam com custos mais elevados para o consumidor. Tudo porque a inovação tecnológica, na produção e na distribuição, ainda não está suficientemente desenvolvida para permitir uma redução de custos.

E isto levanta um problema. De que vale a Portugal a produção de energia ainda que a preços mais caros que a que actualmente é importada? Poder-se-á até ajustar o desequilíbrio na balança de pagamentos, mas internamente as empresas terão um custo maior pelo preço da energia, funcionando esta como uma autêntica escapatória de desinvestimento em Portugal.

Quer isto dizer que Portugal deveria estar quieto? Não, seguramente que não, e grande parte da dependência energética do petróleo em Portugal é decorrente de escolhas estatais no modelo de desenvolvimento, por mais escondido que ele seja.

Por exemplo, é conhecida a forte dependência das finanças públicas portuguesas dos valores que o consumo de combustíveis gera, através do ISP. Como se não bastasse o governo Português está de mãos e pés atados no que à área metropolitana de Lisboa e em termos de transportes públicos diz respeito. Os elevados valores que as concessões da Ponte 25 de Abril e Ponte Vasco da Gama, impedem o governo de agir de forma pró-activa num reforço de uma política de transportes públicos integrados. Tudo culpa de quem concedeu à Lusoponte, cláusulas inimagináveis. Quanto pagou o Estado à Lusoponte para o comboio lá andar hoje ?

Uma fórmula duplamente eficiente - O uso dos transportes públicos, reduz o consumo de gasolina e demais combustíveis e melhora a qualidade do ambiente.

Obviamente que a construção de parques eólicos é um princípio, mas não servirá para grande coisa. A redução expectável pelo governo da factura será de 6,00 %, na assumpção que a procura energética não cresce. Ora, é conhecido que um dos efeitos do crescimento da economia assenta no aumento da procura de energia. A redução será seguramente uma miragem.

Compete ao governo tomar as melhores opções. Negociar com Espanha os caudais do Douro e Tejo Internacional que permitam aumentar a produção hidroeléctrica é uma solução de consenso difícil, mas negociável. Mas é sabido que qualquer redução significativa só acontecerá quando se “atacar” o consumo individualizado de petróleo, sentido através do uso do automóvel privado.

Ao mesmo tempo requalificar a produção de energia, já há algo que é manifestamente impossível de efectuar - Portugal foi, é e será sempre dependente do exterior em termos energéticos, dado que os recursos naturais que possuí, os poucos que ainda possuí, não são passíveis de produzir energia, e mesmo a biomassa florestal não é olhada com bons olhos.

No fim a cereja. As autarquias sedentas de novas fontes de financiamento querem pertencer aos parques eólicos integrando o consórcio. Ora a partir deste momento, a medida deixou automaticamente de ser exequível, pois a proliferação de gestores municipais, passará a sugar toda a capacidade financeira dos consórcios.

Há no entanto uma pequena solução. A Galp Energia, que ainda não se sabe bem de quem é, e muito menos quem será o seu próximo dono, sendo apenas certo mais uma elevada mais-valia, deveria definitivamente abandonar a procura de um parceiro estratégico apenas para realizar mais-valias e procurar uma estratégia concertada com Angola e o Brasil.

À Galp Energia não pode estar apenas confinado o papel de gerar mais-valias. Quem não se lembra dos 525 Milhões de Euros de mais-valia, ainda por cima isenta de imposto por Guterres, quando a Petrocontrol vendeu à ENI ? É certo que o Professor Freitas na altura presidente da Petrocontrol, pode falar melhor sobre este assunto...

Começamos pela dívida de Angola a Portugal. Depois de devidamente reclassificada, é apurado um volume de barris de petróleo diários a conceder à Galp Exploração. É certo que a dívida de Angola abate no défice, mas não é menos certo que o crescendo do petróleo tem esse perverso efeito. À Sonangol interessa-lhe a rede de exploração ibérica da Galp. Parece simples, a rede passa a ser detida 51% pela Galp e 49 % pela Sonangol, e em troca mais um acréscimo no volume de barris de petróleo. A Galp ganha capacidade de exploração. A Sonangol capacidade de comercialização que tão cedo não existirá em África. E o Brasil ? A Petrobras, ao fornecer capacidade de exploração à Galp, ganha rede na Europa.

Percebem hoje porque o suposto falhanço na compra da rede Shell em Espanha foi uma machadada que apenas a Pina Moura, e aos seus espanhóis, interessava ?

Perante isto, e uma redução da exposição à variação do preço do petróleo, Portugal estaria em condições de avançar, quer na construção de mini centrais hídricas, capazes de abastecer alguns distritos ou mesmo concelhos mais numerosos, e ao mesmo tempo desenvolver no Alentejo um parque de captação de energia foto voltaica e solar, que fornecesse energia para toda a região a preços mais baratos, capazes de captar investimento, e mesmo na construção de mais barragens.

É certo que para isto funcionar, a Galp tinha que fechar as instalações na Irlanda da sua subsidiária e trading-arm Petrogal Trading Limited e que no ano de 2004, registou vendas num regime fiscal mais favorável , por forma a que quer o Estado quer o país beneficiassem com o diferencial entre a compra e a venda...

Ao mesmo tempo Pina Moura teria que definir em que tabuleiro joga. Se como deputado, se como presidente da Iberdrola Portugal, e representante em Portugal dos interesses espanhóis, sabendo-se como se sabe que qualquer solução para saída da ENI do capital da Galp, passa sempre por ele.

Pina Moura teria de definir, porque ninguém está a ver este governo a definir coisíssima nenhuma.

 

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